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Revista Psicopedagogia

Print version ISSN 0103-8486

Rev. psicopedag. vol.39 no.120 São Paulo Sept./Dec. 2022

http://dx.doi.org/10.51207/2179-4057.20220031 

ARTIGO DE REVISÃO

 

Estresse, depressão e ansiedade em mães de autistas: Revisão nacional

 

Stress, depression and anxiety in mothers of autism: National review

 

 

Julia Secatti AlvesI; Ana Cristina Polycarpo GameiroII; Paula Hisa Goto BiaziIII

IGraduanda em Psicologia, Universidade Paulista (UNIP), São José do Rio Preto, SP, Brasil
IIPsicóloga especialista em Análise do Comportamento Aplicada - UNIFIL, Educação Especial - (Faculdade Iguaçu; Mestrado em Análise do Comportamento - Universidade Estadual de Londrina (UEL); Docente na Universidade Paulista (UNIP), São José do Rio Preto, SP, Brasil
IIIPsicóloga; Mestrado em Análise do Comportamento - UEL); Doutorado em Educação Especial - Universidade Federal de São Carlos, São José do Rio Preto, SP, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

A proposta deste estudo foi identificar, na literatura brasileira, a presença e a intensidade de estresse, depressão e ansiedade em mães de indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Trata-se de uma pesquisa de revisão sistemática, desenvolvida a partir de produções publicadas nas bases de dados bibliográficas BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Portal de Periódicos CAPES e Pepsic (Periódicos Eletrônicos de Psicologia), sem restrição de tempo. Do procedimento de busca, resultaram nove artigos para o banco final de análise. Os resultados evidenciam que as mães são afetadas significativamente pelo estresse, sendo constatada a presença do constructo na maioria do público-alvo, com predominância total de sintomas psicológicos e a prevalência de fases alarmantes de estresse. Em relação à depressão e ansiedade, os estudos demonstraram divergências quanto aos resultados. Tendo em vista os inúmeros aspectos que influenciam no desenvolvimento de determinados constructos, assim como nos resultados das pesquisas, embora a presença de depressão e ansiedade, além de altos níveis de estresse, tenham sido constatados nas pesquisas nacionais, não é possível afirmar que o transtorno seja a principal causa. A atual pesquisa permitiu demonstrar, ainda, a escassez de estudos brasileiros de determinado cunho. Assim, evidenciou a necessidade de investigações nacionais que se dediquem a esse público, de forma a embasar, fidedignamente, intervenções que visem a promoção de saúde mental e maior qualidade de vida.

Unitermos: Autismo. Mães. Estresse. Depressão. Ansiedade. Saúde Mental.


ABSTRACT

The proposal of this study it was to identify, in the Brazilian literature, the presence and intensity of stress, depression and anxiety in mothers of individuals with Autism Spectrum Disorder (ASD). It is about a research of systematic review, developed on productions published in the bibliographic databases BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), Portal de Periódicos CAPES and Pepsic (Periódicos Eletrônicos em Psicologia), without time restriction. The search procedure resulted in nine articles for the final analysis database. The results demonstrate that mothers are significantly affected by stress, with the presence of the construct in most of the target audience, with a total predominance of psychological symptoms and the prevalence of alarming phases of stress. In relation to depression and anxiety, the studies demonstrated divergences regarding the results. Considering the numerous aspects that influence the development of certain constructs, as well as the results of research, although the presence of depression and anxiety, in addition to high levels of stress, have been found in national research, it is not possible to say that the disorder be the main cause. The present research also made it possible to demonstrate the scarcity of Brazilian studies of a certain nature. Thus, it highlighted the need for national investigations dedicated to this public, in order to reliably support interventions aimed at promoting mental health and better quality of life.

Keywords: Autism. Mothers. Stress. Depression. Anxiety. Mental Health.


 

 

Introdução

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-V (American Psychiatric Association [APA], 2014), caracteriza-se como um transtorno do neurodesenvolvimento cujas características se constituem como notórias na primeira infância. A partir das mudanças realizadas no Manual, atualmente, o TEA abrange o transtorno global do desenvolvimento, o transtorno de Asperger, transtorno desintegrativo da infância, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo atípico e autismo de alto funcionamento.

