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Journal of Human Growth and Development

Print version ISSN 0104-1282

Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. vol.24 no.2 São Paulo  2014

 

ORIGINAL RESEARCH

 

O que é e como se explica a gravidez na adolescência

 

 

Kallyne Rubyan Oliveira QueirogaI; Maria do Carmo Andrade Duarte de FariasII, VI; Geofabio Sucupira CasimiroIII; Aissa Romina Silva do NascimentoIV; Paula Christianne Gomes Gouveia Souto MaiaV; Kennia Sibelly Marques de AbrantesIV, VI; Vitor Engrácia ValentiVI, Luiz Carlos de AbreuVI

IEnfermeira pela Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Formação de Professores, Cajazeiras, PB
IIProfessor Associado. Universidade Federal de Campina Grande, PB. Pesquisadora em nível de Pós-doutorado
IIIBioquímico, professor da Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Formação de Professores, Cajazeiras, PB
IVMédica. Especialista em Saúde da Família e do Trabalhador. Professora da Universidade Federal de Campina Grande/CFP, Cajazeiras, PB
VBioquímico, professor da Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Formação de Professores, Cajazeiras, PB, professora da Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Formação de Professores, Cajazeiras, PB
VILaboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Departamento de Saúde da Coletividade. Faculdade de Medicina do ABC

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: O exercício da sexualidade de forma inconsequente pode gerar inúmeros conflitos e interferir nos planos futuros de cada adolescente, resultando em gravidez precoce, por exemplo.
OBJETIVO: Descrever as ideias associadas à temática gravidez na adolescência.
MÉTODO: Trata-se de uma revisão sistemática com produção científica acerca da gravidez na adolescência divulgada em periódicos da área da saúde, no período 2006 a 2010. Tem abordagem quantitativa e qualitativa dos dados. A amostra analisada totalizou 20 artigos. O instrumento de coleta de dados foi um roteiro estruturado contendo questões objetivas e subjetivas. Os dados quantitativos foram apresentados em tabela, os subjetivos, em quadros, refletidos através da análise temática (Bardin).
RESULTADOS: Os achados revelam sentimentos negativos, dentre outros, associados à gravidez na adolescência e a sua ocorrência a fatores psicológicos e socioeconômicos.
DISCUSSÕES: A gravidez na adolescência pode ser vista como um período de busca da identidade, ocorrendo em virtude da rebeldia, muitas vezes vivenciada em relação a sua família e ao contexto histórico-social. Portanto, sua explicação é multifatorial.
CONCLUSÃO: Este fenômeno pode ser algo vivenciado positivamente ou negativamente, de forma desejada ou indesejada, com apoio familiar ou não. Por isso, faz-se necessário uma visão holística do fato. Espera-se que este estudo elucide questões acerca da gravidez na adolescência e coopere para ações preventivas e educativas.

Palavras-chave: gravidez na adolescência, pesquisa científica, revisão sistemática.


 

 

INTRODUÇÃO

O termo adolescência deriva de Adolecere, palavra latina que significa crescer, desenvolver-se, tornar-se jovem. Consiste em uma etapa evolutiva do desenvolvimento humano. Sendo, portanto a transição da infância para a idade adulta, definitiva para a formação da personalidade do indivíduo. Trata-se de uma experiência permeada pelos espaços psíquicos, dos limites externos e internos1.

Para melhor compreender este estado de transição devemos analisá-lo em sua totalidade, levando em consideração os fatores biológicos, econômicos, psicológicos, sociais ou culturais, pois é justamente este conjunto de aspectos que confere unidade ao fenômeno da adolescência2.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em consonância com o Ministério da Saúde (MS), define como adolescente as pessoas que correspondem à faixa etária de 10 a 19 anos, podendo ser subdividida em duas etapas: 10 a 14 anos e 15 a 19 anos. O Estatuto da Criança e do Adolescente, através da Lei nº 8.069/90, define que a adolescência corresponde ao período de vida que vai dos 12 aos 18 anos de idade3.

