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Revista Psicopedagogia

versão impressa ISSN 0103-8486

Rev. psicopedag. vol.38 no.115 São Paulo abr. 2021

http://dx.doi.org/10.51207/2179-4057.20210003 

ARTIGO ORIGINAL

 

Formação e atuação profissional do psicopedagogo nos municípios da região sul do Brasil

 

Training and professional performance of psychopedagogist in municipalities in the Southern of Brazil

 

 

Caroline Elizabel BlaszkoI; Evelise Maria Labatut PortilhoII

IPedagoga; Especialista em Psicopedagoga e Educação Especial; Mestre - Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); Doutora em Educação - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); Docente colaboradora do Colegiado de Pedagogia, da Universidade Estadual do Paraná, Campus de União da Vitória (UNESPAR/UV); Membro do Grupo de Pesquisa em Educação: Aprendizagem e Conhecimento na Prática Docente (PUCPR); Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação: teoria e prática (GEPE); Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Práxis Educativa (GEPPRAX), Curitiba, PR, Brasil.
IIPedagoga; Especialista em Psicopedagogia, Educação Especial e Grupos Operativos. Mestre - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); Doutora - Universidade Complutense de Madri); Pós Doc em Educação - Universidade do Porto; Professora Titular do Curso de Pedagogia, Licenciaturas e Programa Stricto Sensu em Educação da PUCPR; Coordenadora do Grupo de Pesquisa Aprendizagem e Conhecimento na Prática Docente; Coordenadora do Curso de Psicopedagogia da PUCPR; Conselheira Nata da Associação Brasileira de Psicopedagogia - seção Paraná, Curitiba, PR, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O presente estudo traz um recorte da tese de doutorado intitulada "O psicopedagogo na rede pública municipal em sete estados brasileiros: cenários e desafios". Neste artigo, apresentam-se dados referentes aos psicopedagogos atuantes na rede pública municipal em três estados da Região Sul do Brasil. Objetivou-se mapear o serviço psicopedagógico oferecido nas redes públicas municipais de educação do sul do Brasil e investigar a formação dos profissionais psicopedagogos. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, com abordagem descritiva. Para a coleta de dados, foi encaminhado um questionário para 1.191 municípios que compõem os três estados. Constatou-se que 386 municípios possuem psicopedagogos atuando na área da educação, variando de 1 a 10 profissionais por município, totalizando 559 psicopedagogos atuantes no cargo. A pesquisa revelou que 464 profissionais atuantes no cargo possuem graduação em Pedagogia. Com relação à formação em nível de pós-graduação, constatou-se que 240 psicopedagogos cursaram especialização em Psicopedagogia, atendendo os requisitos propostos pela Associação Brasileira de Psicopedagogia para atuar no cargo. Outros 183 psicopedagogos têm formação em Psicopedagogia no âmbito institucional e um no âmbito clínico; sendo assim, uma parcela significativa de psicopedagogos possui formação fragmentada na área da Psicopedagogia. E um total de 97 profissionais que atuam no cargo de psicopedagogo possui formações distintas, as quais não têm reconhecimento nacional como campo de formação do psicopedagogo. Conclui-se também que existe a necessidade de novos concursos e contratação de psicopedagogos para atender as demandas locais de cada município, bem como há a necessidade da regulamentação da profissão no país.

Unitermos: Aprendizagem. Psicopedagogia. Rede Municipal. Atuação Profissional. Formação Profissional.


SUMMARY

This study displays a part of the doctoral thesis named "O psicopedagogo na rede pública municipal em sete estados brasileiros: cenários e desafios" (Psychopedagogists in the municipal education system in seven Brazilian states: settings and possibilities). In this article we present data referring to psychopedagogists working at the municipal education system in three states in the south region of Brazil. The aim was to map out the psychopedagogical service offered in municipal education networks in the south of Brazil, as well as to investigate the psychopedagogists' professional education. The methodology used was qualitative research, with a descriptive approach. For the data collection we sent a questionnaire to 1,191 towns belonging to the three states. It has been shown that in 386 towns there are psychopedagogists working in educational areas, in a variation of 1 to 10 professionals in each town, which makes up a total of 559 psychopedagogists acting in the field. The research revealed that 464 of these professionals have majored in Pedagogy. Regarding education at a post-graduation level, it was noted that 240 psychopedagogists graduated in a Psychopedagogy specialization course, thus fulfilling the requirements proposed by the ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia (Brazilian Association of Psychopedagogy). Another 183 psychopedagogists learned it at an institutional level, and one at the clinical level; this shows that a significant part of the psychopedagogists have a fragmented education in the area. Furthermore, 97 professionals working as psychopedagogists have had different educational experiences, which are not nationally recognized as a psychopedagogist's field of education. It was also concluded that there is a need for new competitions and hiring of psychopedagogists, as well as a need for the regulation of the profession nationwide.