Marcado por déficits significativos na comunicação e interação social e por um repertório de comportamentos e interesses repetitivo e limitado, ele implica em inúmeros e significativos prejuízos no funcionamento do indivíduo. Comportamentos disruptivos, autolesões, déficits motores e comprometimento intelectual e/ou na linguagem também são associados ao transtorno (APA, 2014).

Os primeiros sinais são percebidos principalmente pela mãe (Ávila & Braga, 2014). Entretanto, apesar do predomínio de instrumentos que auxiliam na identificação do autismo, o diagnóstico ainda encontra barreiras (Jendreick, 2014). Dentre elas, há o fato de ser baseado no quadro clínico apresentado, sem a existência de um marcador biológico, ou seja, de um exame que determine a existência do transtorno com exatidão (Costa & Nunesmaia, 1998; Jendreick, 2014).

Os profissionais de saúde também podem não estar cientes do impacto positivo que a detecção precoce possui sobre os efeitos atuais e futuros do transtorno (Ávila & Braga, 2014). A diversidade do espectro e o curto tempo de consulta para observação da criança e entrevistas com os familiares contribuem conjuntamente para atraso no diagnóstico (Jendreick, 2014). Dessa forma, de acordo com os dados obtidos em pesquisa, 89% dos indivíduos o recebem um ano após a primeira consulta; 73% após dois anos e 55% somente depois de três anos (Araújo, 2012).

Essas e outras dificuldades levam os pais a entrarem em um movimento de peregrinação (Fávero-Nunes & Santos, 2010b), em busca de uma resposta para os comportamentos dos filhos, fato que implica em possíveis desgastes emocionais (Araújo, 2012). Após o itinerário percorrido pelos serviços de saúde e o recebimento do diagnóstico, novos e diversos sentimentos podem prevalecer, como o alívio (Araújo, 2012) e o luto pela perda do filho idealizado (Collet et al., 2016; Fávero-Nunes & Santos, 2010b).

Com a identificação do autismo, tornam-se indispensáveis mudanças no cotidiano da família, fato que pode influenciar nas relações com a criança e, de forma negativa, nas relações entre os membros (Lampreia, 2007). Inúmeros estudos explicitam, ainda, a necessidade de cuidados intensivos por parte do indivíduo com TEA, o que pode afetar ainda mais a adaptação familiar, resultando em possíveis problemas conjugais (Bosa et al., 2015), sobrecarga em um dos membros (Assumpção, 2015) e impacto nos irmãos (Bosa & Gomes, 2004; Cezar & Smeha, 2016), deixando os sujeitos suscetíveis ao adoecimento físico e mental.

Assumpção e Sprovieri (2001) explicitam em seu trabalho que os familiares de autistas vivem imersos em um sistema em constante crise, já que o indivíduo interfere diretamente no desenvolvimento dos papéis dos pais. Concluem, então, que quando comparados com familiares de sujeitos com síndrome de Down ou típicos, são os que mais dificultam o desenvolvimento emocional dos membros.

Os cuidados do indivíduo com autismo englobam, em sua diversidade, as atividades básicas da vida diária, as relacionadas ao transporte e à saúde (Bosa & Sifuentes, 2010). Essas são atribuídas, em sua maioria, às mães. Seguindo a demanda histórico-cultural imposta pela sociedade, tornam-se as cuidadoras principais de seus filhos, dedicando-se integralmente a eles (Collet et al., 2016), enquanto os pais exercem os papéis de provedores financeiros e colaboradores ou auxiliares ocasionais (Bosa & Sifuentes, 2010).

Abdicam-se da profissão, limitam-se às atividades do filho e aos afazeres domésticos (Batista et al., 2008; Collet et al., 2016). Relações sociais e afetivas também são colocadas de lado, contribuindo para que fiquem sujeitas a impactos físicos e mentais (Cezar & Smeha, 2011; Collet et al., 2016).

Impotência, nulidade, solidão e fé como sentimento positivo, que remete à esperança, são sentimentos vivenciados e demonstrados por essas mulheres (Batista et al., 2008). Também constituem o cotidiano materno o inconformismo e a frustração frente às dificuldades encontradas (Bosa et al., 2015), além de preocupações referentes ao futuro do filho (Piovesan, 2014).

