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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.26 no.1 São Paulo  2016

http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.113717 

ORIGINAL RESEARCH

 

Indicadores comunicativos, motores e cognitivos do desenvolvimento de crianças deficientes auditivas

 

 

Érica Endo AmemiyaI, *; Alexandra Dezani SoaresII; Brasilia Maria ChiariIII

IÉrica Endo Amemiya, Msc. and Speech pathologist. Federal University of São Paulo (UNIFESP)
IIAlexandra Dezani Soares, Phd. and Speech pathologist. Speech pathologist in the Cochlear Implant Team - HSP- UNIFESP
IIIBrasilia Maria Chiari, Phd. Professor at the Department of Phonoaudiology (Speech Pathology) - UNIFESP

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: Para que a avaliação do desenvolvimento infantil em deficientes auditivos seja efetiva são necessários protocolos para esta população, já que, no Brasil, testes padronizados para estas crianças ainda são escassos4,5. Assim, dá-se ênfase em estudar o desenvolvimento infantil em deficientes auditivos, para que abordagens terapêuticas e educacionais sejam contempladas de acordo com a necessidade de cada criança
OBJETIVO: Analisar o desempenho de crianças com déficit de audição nos diferentes domínios: Comunicação-Emissão, Comunicação-Recepção, Aspectos Motores e Aspectos Cognitivos da Linguagem
MÉTODO: Estudo comparativo em uma clínica institucional com 109 crianças, divididas em 60 crianças ouvintes com desenvolvimento típico e 49 crianças com perda auditiva neurossensorial de grau severo a profundo bilateral, para verificação dos desempenhos nos domínios Comunicação - Emissão e Recepção, Aspectos motores e Aspectos Cognitivos da Linguagem. Para cada criança foi calculado o índice de desempenho na Comunicação - Emissão e Recepção, Aspectos Motores e Aspectos Cognitivos da Linguagem. Os índices foram analisados da seguinte forma: (número respostas presentes em cada domínio/número de comportamentos avaliados) x100
RESULTADOS: Em todas as faixas etárias, encontramos desempenho inferior de crianças deficientes auditivas quando comparadas às crianças ouvintes no domínio Comunicação-Emissão. O domínio Comunicação-Recepção apresentou diferenças significantes (p<0,05) a partir da faixa etária de 12 a 23 meses até a faixa de 60 a 71 meses. O domínio Aspectos Cognitivos da Linguagem apresentou diferença significante (p<0,01) entre crianças deficientes auditivas e ouvintes da faixa etária de 24 a 35 meses em diante. No domínio Aspectos Motores foi observada diferença significante (p<0,01) apenas nas duas últimas faixas etárias de 48 a 59 meses e 60 a 71 meses. O nível de significância adotado foi de 5%
CONCLUSÕES: Em todas as faixas etárias, encontramos desempenho inferior de crianças deficientes auditivas quando comparadas às crianças ouvintes

Palavras-chave: perda auditiva, desenvolvimento infantil, crescimento e desenvolvimento.


 

 

INTRODUÇÃO

Durante o processo de desenvolvimento infantil, rupturas sensoriais como a perda auditiva, em maior ou menor grau, podem agravar a aquisição da linguagem e da língua. A aquisição de ambas é essencial, pois a linguagem, como forma de comunicação exclusivamente humana, transmite informação complexa de uma pessoa a outra1 e a língua, o código linguístico, permite expressar a linguagem2.

A perda de audição durante o desenvolvimento pode alterar as relações entre forma, conteúdo, uso e níveis linguísticos como vocabulário, sintático e semântico3,4.. Isso demonstra que estudar desenvolvimento infantil é uma tarefa complexa que requer sistematicidade, detalhamento e perspicácia de quem a realiza.

Para que a avaliação do desenvolvimento infantil em deficientes auditivos seja efetiva são necessários protocolos para esta população, já que, no Brasil, testes padronizados para estas crianças ainda são escassos4,5. Assim, dá-se ênfase em estudar o desenvolvimento infantil em deficientes auditivos, para que abordagens terapêuticas e educacionais sejam contempladas de acordo com a necessidade de cada criança.