Keywords: Learning. Psychopedagogy. Municipal Education System. Professional Performance. Professional Education.


 

 

INTRODUÇÃO

A Psicopedagogia é definida pelas Diretrizes da Formação do Psicopedagogo no Brasil como uma área de conhecimento, atuação e pesquisa, que lida com o processo de aprendizagem humana, visando o apoio aos indivíduos e aos grupos envolvidos neste processo, na perspectiva da diversidade e da inclusão1.

Destaca-se que o conceito de Psicopedagogia apresentado é resultado da evolução dos estudos e discussões que ocorreram ao logo da trajetória histórica, visto que, inicialmente, a Psicopedagogia focava o olhar nas dificuldades de aprendizagem e no fracasso escolar e, atualmente, tem como objeto o estudo do processo de aprendizagem humana.

A Psicopedagogia é uma ciência que estuda o sujeito na sua singularidade, a partir do seu contexto social e de todas as redes relacionais a que ele consegue pertencer2. Nesse sentido, a Psicopedagogia busca obter uma visão global do aprendiz e constitui-se em uma área de estudos direcionada para o processo do aprender humano.

Para atuar como psicopedagogo e desempenhar as diversas atribuições do cargo, o profissional necessita de formação específica, que se dá em curso de graduação e/ou em curso de pós-graduação em Psicopedagogia3. A formação em Psicopedagogia habilita o profissional a lidar com os processos de aprendizagem e suas intercorrências, atuando com o ser cognoscente junto aos grupos, às comunidades, às instituições, buscando contribuir para a aprendizagem de todos os seres humanos.

O profissional com formação em Psicopedagogia é denominado psicopedagogo ou especialista em Psicopedagogia. Segundo as Diretrizes da Formação do Psicopedagogo no Brasil4, este profissional é considerado um especialista na área da aprendizagem, que por meio de ações interventivas utiliza instrumentos próprios e decorrentes de diferentes conhecimentos científicos.

Ressalta-se que psicopedagogo não é um mero técnico ou profissional espontaneísta, visto que sua ação implica refletir em relação às situações-problemas que surgem e em indicar alternativas para a tomada de decisão construída em seu processo de formação pessoal e acadêmica visando a transformação da pessoa rumo à qualidade de vida e enfrentamento de suas dificuldades5.

Assim, o objetivo deste artigo é mapear o serviço psicopedagógico oferecido nas redes públicas municipais de educação do sul do Brasil e investigar a formação dos profissionais que atuam no cargo de psicopedagogo.

Os dados apresentados neste artigo fazem parte de uma pesquisa de doutoramento, intitulada "O psicopedagogo na rede pública municipal em sete estados brasileiros: cenários e desafios"6, que versou sobre a atuação do psicopedagogo na rede pública municipal em sete estados brasileiros, sendo neste trabalho apresentado um recorte dos dados com relação ao panorama dos municípios dos três estados da Região Sul do Brasil, que possuem psicopedagogos atuantes na rede pública municipal de educação, e a formação em nível de graduação e pós-graduação dos respectivos profissionais.

 

MÉTODO

A pesquisa desenvolvida é qualitativa, de abordagem descritiva. A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares, pois trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes7. Conforme a autora, na pesquisa qualitativa o conjunto de fenômenos humanos é considerado parte da realidade social, possibilitando aos seres humanos agir e interpretar as ações a partir de uma realidade.

Com relação à abordagem descritiva, o foco da pesquisa consiste no desejo de conhecer uma determinada comunidade, seus traços característicos, seus representantes e pretende descrever 'com exatidão' os fatos e fenômenos de determinada realidade8. Nesse viés, o autor ressalta a importância dos dados coletados, os quais devem ser descritos e analisados.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário enviado via e-mail às Secretarias de Educação, direcionado aos psicopedagogos atuantes na rede pública nos municípios de três estados que compõem a Região Sul do Brasil: Paraná, contendo 399 municípios; Santa Catarina, com 295 municípios; e Rio Grande do Sul, constituído por 497 municípios. Assim, a amostra selecionada para esta pesquisa totaliza 1.191 municípios, que são distribuídos nos três estados.

Ressalta-se que o questionário foi enviado no período compreendido entre 2018 e 2019, e os dados coletados foram classificados, descritos e analisados buscando-se compor um panorama de atuação e formação dos psicopedagogos atuantes na rede pública municipal de educação no sul do Brasil.