A avaliação da qualidade de vida dos cuidadores de sujeitos com TEA, realizada por Cuvero (2008) e composta em maior porcentagem por mães, verificou um prejuízo relevante nos construtos físico e mental, evidenciando a desvantagem existente ao compará-los aos cuidadores de crianças e adolescentes saudáveis. Essas cuidadoras tendem a apresentar, ainda, maior risco de estresse parental do que os pais ou mães de crianças com outros transtornos do desenvolvimento (Bosa & Sifuentes, 2010).

Estudos internacionais demonstram, também, níveis mais elevados de ansiedade e depressão em mães de pessoas com TEA, quando comparados a mães de sujeitos com deficiência intelectual (Avci et al., 2002). Além disso, são identificados maiores níveis de estresse e sofrimento psicológico nessa população em comparação aos escores de mães de sujeitos com atraso no desenvolvimento sem autismo (Abbott et al., 2009).

Vale ressaltar que o estresse é um processo cuja origem encontra-se em fontes internas ou externas (Lipp, 1996) e pode resultar em diversos sintomas físicos e/ou psicológicos, como ansiedade, insônia, ira, e depressão (Guevara & Lipp, 1994). Enquanto a ansiedade é marcada por, manifestações de inquietação e dificuldade de concentração (APA, 2014), a depressão é caracterizada essencialmente pelo humor deprimido e pela perda de prazer nas atividades preteridas anteriormente, manifestando-se também por diminuição da libido e perda de interesse nas relações sociais, por exemplo (Lobato, 1992).

Assim, ressalta-se que a depressão também pode afetar de forma negativa as relações familiares com os filhos, além dos companheiros (Barrientos et al., 2005) e que, assim como ocorre com o estresse e a ansiedade, causa sofrimento e prejuízo no funcionamento dos indivíduos frente às diversas áreas às quais estão incluídos, como profissionais e acadêmicas (APA, 2014).

Embora as pesquisas nacionais anteriores tenham abordado o funcionamento familiar e o desenvolvimento emocional dos membros, a qualidade de vida dos cuidadores, as dificuldades enfrentadas pelas mães juntamente com as renúncias que os cuidados de seus filhos exigem, além dos sentimentos vivenciados por elas, pouco se evidencia, no Brasil, sobre a investigação do estresse, da depressão e da ansiedade nessas mulheres. Considerando esses aspectos, este estudo objetivou identificar, na literatura científica brasileira, a presença e a intensidade de estresse, ansiedade e depressão em mães de indivíduos autistas.

 

Método

Trata-se de uma revisão da literatura com inclusão de produções de diferentes áreas de investigação. A análise inicial foi realizada a partir da leitura do título e do resumo e, com o intuito de alcançar de forma abrangente as publicações nacionais, não houve delimitação de período ou região.

Visando atingir o objetivo da pesquisa, o levantamento foi realizado nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Portal de Periódicos CAPES e Pepsic. Os termos utilizados foram agrupados em três conjuntos, sendo combinados posteriormente entre si. O primeiro foi constituído por (autis* ou "transtorno global do desenvolvimento" ou "transtornos globais do desenvolvimento"); o segundo por (mães ou pais ou família ou cuidador); e o último por (estresse ou depressão ou ansiedade ou "qualidade de vida" ou "saúde mental").

Para a seleção de produções relevantes, foram definidos como critérios de inclusão: (1) artigos, teses e dissertações, (2) produzidos no Brasil, (3) publicados em português, (4) com abordagem quantitativa dos dados, (5) revisados por pares, (6) disponíveis on-line e gratuitamente na íntegra, (7) apresentando no título pelo menos uma das palavras utilizadas na pesquisa e (8) evidenciando mães de autistas como público-alvo ou em maior porcentagem na amostra. Vale ressaltar que não houve delimitação de tempo e região, objetivando contemplar todas as produções referentes ao tema nesta pesquisa. Já os critérios de exclusão foram: (1) trabalhos de revisão ou de abordagem qualitativa, (2) livros ou capítulos de livros, (3) repetidos e (4) escritos em outra língua.

Ademais, destaca-se que os dados abordados nos achados nacionais serão organizados e discutidos considerando tais variáveis: estado civil, idade, profissão, filhos, religião e rede de apoio, a fim de alcançar maior compreensão sobre os aspectos investigados no Brasil e que impactam diretamente no desenvolvimento e nos níveis de estresse, depressão e ansiedade.

 

Resultados

A partir da combinação dos termos na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), a pesquisa resultou em 83 produções em português. Após a análise dos resultados, sete estudos atenderam aos critérios de inclusão. Entretanto, um se repetia, resultando em seis estudos.

