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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.19 n.3 São Paulo dez. 2009

 

PESQUISA ORIGINAL ORIGINAL RESEARCH

 

A configuração dos vínculos na adoção: uma atualização no contexto Latino-Americano

 

The configuration of bonds in adoption: an update in the Latin-American context

 

 

Livia Kusumi OtukaI; Fabio Scorsolini-CominII; Manoel Antônio dos SantosIII

IPsicóloga pelo Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Bolsista de Iniciação Científica da FAPESP. E-mail: li_otuka@yahoo.com.br
IIPsicólogo e Mestre em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. E-mail: scorsolini_usp@yahoo.com.br
IIIProfessor Doutor do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. E-mail: masantos@ffclrp.usp.br

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

este estudo tem por objetivo atualizar a literatura científica sobre adoção no contexto latino-americano, focalizando os vínculos estabelecidos entre pais, filhos e irmãos. Foram consultadas as bases LILACS, PEPSIC e SciELO, no período de 1998 a 2008. Foram encontrados 124 trabalhos, dos quais selecionaram-se 13 para análise. O corpus da pesquisa foi submetido à análise de conteúdo, que permitiu destacar motivações para adoção, construção da parentalidade nos pais adotivos e seus significados, adoção tardia e relações fraternas. Os artigos recuperados abordam a construção de vínculos na adoção, a partir do nascimento do desejo de adotar, porém poucos abordam especificamente as relações fraternas na família. Essa temática deve ser explorada por novas pesquisas, dada a importância da presença de irmãos na constituição da personalidade. É necessário ampliar a compreensão acerca da construção de vínculos entre pais e filhos, assim como entre irmãos nas famílias constituídas por adoção.

Palavras-chave: adoção; famílias adotivas; filhos adotivos; literatura de revisão.


ABSTRACT

the objective is to present an upgrade of the scientific literature on adoption in the Latin- American context, focusing the relationships established between parents, children and brothers. LILACS, PEPSICc and SciELO databases had been consulted, in the period of 1998-2008. 124 papers had been found, of which 13 had been selected for analysis. The corpus of the research was submitted to the analysis of content, that allowed to detach motivations for adoption, construction of the parenthood in the adoptive parents and its meanings, delayed adoption and brothers' relations. The recouped articles approach specifically the construction of relationships in the adoption, from the birth of the desire to adopt, however few approach the relations between brothers in the family. It is necessary to extend the understanding concerning the construction of relationships between parents and children, as well as between brothers in the families constituted from adoption.

Keywords: adoption; adoptive families; adoptive children; literature review.


 

 

A produção nacional sobre adoção tem aumentado substancialmente nos últimos anos.1-3 Esse incremento do acervo de informações e saberes científicos tem dado visibilidade a um fenômeno que, até algumas décadas atrás, era considerado como uma questão de foro privado, que interessava apenas a uma minoria de pessoas expostas a essa situação. Por outro lado, a maior exposição do assunto na mídia e na literatura científica tem revelado lacunas do conhecimento produzido. A despeito do crescente volume de publicações, diversos aspectos têm sido relativamente pouco considerados pelos teóricos que se ocupam em estudar as famílias adotivas, especialmente no que concerne à construção dos vínculos.

Mediante prévia revisão da literatura4, constatou-se, por exemplo, a escassez de estudos a respeito de famílias já compostas por filhos biológicos que decidem adotar uma criança posteriormente. Deste modo, o presente artigo busca não apenas proporcionar uma visão panorâmica da adoção na literatura científica recente, mas focalizar os vínculos estabelecidos entre pais e filhos (adotivos e biológicos) no contexto da adoção, uma vez que se considera que tais aspectos são centrais na compreensão da adoção e também das transformações contemporâneas observadas na organização da sociedade e da própria família.

Tendo em vista tais considerações, este estudo tem por objetivo apresentar uma atualização da literatura científica a respeito do tema adoção produzida em países da América Latina e Caribe, focalizando os vínculos estabelecidos entre pais, filhos e irmãos, que protagonizam esse contexto. Busca-se, dessa forma, evidenciar o perfil dos trabalhos publicados em fontes de impacto na área, de modo a possibilitar um maior direcionamento das pesquisas sobre o assunto, além de discutir as tendências apontadas por essas publicações e as perspectivas futuras de produção.