Os participantes da pesquisa foram os psicopedagogos atuantes nos municípios de três estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Estabeleceram-se como critério de inclusão na pesquisa os psicopedagogos atuantes no cargo especifico na área da educação das redes públicas municipais. Como critério de exclusão definiu-se que os profissionais municipais, mesmo que tivessem especialização em Psicopedagogia, porém com atuação em outra função diferente da psicopedagógica, não iriam ser considerados nesta pesquisa.

O(A)s psicopedagogos (as) que participaram da pesquisa foram denominados através de letras e números diferenciados, respeitando os princípios éticos desta pesquisa, que garantem sigilo e preservação da identidade e privacidade dos participantes.

A pesquisa contou com a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) no 03851312.1.0000.0020.

 

RESULTADOS

A seguir serão apresentados os resultados sobre o panorama dos munícipios participantes desta pesquisa, com ênfase naqueles que possuem psicopedagogos atuantes na área da educação na rede pública municipal (Quadro 1).

Dos 1.191 municípios que compõem os três estados da Região Sul do Brasil, totalizam-se: 260 (52,3%) municípios do Rio Grande do Sul; 324 (81,2%) municípios do Paraná e 176 (59,7%) municípios de Santa Catarina que forneceram os dados.

O alto índice de questionários não retornados (47,7% Rio Grande do Sul; 40,3% Santa Catarina e 18,8% Paraná) justifica-se pelo fato de os endereços eletrônicos estarem incorretos ou não atualizados nos sites dos municípios, o que impediu o acesso aos dados.

Da Região Sul do Brasil, totalizam-se 760 municípios que forneceram os dados, dos quais 386 possuem o profissional psicopedagogo atuando no setor educacional na rede pública. Em contraposição, totalizam-se 374 municípios que não têm o profissional psicopedagogo atuando no cargo na rede municipal. Ressalta-se que, dos 1.191 municípios contatados, 431 não retornaram os dados da pesquisa.

Para a análise e quantificação dos dados coletados de amplitude regional, o Quadro 2 apresenta um panorama do número de municípios por estado que possuem psicopedagogos atuando no cargo específico.

Constata-se, mediante os dados apresentados no Quadro 2, que nos três estados da Região Sul totalizam-se 386 municípios que possuem psicopedagogos atuando na área da educação na rede pública municipal, variando de 1 a 10 profissionais psicopedagogos por município, totalizando 559 psicopedagogos atuando no cargo específico.

Com relação à variação do número de psicopedagogos atuando nos municípios, são apresentados dados específicos por cada estado.

No Rio Grande do Sul, do total dos municípios consultados, em 78 municípios somente 1 psicopedagogo atua por município, atendendo as demandas do setor educacional local; em outros 21 municípios, atuam em cada um deles 2 psicopedagogos no setor de ensino; em 6 municípios atuam 3 psicopedagogos em cada rede municipal; em 5 municípios atuam 4 psicopedagogos em cada um dos municípios; em 3 municípios atuam 5 psicopedagogos em cada rede pública municipal; em 4 municípios, atuam em cada um deles 6 psicopedagogos; em 2 municípios atuam 7 psicopedagogos em cada rede municipal; e em 1 município atuam 10 psicopedagogos no cargo na rede pública municipal.

No estado do Paraná, do total dos municípios consultados, em 157 municípios atua somente 1 psicopedagogo em cada rede municipal; em 30 municípios atuam 2 psicopedagogos em cada município; em 10 municípios existem 3 psicopedagogos atuando em cada rede municipal; em 2 munícipios atuam 4 psicopedagogos em cada município; em 2 municípios atuam 5 psicopedagogos em cada rede municipal; e em 1 município atuam 6 psicopedagogos.

No estado de Santa Catarina, do total dos municípios consultados, em 55 dos municípios atua 1 psicopedagogo em cada rede municipal; em 7 dos municípios atuam 2 psicopedagogos em cada um deles; em 1 dos municípios há 3 psicopedagogos atuando no setor educacional; e em 1 município existem 5 psicopedagogos atuantes.

A pesquisa também revelou a predominância com relação ao gênero dos profissionais que ocupam o cargo de psicopedagogo na Região Sul do Brasil. No estado do Rio Grande do Sul, no setor educacional da rede pública municipal, atuam 221 psicopedagogos no cargo, dos quais 220 (99,5%) são do gênero feminino e somente 1 (0,5%) psicopedagogo é do gênero masculino.

No estado do Paraná, no setor educacional da rede pública municipal, atuam 271 profissionais psicopedagogos, dos quais 270 (99,6%) são do gênero feminino e somente 1 (0,4%) é do gênero masculino.

E no estado de Santa Catarina, no setor educacional da rede pública municipal, atuam 67 profissionais psicopedagogos, dos quais 64 (95,5%) psicopedagogos são do gênero feminino e 3 (4,5%) psicopedagogos são do gênero masculino.