No Portal de Periódicos CAPES, a busca permitiu a localização de 183 publicações. Dentre elas, três atendiam aos critérios, mas duas já haviam sido inclusas nos achados da BVS, resultando em apenas um novo estudo.

O levantamento na base de dados Pepsic localizou 13 trabalhos, contudo, somente quatro foram considerados relevantes a partir dos critérios estabelecidos. Desses, um já havia sido considerado, totalizando três novos estudos.

Após a leitura flutuante das produções selecionadas que causaram dúvidas acerca da inclusão, uma foi excluída. A revisão abrangeu, em sua totalidade, 279 publicações, sendo que a base de dados final foi constituída por nove estudos. As principais informações referentes aos achados estão descritas na Tabela 1 e as características das amostras na Tabela 2.

 

Discussão

Tendo em vista os 9 estudos selecionados, sete estabelecem-se como artigos e dois como dissertações. Desses artigos, dois (Bosa & Schmidt, 2007; Fávero-Nunes & Santos, 2010a) são oriundos das dissertações de mestrado selecionadas (Fávero, 2005; Schmidt, 2004). Apenas duas pesquisas (Bosa & Schmidt, 2007; Bosa et al., 2019) foram realizadas pelo mesmo autor, demonstrando falta de continuidade nas investigações científicas que avaliam estresse, depressão ou ansiedade em mães de autistas. Não foi encontrada nenhuma tese acerca dos assuntos. Os autores Capellini et al. (2014) assinalam o número reduzido dessas produções como uma demonstração da falta de continuidade nas pesquisas após o término do mestrado.

A avaliação do estresse está presente em seis estudos (Bosa & Schmidt, 2007; Bosa et al., 2019; Carreiro et al., 2017; Fávero, 2005; Malagris & Moxotó, 2015; Schmidt, 2004), enquanto a depressão foi contemplada em cinco (Asevedo et al., 2018; Baptista & Sanchez, 2009; Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a; Schmidt, 2004) e a ansiedade em apenas dois (Asevedo et al., 2018; Schmidt, 2004). Determinadas observações evidenciam um foco maior da comunidade científica brasileira no primeiro tema, além de o baixo número de publicações nacionais que investigam tais aspectos na maternidade atípica levantar um questionamento referente à negligência dos profissionais ou à falta da demanda no país.

A pequena quantidade de estudos encontrados corrobora com os dados obtidos pelo trabalho desenvolvido por Fonseca et al. (2019). Com o intuito de verificar como as relações familiares são afetadas pelo autismo, uma revisão sistemática do período de 2000 a 2017 alcançou 17 artigos, mas apenas um brasileiro, que possui como foco os irmãos dos indivíduos com TEA. As mães constituíram as amostras em nove produções internacionais. As autoras Constantinidis e Pinto (2020), em busca da averiguação da sobrecarga das mães de crianças com TEA na literatura nacional de 2007 a 2018, também encontraram uma quantidade limitada de artigos. Apenas 8 publicações formaram a base final de dados e, dessas, seis com abordagem qualitativa, havendo apenas uma quantitativa.

Corrobora, ainda, com a produção de Bosa et al. (2010). A revisão da literatura realizada abrangeu revisões, estudos experimentais e estudo de caso, sendo considerados os trabalhos de abordagem quantitativa e qualitativa escritos em português, inglês e espanhol. Ao elaborarem a síntese de manuscritos levantados que abordavam a depressão materna no período de 1999 a 2010, considerando que 14 foram relevantes, apenas três eram brasileiros. Todos eram revisões da literatura.

Acerca das regiões nas quais foram realizadas as investigações, destaca-se uma concentração na Região Sudeste, onde ocorreram pesquisas nas cidades de Ribeirão Preto (Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a), São José do Rio Preto (Fávero, 2005), Campinas (Baptista & Sanchez, 2009), São Paulo (Asevedo et al., 2018; Carreiro et al., 2017) e Rio de Janeiro (Malagris & Moxotó, 2015). Também foram conduzidos estudos na cidade e região de Porto Alegre (Bosa & Schmidt, 2007; Schmidt, 2004), assim como na cidade de Belém (Bosa et al., 2019), abarcando as regiões Sul e Norte. Além disso, houve prevalência de pesquisas desenvolvidas em universidade públicas, totalizando 7 publicações (Asevedo et al., 2018; Bosa & Schmidt, 2007; Bosa et al., 2019; Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a; Malagris & Moxotó, 2015; Schmidt, 2004).

