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Journal of Human Growth and Development

Print version ISSN 0104-1282On-line version ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.25 no.3 São Paulo  2015

http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.106000 

ORIGINAL RESEARCH

 

Conscientização dos pais sobre o estado nutricional de seus filhos: estudo exploratório em adolescentes de baixa renda no Brasil

 

 

Fernanda Paixão Silveira BelloI; Nathália Bordeira ChagasI; Vera Lúcia Martins PintoII; Liamaura Levy de Andrade Leite CamargoII; Marcelo Marcos Piva DemarzoIII; Carla Maria Ramos GermanoI

IDepartment of Medicine, Federal University of São Carlos (UFSCar) - São Carlos(SP), Brazil
IIMunicipal Secretariat of Health, São Carlos (SP), Brazil
IIIDepartament of Preventive Medicine, Federal University of São Paulo (UNIFESP) - São Paulo (SP), Brazil

 

 


RESUMO

OBJETIVO: Avaliar o reconhecimento e o manejo por parte dos pais frente a situações de sobrepeso e obesidade de adolescentes
MÉTODO: Entre osadolescentes de baixa renda cadastrados em um centro de atenção primária à saúde no Brasil, 142 tiveram seu índice de massa corporal calculado. Sem terem conhecimento dos dados antropométricos, os pais foram solicitados a selecionar um descritor para o peso corporal de seus filhos (baixo peso, peso adequado, sobrepeso e obeso
RESULTADOS: Dezessete adolescentes foram classificados como sobrepeso (12.0%) e 14 como obesos (10.0%). Entre os 17 adolescentes com sobrepeso, 13 (76.5%) foram corretamente identificados por seus pais e, entre 13 adolescentes obesos, 12 (92.3%) foram identificados como tal. Três pais de adolescentes com sobrepeso (23.1%) e cinco pais (41.6%) de adolescentes obesos procuraram a ajuda de um profissional de saúde para tratarem o problema de peso de seus filhos
CONCLUSÃO: O reconhecimento dos pais foi relativamente alto, porém, houve uma baixa demanda por intervenções que pudessem reverter o sobrepeso e a obesidade dos adolescentes

Palavras-chave: obesidade, adolescente, atenção primária à saúde.


 

 

INTRODUÇÃO

A adolescência é um período crítico para desenvolvimento da obesidade e o risco associado à obesidade permanente na idade adulta é maior entre os adolescentes obesos do que em crianças mais jovens1,2. O reconhecimento inadequado dos pais a respeito do estadonutricional de seus filhos é uma ameaça ao controle do peso saudável e pode levar a uma dificuldade na instituição de práticas de alimentação saudável eatividade física no ambiente familiar. Definições de "sobrepeso" e "obesidade" podem diferir entre leigos e clínicos, e essas discrepâncias podem significar barreiras socioculturais na comunicação entre profissionais de saúde e o público. De fato, uma proporção considerável dos pais tem dificuldade em identificar que seus filhos estão com sobrepeso ou obesos3,4, embora a obesidade tenha sido apontada como uma das principais preocupações dos pais em relação à saúde de seus filhos5.

O reconhecimento precoce do sobrepeso ou obesidade pode ajudar a nortear intervenções que reduzam a morbidade e mortalidade associadas a essas condições6. O papel dos pais é fundamental na prevenção da obesidade infantil, o que depende da habilidade desses em identificar e manejar os problemas de peso de seus filhos7.Nesse sentido, os profissionais de saúde deveriam auxiliar os pais a desenvolver uma percepção adequada a respeito do estado nutricional de seus filhos e dos riscos futuros à saúde decorrentes do excesso de peso8. Especialistas propõem que devam ser os médicos da atenção primária os responsáveis pela detecção e tratamento de crianças e adolescentes obesos9. A atenção primária é, portanto, um cenáriofavorável para abordar comportamentos de estilo de vida relacionados à saúde, principalmente se aliado a um envolvimento colaborativo e de parceria com a família10. Há grandes diferenças individuais e regionais na concepção da obesidade e sua história natural, o que pode levar a generalizações muito simplistas sobre este problema.

O objetivo deste estudo foi investigar a conscientização dos pais a respeito do sobrepeso e da obesidade de seus filhos adolescentes e sua relação com o manejo pelos pais dos problemas relacionados ao peso, em uma população de baixa renda, atendida em um centro de atenção primária de saúde no Brasil.