A população mundial de adolescentes corresponde a mais de um bilhão. De modo que 60 de cada 1000 meninas de 10 a 19 anos tornam - se mães, equivalente ao nascimento de 17 milhões de recém-nascidos, em média, a cada ano. Segundo o IBGE, no Brasil, em 2010, a população feminina correspondente a faixa etária dos 10 aos 19 anos se aproximava dos 17 milhões4. Os dados esboçados implicam no desenvolvimento de ações econômicas, sociais, educacionais, culturais, de trabalho, justiça, esporte, lazer, entre outros; objetivando atender as necessidades deste grupo etário.

Apesar das inúmeras controvérsias quanto à delimitação do início e término da adolescência, a puberdade permite a identificação do seu começo. Esta por sua vez é marcada pelo crescimento e desenvolvimento das características sexuais secundárias, conscientização da sexualidade, estruturação da personalidade e da imagem corporal5.

Neste período fica evidente a transformação no campo intelectual e afetivo, demonstrados com uma suposta rebeldia, certo isolamento, apego e influência exagerada por parte de um determinado grupo social ao qual faça parte, adoção de novas formas de se vestir, falar e se relacionar, além de episódios de depressão, tristeza ou euforia. Atualmente, a saúde e a vida social relacional são constantemente abordadas nos diferentes tipos de mídia. Estes, por sua vez, ditam muitas formas de como vivenciar o próprio corpo, como devem ser as relações com os outros, a sexualidade, entre outros aspectos6.

A interação dos fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais influenciam as práticas sexuais de cada grupo social7.

A sexualidade é inevitável, inexorável e irremovível no ser humano desde o nascimento, sendo na adolescência que ela começa a ser vivenciada com mais intensidade8. Pode ser definida como o desejo de contato, calor, carinho ou amor; manifestado através do olhar, beijar, autoprazer e produção de orgasmo mútuo. Também é percebida através dos pensamentos, fantasias, desejos, opiniões, atitudes, valores, comportamentos, práticas e nos relacionamentos9.

Homens e mulheres têm iniciado sua vida sexual cada vez mais cedo. Se analisarmos os estudos realizados entre os brasileiros podemos observar uma tendência a antecipação do início da vida sexual, principalmente entre as mulheres, que tem a primeira relação sexual cada vez mais jovens.

O Ministério da Saúde realizou um estudo, em que foi observado que, em 1984, a idade média do início da vida sexual era aos 16 anos, entre as mulheres de 16 a 19 anos de idade. Já em 1998, a idade mediana verificada diminuiu para 15 anos. Além disso, o número de adolescentes do sexo masculino que teve a primeira relação sexual até os 14 anos de idade foi 35,2%, em 1984, ao passo que, em 1998, esse percentual subiu para 46,7%. No tocante a estimativa de mulheres que tiveram a primeira relação sexual antes dos 14 anos praticamente dobrou, entre 1984 e 1998 (13,6% e 32,3%, respectivamente)10.

É comum percebermos alterações comportamentais no exercício da sexualidade dos adolescentes, de modo que este fato tem sido objeto de estudo e intervenção de políticas públicas. O exercício da sexualidade de forma inconseqüente pode gerar inúmeros conflitos e interferir nos planos futuros de cada adolescente, resultando em gravidez precoce, aborto, infecções sexualmente transmissíveis/síndrome da imunodeficiência adquirida (IST/AIDS), abandono escolar, marginalidade, etc.

O fenômeno gravidez na adolescência tem chamado a atenção das autoridades dos países subdesenvolvidos e desenvolvidos. No Brasil, a pesquisa realizada pela Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde demonstra o crescimento da fecundidade entre as mulheres de 15-19 anos, em confronto com a queda significativa no grupo de 20-24 anos. Essa tendência é acentuada nas décadas de 80 e 90. A idade média da fecundidade, no Brasil, declinou de 28,9 anos para 26,3 anos11, 12. O fato vem alertando inúmeros profissionais da área de saúde, tais como: assistentes sociais, psicólogos, médicos, enfermeiros, além dos profissionais da educação e familiares.

A gravidez na adolescência procede, muitas vezes, da não utilização ou do uso inadequado de método contraceptivo. Deste modo, as ações de prevenção não devem incluir simplesmente a oferta de preservativo feminino e masculino ou dos demais métodos anticoncepcionais, mas também, garantir a troca de experiências, o relato de suas vidas e a recepção de informações que favoreçam a adoção de hábitos saudáveis de vida13.