Assim, o objetivo é analisar o desempenho de crianças com déficit de audição nos diferentes domínios: Comunicação-Emissão, Comunicação-Recepção, Aspectos Motores e Aspectos Cognitivos da Linguagem.

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo comparativo.

O grupo em estudo (GE) constitui-se de crianças com perda auditiva neurossensorial de grau severo a profundo bilateral e o grupo controle (GC) por crianças ouvintes, sem queixa de aprendizado e/ou desenvolvimento.

O estudo totaliza 109 crianças com idade entre 0 e 71 meses, dentre elas 60 [55%] crianças ouvintes e 49 [45%] crianças deficientes auditivas, de ambos os sexos. Do total de participantes, 58 [53,2%] eram do sexo feminino e 61 [46,8%] do sexo masculino.

Dentre o sexo feminino, 32 [53,3%] eram ouvintes e 26 [53,1%] eram deficientes auditivos. Enquanto no sexo masculino, 28 [46,7%] eram ouvintes e 23 [46,9%] eram deficientes auditivos.

Na escola infantil da instituição foram coletadas 60 crianças ouvintes, na Escola municipal 11 crianças entre 4 e 6 anos foram coletadas e no ambulatório 38 deficientes auditivos entre 0 e 6 anos.

A amostra deste estudo apresentou poder estatístico suficiente (95%). 102 indivíduos seriam necessários para o estudo, de acordo com o programa estatístico GPower, com uma proporção de tamanho de amostra de 1:1 e sem qualquer perda de amostra.

As crianças deficientes auditivas (GE) preencheram os seguintes critérios de inclusão: possuir perda auditiva pré-lingual, isto é, ter adquirido a perda auditiva antes dos 3 anos de idade; idade entre 0 e 71 meses e perda auditiva neurossensorial de grau severo a profundo bilateral6. Enquanto as crianças ouvintes preencheram os seguintes critérios: Não apresentar queixas auditivas e/ou queixas em relação à comunicação ou aprendizagem e ter entre 0 e 71 meses.

Os critérios de exclusão, tanto para os deficientes auditivos quanto para os ouvintes, foram: crianças com comprometimentos cognitivos, visuais, psiquiátricos, neurológicos e/ou motores observados pela avaliadora, termo de consentimento livre e esclarecido e/ou o Termo de assentimento não assinado pelo responsável para participação de sua criança na pesquisa.

Foi considerada a amostragem por demanda espontânea de crianças deficientes auditivas entre 0 e 71 meses no ambulatório, quando compareciam no serviço para o diagnóstico audiológico e indicação de dispositivos eletrônicos.

O instrumento utilizado para o levantamento dos dados foi a "Proposta de sistematização de dados da avaliação fonoaudiológica através da observação de comportamentos de crianças de 0 a 6 anos"4 composto por quatro domínios: Comunicação-Recepção, Comunicação-Emissão, Aspectos Motores e Aspectos Cognitivos da Linguagem. Cada domínio contempla comportamentos esperados para cada faixa etária, sendo considerada a presença ou ausência de cada um destes. Os procedimentos realizados nos participantes da pesquisa foram semelhantes nos três locais de coleta da amostra.

Realizou-se uma breve anamnese e posteriormente atividades que permitissem a observação da presença ou não dos comportamentos esperados para cada faixa etária. Materiais lúdicos foram utilizados durante toda avaliação. (papel, lápis preto e coloridos, tesoura, cola, caixa de papelão, pedaço de tecido, espelho, fio de nylon, massa de modelar, argolas plásticas, cones de papelão ou plástico, chocalho, cubos de madeira, bancada, bolas, bichos de plástico, caminhão, boneca, fantoches de família, contas de madeira, miniatura :utensílios de cozinha, animais, meios de transporte, frutas, casa e escova de cabelo, gibi, histórias infantis, letras e números de plástico, prancha com formas geométricas, prancha com figuras incompletas para completar, figura humana incompleta, quebra-cabeça e figuras diversas)

A avaliação foi filmada por uma câmera digital Sony, modelo Cyber-shot DSC-W30 e as filmagens analisadas posteriormente. A duração das sessões foi de aproximadamente 40 minutos.