 

MÉTODO

Procedimento

Para a realização desta atualização, procurou-se combinar termos relacionados à adoção, à família e às relações familiares, uma vez que o foco escolhido recai sobre os trabalhos que versam sobre os vínculos estabelecidos entre pais e filhos (adotivos ou biológicos) e entre irmãos no contexto da adoção. Para assegurar uma atualização abrangente, foram consultadas as bases LILACS, PEPSIC e SciELO. Tais bases foram escolhidas para dar visibilidade à produção científica dos países da América Latina. Em levantamento prévio, a partir do unitermo adoption, foram registrados cerca de 295 trabalhos na base de dados LILACS, 30 trabalhos na base PEPSIC e 461 na SciELO. Dado o foco dessa revisão, foram incluídos outros unitermos de busca que pudessem colocar em relevo os vínculos familiares, como: adoption and family; adoption and sibling relations; adoption and parents; family and sibling relations; adoption and parents child relations; adoption and parenthood. Após o levantamento inicial das publicações indexadas nessas bases de dados, os resumos foram lidos e analisados segundo os critérios de inclusão/exclusão, descritos a seguir. Os trabalhos selecionados foram recuperados na íntegra, analisados e agrupados em eixos temáticos, de acordo com o foco do artigo. Esses eixos foram analisados de maneira a resgatar as contribuições de cada artigo recuperado.

Critérios de inclusão e exclusão dos trabalhos

Foram selecionados apenas artigos publicados em periódicos indexados. Assim, teses, dissertações, resenhas, livros e capítulos foram excluídos, uma vez que essas produções científicas não passam pelo processo de avaliação por pares nos moldes de peer review. Além disso, trabalhos que se distanciavam do tema ou que tratavam da adoção em termos gerais e distantes do foco do trabalho foram descartados, dando ênfase àqueles que se dedicavam aos vínculos na família adotiva. Foram incluídos estudos nos idiomas: inglês, espanhol e português. Em relação à delimitação da data de publicação dos trabalhos, o recorte abarcou o período de 1998 a 2008, ou seja, recuperaram-se os trabalhos da última década.

Resultados

Com base nos termos de busca utilizados, foram encontrados 124 trabalhos. Aplicando-se os critérios de inclusão/exclusão, o número de artigos selecionados reduziu-se a 26. Na base LILACS foram registrados 64 trabalhos, dos quais se selecionaram 16. Dentre eles, um repetiu-se uma vez nas diferentes combinações de palavras, e dois repetiram-se duas vezes. Assim, selecionaram-se 11 trabalhos. Os outros 48 artigos foram excluídos por tratarem de temas diversos, como planejamento familiar (cinco), sexualidade (dois) e impacto de doença grave na família (um), entre outros temas. Na base PEPSIC, por sua vez, foram registrados 17 trabalhos, dos quais foram selecionados três. Destes, um foi encontrado em três combinações de palavras diferentes na referida base. Por fim, um trabalho foi selecionado. Os outros 14 foram excluídos, versando sobre transtornos mentais (três), drogas (um), estressores ambientais (um) e homossexualidade (dois), entre outras temáticas.

Dentre os 43 artigos encontrados na base SciELO, sete foram selecionados. Seis deles já haviam sido encontrados nas demais bases. Dessa forma, selecionou-se um trabalho exclusivo da SciELO. Outros eixos de destaque foram: impactos da enfermidade da criança na família (três), programas assistenciais à família (três), orfandade (um), dietas (um), entre outros.

Quanto ao idioma a língua predominante das publicações é o português, seguido pelo espanhol, não tendo sido encontrado qualquer trabalho em inglês. Tais resultados podem ser explicados pela escolha de bases que resgatam, predominantemente, trabalhos produzidos no cenário da América Latina e Caribe. Deve-se levar em conta, entretanto, que a elevada porcentagem de artigos em português pode indicar, ainda, uma expressiva participação brasileira no contexto dos estudos sobre adoção.

Quanto ao objeto de investigação e os contextos de estudo dos trabalhos selecionados, pôde-se notar um predomínio de pesquisas relacionadas às motivações para a adoção5-8, a construção da parentalidade nos pais adotivos e os seus significados9,10, a adoção tardia11,12, as relações fraternas13,14 e as abordagens clínicas.5,6,15-17 No que concerne às características dos estudos, foram encontrados trabalhos de revisão teórica5,8,13,17, de análise documental7 e trabalhos empíricos6,9-11,15,16. Encontraram-se também estudos no enfoque de pesquisa quantitativa, utilizando instrumentos como questionários.12,14

Quanto às perspectivas teóricas que fundamentam os trabalhos selecionados, destaca-se o referencial psicanalítico5-8,10,13-17, com referência a teóricos como Adler14, Freud6-8,17, Lacan17 e Winnicott.6,7,16 A perspectiva da Rede de Significações, de caráter sociointeracionista, foi encontrada em dois trabalhos.9,11

 

DISCUSSÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS TRABALHOS SELECIONADOS

