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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.27 no.3 São Paulo set./dec. 2017

http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.118505 

ARTIGO ORIGINAL

 

Efeitos de dois tipos de treinamento físico de baixo impacto sobre o tempo de tela em adolescentes com excesso de peso

 

 

Rafael de Lima MagalhãesI; Natalia Soares dos SantosI; Roberto Fernandes da CostaII; Vitória BonesI; Luis Fernando Martins KruelI

IGrupo de Pesquisa em Atividades Aquáticas e Terrestres - GPAT - ESEFID - UFRGS
IIEscola de Saúde e Bem-Estar - Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul - FADERGS

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: O tempo que adolescentes passam em frente a algum tipo de tela como TV, computador, videogames e celulares, tem sido considerado fator de risco para a obesidade e doenças crônicas não transmissíveis.
OBJETIVO: Analisar a eficiência de dois tipos de treino de baixo impacto sobre o tempo de tela e sobre o IMC de adolescentes com excesso de peso.
MÉTODO: Foram alocados 47 adolescentes em três grupos: controle (GC); hidroginástica (GH); e jump (GJ). Os três grupos tiveram uma sessão semanal de orientação nutricional; além disso, o GH e GJ treinaram 12 semanas com três sessões semanais variando entre 24 e 32 minutos, conforme fase da periodização do treinamento, com aulas de hidroginástica e jump, respectivamente. Foram realizadas avaliações antropométricas e do tempo de tela por meio de questionário criado para o presente estudo, a fim de identificar a quantidade de horas que os adolescentes passavam em frente de uma tela. A aplicação do questionário foi realizada pré e pós-período de treinamento, assim como as avaliações antropométricas.
RESULTADOS: Não houve diferença pré e pós-intervenção no tempo de tela para os três grupos, no entanto, houve redução no IMC em ambos os grupos de exercícios do período pré para o pós-treinamento.
CONCLUSÃO: Não houve redução do tempo de tela, entretanto o IMC diminuiu nos grupos de exercícios.

Palavras-chave: adolescentes, obesidade, tempo de tela, hidroginástica, jump.


 

 

INTRODUÇÃO

Estudo recente mostrou que existem mais de dois bilhões de pessoas obesas no mundo, enquanto em 1980 eram 857 milhões1, afetando inclusive crianças e adolescentes2. Esse aumento na prevalência da obesidade na infância e adolescência tem tornado cada vez mais precoce o aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) a ela associadas3, com grande risco de acompanharem os indivíduos até a vida adulta, diminuindo sua expectativa de vida4.

Diversas são as causas para o aparecimento da obesidade. Podem ser de origem endógena (relacionada a componentes genéticos, neuropsicológicos, endócrinos e metabólicos), responsáveis por menos de 5% dos casos; ou de origem exógena (influenciada por fatores externos de origem comportamental, dietética e/ou ambiental), responsáveis pela maioria dos casos5,6. Sendo assim, hábitos de vida como baixo nível de atividade física e alimentação inadequada, aliados ao comportamento de vida sedentário, constituem os fatores causais mais referidos na literatura7-11.

Taxas crescentes do uso de tecnologia apresentam relação direta com o aumento das taxas de sedentarismo, um comportamento de risco que pode causar sérios danos à saúde12. O aumento do sedentarismo, sobretudo pelo advento da tecnologia na rotina da população, com o uso cada vez mais exacerbado de celulares, videogames, televisão e computador, aliado à alimentação cada vez menos saudável e à educação física escolar ineficiente são fatores que merecem atenção13.

Esse tempo despendido com o uso das tecnologias é conhecido como tempo de tela e, conforme alguns estudos tem relação com a obesidade na adolescência14-16, já que é considerado uma atividade sedentária na qual o dispêndio de energia é mínimo, e o tempo gasto costuma ser elevado.

O tempo de tela pode ser considerado um fator de risco modificável, relacionado com o estilo de vida e a ocorrência da obesidade, e diminuir o sedentarismo pode levar à diminuição do índice de massa corporal (IMC), fazendo com que, mesmo o tempo de tela não sendo modificado, os comportamentos de inatividade física e sedentarismo sejam alterados17.

Assim, o objetivo é analisar a eficiência de dois tipos de treinamento de baixo impacto sobre o tempo de tela e sobre o IMC em adolescentes com excesso de peso.

 

MÉTODO

Casuística

A amostra foi selecionada de forma não aleatória, por voluntariedade. O contato com a amostra foi realizado por meio de divulgação nos jornais de grande circulação da cidade de Porto Alegre (Diário Gaúcho, Jornal do Comércio, Metro e Zero Hora) e em escolas próximas do local de realização das intervenções.