A carência de trabalhos nas diversas regiões brasileiras e em universidades particulares é demonstrada por Bravo et al. (2010) em sua investigação acerca da literatura científica sobre TEA no país, na qual há inclusão de diversos temas - como saúde mental materna - e uma alta prevalência de produções na Região Sudeste e em faculdades públicas, evidenciando a necessidade de expandir os centros de produção com o intuito de promover maior desenvolvimento da pesquisa nacional científica (Bravo et al., 2010) e possibilitar maior generalização dos dados obtidos (Lay & Reis, 2005).

A pesquisa mais antiga dentre os selecionados que averiguaram o estresse na população em pauta é de 2004 (Schmidt, 2004), enquanto a mais atual é de 2019 (Bosa et al., 2019). Com relação a este tema, não houve publicação em 2006, de 2008 a 2014 e em 2016 e 2018, somando 10 anos sem publicações no período de 2004 a 2019. Já a avaliação de depressão e de ansiedade mais antiga também é de 2004 (Schmidt, 2004), enquanto a mais recente foi publicada em 2018 (Asevedo et al., 2018). As publicações sobre depressão não ocorreram de 2006 a 2008 e de 2011 a 2017, totalizando, de 2004 a 2018, 10 anos sem publicações sobre o assunto. Acerca da ansiedade, a ausência nas bases de dados é de 13 anos, considerando o período de 2004 a 2018.

Há 3 anos não há pesquisas sobre ambos nas bases de dados utilizadas no presente estudo e há 2 anos sobre estresse. Os dados obtidos evidenciam um déficit nas produções nacionais que buscam avaliar os construtos em questão em mães de indivíduos com autismo, fato que não condiz com a evidente escassez e necessidade de pesquisas avaliativas que investiguem, no Brasil, o impacto do autismo nos familiares e cuidadores, em especial nas mães, a fim de que programas de auxílio e suporte social sejam criados (Bosa et al., 2010; Constantinidis & Pinto, 2020; Fonseca et al., 2019).

As amostras dos estudos estabelecem-se também como reduzidas, já que 30 mães é a quantidade máxima de participantes encontradas (Bosa & Schmidt, 2007; Bosa et al., 2019; Schmidt, 2004). Demonstra-se, assim, um aspecto a ser revisto e aprimorado nas pesquisas futuras, a fim de haver, também por meio desta característica, maior confiabilidade na generalização dos dados obtidos para a população geral (Lay & Reis, 2005).

Com relação à faixa etária dos indivíduos com autismo, a fase da infância esteve presente em quatro estudos (Asevedo et al., 2018; Bosa et al., 2019; Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a) e apenas um deles se ocupou exclusivamente de determinado período evolutivo (Bosa et al., 2019). Já a adolescência foi incluída em seis (Asevedo et al., 2018; Baptista & Sanchez, 2009; Bosa & Schmidt, 2007; Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a; Schmidt, 2004). Dois trabalhos não informaram as idades dos filhos das participantes (Fávero, 2005; Schmidt, 2004).

Contemplam idades acima de 18 anos quatro estudos (Asevedo et al., 2018; Baptista & Sanchez, 2009; Bosa & Schmidt, 2007; Schmidt, 2004), abrangendo os intervalos de 12 a 30 anos, 13 a 19 anos e de 2 a 30 anos. Entretanto, as pesquisas que apresentam as médias de idade dos indivíduos autistas evidenciam um alcance baixo da fase adulta. A publicação de Asevedo et al. (2018) destaca como média aproximada 8 anos, enquanto a média aproximada de 16 anos é evidenciada por duas publicações (Bosa & Schmidt, 2007; Schmidt, 2004). Nenhuma pesquisa se restringiu à fase adulta. Tendo em vista esses dados, evidencia-se a falta de pesquisas que considerem as possíveis implicações do estágio do desenvolvimento em pauta na investigação da saúde mental materna.