Em grande parte das vezes, um dos cônjuges ou ambos apresentam problemas de esterilidade. Algumas pessoas tomam a decisão de adotar como última alternativa para realizar o sonho da paternidade/maternidade, após longos períodos de tentativas frustradas de gerar um filho. Muitas vezes, a esterilidade é sentida como uma ferida narcísica, que "castra" a fantasia de continuidade biológica e imortalidade dos pais.6

Em um estudo de caráter clínico5, afirma-se que todo casal chegará à decisão de adotar após ter percorrido uma extensa trajetória que, inevitavelmente, terá atravessado o luto pela perda de sua capacidade geradora. O cônjuge estéril, nesse sentido, deverá ter assumido sua incapacidade de procriar e o fértil, a ela terá de renunciar. O casal poderá lidar com tais questões de duas formas: elaborando-as ou negando-as patologicamente, com defesas de caráter melancólico ou maníaco. As defesas melancólicas são inibitórias e raramente conduzem à adoção, ao passo que as maníacas induzem sua busca e a facilitam. As últimas podem levar, na relação com a criança, a uma negação maníaca de sua origem, uma vez que a revelação de seu passado será vivenciada como uma ameaça ao equilíbrio do presente.

Acerca das motivações para a adoção5, é preciso atentar se não há precipitação dos pretendentes e se o ideal da adoção é compartilhado por ambos os cônjuges. Fatores que podem ser considerados positivos para o processo são a capacidade de reflexão, a ponderação, a abertura emocional e a flexibilidade para aceitar integralmente a criança que virá. Da mesma forma, outros estudos5,6 colocam a questão da esterilidade como um ponto importante a ser investigado no contexto da adoção.

As motivações para adoção

O segundo estudo6 apresenta uma visão psicanalítica sobre o tema, com a descrição dos mecanismos de defesa que poderiam ser assumidos no casal adotante. Além disso ressalta a importância de conhecer as reais motivações do casal para a adoção, apontando possíveis características positivas e negativas dos futuros pais adotantes que podem levar a uma adoção bem-sucedida ou fracassada.

Segundo o primeiro estudo selecionado6, há uma ampla possibilidade de motivos que impulsionam um casal a adotar uma criança.

Entre eles, destacam-se as questões de infertilidade, pais que relatam que sempre pensaram em adotar, a morte precoce de um filho biológico, o contato com uma criança abandonada que suscita o desejo de dela cuidar, o desejo de ter filhos quando já não é mais possível pelas vias biológicas, o parentesco com pais biológicos que não podem cuidar de seu filho, pessoas que querem vivenciar a maternidade/paternidade, mas não possuem um parceiro, o medo da gravidez, além do argumento de que é melhor adotar do que pôr mais crianças no mundo, uma vez que existem muitas crianças necessitadas que precisam de cuidados.

Um estudo teórico de revisão8 trata das especificidades da parentalidade adotiva, além de apontar diferenças marcantes na construção da identidade de pais adotivos e destacar aspectos importantes para um trabalho preventivo. Retomando os motivos para a adoção6, os autores acrescentam outras motivações levantadas por um outro estudo8: o preenchimento de um vazio existencial, a possibilidade de escolher o sexo da criança, a tentativa de salvar um casamento, o desejo de ter companhia na velhice e o medo da solidão. Para a maior parte dos pais adotivos, porém, a ideia de adotar nasce a partir de uma necessidade de reparar um transtorno biológico que impediu a maternidade por vias biológicas. Assim, vivenciando a frustração nas diversas tentativas de ter filhos, começa-se a pensar na possibilidade de suprir tal lacuna fazendo uso da capacidade de outras pessoas de procriar.

Desse modo, enfatiza-se que há diferenças na construção do desejo de adotar para cada membro do casal, uma vez que cada cônjuge é regido por sua dinâmica inconsciente própria. Os autores do referido estudo inovam, assim, por apontarem a necessidade de investigar as diferenças de gênero nas motivações para adoção. De forma semelhante a outros autores da área, enfatizam a importância da elaboração do luto pelo filho que não se poderá conceber.8

Acerca das repercussões psicológicas da adoção no imaginário de pais e filhos adotivos, um estudo7 avaliou os candidatos à adoção na 1ª Vara da Infância e da Juventude na cidade do Rio de Janeiro. Constatou-se que a esterilidade é uma das razões mais frequentemente alegadas na origem de uma demanda por adoção. Algumas mulheres deixam clara sua incompreensão, que se traduz em um sentimento de incapacidade de "realizar o que qualquer mulher faz sem preparo algum". Sentem-se "secas", defeituosas, incapazes de realizar o que se considera uma "vocação natural da mulher", que seria gerar filhos e dar à luz. Quando a esterilidade é masculina, coloca-se a virilidade em questão7,8, salientando as diferenças na forma como homens e mulheres vivenciam tal incapacidade.