 

MÉTODO

Um estudo de caso descritivo transversal foi realizado com adolescentes na faixa etária de 10 a 18 anos, em umaunidade de atenção primária de saúde na cidade de São Carlos, Brasil. Uma unidade de baixa renda foi escolhida aleatoriamente -a qual tem cadastrada uma população com 2.268 clientes, de 608 famílias. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa humana da Universidade Federal de São Carlos

As variáveis demográficas incluídas na presente análise foram idade e sexo.

Peso e altura foram aferidos no ambiente da UBS e o índice de massa corpórea (IMC) foi calculado em kg/m2. O IMC abaixo do percentil 5 para idade e sexo classificou como baixo peso; entre o percentil 5 e 85, como normal; entre percentil 85 e 95, como sobrepeso, e acima do percentil 95, como obesidade11. Os adolescentes tiveram suas medidas ocultas atéapós a abordagem dos pais.

Desconhecendo os dados antropométricos, os pais foram solicitados a escolher um descritor para o peso corporal de sua prole a partir da seguinte lista: baixo peso, peso adequado, sobrepeso e obeso12. O critério de inclusão foi ser pai ou mãe oresponsável primário por dois anos ou mais.

Uma vez identificada a percepção de sobrepeso ou obesidade, os pais foram questionados se eles conduziram o problema com o peso do adolescente com um suporte médico (classificado como "sim" ou "não"). Os pais também foram solicitados a descrever as maneiras de intervenção sobre o problema com o peso, quando essas ocorreram.

Os resultados estão apresentados como porcentagem. As tabelas e os cálculos foram feitos utilizando-se o programa Microsoft Office Excel 2007.

 

RESULTADOS

Foi detectado um total de 298 adolescentes cadastrados. Destes, 142 (47.6%) adolescentes e seus pais concordaram em participar deste estudo. Dos 142 adolescentes, 67 (47.0%) eram do sexo masculino e 75 (53.0%) do sexo feminino. Dezessete foram classificados como sobrepeso (12.0%) e 14 como obesos (10.0%). A distribuição da idade, do sexo e do IMC da amostra avaliada está representada na Tabela 1.

Entre os 17 adolescentes com sobrepeso, 13 (76.5%) foram corretamente identificados por seus pais. Dos 14 adolescentes obesos, foram coletados dados de somente 13, porque uma família mudou-se de casa durante o estudo. Entre os 13 adolescentes obesos, 12 (92.3%) tiveram o seu problema com o peso reconhecido pelos pais e apenas um adolescente não foi considerado obeso (Tabela 2).

Dos pais que perceberam seus filhos com sobrepeso ou obesidade, três dos 13(23.1%) com filhos com sobrepeso e cinco (41.6%) dos 12 com filhos obesos relataram que trataram a condição nutricional de sua prole com suporte médico (Tabela 2). A respeito das formas de intervenção, dois adolescentes com sobrepeso tiveram a prescrição de uma dieta personalizada, e o terceiro foi orientado a reduzir a ingestão alimentar e realizar exercícios físicos. Dos quatro adolescentes obesos, três tiveram uma dieta prescrita e o quarto recebeu a prescrição de uma medicação para redução do peso. Nenhum deles teve um acompanhamento programado para avaliar a evolução do peso ea aderência terapêutica.

 

DISCUSSÃO

Apesar dos esforços em recrutar todos os adolescentes cadastrados na UBS para o estudo, somente 47.6%se dispuseram a participar. A falta de interesse dos jovens numa avaliação médica tem sido apontada na literaturano cenário da atenção primária13. Devido ao tamanho pequeno da amostra deste estudo, são necessários mais trabalhos qualitativos e aprofundados sobre as percepçõesa respeitodo peso corporal ou sobre as barreiras na sua intervenção, ou mais locaisdeveriam ser avaliados quanto a esses parâmetros, a fim de se obter uma amostra maior. Por outro lado, a prevalência do sobrepeso e obesidade observada na amostra de nosso estudo foi similar à descrita na literatura internacional14.Foi encontrada prevalência mais alta de sobrepeso e obesidade no sexo feminino do que no masculino, o que está de acordo com dados descritos no Brasil15.

Com relação à percepção dos pais acerca do sobrepeso eobesidade de seus filhos, a tendência a subestimar os problemas com sobrepeso observada no presente estudo já foi descrita na literatura16 e uma revisão sistemática recente mostrou que as mães têm uma percepção inadequada sobre o peso de seus filhos4. De maneira surpreendente, nós encontramos uma percentagem muito maior de pais conscientizados a respeito dos problemas de peso de seus filhos adolescentes, comparada aos dados preexistentes. Uma possibilidade para isso é que aquelas famílias que concordaram em participar de nosso estudo já estavam preocupadas com a condição do peso da sua prole - um viés de seleção inerente a estudos de caso. Outras hipóteses são que seria mais fácil identificar problemas com o peso em adolescentes do que em crianças, e/ou haveria diferenças culturais inerentesaos pais brasileiros. Estudos qualitativos futuros podem esclarecer melhor estes achados.