Além do panorama de atuação do psicopedagogo na área da educação na rede pública municipal, a pesquisa revelou dados sobre a formação dos referidos profissionais. De acordo com o Código de Ética do Psicopedagogo3, a formação do psicopedagogo ocorre via graduação e/ou curso de pós-graduação - especialização lato sensu em Psicopedagogia -, a qual habilita o profissional para atuar na área. Para tanto, buscou-se conhecer a tipologia e os níveis formativos dos profissionais que exercem a função de psicopedagogos.

O Quadro 3 apresenta dados da área de formação inicial dos psicopedagogos que atuam na rede pública municipal na Região Sul do Brasil.

A maioria dos psicopedagogos atuantes na rede pública municipal de educação cursou graduação em Pedagogia, sendo: 238 profissionais no estado do Paraná; 166 profissionais no Rio Grande do Sul; 60 profissionais em Santa Catarina.

Percebe-se no Quadro 3 que de um total de 52 profissionais psicopedagogos atuantes na rede pública desconhece-se a área de formação inicial, devido à ausência destas informações nos questionários respondidos pelos próprios psicopedagogos.

Outros 26 profissionais possuem graduação em outras áreas, como: Letras/Inglês, Letras/Espanhol, Matemática, História, Química, Geografia, Artes Visuais e Educação Física.

Ressalta-se que os cursos de Psicopedagogia também são procurados por psicólogos, e totalizam-se 16 profissionais que possuem graduação em Psicologia e atuam também no cargo de psicopedagogo na rede pública municipal de educação.

Somente um número restrito de profissionais cursou graduação na área específica da Psicopedagogia, sendo que apenas 1 profissional atuante na rede pública municipal do estado do Rio Grande do Sul é formado em Psicopedagogia.

A pesquisa demonstrou dados sobre a área de formação em nível de pós-graduação dos profissionais atuantes no cargo de psicopedagogo na rede pública municipal de educação nos três estados do sul do Brasil, apresentados no Quadro 4.

Evidencia-se que a maioria dos psicopedagogos atuantes na rede pública municipal de educação cursaram pós-graduação em Psicopedagogia, como propõe a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), totalizando: 118 profissionais no Rio Grande do Sul; 95 profissionais no Paraná; 27 profissionais em Santa Catarina.

Em segundo lugar, a pesquisa demonstra que um total de 183 profissionais atuantes no cargo de psicopedagogo na rede de ensino cursou pós-graduação em Psicopedagogia no âmbito institucional, sendo: 101 profissionais no estado do Paraná; 56 profissionais no Rio Grande do Sul; 26 profissionais em Santa Catarina. E 1 psicopedagogo atuante na rede pública municipal de Santa Catarina cursou somente a Psicopedagogia no âmbito clínico.

Outros 97 profissionais cursaram especializações diferentes da Psicopedagogia, como: Educação Especial, Gestão Escolar, Educação Infantil e Neuropsicopedagogia.

Além destes, somente um dos profissionais atuantes como psicopedagogos na rede de ensino ainda está cursando especialização em Psicopedagogia.

Por fim, o Quadro 4 indica que, de um total de 38 profissionais, ainda é desconhecida a área de formação em nível de pós-graduação, devido à falta de informações nos questionários respondidos pelos próprios psicopedagogos.

 

DISCUSSÃO

Com base nos resultados obtidos, constatou-se que nos três estados da Região Sul do Brasil há 386 municípios que possuem psicopedagogos atuando na área da educação na rede pública municipal, variando de 1 a 10 profissionais por município, totalizando 559 psicopedagogos atuando no cargo específico. Os referidos dados demonstram o crescimento de profissionais atuantes na área da Psicopedagogia e evidenciam que o trabalho do psicopedagogo já é reconhecido e legitimado no cenário brasileiro9.

A pesquisa também revelou que nos três estados da Região Sul do Brasil atuam no cargo de psicopedagogo 554 profissionais do gênero feminino e 5 profissionais do gênero masculino. Assim, constata-se a predominância do gênero feminino atuando no cargo de psicopedagogo na rede pública municipal de educação.

Observa-se que o nível de variação de profissionais psicopedagogos contratados para atuar em cada município está relacionado à dimensão do município, às demandas de atendimento psicopedagógico da população local, à disponibilidade de recursos financeiros para a contratação de novos funcionários, e também tem relação com as propostas e objetivos das gestões políticas e educacionais de cada local.