A construção da parentalidade nos pais adotivos e os seus significados

A construção do processo adotivo inicia-se pela impossibilidade de os pais biológicos permanecerem com seus filhos e pela disponibilidade encontrada em outras pessoas, com motivações diversas, para cuidar dessas crianças10. Assim, na base de qualquer adoção, é possível encontrar uma história de rompimento precoce dos vínculos afetivos. Espera-se, entretanto, que os pais substitutos possam oferecer uma base segura para o desenvolvimento das potencialidades da criança, possibilitando a satisfação de suas necessidades básicas e a elaboração dos traumas advindos da ruptura dos primeiros laços afetivos.

Assim, realizou-se um estudo descritivo10 com o objetivo de compreender de que forma se dá a construção da parentalidade no casal adotivo, a partir da avaliação de recursos psicológicos dos pais e da criança adotiva. Para tal, fez-se uso da modalidade estudo de caso, calcado na avaliação psicológica de uma família composta por pai, mãe e dois filhos adotados. Como principais resultados do estudo, os autores encontraram que tanto as crianças quanto os pais apresentavam indicadores de uma boa interna-lização das figuras estruturantes da personalidade, embora se tenha observado um certo distanciamento emocional entre o pai e um dos filhos. As relações familiares, nesse caso, pareceram ser integra-doras, uma vez que, para as crianças, o ambiente da família relacionou-se a situações de abrigo, carinho e aconchego, achado provavelmente decorrente da preocupação dos pais em propiciar às crianças um ambiente favorável para o desenvolvimento de suas potencialidades. Os pais apresentaram uma estrutura psicológica com recursos adequados e pareceram estar aptos a oferecer continência às demandas emocionais dos filhos. Os quatro integrantes da família mostraram uma estrutura de personalidade preservada, apesar de os filhos apresentarem certos prejuízos ao nível da dinâmica do funcionamento psíquico.

Em um estudo a respeito das significações da paternidade no processo de adoção de um bebê9, focalizou-se o processo de construção da parentalidade para os homens. As autoras concluíram que os relatos apontam para uma transformação do papel do pai tradicional em direção a uma "nova paternidade", a qual, entretanto, vem se desenvolvendo de forma lenta e gradual. Percebeu-se, desse modo, que os pais em questão valorizam a troca de carinho e afeto com os filhos, os cuidados físicos, a transmissão de valores (educação), mas a significação de paternidade mais forte ainda é a de um pai provedor, sendo essa a atitude mais comum no cotidiano das famílias9. Este estudo foi o único encontrado, na presente revisão, que tratava especificamente da construção da paternidade no contexto da adoção, uma vez que a maior parte das pesquisas na área enfatiza a construção do vínculo entre mãe e filho. Nessa direção, o artigo apresenta grande valor para o tema investigado, uma vez que compreender a vivência masculina na parentalidade mostra-se de extrema importância para que mais adoções sejam bem-sucedidas.

A adoção tardia

Em um estudo a respeito das adoções tardias12, compararam-se pais que efetuaram adoções de bebês com pais que realizaram adoções de crianças maiores de dois anos, que correspondem ao critério utilizado para a definição da adoção tardia. Segundo a autora, atualmente, procura-se difundir uma "cultura da adoção" para proporcionar um lar para crianças que não o possuem, sem valorizar em demasia condições de saúde, cor, etnia, sexo e idade. A adoção no Brasil, todavia, ainda é comumente associada a uma solução para a infertilidade, o que constitui uma das razões para a maior procura por bebês. Segundo revisão12, a maior parte da população brasileira apresenta uma visão preconceituosa a respeito da adoção tardia. Acredita-se que crianças institucionalizadas trazem maus hábitos ao serem incluídas nos lares adotivos e que aquelas que não sabem que são adotivas tendem a apresentar menos problemas emocionais e com-portamentais, sendo aconselhável, assim, adotar bebês e deles esconder a verdade. A adoção acaba não sendo um processo simples, especialmente a adoção tardia.

Nesse estudo12, realizado com 27 adotantes tardios e 55 adotantes convencionais, pôde-se constatar que, ao contrário do que se imaginava, pessoas de nível socioeconômico mais baixo não encontram maior disposição para a adoção tardia, uma vez que grande parte dos participantes que adotaram crianças mais velhas tinha nível superior completo e renda familiar acima de 20 salários mínimos. A maior parte dos adotantes tardios já possuía filhos biológicos (63% da amostra), ao passo que pouco mais da metade dos adotantes convencionais apresentava-se sem filhos biológicos (50,9%). Quanto ao estado marital, foram encontrados: 66,7% casados, 25,9% solteiros, 3,7% viúvos e 3,7% divorciados entre os pais que adotaram crianças com mais de dois anos, ao passo que 91,9% dos indivíduos que adotaram bebês eram casados. Além disso, os adotantes tardios mostraram-se mais altruístas e demonstraram uma maior preocupação em atender às necessidades do outro como fatores mobilizadores das adoções. Em relação aos adotantes convencionais, as pessoas que adotaram tardiamente foram consideradas mais maduras e estáveis emocionalmente, o que provavelmente está relacionado à idade média mais elevada destes em comparação com aqueles.12