A falta de investigações científicas brasileiras referentes à fase adulta no TEA é destacada por Guedes e Tada (2015) ao realizarem uma revisão da literatura sobre o autismo nos campos da Psicologia e da Educação, no período de 2007 a 2012. As autoras encontraram, em meio aos 156 artigos publicados em periódicos brasileiros, apenas 3 que abordavam a faixa etária em questão, prevalecendo os estudos que abrangem a infância. Piovesan (2014) ressalta, contemplando um panorama mais abrangente de pesquisas, a carência de estudos que demonstrem os reflexos do envelhecimento do filho com autismo no bem-estar da mãe, considerando que novas dificuldades e preocupações podem surgir nessa etapa, como questões relacionadas ao amadurecimento sexual, independência e inserção no mercado de trabalho (Françoso & Segeren, 2014). Torna-se, então, imprescindível a ampliação de pesquisas a respeito desse estágio do desenvolvimento e seu possível reflexo no bem-estar da cuidadora, em especial, nos índices de estresse, depressão e ansiedade materna.

Vale destacar, também, que duas publicações (Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a) possuíam como critério de inclusão para as participantes da amostra ser, especificamente, mãe de menino com Transtorno do Espectro Autista, devido à prevalência encontrada de diagnósticos em indivíduos do sexo masculino (Hales et al., 1992). Segundo Carletto (2021), as meninas são menos diagnosticadas ou possuem diagnósticos equivocados devido ao mascaramento das características do transtorno e às peculiaridades das mesmas, considerando que são manifestadas de formas diferentes em determinados aspectos, resultando em um sofrimento oriundo de ambientes não adaptados e não compreensão de si mesmas. Dessa forma, torna-se necessário, também, o desenvolvimento de estudos voltados a este tópico e seu impacto na saúde mental materna.

Acerca dos dados quantitativos observados por meio da análise dos resultados dos estudos contemplados na atual revisão, foi evidenciada a não apresentação de sintomas depressivos de forma expressiva (Baptista & Sanchez, 2009) ou o não preenchimento de critérios compatíveis com o transtorno depressivo (Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a; Schmidt, 2004) em mais da metade das amostras. O estudo recente de Asevedo et al. (2018), apesar de não possuir como objetivo principal a investigação referente a ansiedade e depressão nos cuidadores, apresentou uma baixa média de pontuação oriunda da aplicação da Escala Hamilton de Depressão e Ansiedade antes da capacitação dos participantes, em sua maioria mães, para o desenvolvimento de um manejo mais adaptativo quanto aos comportamentos dos indivíduos com o Transtorno. Entretanto, o estudo de Schmidt (2004) identificou ansiedade generalizada em mais da metade das participantes.

Baptista e Sanchez (2009) verificaram, ainda, que não houve diferença significativa entre mães de crianças e adolescentes com autismo em comparação a mães de crianças típicas quanto ao funcionamento familiar, sintomatologia depressiva e a percepção de eventos estressores. Na pesquisa de Fávero (2005), as três mães que apresentaram disforia ou depressão manifestaram, também, estresse na fase de exaustão. Dessa forma, é possível estabelecer uma correlação positiva entre o transtorno e os eventos estressantes vivenciados.

Acerca do estresse, dois estudos apresentam resultados pertinentes à discussão da atual pesquisa, embora o intuito principal das investigações seja divergente dos demais. Assim, foram encontradas, no primeiro trabalho e antes da realização da intervenção pretendida, mais da metade da amostra na fase de quase-exaustão (Malagris & Moxotó, 2015); em contraposição à prevalência da fase de resistência nas participantes do segundo estudo (Bosa et al., 2019).

O estresse e seus indicadores foram constatados na maioria das cuidadoras em todas as avaliações acerca da presença do construto em determinado público (Bosa & Schmidt, 2007; Carreiro et al., 2017; Fávero, 2005; Schmidt, 2004). A fase de resistência prevaleceu em todos esses trabalhos, assim como os sintomas predominaram na esfera psicológica em todos os estudos selecionados. Os resultados mostram a alta incidência de estresse, em níveis elevados, entre as mães de autistas que participaram das pesquisas, corroborando com a literatura que aponta essa população como constituinte de um grupo de alto risco para o desenvolvimento do construto (Bosa & Sifuentes, 2010).

Contudo, vale ressaltar que fatores influentes quanto aos resultados, assim como à possibilidade de generalização dos mesmos para a população brasileira, fazem-se presentes. Dessa forma, aspectos próprios das pesquisas - como as pequenas amostras encontradas, a distribuição não equivalente de participantes nos grupos e a falta de grupo controle - podem ser listados; assim como as particularidades dos indivíduos participantes, sendo elas as características sociodemográficas, econômicas e culturais.