De acordo com os dados apresentados, observa-se que em 290 municípios há apenas um psicopedagogo para atender as demandas locais do setor educacional, o que sinaliza que pode haver uma sobrecarga de trabalho para este profissional, podendo comprometer a qualidade do serviço desenvolvido. Também indica a carência de profissionais psicopedagogos, visto que em cada município existem várias instituições de ensino com demandas diferenciadas para o serviço psicopedagógico. Deste modo, a existência de um número reduzido de psicopedagogos atuantes em cada município aponta a necessidade de contratação de mais profissionais e da regulamentação da profissão.

Os municípios que possuem um número reduzido de psicopedagogos atuando no cargo podem enfrentar algumas dificuldades, como o excesso de encaminhamentos, a falta de tempo para atender todos os casos e a dificuldade de acompanhar os discentes no contexto escolar. Como demonstra o relato da Psicopedagoga A312, "Aqui sou a única psicopedagoga para atender as demandas do município todo; existe uma fila de espera para atendimento psicopedagógico, falta tempo para atender todos os casos e para fazer acompanhamento dos alunos nas escolas.".

Em alguns dos municípios que têm um número reduzido de psicopedagogos para atender a população em fase de escolarização, evidencia-se que o serviço psicopedagógico é realizado quinzenalmente ou mensalmente, com o intuito de atender o maior número de alunos de diversas escolas. Como se confirma no relato da psicopedagoga A72: "Sou só eu de psicopedagoga atuando na rede de ensino; existe a exigência que é preciso atender o maior número de alunos, desta forma, marcamos os atendimentos a cada quinze dias".

Mesmo perante as dificuldades encontradas, os psicopedagogos indicam a preocupação e o desejo de atender todos os discentes; porém, demonstram que nem sempre é possível realizar todos os atendimentos em razão da falta de tempo e espaço na agenda.

Ao longo do processo de escolarização, vem aumentando consideravelmente o número de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem10. Isso denota a importância e a necessidade de atuação do psicopedagogo na rede pública municipal para realizar as intervenções necessárias, visando à melhoria da aprendizagem dos alunos.

Considerando que o objeto de estudo da Psicopedagogia é a aprendizagem e o sujeito cognoscente, os psicopedagogos têm como premissa compreender e analisar os aspectos que estejam afetando a aprendizagem e intervir nas práticas e relações que estão presentes no interior da escola11.

Assim, evidencia-se a necessidade de contratação de maior número de psicopedagogos para atender as demandas locais de cada município, reforçando a importância de os municípios realizarem concursos para o referido cargo. Também indica a necessidade de reconhecimento e regulamentação da profissão, e da aprovação do Projeto de Lei 31/201012, que contribuirá para o fortalecimento da identidade profissional e do campo da Psicopedagogia no Brasil.

Os municípios que possuem maior número de psicopedagogos qualificados atuantes no cargo na rede pública municipal de educação podem contribuir para a ampliação do número de atendimento dos alunos e, consequentemente, ajudar a diminuir o tempo de espera. Como constatado no relato da psicopedagoga A30: "Se no município for concursado/contratado maior número de psicopedagogos com formação consistente e que sejam comprometidos com o serviço psicopedagógico, atenderão maior número de alunos e diminuirá o tempo de espera de atendimento.".

É importante que os alunos encaminhados ao serviço psicopedagógico sejam prontamente atendidos, para que a aprendizagem dos educandos não seja comprometida devido à falta de estimulação e atendimento no período adequado de desenvolvimento. Nesse enfoque destaca-se que o fracasso conduz à fugacidade da experiência da aprendizagem e à inibição, sendo que as funções envolvidas no processo não se desenvolvem, e o repertório para enfrentar novas situações de aprendizagem diminui13.

Sobre a formação em nível de graduação e pós-graduação dos psicopedagogos atuantes no cargo na rede pública de ensino no sul do Brasil, constatou-se que 632 profissionais cursaram graduação na área da Pedagogia. Os resultados indicam que a maioria dos profissionais que buscam a pós-graduação em Psicopedagogia são pedagogos que atuam na área educacional, nas escolas, como professores, coordenadores, diretores, e objetivam melhorar a prática profissional, o processo de ensino e aprendizagem, e atuar no cargo de psicopedagogo.

Em função de suas práticas pedagógicas, o pedagogo e outros profissionais da educação se deparam com situações cotidianas que exigem novas reflexões e demandas referentes aos processos de aprendizagem, e este aspecto contribui para que, no âmago de sua função, busquem conhecimentos da Psicopedagogia para enriquecer as práticas educativas. Os dados demonstram que a busca pelo curso de Psicopedagogia por profissionais atuantes na área da educação é muito significativa, pois revela que estão preocupados em melhorar a prática e contribuir para o desenvolvimento do aprendiz.