Pode-se concluir, portanto, que as pessoas que realizam adoções tardias provavelmente agem seguindo uma orientação altruística, facilitada pela estabilidade e maturidade emocional. Nesse contexto, as situações familiares, a idade e as experiências de vida podem figurar como fatores significativos, que influenciam a forma como os indivíduos respondem às necessidades dos outros. Além disso, os adotantes tardios podem constituir-se como um grupo composto por casais que já tiveram filhos biológicos, já tendo vivenciado, portanto, a experiência de criar uma criança, não tendo mais necessidade ou mesmo disponibilidade para recomeçarem com um bebê. Tratando ainda da adoção tardia, de algumas décadas até hoje, vive-se uma era marcada pela valorização do melhor interesse da criança, filosofia internacional que orienta as regulamentações e políticas de atenção à criança em diversos países.11 Assim, no Brasil, nasce um movimento por uma nova "cultura da adoção", segundo a qual é preciso buscar uma família para a criança, e não uma criança para a família.

As mudanças na legislação brasileira promoveram novas práticas em relação à adoção, como o Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, que instituiu diferentes possibilidades de adoção, como a adoção singular, a unilateral ou monoparental e a adoção conjunta realizada por casais ou concubinos11.

Tomando por base o referencial teórico-metodológico da Rede de Significações, um estudo11 acompanhou um casal e o processo de adoção tardia de duas irmãs. O processo do casal caracterizou-se por um tornar-se pai e tornar-se mãe dentro de um período de guarda provisória, período frágil, em que são construídos vínculos de maternidade, paternidade e filiação. Ao enfrentarem tal fase, o casal em questão relatou suas dificuldades no cuidado dos novos filhos, um sentimento de invasão e falta de privacidade com a chegada das crianças, além de questionamentos próprios à adoção11. Por fim, as autoras destacam a necessidade de pesquisas que favoreçam uma reflexão sobre a parentalidade adotiva e contemplem seu processo de construção, uma vez que poucos estudos investigam o tornar-se pai e mãe adotivos a partir do discurso de todos os envolvidos.

Esse estudo11 apresenta uma concepção bastante semelhante àquela apresentada no estudo anteriormente referido12, relatando os preconceitos em relação à adoção tardia e a tentativa de mudança a partir da difusão de uma nova "cultura da adoção", que estaria apoiada no melhor interesse da criança. De modo geral, os estudos incluídos na categoria "adoção tardia" procuram desmitificar os estereótipos, preconceitos e fantasias existentes em relação à adoção tardia, contribuindo para que mais crianças maiores de dois anos possam conviver em família.

As relações fraternas

Em outro estudo selecionado14, de caráter quantitativo, buscou-se investigar a forma como a presença ou ausência de irmãos influencia a personalidade dos filhos, a partir da constatação da existência de poucos trabalhos a respeito das relações existentes no interior da família. As poucas pesquisas intrafamiliares disponíveis, entretanto, têm incidido sobre as relações entre pais e filhos; raramente se investigam os relacionamentos fraternos.14 A presença ou ausência de irmãos constitui-se como um elemento importante da família. Sobretudo quando os irmãos têm idades muito próximas, o fato de frequentarem os mesmo ambientes (creches e escolas, por exemplo) fez com que os mesmos mantenham contato por um grande período do dia, muitas vezes, durante mais horas do que permanecem com seus pais.

Este trabalho14 resgata as ideias de Alfred Adler (1870-1937), considerado o pioneiro no estudo das relações fraternais. Para ele, é na relação com a família e, especificamente, com os irmãos que se começa a desenvolver o sentimento social, fundamental para o desenvolvimento do caráter. No contexto da adoção, Adler enfatiza que o filho adotivo pode tornar-se muito mimado e exigente, podendo, além disso, criar ressentimentos e idealizar seus pais biológicos. Seus pais adotivos podem sentir-se tão agradecidos por terem um filho que acabariam por mimá-lo, tentando compensá-lo pela perda de seus pais biológicos.

