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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282

Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. vol.22 no.2 São Paulo  2012

 

ARTIGO ORIGINAL

 

Correlação entre o perfil neurofuncional e as habilidades sensório-motoras de crianças com paralisia cerebral

 

Correlation between neurofunctional profile and sensory-motor skills of children with cerebral palsy

 

 

Fernanda Dorneles de MoraisI; Joyce Cristina FreitasII; Fabiana Pavan VianaIII; Cibelle Kayenne Martins Roberto FormigaIV

IFisioterapeuta graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO); Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq
IIFisioterapeuta graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO); Bolsista de Iniciação Científica BIC/PUC
IIIProfessora Doutora do Departamento de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia e do Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO)
IVProfessora Doutora da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

OBJETIVO: verificar a correlação entre o perfil neurofuncional e as habilidades sensório-motoras de crianças com paralisia cerebral.
MÉTODO:
a amostra foi composta por 27 crianças com paralisia cerebral. Utilizou-se a ficha de avaliação neurológica para se obter os dados do perfil neurofuncional e o Inventário Portage Operacionalizado para avaliar o desenvolvimento sensório-motor.
RESULTADOS: o comprometimento funcional está relacionado com o maior grau de incapacidade, alteração do tônus e déficit das reações corporais das crianças. As reações corporais correlacionam entre si e com as alterações sensoriais. Houve também correlação entre as cinco áreas do desenvolvimento (motora, de linguagem, socialização, autocuidado e cognitiva), indicando a importância de cada uma para o desempenho geral do ser humano.
CONCLUSÃO: foi verificado que o déficit nas habilidades dessas crianças está relacionado principalmente ao nível funcional, grau de incapacidade, alterações no sistema sensorial e falhas nas reações corporais. É importante identificar a correlação desses dados a fim de aperfeiçoar o tratamento e melhorar o desempenho físico funcional dessas crianças.

Palavras-chave: paralisia cerebral; fisioterapia; reabilitação; performace funcional; perfil psicomotor.


ABSTRACT

OBJECTIVE: to investigate the correlation between the profile neurofunctional and sensory motor skills of children with cerebral palsy.
METHODS: the sample comprised 27 children with cerebral palsy. We used a neurological evaluation form to obtain the neurofunctional profile and Portage Inventory to evaluate sensorimotor development.
RESULTS: the functional impairment is related to the greater degree of disability, change in tone and a deficit of body reactions of children. The body reactions correlate with each other and sensory changes. There was also a correlation between the five areas of development (motor, language, socialization, self-care and cognitive), indicating the importance of each to the overall performance of the human being.
CONCLUSION: it was found that the deficit in the skills of these children is mainly related to the functional level, degree of disability, changes in the sensory system and flaws in bodily reactions. It is important to identify the correlation of these data in order to improve treatment and improve the physical functional performance of these children.

Key words: cerebral palsy; physical therapy; rehabilitation; functional performance; psychomotor profile.


 

 

INTRODUÇÃO

A Paralisia Cerebral (PC) é conceituada como Encefalopatia Crônica Não Progressiva da Infância (ECNPI), definida como um grupo de desordens motoras não progressivas. Caracteriza primordialmente por um transtorno persistente, porém não invariável, que surge na primeira infância e que não é somente secundária à lesão não evolutiva do encéfalo, mas se deve também à influência que a referida lesão exerce sobre a estrutura e função do corpo1.

A PC é uma desordem caracterizada pela presença de espasticidade e menor desempenho nas habilidades funcionais e na função motora ampla2. Embora a principal característica da PC seja o déficit motor, frequentemente, existe associação com um ou mais distúrbios decorrentes da lesão neurológica, tais como convulsões; déficit cognitivo; déficit auditivo; alterações visuais; distúrbios de linguagem e deglutição, alterações nos sistema cardiorrespiratório e gastrintestinal3.

O aumento nas taxas de sobrevivência de prematuros tem ampliado o risco de lesões cerebrais que potencialmente causam PC. A PC possue alto impacto econômico, com interferência relacionada à saúde, ao aspecto social e psicológico4.