Este fato pode remeter ao início da Psicopedagogia no Brasil, pois os primeiros profissionais que foram buscar os cursos de Psicopedagogia, na época, eram professores e profissionais que atendiam as pessoas com problemas de aprendizagem. No final dos anos 1970, no estado de São Paulo criou-se o primeiro curso de Psicopedagogia no Brasil, no Instituto Sedes Sapientiae, e na época havia muitos movimentos de educadores, principalmente de pedagogos, em busca de uma maior compreensão sobre os problemas de aprendizagem14.

Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o curso de Pedagogia destina-se à formação de profissionais para exercer funções na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional nas áreas de serviços e apoio escolar e áreas em que estão previstos conhecimentos pedagógicos15. Assim, é relevante destacar a relação da formação inicial dos psicopedagogos e seus desdobramentos com a prática psicopedagógica desenvolvida na área educacional.

A Pedagogia estuda o fenômeno educativo em sua complexidade e amplitude, englobando o processo de ensino e aprendizagem e o desenvolvimento humano16. Sendo assim, a Psicopedagogia tem como objeto de estudo a aprendizagem, o que requer do profissional uma boa formação que alicerce a prática e a atuação do psicopedagogo.

Salienta-se que o conhecimento da Pedagogia como área específica de um saber torna-se essencial para quem trabalha na escola em Psicopedagogia17, tendo em vista que a atuação do psicopedagogo no contexto escolar envolve o professor e o aluno, a intervenção e a atividade pedagógica, itens que são abordados no campo da Pedagogia e da Psicopedagogia.

Verifica-se que a maioria dos profissionais que buscam o curso de Psicopedagogia são provenientes de cursos de licenciaturas e que atuam em instituições educacionais e escolares, visto que o perfil do ingressante nos cursos de pós-graduação em Psicopedagogia é predominantemente de profissionais que desenvolvem atividades relacionadas à educação18.

Nossa pesquisa revelou também que 26 profissionais cursaram graduações em outros cursos de licenciaturas, e que 16 profissionais graduados em Psicologia buscaram formação na área da Psicopedagogia. Salienta-se que estes profissionais atuam também na área da educação e, constantemente, recebem alunos que possuem necessidade de atendimento psicopedagógico.

O curso de pós-graduação em Psicopedagogia tem maior procura por pedagogos, psicólogos e outros profissionais que geralmente vêm das licenciaturas, mas que estão na escola e trabalham com a aprendizagem19.

Na pesquisa constatou-se a presença de apenas um profissional formado na graduação em Psicopedagogia na Região Sul do Brasil. Fato relacionado a pouca oferta deste curso a nível de graduação, como relata a participante A360: "Gostaria de ter feito graduação em Psicopedagogia, mas a partir dos e-mails enviados e telefonemas realizados para as universidades, constatei que aqui na Região Sul existe um número restrito de instituições que ofertam este curso.".

Para atuar como psicopedagogo e desempenhar as diversas atribuições do cargo, o profissional necessita de formação específica que se dá em curso de graduação e/ou em curso de pós-graduação em Psicopedagogia3. Devido à pouca oferta de cursos de Psicopedagogia em nível de graduação, os profissionais que desejam atuar no campo da Psicopedagogia precisam cursar especialização em Psicopedagogia.

Além da área de formação inicial dos profissionais atuantes no cargo de psicopedagogo na rede pública municipal de educação, obtiveram-se dados no que tange à área de formação de pós-graduação dos respectivos profissionais, pois compreender o perfil do pós-graduando em Psicopedagogia, a abrangência e qualidade dos cursos formativos mostra-se de extrema importância para qualificar a formação deste profissional diante dos desafios do campo psicopedagógico20.

Os dados também revelaram que, do total de psicopedagogos atuantes na rede pública municipal dos três estados do sul do Brasil, 240 profissionais possuem formação em Psicopedagogia, atendendo os requisitos propostos pela ABPp para atuar no cargo de psicopedagogo.

Evidencia-se que a formação de qualidade na área de Psicopedagogia é primordial para atuar no cargo de psicopedagogo, como relata a profissional A6: "Cursei Psicopedagogia em uma universidade comprometida com a formação dos profissionais; teve muito estudo, articulação entre teoria e prática, estágios supervisionados, discutimos os casos, aprendi muito e hoje atuo com eficiência.".

A formação em Psicopedagogia deve garantir a especialização em aprendizagem humana e a integração dos diferentes contextos nos quais ela acontece21. Destaca-se que o psicopedagogo é um sujeito aprendente, profissional em processo contínuo de aprendizagem que se inicia na formação inicial (graduação e/ou especialização) e prossegue ao longo da vida.

É relevante destacar a importância da supervisão na formação do profissional psicopedagogo, visto que é um momento que possibilita a articulação entre conhecimentos teóricos e a prática, a reflexão sobre a ação, e que contribui para a construção de novas aprendizagens e vivências que favorecem a inserção no campo de atuação.