Dentre os vários argumentos utilizados para explicar a ocorrências destes fatos, destacam - se variáveis demográficas, educacionais, do comportamento sexual e contraceptivo, fatores psicossociais relativos à adolescente e sua família. Além de fatores de natureza biológica e sociocultural, tais como a imaturidade do sistema reprodutivo, ganho de peso inadequado durante a gestação, início precoce da vida sexual, maior frequência de relações sexuais, pobreza e marginalidade social, combinados ao estilo de vida adotado pela adolescente, a falta de cuidados pré-natais das adolescentes, níveis baixos de instrução e menor expectativa de desempenho profissional para o futuro11, 14.

A gravidez na adolescência pode acarretar um risco maior de baixo peso ao nascer (BPN) e a prematuridade, que são apontados como principais responsáveis pelas maiores taxas de morbidade e mortalidade no primeiro ano de vida do recém nascido. Apontam como consequência a gestação precoce a exposição a abortos, distúrbios de ordem afetiva, tanto em relação à mulher quanto ao recém nascido, propensão à baixa autoestima e à depressão, consequências emocionais advindas de relações conjugais instáveis11.

Frente ao exposto, a gestação na adolescência tem preocupado muitos especialistas e pesquisadores. Esse fato é detectado pela publicação de inúmeras pesquisas sobre essa temática, em livros, capítulos de livros, periódicos, jornais, sites etc., por profissionais diversos. Eventos de diversas categorias profissionais, local, regional, nacional e internacional, são também ocasiões onde pesquisas sobre o tema em questão são divulgadas. Além das apresentações orais e em painéis, os resumos dos trabalhos são também publicados nos anais desses eventos. Assim, o objetivo é descrever as ideias associadas à temática gravidez na adolescência.

 

MÉTODO

Trata-se de uma revisão sistemática15, uma vez que utilizou como fonte de dados divulgações de pesquisas abordando a gravidez na adolescência, publicados em periódicos da área da saúde, que incluem investigações da área de enfermagem.

Tendo escolhido o tema e a delimitação do problema a ser investigado, foi feito um levantamento bibliográfico das publicações sobre a gravidez na adolescência, nas bibliotecas e na Internet. Foram consultados catálogos, livros, manuais, resumos, periódicos especializados, base de dados, jornais etc., destacando MEDLINE, PubMed e SciELO, nos quais era feita uma leitura dinâmica, permitindo uma visão geral sobre o tema em questão e a delimitação específica do problema. Concluído o levantamento bibliográfico, foram selecionadas as obras que fundamentaram teoricamente este estudo, as quais aparecem nas citações no corpo desta pesquisa.

Entre setembro a outubro de 2011 foram selecionados os periódicos, através de pesquisas na Internet nos sites www.bireme.br e www.scielo.br (Scientific Electronic Library Online), para selecionar os periódicos nacionais e internacionais, com indexação do ISSN; contido na lista Qualis, preferencialmente A1 e A2, com circulação internacional e nacional, que fossem representativos para a enfermagem (considerando que a finalidade desta pesquisa foi o Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Enfermagem de título: Análise de produções científicas acerca da gravidez na adolescência (Graduação em Enfermagem) - Universidade Federal de Campina Grande, 2011). Além destes sites, foram consultados os sites específicos de cada periódico selecionado nesta pesquisa.

A Scientific Electronic Library Online - SciELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME). A partir de 2002, o Projeto conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e tem por objetivo o desenvolvimento de uma metodologia comum para a preparação, armazenamento, disseminação e avaliação da produção científica em formato eletrônico16.

O trabalho de seleção dos periódicos foi minucioso e detalhado. Nas consultas realizadas para tal foi separado um total de 06 periódicos, com Qualis A1 e A2, publicados durante o período 2006 a 2010, a saber: Revista Latino-Americana de Enfermagem, Acta Paulista de Enfermagem, Revista Escola de Enfermagem da USP, Revista Texto & Contexto-Enfermagem, Revista de Saúde Pública e Caderno de Saúde Pública.