Nossos dados revelaram um baixo índice de intervenção dos pais e daunidade de saúde para reverter o sobrepeso e obesidade, na amostra dos adolescentes estudados, o que também foi encontrado no artigo descrito por Huang et al17 nos EUA. Isto era esperado em virtude de dados anteriores que apontavam o tratamento do sobrepeso e obesidade infantil como negligenciado por familiares e médicos18. É interessante notar que as famílias estavam conscientes do problema com o peso, mas isto nem sempre era seguido de procura por uma avaliação médica e intervenção terapêutica.

Além disso, o grupo da atenção primária estudado não agiu de maneira eficazna prevenção e tratamento dos adolescentes com problemas com o peso, ao contrário do que seria esperado19. De maneira semelhante, Bensonet al.20após analisarem dados médicos registradosem prontuário eletrônico, concluíram que uma ampla percentagem de pacientes com sobrepeso ou obesos permaneceram não diagnosticados pelos profissionais de saúde20.Várias barreiras para identificar e tratar o excesso de peso na faixa etária pediátricaforam apontadas em estudos anteriores e essas podem ter sido responsáveis pelos resultados obtidos em nossa amostra: percepção inapropriada dos profissionais de saúde sobre o status nutricionaldos pacientes21,falta de capacitação em estratégias de intervenção comportamental voltadas para os pacientes e seus pais,falta de motivação em lidar com as causas sociais22,23 e percepção de que existem barreiras significativas para a adesão do paciente e sua família à orientação realizada pelo profissional de saúde18.A preferência dos clínicos gerais em referenciar o problema a serviços especializados também foi relatadaem determinadas situações24. Por outro lado, a revisão de prontuários poderia não ser a melhor maneira de identificar a percepção e a conduta dos médicos com relação à obesidade. Os médicos poderiam,apesar de reconhecer a obesidade e realizar orientações, não documentar esse fato nos prontuários, por diversas razões. Além disso, em cenários com altas taxas de obesidade, os médicos poderiam achar desnecessário registrar problemasde peso, apesar de plenamente reconhecê-los25.

As estratégias para a perda e manutenção de peso de adolescentes tem se mostrado pouco efetivas, mesmo quando há conscientização sobre o problema25. O envolvimento conjunto dos pais e da equipe da atenção primária nesse esforço é fundamental. Diversos fatores demográficos e percepções individuais estão associados à capacidade e disponibilidade de pais e profissionais de saúde em ajudar os adolescentes a perder peso. Conhecer estes fatores pode ser benéfico para provedores e gestores de saúde na abordagem do sobrepeso e a obesidade e no planejamento de intervenções mais eficazes25.

Apesar dos resultados não poderem ser generalizados para a população brasileira e serem limitados devido à pequena amostra, restrita a uma cidade e a umnível socioeconômico, este estudo levanta uma questão-chave pouco estudada no Brasil, assim como no mundo.Tais resultados podem ser particularmente importantes para médicos e gestores de saúde pública, que deveriam ir além da simples promoção da conscientização sobre o estado nutricionale abordar tambémpossíveis fatores comportamentais e culturais capazes de promover uma mudança eficaz para um estilo de vida saudável na população26,27. Ademais, como sugerido por Boothet al.28, profissionais de saúde ao invés de simplesmente intitular as crianças como portadoras de sobrepeso ou obesidadepoderiam ser mais efetivosse definissem metas terapêuticas e preventivas em conjunto com os pais, levando em consideração suas percepções e expectativas.

 

CONCLUSÃO

O reconhecimento dos pais em relação ao estado nutricional de seus filhos foi relativamente alto, porém, houve uma baixa demanda por intervenções que pudessem reverter o sobrepeso e a obesidade dos adolescentes.

Nossos dados podem estimularestudos mais amplos sobre esse tema, com enfoque na percepção dos pais a respeito do peso de adolescentes em comunidades de baixa renda, e auxiliar gestores e profissionais de saúde a desenvolverem programas que valorizem não somente o problema do peso em si, mas também a percepção deste problema por partedos pacientes e seus pais, e dos profissionais envolvidos na atenção a essa prevalente e importante condição que afeta a saúde pública.

 

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Manuscript submitted Oct 22 2014
Accepted for publication Dec 19 2014.

 

 

Corresponding author: Carla Maria Ramos Germano. E-mail: cgermano@ufscar.br

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