A amostra do estudo foi constituída de 1142 estudantes universitários, 268 do sexo masculino e 874 do sexo feminino. Mediante análises estatísticas, pôde-se concluir que a posição na fratria é, efetivamente, um dos fatores responsáveis pelas variações na personalidade dos indivíduos. Constatou-se, ainda, a existência de diferenças de personalidade entre os sujeitos que ocupavam cada uma das quatro principais posições fraternais (únicos, mais velhos, mais novos e do meio). Os filhos únicos são menos amáveis do que os mais velhos e do que os mais novos, provavelmente por terem tido menos oportunidades de se interrelacionarem com seus pares. Além disso, percebeu-se que os irmãos mais velhos são mais conscienciosos (mais obedientes ao dever e mais deliberados), mais altruístas e menos hostis do que os do meio. Os mais velhos, assim, são vistos como aqueles que mais estritamente aderem aos padrões de conduta, obrigações morais e princípios éticos, aceitando a responsabilidade de serem os detentores das normas e valores familiares. Em síntese, o estudo comprovou que o lugar único que cada indivíduo ocupa na família determina experiências próprias, as quais originam formas diferenciadas na constituição da personalidade.14

De acordo com outro estudo13, que descreveu as relações fraternas construídas na adoção, a parentalidade adotiva configura uma realidade própria por suas especificidades. O casal sem filhos vive uma transição: de uma convivência a dois, passa a constituir uma família com um maior número de integrantes. Esses novos pais devem enfrentar mudanças na organização familiar; as relações na família precisam se reacomodar13. Segundo esses autores, o filho adotivo criado junto a um filho biológico dentro de uma mesma família pode gerar temores e sentimentos ambivalentes. Existe uma preocupação por parte dos pais de não criar diferenças entre um e outro, para evitar que o filho adotivo se sinta excluído. Na relação entre irmãos surgem rivalidades, inveja, segredos e ressentimentos, assim como apoio e ajuda: os irmãos funcionam um para o outro como uma fonte de identificação e aprendizagem recíprocas. À medida que crescem juntos, a qualidade da relação se modifica, uma vez que o vínculo de irmãos converte-se em vínculo entre irmãos.13

O lugar que os pais adotivos asseguram a cada filho contribuirá para que este seja reconhecido como sujeito de direito. No caso particular dos irmãos, é importante que os pais possam diferenciar a cada um como um ser único e insubstituível. A equipe profissional que atua no contexto da adoção deve colaborar para a construção do vínculo entre os futuros pais adotivos e os filhos a serem adotados. Se a estrutura e a dinâmica familiares contemplam os aspectos mencionados, haverá melhores possibilidades em relação à revelação do conhecimento acerca da origem e maior continência afetiva aos sentimentos e à identidade dos filhos adotivos.13

A adoção no contexto de investigação clínica

Em estudo a respeito da formação dos sintomas psicológicos na criança15, os autores propuseram um atendimento breve de abordagem psicanalítica aos pais. Utilizando como estratégia teórico-metodológica o psicodiag-nóstico infantil, incluíram a família no estudo do sintoma da criança e, por conseguinte, propuseram diferentes formas terapêuticas para encaminhamento dos casos, por vezes até mesmo deslocando o foco da atenção da criança para os pais. Mediante os atendimentos realizados, foi possível notar a existência de particularidades nos casos de adoção em questão. Por exemplo, a presença de fantasias e sentimentos preconceituosos em relação ao filho adotado, independentemente da estrutura familiar preexistente (presença de mais filhos ou não) pôde ser notada na crença de que o filho possuiria um "sangue ruim".

Outra fantasia bastante recorrente nos pais adotivos é a de que seus filhos certamente se tornarão um problema no futuro. Parece existir um medo de que estes se tornem marginais, crianças de comportamento difícil ou, ainda, que não se adaptem à escola. Além disso, são comuns as fantasias de "roubo" por parte dos pais adotivos, um sentimento de ter retirado o filho da mãe biológica, como se a tivessem privado da maternidade, o que gera fantasias persecutórias em relação aos pais biológicos, pois espera-se que eles venham reivindicar o filho "roubado".15

A dificuldade em contar a verdade sobre a adoção para a criança constitui outro tema recorrente no estudo. A não-revelação à criança de que ela é adotiva, entretanto, pode suscitar uma confusão mental, uma vez que, inconscientemente, esta sabe que não é filha biológica do casal adotante. O não contar pode interferir no estabelecimento da identidade da criança, bloqueando seu desenvolvimento psicológico e colaborando com a formação de sintomas18,19. Dentre os quatro casais relatados no estudo, apenas um deles havia revelado ao filho sua condição de adotivo. Assim, pôde-se supor o quanto tal revelação é difícil para os pais em questão; o quanto é difícil para eles aceitarem-se como pais adotivos e não biológicos15.