O período de tempo demarcado em 05 anos justifica-se por considerá-lo satisfatório para se realizar a análise proposta, uma vez que, nesse tempo muitas mudanças podem ocorrer nas políticas sociais, econômicas e de saúde, no Brasil, o que, sem dúvida, pode influenciar nos resultados das pesquisas desenvolvidas em tais áreas.

Após separação dos periódicos publicados no espaço de tempo delimitado, o sumário de todos os fascículos foi lido, ao passo que foi destacado o artigo que enfocasse o objeto deste estudo: gravidez na adolescência. Foram identificados 23 artigos que possuíam em seu título ou em suas palavras-chave as expressões gravidez, gestação ou fecundidade na adolescência. Destes 23 artigos foram excluídos 3, por não se tratarem de artigos originais.

Como instrumento para a coleta de dados foi utilizado um roteiro estruturado, formulado contemplando itens que permitiram apreender dos artigos analisados: os descritores, formação ou atuação do autor principal, idéia associada ao tema e explicação para a gravidez na adolescência.

O instrumento foi testado com um único artigo17 sobre a gravidez na adolescência, publicado em período anterior ao proposto para a coleta desta pesquisa. Esse teste permitiu identificar a adequação do roteiro para a coleta definitiva dos dados.

Com o roteiro para a coleta dos dados em mãos, os achados foram coletados mediante a leitura minuciosa e cuidadosa de todos os artigos selecionados. À medida que cada artigo foi lido, foram feitas anotações contemplando os itens constantes no referido roteiro. A coleta foi realizada no mês de outubro de 2011.

A análise dos dados baseou-se em uma abordagem quantitativa e qualitativa. Em termos quantitativos, foram investigadas as seguintes variáveis: título do periódico; ano de publicação; formação e atuação dos autores, que foram representadas em tabelas.

Os dados qualitativos foram refletidos por meio da análise de conteúdo, em sua modalidade de análise temática18, que preconiza a apreensão dos aspectos comuns, ligados à maioria dos participantes, associados a cada tema.

O primeiro passo para a organização do material foi a separação dos artigos por periódico e ano, para a construção de um quadro tabulado, para facilitar a checagem, após leitura de cada artigo. Nessa separação, os artigos do estudo foram categorizados com as iniciais do periódico, ano e ordem sequencial de leitura e análise.

Em seguida, a análise qualitativa dos artigos seguiu os passos:

  • Leitura inicial e releitura dos artigos - cada artigo foi lido para se ter uma visão panorâmica do raciocínio do autor;
  • Identificação das unidades de significado que emergiram da publicação - procurou-se fazer ao texto uma série de perguntas para compreender o conteúdo da mensagem do autor;
  • Descoberta de temática/categorias;
  • Interpretação e discussão das temáticas e categorias encontradas - buscou-se tomar uma posição própria a respeito das idéias enunciadas.

Da leitura, coleta e análise dos dados emergiram 02 temáticas:

  • Idéias associadas à gravidez na adolescência;
  • Explicações para ocorrência da gravidez na adolescência

Na leitura e compreensão de cada temática foram elencadas diversas categorias. Após essa classificação e agregação, as categorias referentes a cada temática foram apresentadas em quadros e analisados à luz da literatura.

 

RESULTADOS

CARACTERIZAÇÃO DOS PERÍODICOS INVESTIGADOS

A tabela 01 nos dá a visualização gráfica da produção científica sobre a gravidez na adolescência no período de 2006 a 2010.

A tabela 2 apresenta a relação dos autores principais dos artigos analisados, conforme a sua titulação e ou formação acadêmica.

ANÁLISES DAS CONCEPÇÕES EXPRESSAS PELOS AUTORES DOS ARTIGOS INVESTIGADOS FRENTE À GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

A fim de facilitar a análise das informações obtidas através dos artigos científicos investigados foram identificadas 2 temáticas e agrupadas em categorias, expressas em quadros. Sendo elas: idéias associadas à gravidez na adolescência (Quadro 1) e explicações para ocorrência da gravidez na adolescência (Quadro 2).