Dados na literatura relatam que o perfil neurofuncional pode interferir nas habilidades motoras de crianças com PC. As alterações do tônus e a presença de padrões anormais de movimento dificultam a manutenção da postura e a realização dos movimentos. Este fato resulta no impedimento da aquisição das reações posturais normais. A criança não consegue manter o alinhamento, a retificação para desempenhar as atividades de vida diárias e manter-se contra a gravidade em diversas posturas5.

A realização do presente estudo justifica-se por não terem sido encontrados trabalhos na literatura a respeito da correlação do perfil com as habilidades sensório-motoras de crianças com paralisia cerebral. Além disso, a temática é pertinente para que a equipe multidisciplinar tenha maiores informações sobre as características e capacidades do paciente, podendo definir com maior precisão as condutas de tratamento e as orientações para o cuidado dessas crianças.

Assim, considerando que a habilidade sensório-motora é fator de reestabelecimento do desenvolvimento infantil saudável, este estudo tem o objetivo verificar a correlação entre o perfil neurofuncional e as habilidades sensório-motoras de crianças com paralisia cerebral.

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo longitudinal de caráter observacional e analítico de crianças com paralisia cerebral que frequentam o Setor de Fisioterapia da Associação Pestalozzi de Goiânia (Unidade Renascer). Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (Protocolo - CAAE: 0769.0.000.168-07).

Amostra: Foram incluídas neste estudo 27 crianças com diagnóstico clínico de paralisia cerebral, de ambos os sexos, com idade de 1 a 12 anos que freqüentam o Setor de Fisioterapia da Associação Pestalozzi de Goiânia e que os pais tenham assinado o Termo de Consentimento Livre e esclarecido.

O perfil neurofuncional foi obtido por meio da análise da ficha de avaliação neurológica da criança, utilizada na instituição, que é composta por dados gestacionais, avaliação dos reflexos superficiais e profundos, movimentos involuntários, avaliação corporal, nível funcional (GMFCS), grau de incapacidade (leve, moderado e grave), sistemas sensoriais (visão, audição e propriocepção), reações de retificação, reações de proteção e reações de equilíbrio.

A avaliação das habililidades sensório motoras foi realizada por meio do Inventário Portage Operacionalizado (IPO)6. Este instrumento permite descrever os comportamentos de crianças e bebês (0-6 anos de idade), nas cinco áreas de domínio (motora, cognitiva, de linguagem, autocuidado e socialização), além da área de estimulação infantil. As habilidades motoras compreendem reações posturais; desenvolvimento neuropsicomotor e uso de mãos. As cognitivas referem-se à adaptações frente a problemas; solução de problemas práticos; ajustes sensório-motores; decomposição do todo em partes, sua reintegração e percepção de relações. A área lingüística abrange expressões faciais; uso de gestos, vocalizações, palavras e frases; imitação e compreensão. As habilidades de socialização compreendem expressões sociais e cooperação em atividades e as de autocuidados, refere-se à independência em atividades rotineiras. A área de estimulação infantil refere-se à sensibilidade tátil, visual, auditiva, localização visual e auditiva e ao desenvolvimento neuropsicomotor7.

O IPO foi adotado como instrumento de coleta de dados por abranger quase todas as áreas do desenvolvimento infantil e por ser um instrumento de fácil aplicação e prático de para ser usado em serviços de intervenção com bebês e crianças. No presente estudo, as crianças apresentavam um grande comprometimento do desenvolvimento sensório-motor e, por este motivo, manteve-se a utilização do IPO na faixa etária utilizada. O instrumento foi traduzido e operacionalizado seus itens por pesquisadoras brasileiras e pode ser usado em pesquisas com crianças com paralisia cerebral com idade superior a seis anos em intervenção com profissionais e famílias6.

A análise dos dados foi realizada pelo programa Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 10.0 e os dados analisados através de estatística analítica. Coeficientes correlacionais de Pearson foram calculados entre as variáveis contínuas e de Sperman para variáveis categorias. As correlações entre as variáveis também foram analisadas através de boxplots.

 

RESULTADOS

Das 27 crianças participantes deste estudo, 12 (44%) foram do sexo feminino e 15 (56%) do sexo masculino. A média das idades foi de 7,4 anos.