Quanto aos fatores demográficos, em relação às faixas etárias, destaca-se que foram abrangidas idades entre 20 e 56 anos. Além disso, mais da metade das participantes presentes nas amostras de quatro publicações (Bosa & Schmidt, 2007; Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a; Schmidt, 2004) possuíam mais de um filho, tendo em vista que apenas cinco (Bosa & Schmidt, 2007; Fávero, 2005; Fávero-Nunes & Santos, 2010a; Malagris & Moxotó, 2015; Schmidt, 2004) explicitaram esta informação.

Considerando as seis publicações (Bosa & Schmidt, 2007; Bosa et al., 2019; Carreiro et al., 2017; Fávero, 2005; Malagris & Moxotó, 2015; Schmidt, 2004) que abarcaram informações relevantes acerca da presença e do nível de estresse nas mães de autistas, assim como de ansiedade (Schmidt, 2004), cinco (Bosa & Schmidt, 2007; Bosa et al., 2019; Fávero, 2005; Malagris & Moxotó, 2015; Schmidt, 2004) demonstraram que a maioria das mulheres eram casadas/estavam em uma união estável, enquanto uma (Carreiro et al., 2017) não especificou. Estes aspectos contrastam com dados internacionais, que indicam que os divórcios são mais frequentes em casais cujos filhos estão no espectro, devido às altas taxas de estresse (Barker et al., 2010) - fato que pode ser relacionado às diversidades culturais (Malagris & Moxotó, 2015).

Acerca da vida profissional, quatro destes estudos que investigam o estresse (Bosa & Schmidt, 2007; Fávero, 2005; Malagris & Moxotó, 2015; Schmidt, 2004) elucidaram que a maioria das mães não trabalhava fora de casa, enquanto um (Carreiro et al., 2017) não forneceu informações relacionadas a este tópico, corroborando com dados encontrados na literatura que explicitam que as mães de autistas tendem a sair do mercado de trabalho, resultando em perdas financeiras e de fontes de prazer e realização, o que colabora com o aumento do estresse neste público (Cidav et al., 2012).

Diante do impacto positivo que crenças religiosas podem apresentar frente ao estresse, assim como à interpretação e ressignificação das dificuldades referentes ao diagnóstico e cuidados do filho (Beresford, 1994), cabe ressaltar, também, que apenas dois (Fávero, 2005; Schmidt, 2004) dos seis estudos que apresentam a presença e índices de estresse nas mães abordam o aspecto religião. Desta forma, evidencia-se a necessidade de incluir este tópico nas pesquisas futuras, já que o mesmo pode interferir diretamente na saúde mental materna.

Além disso, destaca-se que apenas duas (Bosa & Schmidt, 2007; Schmidt, 2004) destas publicações demonstram e detalham a presença de rede de apoio para a maioria das mães das amostras, enquanto um (Fávero, 2005) evidencia baixa procura por elas e outro (Carreiro et al., 2017) menciona a presença sem oferecer dados precisos, além de dois (Bosa et al., 2019; Malagris & Moxotó, 2015) não apresentarem informações acerca do ponto em questão. Desta forma, torna-se imprescindível ressaltar a importância de incentivar e desenvolver apoio a este público, assim como investigar de forma profunda, nas pesquisas futuras, sua frequência, fontes, tipos principais e percepção pelas mães, considerando que resultam em um bem-estar maior, reduzem o estresse e minimizam os efeitos dos sintomas depressivos na saúde pessoal, assim como na relação e desenvolvimento dos filhos (Bosa et al., 2010).

Ressalta-se, ainda, que a publicação de Baptista e Sanchez (2009) acerca da sintomatologia depressiva nas mães de autistas apresenta como limitação toda a amostra em questão em processo psicoterapêutico há mais de dois anos, fato que pode ter interferido diretamente nos resultados que expressam mínima porcentagem de mães com sintomas de depressão leve, já que as participantes podem ter desenvolvido meios para manter o equilíbrio e conter os sinais depressivos (Minuchin, 1982). Além disso, tendo em vista a influência de diversos fatores no desenvolvimento de estresse, depressão e ansiedade em mães de autistas, vale destacar a escassez destas informações na pesquisa de Asevedo et al. (2018) sobre ansiedade e depressão.