 

DISCUSSÃO

SOBRE OS PERIÓDICOS INVESTIGADOS

De acordo com a tabela 01 percebe-se a visualização gráfica da produção científica sobre a gravidez na adolescência no período de 2006 a 2010. Foram produzidos e publicados nestes periódicos 3752 estudos, excluindo apenas os de revisão bibliográfica. Neste período 20 artigos possuíam em seus descritores as palavras "gravidez na adolescência", tornando-se alvo de nosso estudo. Assim, foram publicados sobre a temática, 10 artigos no Caderno de Saúde Pública, 4 na Rev. de Saúde Pública, 3 na Acta Paulista de Enfermagem. Os periódicos: Rev. Latino-Americana de enfermagem, Rev. Escola de Enfermagem USP e a Revista Texto & Contexto publicaram 1 artigo, cada.

Conforme já referido, a escolha dos periódicos foi realizada por base no Qualis dos mesmos. Deste modo, foi selecionada a Rev. Latino-Americana de Enfermagem e Revista Texto & Contexto por serem periódicos de circulação nacional e internacional, afiliadas à Associação Brasileira de Editores Científicos - ABEC e constarem nas mais importantes bases indexadoras nacionais e internacionais. Escolhemos a Rev. Escola de Enfermagem USP, a Acta Paulista de Enfermagem, Rev. de Saúde Pública e o Caderno de Saúde Pública por serem referência nacional na área de enfermagem e área de saúde, terem Qualis A1 - A2 , e constarem todas na Livraria Científica Eletrônica16.

A tabela 02 dispõe a formação ou titulação do autor principal dos artigos analisados, sendo composta por 10 professores doutores, 2 professores mestres, 3 pós-doutores, 3 especialistas e 2 assistencialistas.

Nem todos os artigos continham as informações a respeito da formação/titulação do autor principal, de modo que contemplasse o objetivo do nosso estudo. Para tanto, foi realizada a busca deste dado acessando o currículo lattes de cada autor principal, na plataforma lattes do CNPq19.

Os achados da tabela 2 apontam que o desenvolvimento da pesquisa está intimamente ligado ao meio acadêmico. Tem sido observada esta tendência a partir de 1970 e vem se estendendo por mais de 20 anos, de modo que não só o desenvolvimento da pesquisa, mas também a sua infra-estrutura é essencialmente tributária à expansão do parque de pós-graduação, isso tudo propiciado pelo modelo hegemônico das universidades, onde as pessoas estão para desenvolver os trabalhos científicos e há o apoio financeiro necessário à pesquisa20. Vale ressaltar que este modelo estrutural foi analisado e o que se espera é uma crescente e paulatina inversão da relação pesquisa e ensino. Deste modo, o ensino deverá buscar a pesquisa para aí desenvolver-se.

 

CONCEPÇÕES EXPRESSAS PELOS AUTORES DOS ARTIGOS INVESTIGADOS FRENTE À GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

O quadro 01 expressa as idéias dos autores frente à gravidez na adolescência, de modo que 15 demonstraram sentimentos negativos, 6 sentimentos positivos, 15 associaram-na a um problema de saúde pública e/ou problema social, 2 fizeram referência a este período como tempo de transição, busca da identidade e 10 utilizaram palavras como precoce, desafio e fenômeno para assim definir o tema.

No quadro 01 para contemplar diversas idéias associadas à gravidez na adolescência inicialmente foram agrupadas todas aquelas que correspondiam a sentimentos negativos, em 15 artigos, sendo estes sentimentos: "algo ruim, surpresa desagradável, algo não planejado, complicação, ameaça ao futuro, momento obscuro, situação difícil, situação conflituosa, situação penosa, momento de dúvida, momento de anseio, momento de contestação, situação grave e período crítico".

A gravidez na adolescência torna-se um período de complicação, uma ameaça ao futuro, um momento obscuro, um momento de dúvida, contestações e anseio, devido à necessidade de reestruturação e reajustamento, principalmente, no que se refere à variável psicológica, à variável bioquímica e à esfera socioeconômica, gerando riscos físicos, emocionais e sociais para os jovens envolvidos21.