O preenchimento dos protocolos foi realizado por três fonoaudiólogas ao mesmo tempo, com experiência em avaliação de crianças deficientes auditivas enquanto o vídeo de cada criança era apresentado. O comportamento só foi considerado presente ou ausente quando houve consenso de pelo menos dois dos avaliadores. Quando não houve consenso entre as avaliadoras, uma terceira opinião era consultada.

Os dados colhidos foram analisados pelo programa estatístico SPSS versão 19.0.

Além disso, a análise das respostas dos comportamentos das crianças deficientes auditivas e ouvintes é apresentada a partir da distribuição de mediana, dividido em faixas etárias.

Para cada criança foi calculado o índice de desempenho na Comunicação - Emissão e Recepção, Aspectos Motores e Aspectos Cognitivos da Linguagem.

Os índices foram analisados em relação à presença de respostas em cada domínio, conforme o cálculo: numero de comportamentos presentes/total de itens analisados. O nível de significância adotado foi de 5%.

 

RESULTADOS

O grupo em estudo (GE) foi constituído por crianças com perda auditiva neurossensorial de grau severo a profundo bilateral e grupo controle (GC) composto por crianças ouvintes, sem queixa de aprendizado e/ou desenvolvimento.

A "Tabela 1: Comparação dos índices dos quatro domínios entre as crianças deficientes auditivas e as ouvintes entre 0 a 72 meses" descreve as medianas dos índices de cada grande domínio das faixas etárias que variam entre 0 a 71 meses. Estes índices indicam a presença de respostas de crianças surdas e ouvintes.

O domínio Comunicação-Emissão apresentou diferença significante em todas as faixas etárias. Já o domínio Comunicação-Recepção apresentou diferenças significantes a partir da faixa etária de 12 a 23 meses. Os grupos entre 24 a 47 meses tiveram diferenças significantes nos domínios: Comunicação-recepção, Comunicação-Emissão e Aspectos Cognitivos da Linguagem. As faixas etárias entre 48 a 71 meses apresentaram todos os domínios com diferenças significantes (p<0,05).

 

DISCUSSÃO

A primeira faixa etária analisada, 0 a 11 meses, corresponde ao início do desenvolvimento, primeiro ano de vida. Notam-se os primeiros recursos comunicativos utilizados pelas crianças, que já sofrem grande influência da perda de audição. O domínio Comunicação - Emissão foi a única que apresentou diferença significativa (p<0,05). Neste domínio, o comportamento "Vocalizações com variação de entonação frente aos diferentes estímulos" foi o que se mostrou mais prejudicado.

Estudos na literatura7,8 corroboram o achado, pois crianças entre 0 e 11 meses com perda auditiva podem apresentar alterações quanto à prosódia, já observados desde o início das vocalizações9 que são utilizadas pelas crianças como recurso comunicativo para chamar a atenção do adulto. A construção da prosódia fica prejudicada nos deficientes auditivos, devido à dificuldade auditiva na percepção dos traços prosódicos, o que resulta em alterações na vocalização, ausência de consoantes e modificações da sonoridade de vogais7.

Na faixa etária de 12 a 23 meses, observam-se diferenças significativas nos domínios Comunicação-Recepção e Emissão10,11. Estudos referem que a criança entre 12 e 16 meses com perda auditiva de grau moderado a profundo apresenta atraso nas habilidades de linguagem receptivo e expressivo, comparada com crianças com perda auditiva leve, reforçando assim, a importância do feedback auditivo no desenvolvimento da linguagem10,11.

As faixas etárias de 24 a 35 meses apresentam diferenças significativas em três domínios: Comunicação Recepção e Emissão e nos Aspectos Cognitivos da Linguagem. Em relação à Comunicação - Recepção e Emissão, o que significa que todos os comportamentos mostram-se ausentes. À medida que os deficientes auditivos se desenvolvem sem o uso de dispositivos eletrônicos auriculares e suporte multidisciplinar, os déficits se tornam mais evidentes5.