Torna-se necessário pontuar, também, que os indivíduos autistas compõem um grupo significativamente heterogêneo em suas características, assim como existem elevadas taxas de comorbidade com o Transtorno do Espectro Autista, originando desafios próprios (Hayes & Watson, 2012). Dessa forma, determinada variabilidade pode ocasionar imprecisões nos resultados quanto à influência da desordem no desenvolvimento de transtornos parentais, tendo em vista que a maioria dos pesquisadores agrupa os sujeitos com diagnóstico de autismo de forma homogênea (Hayes & Watson, 2012).

Considerando determinados fatores, não se deve perpetuar, então, a ideia reducionista de que há uma relação linear entre as causas e os níveis de estresse, depressão e ansiedade presentes nas mães e familiares de pessoas com TEA (Bosa & Schmidt, 2003; Barker et al., 2011).

 

Considerações

Tendo em vista a análise sistemática dos estudos brasileiros que investigaram a presença e/ou a intensidade de estresse, depressão e ansiedade em mães de indivíduos autistas, fez-se evidente a escassez de pesquisas de determinado cunho, considerando o período mínimo de 10 anos sem publicações desde o primeiro até o último estudo realizado acerca dos aspectos em pauta.

A presente pesquisa demonstrou que as mães são afetadas significativamente pelo estresse, sendo constatada a presença do constructo na maioria do público-alvo em todas as pesquisas que se dedicaram a investigar esse ponto. Ademais, tornou-se clara a predominância total de sintomas psicológicos e a prevalência de fases alarmantes de estresse, sendo dominante a fase de resistência e fazendo-se notória, ainda, a fase de quase-exaustão.

Em relação à depressão e ansiedade, os estudos demonstraram divergências quanto aos resultados. Contudo, quanto à depressão, houve a predominância de não apresentação de sintomas ou o não preenchimento de critérios e/ou pontuação para o constructo em mais da metade das amostras.

Ademais, foi demonstrado que inúmeros fatores influenciam no desenvolvimento de estresse, depressão e ansiedade por parte dessas mães, assim como nos resultados dos estudos. Dessa forma, embora a presença de depressão e ansiedade, além de significativos níveis de estresse, tenham sido constatados nas pesquisas nacionais, não é possível afirmar que o Transtorno do Espectro Autista seja a principal causa.

Portanto, de acordo com os resultados obtidos neste estudo, pode-se concluir que o tema necessita de um maior número de pesquisas brasileiras, a fim de que se possa embasar intervenções, juntamente a essas mães, de forma fidedigna, promovendo saúde mental e melhor qualidade de vida ao público estudado. Intervenções precoces, cujo objetivo seja a redução do estresse parental, por exemplo, capacitam os pais para que estejam preparados para os comportamentos desafiadores que seus filhos possam apresentar. Assim, ocorre a minimização dos efeitos dos mesmos e melhoras nos atos relacionados ao indivíduo autista, permitindo um melhor funcionamento familiar e a recuperação do equilíbrio (Hayes & Watson, 2012).

Dessa forma, torna-se necessário que as pesquisas futuras ampliem o número de participantes nas amostras, assim como estabeleçam grupos controle e distribuam as participantes de forma equivalente e igualitária - tanto quanto às quantidades de indivíduos, quanto às características próprias e de seus filhos. Por meio destas mudanças, há a possibilidade de aumento da fidedignidade dos resultados.

Ademais, espera-se que esta pesquisa beneficie os profissionais a partir do que já foi produzido, de forma a ampliar os conhecimentos acerca deste público e desta área, além de incentivá-los a darem continuidade aos estudos com mães, buscando, também, a identificação de aspectos que permitam um melhor desenvolvimento familiar, assim como a prevenção do adoecimento parental e promoção de saúde mental dos mesmos.

 

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Trabalho realizado na Universidade Paulista (UNIP), São José do Rio Preto, SP, Brasil.

Conflito de interesses: As autoras declaram não haver.

 

 

Endereço para correspondência:
Julia Secatti Alves
Universidade Paulista (UNIP)
Av. Pres. Juscelino K. de Oliveira, s/n - Jardim Tarraf II, São José do Rio Preto, SP, Brasil - CEP 15091-450
E-mail: jsecattialves@gmail.com

Artigo recebido: 23/2/2022
Aprovado: 9/8/2022

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