Quanto aos autores que fizeram referência ao despertar de sentimentos positivos (6 artigos) frente à gravidez na adolescência, expressaram idéias, tais como: "nem sempre é algo imprevisto, contribui para o desenvolvimento da adolescente e família, período satisfatório". Todavia, nem sempre este fenômeno ocorre de forma imprevista ou é algo desagradável. Pode estar relacionado à realização de algum projeto para a adolescente, uma espécie de permissão para entrar no mundo dos adultos, envolvendo dimensões complexas e que se ligam à mudança de status e de reafirmação de projetos de ascensão social22:780.

Além disso, muitas vezes, os jovens vivenciam situações muito difíceis, falta de oportunidade em relação ao meio educacional e profissional, falta de acesso ao serviço de qualidade, dentre outras coisas, de modo que tudo isto pode contribuir para que a ocorrência da gravidez no período da adolescência seja vivenciada como esperança de construir um futuro melhor, período satisfatório23. Há também autores que acreditam que esse período pode contribuir para o desenvolvimento da adolescente e família, devido ambos experenciarem um misto de sentimentos, impregnados por diversos significados e vivências24.

Encontramos em 15 artigos a idéia de a gravidez na adolescência ser associada a um problema de saúde pública/problema social. Para alguns autores, a gravidez na adolescência torna-se um problema de saúde pública, devido o aumento da ocorrência deste fenômeno, sendo comprovado em diversas pesquisas tanto no Brasil, como em diversos lugares do mundo, gerando consequências biológicas, sociais e psicológicas25. Outros, entretanto, afirmam que a gravidez na adolescência torna-se um problema social, visto o fato de poder contrariar todos os projetos que a sociedade prescreve ao indivíduo23.

A gravidez na adolescência também foi associada a um período de transição/busca da identidade (2 artigos). Nesse sentido, a gravidez na adolescência pode ser interpretada como um fenômemo, devido ocorrer uma passagem da situação de filha para ocupar o lugar de mãe, dando origem a uma situação conflituosa, penosa. Pode, também, ser vista como um período de busca da identidade, ocorrendo em virtude da rebeldia, muitas vezes vivenciada pela adolescente em relação a sua família e ao contexto histórico-social onde está inserida21.

Também foi realizado o agrupamento de conceitos, tais como: "algo precoce, desafio e fenômeno" (10 artigos). Para alguns autores, este período é um grande desafio que precisa ser enfrentado23; para outros, o fato da gravidez ter ocorrido na adolescência faz com que ela seja precoce14.

O quadro 02 aborda a explicação para ocorrência da gravidez na adolescência, conforme os autores. 12 afirmaram que a menarca precoce e o início precoce da atividade sexual são fatores explicativos para o evento, 10 atribuíram a sua ocorrência a não seguir orientações familiares, ou desconhecimento ou não utilização acerca dos métodos contraceptivos, ou ainda à dificuldade de acesso ao serviço de saúde; 8 atribuíram a ocorrência às condições psicossociais, econômicas, culturais; 3 à baixa escolaridade. 2 à satisfação do cônjuge e aos relacionamentos pouco duradouros, 2 acreditavam ser pelo fato dos jovens, através disto, se libertarem da casa dos pais e passarem a ser vistos como adultos.

Acerca da menarca precoce (apontada por 10 autores como explicação), é um fato que a média de idade da menarca apresenta atualmente uma tendência à queda, pois é observável que há uma diminuição de cerca de quatro meses, há quatro décadas, correspondendo a faixa etária dos 11 a 12 anos. Trabalhos nacionais relatam que, na década de 1930, encontrava-se por volta dos 13,6 anos, 13,4 anos na década de 1940; 12,8 anos, na década de 1960 e 12,6 anos na de 198026.

Por sua vez, a menarca precoce tem sido associada à precocidade nos relacionamentos sexuais26. A ocorrência da gravidez na adolescência se dá devido ao início, muitas vezes precoce, da atividade sexual; [...] engravidam porque se rendem a seus impulsos sexuais, estimuladas pela atmosfera promíscua de sua casa e da sociedade envolvente27:1486.

Conforme o quadro 2, 10 autores sugeriram que a explicação para a gravidez nesta faixa etária é multifatorial, sendo fatores interligados, destacando-se a desinformação, dificuldade de acesso aos métodos contraceptivos, pobreza e situações de marginalidade social28.