A atuação supervisionada é entendida como um tempo de aprendizagem que envolve um período para aprender a prática e depois exercê-la22. Com relação à formação do psicopedagogo, a atuação supervisionada deve contar com o acompanhamento de um professor supervisor, com experiência comprovada na área da Psicopedagogia, responsável direto pelas atividades1.

A partir dos dados ressalta-se a necessidade do comprometimento das instituições superiores com a formação de profissionais qualificados, sendo importante que os cursos de Psicopedagogia sejam criados e ofertados atendendo os requisitos propostos pela ABPp.

A pesquisa também revelou que, do total de psicopedagogos atuantes na rede pública municipal dos três estados do sul do Brasil, 183 profissionais cursaram pós-graduação em Psicopedagogia no âmbito institucional e 1 psicopedagogo cursou pós-graduação em Psicopedagogia no âmbito clínico.

Constata-se, de acordo com os dados apresentados, que muitos cursos em nível de especialização em Psicopedagogia não atendem os requisitos propostos pela ABPp, pois são oferecidos de forma fragmentada, distanciando o âmbito institucional do clínico, e muitas vezes não contemplam a prática supervisionada. Nesse sentido, destaca-se que muitos cursos em nível de especialização fazem referência à Psicopedagogia Institucional e à Psicopedagogia Clínica, como se fossem áreas de conhecimento distintas21.

As instituições superiores que ofertam os cursos de especialização em Psicopedagogia precisam ter clareza sobre a indissociabilidade do âmbito institucional e do clínico.

Alguns dos psicopedagogos que cursaram especialização em Psicopedagogia somente em um dos âmbitos trazem apontamentos, como é o caso da psicopedagoga A90, que relata: "Sabe, fiz a pós-graduação em Psicopedagogia Institucional. O curso focou mais no teórico, não teve estágios; hoje sinto falta de conhecimentos do âmbito clínico para desenvolver o serviço psicopedagógico de maior qualidade aqui no município." E o psicopedagogo A400 menciona: "Aqui na região a única pós-graduação oferecida na área da Psicopedagogia foi com o nome de Psicopedagogia Clínica; tivemos aulas a cada quinze dias, e confesso que não aprendi realizar avaliação e intervenção psicopedagógica.".

A partir dos dados, percebe-se que alguns cursos de especialização em Psicopedagogia trabalham com conhecimentos fragmentados e desvinculados da prática psicopedagógica; além disso, apresentam um aspecto preocupante, que é a ausência da supervisão psicopedagógica. A precarização dos cursos de especialização em Psicopedagogia reflete-se na formação do profissional psicopedagogo, contribuindo para a fragilização da atuação psicopedagógica.

Os cursos em Psicopedagogia devem garantir a formação de especialistas em aprendizagem humana, e não devem fragmentar a Psicopedagogia institucional e clínica como áreas distintas21. Desse modo, o profissional psicopedagogo necessita de uma formação que contemple os conhecimentos relacionados às especificidades de atuação, para que possa seguir princípios, desenvolver procedimentos adequados e realizar o serviço psicopedagógico com eficiência.

Além dos profissionais que cursaram pós-graduação em Psicopedagogia, outros 97 profissionais atuam no cargo de psicopedagogo na rede pública municipal de educação tendo cursado pós-graduação nas áreas de Educação Especial, Gestão Escolar, Educação Infantil e Neuropsicopedagogia. Ressalta-se que estes referidos profissionais não estão habilitados para exercer o cargo, visto que a formação obtida não atende os requisitos necessários para atuar no campo da Psicopedagogia. Isso porque a especialização em outras áreas distintas da Psicopedagogia não apresenta reconhecimento nacional como campo de formação do psicopedagogo. Somente a especialização em Psicopedagogia é reconhecida pela ABPp e pelos documentos vigentes para atuar na área.

Conforme os dados revelados no Quadro 4, o maior número de psicopedagogos com outras formações está atuando no estado do Paraná, visto que neste estado alguns dos municípios estão diretamente vinculados aos Núcleos Regionais de Educação, e alguns destes Núcleos estabeleceram como pré-requisito possuir especialização na área de Educação Especial para participar das capacitações e atuar como psicopedagogo na educação básica na rede pública municipal. Sobre o processo de seleção dos profissionais, a psicopedagoga A166, atuante na rede municipal paranaense, relata: "Professores com formação em psicopedagogia queriam atuar como psicopedagogo e participar da capacitação oferecida pelo Núcleo; tentaram se inscrever, mas foram impedidos, pois o critério é ter formação em educação especial.".