Os resultados obtidos na pesquisa15 corroboram os achados de outras investigações, uma vez que as fantasias vivenciadas pelos pais que participaram desse estudo já foram descritas em diversos outros trabalhos. A investigação inova ao deslocar a ênfase da formação do sintoma na criança para a família. Assim, oferece subsídios para que outros estudos sejam realizados, a fim de que se investiguem as possíveis contribuições que a psicologia pode proporcionar a famílias que vivenciam a adoção. Esse estudo contribui, ainda, para a literatura na área de adoção por incorporar um enfoque winnicottiano ao tema, fazendo uso de vários de seus construtos e elaborações teóricas para a análise dos resultados. Vários outros trabalhos também mencionam o autor, embora nenhum outro dos demais estudos selecionados para a presente revisão tenha especificamente se apoiado teoricamente nas ideias de Winnicott.

Em um estudo a respeito do atendimento de famílias adotivas no contexto da clínica psicanalítica6, hipotetiza-se que, muitas vezes, a busca por ajuda psicoterapêutica não está explicitamente ligada à questão da adoção, mas é deflagrada por outras questões, por exemplo, quando a criança apresenta dificuldades emocionais ou comportamentais na escola. Nesses casos, a adoção aparece como pano de fundo sobre o qual essas dificuldades acontecem. Em outras situações, entretanto, a demanda por auxílio psicoterápico relaciona-se diretamente ao tema da adoção, como na procura de orientação de pais para lidar melhor com seu filho adotivo, para contar-lhe sobre a adoção ou até mesmo para preparar o casal frente a um processo de adoção que ainda não se iniciou.

Por meio do relato de um caso clínico6, levantam-se questões comumente presentes na dinâmica psíquica dos pais adotivos, entre elas as fantasias dos adotantes, os sentimentos advindos da condição de infertilidade, o luto pelo filho biológico que não puderam gerar, a dificuldade em conviver com as diferenças, as fantasias de roubo e do "mau sangue". A autora conclui que a possibilidade de pais adotivos recorreram a um acompanhamento de orientação psicológica é valiosa, pois poderia funcionar como um recurso preventivo em relação ao aparecimento de distúrbios na relação familiar e no equilíbrio emocional do filho. No curso de um trabalho psicanalítico poderiam ser construídas "novas adoções", apoiadas em uma base mais real e sólida. Nelas, os pais poderiam rever seus verdadeiros sentimentos a respeito de seus filhos e de si mesmos, sentindo-se adotados pelo profissional com quem dividem suas angústias e dúvidas6.

Estudos6,15 levantam questões comuns ao trabalho com adoção, como a crença de que a criança adotiva seria portadora de algum traço atávico, como um "sangue ruim", tornando-se, assim, inevitavelmente um problema; as dificuldades em revelar ao filho sua condição de adotivo e as fantasias de que a adoção constitui-se em uma espécie de apropriação indébita da criança apartada de seus pais biológicos, com o consequente temor inconsciente da retaliação dos mesmos. Ademais, o estudo6 procura investigar de que forma o atendimento psicológico pode contribuir para a construção de adoções mais consistentes, assim como os dois primeiros artigos arrolados nesta atualização15,16. Desse modo, tal estudo6 também corrobora os achados da literatura da área.

Partindo da narratividade da experiência clínica, outro estudo17 propõe uma interface das fantasias subjacentes à adoção com os contos de fadas e outras histórias literárias, tendo como referencial teórico a psicanálise. Segundo este estudo, as histórias infantis sempre tiveram o poder de auxiliar as crianças a nomear e suportar conflitos básicos. Os contos de fadas expressam-se por metáforas, expondo os dramas e as fantasias da criança de forma simbólica, nos quais ela pode projetar-se, identificar-se e reconhecer-se, na medida de suas possibilidades. Assim, as histórias se tornam uma potencialidade não ameaçadora para que a criança resolva ou busque soluções para os seus dilemas, permitindo que ela tenha certo controle sobre seus conflitos internos por meio das narrativas. O estudo17 inova no sentido de trazer uma ferramenta de trabalho diferente para a investigação dos processos psicológicos da adoção no contexto da clínica: as histórias infantis. Descreve, dessa forma, como os contos de fadas podem contribuir para que a criança reelabore seus conflitos básicos, proporcionando-lhes uma nova conotação. Contribui, enfim, por apresentar mais um recurso para o aprimoramento do trabalho clínico no contexto da adoção. Esse recurso se vale de uma linguagem bastante adequada à abordagem de crianças, pois facilita o trabalho de aproximação ao universo infantil.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão integrativa da literatura mostrou que um dos focos mais proeminentes de investigação, presentes em vários estudos incluídos, diz respeito às motivações para a adoção, trazendo a esterilidade como uma das principais razões que impelem os casais a adotarem uma criança5-8. A ideia de adoção surge, para casais com problema de esterilidade, como a última esperança de superar a frustração; uma tentativa de substituir o desejo de gerar pelo desejo de ser pai ou mãe7. É necessário, porém, que uma lenta elaboração dessa "incapacidade" seja realizada, que o luto pela perda da imagem de pais biológicos seja elaborado. Torna-se importante, nesse contexto, investigar as reais motivações que impulsionam um casal a procurar pela adoção, uma vez que essas motivações expressam pensamentos conscientes e fantasias inconscientes que podem vir a se constituir como entraves ao relacionamento com a criança6.