Entendemos que as condições psicosso-ciais, econômicas, culturais (referidas por 8 autores) e a baixa escolaridade (referida por 3 autores) são fatores intimamente relacionados, uma vez que o acesso a educação e à informação está diretamente relacionado à ocorrência da gestação, de modo que quanto maior forem os níveis educacionais menores os índices de gestação na adolescência29.

Por outro lado, a ocorrência da gestação na adolescência pode ser explicada pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde, pois, por vezes, a oferta de atendimento não disponibiliza horários compatíveis aos do adolescente, nem profissionais preparados para atendê-los; e falta acolhimento. Todos esses fatores estão atrelados à condição de vida do jovem, moradia, seu tempo, poder aquisitivo, hábitos e costumes30.

A gravidez da maioria dos adolescentes é não planejada, em virtude dos relacionamentos pouco duradouros, com vínculo frágil, em que, nem sempre, há o controle da concepção, refletindo na perda do contato com este parceiro durante a gravidez e ao cuidado atribuído somente à mulher31. Essa associação foi referida por um artigo.

O desejo de 'libertarem-se dos pais' foi apontado em 2 artigos analisados. Muitas adolescentes engravidam por desejarem ou acreditarem que isso é um desejo do namorado, por desejar liberta-se da casa dos pais, querer ser vista como adulta, além de receber influência de fatores culturais21.

Assim, vivemos em meio a uma sociedade que permanece em constante mudança, onde a cada dia os valores, pensamentos e concepções são alterados, a fim de que possam acompanhar a dinâmica do tempo. Deste modo, são observadas as diversas controvérsias existentes à respeito da delimitação do início e término da adolescência e do que de fato é sexualidade e o que a envolve. A liberdade sexual, que se prega atualmente, leva o jovem a viver de forma, muitas vezes, inconsequente suas relações, o que o leva ao não uso de contraceptivos e a exposição à IST.

Dentro deste contexto, está inserida a gravidez na adolescência, bastante abordada atualmente, devido apresentar um número significativo em diversos estudos, no Brasil e no mundo. Dentre as diversas denominações e idéias que os autores utilizam para assim defini-la, preferimos a denominação de fenômeno.

Por vezes este fenômeno pode ser algo vivenciado positivamente ou negativamente, de forma desejada ou indesejada, com apoio familiar ou não. Por isso, faz-se necessário uma visão holística do fato, para que esta jovem seja vista pelo aspecto biológico, social, cultural, psicológico, econômico.

As explicações dadas pelos autores para ocorrência da gestação na adolescência estão sempre associadas a relacionamentos, sejam eles familiares, em que se espera que a família forneça valores e as orientações necessárias para vivenciar a atividade sexual de forma segura; sejam eles amorosos, em que a busca pela satisfação do parceiro está acima de suas vontades. Também destaca-se a acessibilidade aos serviços de saúde para retirar suas dúvidas, partilhar seus anseios, o que muitas vezes não acontece.

Com efeito, é observado que os fatores apontados como explicativos para a gravidez na adolescência são os mesmos que aparecem muitas vezes como consequência ao fenômeno em pauta. Por sua vez, isso coopera para a manutenção de um ciclo, de pobreza, de déficit da escolaridade, desqualificação para a entrada no mercado de trabalho, gerando assim o aumento de mão de obra barata e o trabalho informal. Outro fato importante é a instabilidade das uniões conjugais e o aparecimento das novas uniões de forma não consensual. Para muitos, a solução acaba tornando-se a escolha pelo aborto, explicado pela falta de apoio da família e do parceiro.

Assim, ao descrever as ideias associadas à temática gravidez na adolescência, percebe-se que há necessidade da melhoria na assistência de saúde prestada aos adolescentes32,33, ressaltando que as ações devem efetivar os modelos propostos pelos programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde ou serem aplicadas de acordo com a necessidade de cada situação.

 

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Manuscript submitted Aug 01 2013
Accepted for publication Dec 28 2013

 

 

Corresponding author: carmo.andrade@ufcg.edu.br