Os resultados também evidenciaram que os profissionais que não apresentam formação na área da Psicopedagogia, mas que atuam na função de psicopedagogos, demonstram apresentar pouco conhecimento na área e dificuldades para exercer ações e atendimentos na perspectiva psicopedagógica. Como se percebe no relato da psicopedagoga A75: "Sou professora, cursei a pós-graduação em educação especial e fui designada a atuar no cargo de psicopedagogo, mas preciso fazer avaliação, intervenção e atendimentos psicopedagógicos. Sinto falta de conhecimentos na área." E da psicopedagoga A50, que afirma: "Fiz a pós-graduação em Neuropsicopedagogia. Aprendi muito sobre sistema neurológico, mas sinto que o curso não forma para assumir o cargo de psicopedagogo; senti falta dos estágios e de aprender como realizar serviço psicopedagógico.".

Constata-se a partir dos dados que alguns profissionais atuam no cargo de psicopedagogo, mas ainda estão cursando a formação na área, e ressalta-se que para atuar no cargo de psicopedagogo é necessário concluir o curso de graduação ou pós-graduação em Psicopedagogia.

Os dados apresentados reforçam a importância de que se pense e repense a formação do psicopedagogo. A ABPp tem acompanhado o movimento e a qualidade dos cursos de Psicopedagogia oferecidos no Brasil23, promovendo orientações e parcerias com as agências formadoras, estabelecendo diálogos que auxiliem e contribuam para a construção da identidade do profissional do psicopedagogo.

Os profissionais atuantes no campo da Psicopedagogia precisam compreender a necessidade da busca constante de conhecimentos, pois a formação do profissional psicopedagogo não se finda com o término do curso de especialização em Psicopedagogia, mas é uma formação permanente que conduz a novas aprendizagens e à formação da profissionalidade.

 

CONCLUSÃO

A pesquisa demonstrou que houve um crescimento no aumento do número de profissionais psicopedagogos atuando na rede pública municipal de educação nos três estados da Região Sul do Brasil, revelando que a atuação do psicopedagogo está sendo gradativamente reconhecida e legitimada na área educacional.

Constatou-se que em grande parte dos municípios da Região Sul do Brasil atua um número reduzido de psicopedagogos para atender todas as demandas provenientes de diversas escolas da rede pública do município, fato que pode gerar sobrecarga de trabalho e repercutir na qualidade do serviço psicopedagógico desenvolvido. A pesquisa evidencia a necessidade de novos concursos e contratação de psicopedagogos para atender as demandas locais de cada município, e também aponta a necessidade da regulamentação da profissão no país.

Revelou-se que o maior número de profissionais atuantes no cargo de psicopedagogo possui graduação em Pedagogia, atua na área educacional e demonstra preocupação com o processo de aprendizagem dos educandos.

A maioria dos psicopedagogos possui especialização na área da Psicopedagogia, atendendo os requisitos propostos pela ABPp para atuar no cargo de psicopedagogo. No entanto, existe também uma parcela significativa de psicopedagogos que possui formação fragmentada na área da Psicopedagogia, por terem realizado cursos de pós-graduação com ênfase somente no âmbito institucional ou somente no âmbito clínico. E ainda se tem, em menor índice, profissionais com formações distintas da Psicopedagogia, como por exemplo Educação Especial, Gestão Escolar, Educação Infantil, Neuropsicopedagogia, os quais não têm reconhecimento nacional como campo de formação do psicopedagogo.

Observou-se que os psicopedagogos atuantes na rede pública municipal de educação na Região Sul do Brasil possuem formações em nível de graduação e pós-graduação em áreas e instituições diferentes, aspectos que podem influenciar na formação dos diversos perfis de atuação do psicopedagogo nos municípios.

Diante do contexto apresentado, é relevante destacar que a presente pesquisa dispõe de contribuições significativas, demonstrando um panorama sobre a atuação e formação do psicopedagogo que desenvolve o serviço psicopedagógico na rede pública municipal nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Mais que produzir uma pesquisa, espera-se que esta provoque inquietações acerca da Psicopedagogia, da atuação do psicopedagogo e da formação dos respectivos profissionais, mobilizando interessados a produzirem novos estudos que possam contribuir para o contínuo desenvolvimento da Psicopedagogia no Brasil.

 

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Endereço para correspondência:
Caroline Elizabel Blaszko
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
R. Imaculada Conceição, 1155 - Prado Velho
Curitiba, PR, Brasil - CEP 80215-901
E-mail: carolineblaszko2020@gmail.com

Artigo recebido: 28/9/2020
Aprovado: 18/2/2021

 

 

Trabalho realizado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Curitiba, PR, Brasil.
Conflito de interesses: As autoras declaram não haver.

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