Em casos de otite média entre 26 e 28 meses observa-se um impacto negativo na percepção de fala, influenciando tanto a recepção quanto à emissão, principalmente para consoantes /s/ e /z/, comprometendo a aprendizagem11,12.

Crianças deficientes auditivas usuárias de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI) entre 36 e 47 meses exibe desempenho compatível à normalidade quanto ao vocabulário expressivo, o que não ocorreu nos resultados deste estudo, uma vez que as crianças obtiveram desempenho compatível somente nos aspectos motores 3. O domínio Aspectos Cognitivos da Linguagem apresenta diferenças significativas, sendo os comportamentos alterados "Junta 2 a 3 partes para formar um todo", "Combina 1 a 1, 3 ou mais objetos" e "Memoriza figuras (é capaz de selecionar um estímulo entre outros)", o que significa que o pensamento simbólico da criança com deficiência auditiva já se apresenta defasada comparada aos ouvintes8.

Após a fase inicial do desenvolvimento, primeiros anos de vida, em que o predomínio é a ação motora para conhecer e organizar o mundo segue-se uma fase em que a aprendizagem se dá via sentidos13. A presença de déficit de audição nessa faixa etária dificulta a compreensão de mensagens ambíguas, piadas, ironias e suspense, o controle da voz e produção de erros fonéticos e articulatórios ao longo do desenvolvimento da linguagem12.

As crianças com perda auditiva entre as faixas etárias 48 e 71 meses deste estudo apresentaram atraso no desenvolvimento de linguagem14. Na realidade de crianças deficientes auditivas, o uso da sintaxe semelhante ao do adulto, a expansão de adjetivos e verbos frasais, sentenças negativas e perguntas de sim e não, dificilmente são alcançadas. Isto demonstra, que a criança com perda auditiva não possui a oportunidade de desenvolver a linguagem socialmente e habilidades de discurso, que se constroem pelas conversas e pelos relatos pessoais15-17.

Para que a criança com perda auditiva obtenha um bom desempenho na aquisição de linguagem, é necessário um aparato tecnológico, educacional, bom ambiente familiar, além de habilidades cognitivas13,18-20. Funções cognitivas como atenção, categorização, aprendizado e memória podem influenciar na maneira em que o sistema cognitivo processa a entrada sensorial fornecido por dispositivos eletrônicos, como o implante coclear13.

O déficit nessas funções ocorreu em todas as crianças da faixa etária entre 4 e 6 anos de idade deste estudo. Nota-se uma relação entre a audição e a visão21, pois ambos trabalham juntos no desenvolvimento normal de crianças para oferecer informação sobre o ambiente. Porém, a integração entre desenvolvimento auditivo, visual e motora sugere que a alteração auditiva contribui para atraso motor em deficientes auditivos associado à falta de oportunidades de experenciar atividades do cotidiano, inserção mais tardia nas aprendizagens escolares, dentre outros22.

O conhecimento dos domínios mais comprometidos no processo do desenvolvimento permite a atuação de profissionais nos três momentos importantes da avaliação: diagnóstica, interventiva e com vista dos resultados, permitindo também o compartilhamento das informações pelos outros profissionais da equipe 22.

Em conclusão, a análise dos indicadores comportamentais nos domínios Comunicação - Recepção e Emissão, Aspectos Motores e Aspectos Cognitivos da Linguagem, possibilitaram traçar um perfil das crianças deficientes auditivas. Em todas as faixas etárias, observou-se desempenho inferior de crianças deficientes auditivas quando comparadas às crianças ouvintes, no domínio Comunicação-Emissão.

 

AGRADECIMENTOS

À CAPES, Centro do Deficiente Auditivo -CDA-UNIFESP, Escola Paulistinha de Educação- UNIFESP e Escola Municipal de Educação Especial Helen Keller

 

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Manuscript submitted: Oct 22 2015
Accepted for publication Dec 19 2015.

 

 

* Corresponding author: Érica Endo Amemiya - E-mail: erica_ea@yahoo.com.br

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