Pode-se observar na tabela 1 que o maior comprometimento funcional está relacionado com o maior grau de incapacidade das crianças, com a alteração do tônus em membros superiores e com o déficit ou até mesmo a ausência das reações corporais do desenvolvimento sensório-motor normal (Tabela 1).

 

 

DISCUSSÃO

Pode-se observar na tabela 1 que o maior comprometimento funcional está relacionado com o maior grau de incapacidade das crianças, com a alteração do tônus em membros superiores e com o déficit ou até mesmo a ausência das reações corporais do desenvolvimento sensório-motor normal (Tabela 1).

Conforme a tabela 2, o atraso nas reações de retificação está associado com o atraso nas reações de proteção e equilíbrio da criança. Por sua vez, o atraso nas reações corporais de proteção está associado com a ausência ou diminuição das reações de equilíbrio nas posturas antigravitárias (Tabela 2).

 

 

De acordo com a tabela 3 as crianças que apresentaram alteração na visão tiveram associação das alterações na audição e no equilíbrio na postura sentada e em pé. Por sua vez a alteração na audição foi relacionada com maior comprometimento funcional, maior grau de incapacidade e déficit nas reações de retificação e equilíbrio sentado. Quanto às alterações da propriocepção verificou-se que déficit proprioceptivo foi associado com o maior comprometimento funcional, maior grau de incapacidade e atraso nas aquisições das reações de proteção (para frente, para os lados e para trás) e nas reações de equilíbrio em posturas antigravitárias.

 

 

Considerando as áreas do desenvolvimento avaliadas pelo Inventário Portage e os itens do perfil neuro-funcional verifica-se que o baixo escore encontrado no desempenho das crianças foi relacionado principalmente com o pior nível funcional e grau de incapacidade, déficit nas reações corporais e alterações visuais e proprioceptivas. Houve também correlação entre as cinco áreas do desenvolvimento (motora, de linguagem, socialização, autocuidado e cognitiva), indicando que o atraso em uma área foi associado com atraso nas aquisições de comportamentos de outras áreas (tabela 4).

 

 

Segundo os resultados obtidos pode-se observar correlação entre a capacidade funcional com as reações corporais e o tônus muscular. Esses dados são concordantes com estudo de Stevens et al.8 , uma vez que as crianças com maior grau de incapacidade apresentaram maior comprometimento funcional e, este último, pode estar relacionado com a idade, indicando que quanto mais velha a criança menor o desempenho físicio e maior grau de incapacidade8.

Quanto à atividade funcional é possível que esteja comprometida principalmente pela alteração do tônus e pelo déficit nas reações corporais. Para que o corpo se reajuste e reorganize frente às diversas posturas é necessário que o tônus seja desenvolvido e possibilite o equilíbrio mecânico, sendo esse indispensável para a coordenação dos movimentos nos seguimentos corporais9. No entanto, sabe-se que o controle postural é afetado também por fatores ambientais10. A ausência de fatores ambientais facilitadores, representam uma barreira para a funcionalidade da criança. Assim, os fatores facilitadores são relevantes para a promoção da funcionalidade e prevenção de incapacidades11.

Foi verificado que o atraso nas reações de retificação esteve associado com o atraso nas reações de proteção e equilíbrio. Os atrasos nas reações de retificação e equilíbrio estão associados ao déficit nas capacidades funcionais das crianças com paralisia cerabral. Embora o controle estável da postura e do equilíbrio é automática para os indivíduos saudáveis, esta é muitas vezes um desafio para os pacientes com paralisia cerebral12. Segundo Guimarães & Tudella13 e Zafeiriou14 o déficit do desenvolvimento dos mecanismos de equilíbrio e as alterações nas reações posturais podem ser indicativos de alterações neuro-sensório-motoras, como a paralisia cerebral.

O desenvolvimento das reações de retificação e de equilíbrio permite o indivíduo manter sua postura e equilíbrio de cabeça, tronco e extremidades inferiores em todas as circunstâncias normais, contra a ação gravitacional, enquanto os braços e as mãos permanecem livres para explorar o ambiente15.