Em relação à construção da parentalidade nos casais adotivos, dois dos estudos selecionados abordavam esse tema especificamente9,10. Um deles10 enfocou a adoção de duas crianças, fazendo uso de diversos instrumentos de avaliação psicológica. O outro9 trata da figura masculina no contexto adotivo, aprofundando-se na investigação do papel paterno nas relações familiares. Tais estudos trazem valiosas contribuições para a área de pesquisa, uma vez que contribuem para um maior entendimento a respeito das vicissitudes e similaridades existentes na construção da parentalidade adotiva e biológica.

Quanto ao atual contexto da adoção, ressalta-se que, no Brasil, vive-se um movimento por uma nova cultura da adoção, na qual os interesses da criança é que são priorizados: busca-se, dessa forma, uma família para uma criança, e não uma criança para uma família11,12. Nesse sentido, incentiva-se a realização de adoções diferenciadas como, por exemplo, a adoção tardia, um dos temas enfocados nos estudos incluídos nesta revisão. Estudos dessa natureza mostram-se de extrema relevância para a promoção de uma cultura da adoção, estimulando e criando condições mais favoráveis para que mais adoções bem-sucedidas venham a ser realizadas, especialmente aquelas que envolvem crianças maiores de três anos, que muitas vezes são condenadas a uma vida destituída de convivência familiar nos abrigos públicos.

Foram encontrados poucos trabalhos que tratassem especificamente das relações fraternas na família. Tais estudos13,14 contribuem para que o foco de pesquisa seja deslocado das relações entre pais e filhos para a relação entre irmãos. Retomando as ideias de Adler14, explicita-se a relevância da presença de irmãos na constituição da personalidade e, mais especificamente relacionado ao tema deste trabalho de atualização, discute-se a construção de vínculos entre irmãos nas famílias constituídas por adoção13.

Vários dos estudos enfocaram a questão da adoção no contexto de investigação clínica6,15-17. Nesses trabalhos, pode-se notar a prevalência de um arranjo mental recorrente na vivência das famílias adotivas: preconceitos, crenças distorcidas, fantasias e medos permeiam o universo da adoção. Tais estudos, no entanto, investigam as contribuições da prática clínica no trato dessas questões, concluindo que o trabalho psicoterápico pode auxiliar pais e filhos adotivos no enfrentamento dos conflitos individuais e familiares.

De modo geral, todos os artigos incluídos na revisão perpassam o tema da construção de vínculos na adoção, a partir do nascimento do desejo de adotar5-8, passando pela configuração da parentalidade nos casais adotivos9,10, inclusive nos adotantes tardios11,12, pela constituição dos vínculos fraternos13,14 e finalizando com as contribuições das práticas clínicas na resolução de possíveis conflitos vivenciados pelas famílias adotivas6,15-17.

A presente atualização permite levantar, ainda, algumas questões a serem investigadas de forma mais profunda por pesquisas futuras. Quais as razões que motivam casais a adotar, quando a esterilidade não se encontra como um fator impeditivo para o exercício da parentalidade? Como se dá a construção da parentalidade adotiva em casais que já exerceram a maternidade/paternidade pela via biológica? Qual é o impacto da adoção sobre a conjugalidade? Qual o potencial de transformação da relação conjugal que a adoção promove? Qual é o papel dos ideais no processo de produção das subjetividades dos cônjuges? De que modo são construídos os vínculos fraternos na família adotiva? Quais as estratégias que podem contribuir para que mais adoções bem-sucedidas possam acontecer? Tais questionamentos demonstram a necessidade de que mais pesquisas sejam realizadas, a fim de que as particularidades do universo da adoção sejam melhor compreendidas e que seus preconceitos possam ser desnudados.

 

REFERÊNCIAS

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Endereço para correspondência
Prof. Dr. Manoel Antônio dos Santos.
Departamento de Psicologia e Educação da FFCLRP USP.
Avenida Bandeirantes, 3900, Monte Alegre
CEP: 14040-901. Ribeirão Preto, SP
E-mail: masantos@ffclrp.usp.br
Telefone: (16) 3602 3645 / (16) 8132 9896

Recebido em 22 de março de 2009.
Modificado em 16 de julho de 2009.
Aceito em 21 de outubro de 2009.

 

 

Este trabalho foi subvencionado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP - Processo 2007/59106-1).

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