Shumway-cook & Woolacott16 corroboram afirmando que as reações emergentes do equilíbrio são precursoras necessárias para a aquisição dos marcos desenvolvimentais associados.

A dificuldade da manutenção do equilíbrio corporal de crianças com paralisia cerebral está relacionada principalmente aos déficits do sistema nervoso central e mudanças mecânicas do alinhamento do corpo. A ativação muscular pode ser citada também como um dos fatores intervenientes para a correta estabilidade corporal, bem como, as dificuldades de se manter determinada postura e/ou posicionamento dos segmentos corporais e mobilidade articular17.

No que se refere às crianças com alterações visuais essas apresentaram alterações auditivas e déficit de equilíbrio na postura sentada e em pé. Esta relação ocorre, pois a visão está estreitamente correlacionada com as outras atividades sensoriais, após a captação e reconhecimento das imagens ocorre a integração cortical dessa com todos os outros sentidos18. Vários autores relatam que caso ocorra falhas sensoriais no indivíduo, poderá haver alteração no desenvolvimento, controle postural e consequentemente na função19,20,21.

A visão é de extrema importancia para a manutenção do equilíbrio corporal, aquisição de informações e estimulação adequada22. Além de sua função básica, a visão desempenha um papel fundamental na estabilização tardia das correções posturais e no planejamento de reações antecipa-tórias23. Ao avaliar 12 crianças com alterações visuais, Okai et al.20 verificaram que todas as crianças apresentaram falhas nas reações de proteção e déficit de equilíbrio.

Quanto ao déficit proprioceptivo observou-se correlação desse com o maior comprometimento funcional, maior grau de incapacidade e atraso nas aquisições das reações de proteção (para frente, para os lados e para trás) e nas reações de equilíbrio em posturas antigravitárias. O sistema proprioceptivo é de natureza neurológica que recebe informações provenientes de múltiplos sensores do nosso corpo. Este sistema integra e ajusta todas essas informações e expede as ordens necessárias para as fibras musculares corporais para que essas realizem uma determinada ação24.

O pior nível funcional, grau de incapacidade, déficits nas reações corporais e as alterações visuais foram relacionados ao comprometimento do desempenho das crianças avaliadas. Mancini et al.25 ao compararem o impacto da gravidade neuromotora ao perfil funcional de 36 crianças com paralisia cerebral, observaram que há superioridade funcional nas que apresentam um menor comprometimento. Segundo a literatura a paralisia cerebral ocorre no período em que a criança apresenta ritmo acelerado de desenvolvimento, comprometendo o processo de aquisição das habilidades motoras fundamentais. Este comprometimento poderá interferir na função, dificultando o desempenho das atividades frequentemente realizadas por crianças com desenvolvimento motor típico26.

O atraso neuropsicomotor pode comprometer outras áreas, pois sua presença limita a criança na ação de seu ambiente, no refinamento dos atos motores, na recorrência das ações, na experimentação e atividades interativas com objetos e pessoas, ou seja, no ambiente no qual o processo de aprendizagem se desenvolve27. É necessário que todos envolvidos no processo de reabilitação do paciente com PC compreenda as prioridades e necessidades destas crianças e as estimulem continuamente em seu cotidiano28.

O déficit nas habilidades dessas crianças está relacionado principalmente ao nível funcional, grau de incapacidade, alterações no sistema sensorial e falhas nas reações de proteção e de equilíbrio. Observa-se a correlação entre as áreas do desenvolvimento avaliadas por meio do IPO indicando a importância de cada uma para o desempenho geral do ser humano.

Sendo assim, tanto os familiares, quanto os profissionais, podem ser orientados a terem maior atenção quanto à presença de alterações sensoriais a fim de melhorar a visão, audição e propriocepção, já que estas estão interferindo nas habilidades das crianças. Pode-se ainda aprimorar as atividades ofertadas, estimulando principalmente as reações de equilíbrio e proteção, atividades para adequação do tônus e que incentivem a experimentação do ambiente e a maior independência para ampliar o desempenho sensório-motor dessas crianças.

 

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