Todos os pais ou responsáveis legais pelos adolescentes que aceitaram participar do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido no primeiro encontro, e os adolescentes assinaram o termo de assentimento.

Foram incluídos 47 adolescentes entre 10 e 19 anos de idade, de ambos os sexos, que apresentassem excesso de peso (sobrepeso ou obesidade), além de relação cintura/estatura superior a 0,50. O estado nutricional foi definido de acordo com o IMC por idade e sexo, conforme proposto pela OMS para adolescentes de 10 a 19 anos de idade, sendo adotados os percentis 85 e 97 como pontos de corte para identificar adolescentes com sobrepeso e obesidade, respectivamente18.

Foram critérios de exclusão gravidez ao longo do treinamento, afecções incapacitantes à prática de exercícios físicos e utilização de medicamentos que pudessem interferir nos resultados do presente estudo, como medicações para controle da colesterolemia, para tratamentos hormonais e diuréticos. Também foram excluídos dessa análise aqueles adolescentes que apresentaram menos de 80% de frequência ao longo do período de treinamento físico.

A sequência de randomização, em paralelo, foi gerada pelo sistema online www.randomization.com, sendo que a amostra foi estratificada por sexo em cada grupo, após a realização de todas as avaliações pré-intervenção.

Coleta de dados

As coletas de dados foram realizadas na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ESEFID/UFRGS), sempre no período da tarde.

Todos os participantes foram submetidos a avaliações antropométricas de massa corporal e estatura, para posterior cálculo do índice de massa corporal (IMC), além da verificação do estágio de maturação sexual e do tempo de tela, antes e após as 12 semanas do período de intervenção do estudo.

A avaliação do tempo de tela foi realizada por meio de questionário criado para o presente estudo, com base em instrumentos utilizados na literatura, a fim de identificar a quantidade de horas que os adolescentes passam em frente de uma tela - televisão, computador, videogame e celular. O questionário utilizado pode ser obtido no endereço eletrônico: http://www.robertocosta.com.br/tempodetela.

Intervenção

Os 47 adolescentes foram distribuídos, aleatoriamente, em uma das três intervenções. Um dos grupos realizou 12 semanas de orientação nutricional (ON), com uma sessão semanal, bem como participou de uma rede social com o objetivo de estimulá-los com conselhos sobre hábitos saudáveis (GC). Os outros dois grupos, além de realizarem o mesmo programa de orientação nutricional, com uma sessão semanal, realizaram três sessões semanais de hidroginástica (GH) ou jump (GJ), ambos divididos em aquecimento, parte principal aeróbica e relaxamento, durante 12 semanas, treinando nos mesmos horários, ao mesmo tempo, com a mesma professora.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), sob o número 14-0485.

Análise Estatística

Na linha de base foi realizada estatística descritiva com média e desvio padrão das variáveis de interesse e as comparações entre os sexos foram realizadas por meio do teste t de Student para amostras independentes.

Para a análise dos dados de tempo de tela as comparações entre os grupos e os tempos, além da interação grupo*tempo, foram utilizadas Equações de Estimativa Generalizada - GEE. Para a verificação das diferenças foi usado o Post hoc de Bonferroni.

As análises foram realizadas utilizando-se o pacote computacional SPSS versão 20.0, sendo adotada significância estatística para α = 0,05.

 

RESULTADOS

O programa de intervenção contou com 47 adolescentes. Foi realizada comparação entre os sexos para as variáveis de caracterização da amostra na linha de base, não sendo encontradas diferenças significantes, assim as análises posteriores foram realizadas sem estratificação por sexo (Tabela 1).

Após as 12 semanas de intervenção, não houve diferença no tempo de tela entre os grupos, pré e pós-intervenção, nem entre os tempos para os três grupos, tanto para os dias de semana, como para os finais de semana, no entanto é importante destacar a redução encontrada no IMC para os grupos que realizaram as 36 sessões de treinos com hidroginástica e jump (Tabela 2).

 

DISCUSSÃO

Os resultados encontrados para o tempo de tela nos três grupos de intervenção, que foram acima de 6 horas tanto nos dias de semana, como também aos fins de semana, foram muito superiores aos limites indicados na literatura de < 2 horas19. No entanto, resultados superiores aos indicados também foram encontrados em outros estudos realizados recentemente20-22.

Nemet et al.23 também investigaram os efeitos de 12 semanas de intervenção e orientação nutricional, seguido de um ano de follow up, no qual 26 adolescentes obesos foram avaliados, não encontrando redução no tempo de tela após as 12 semanas de treinamento, com intervenção realizada por meio de atividades que variavam em duração e intensidade ao longo do programa, projetadas principalmente com jogos para incentivar o entusiasmo e a participação dos sujeitos. Embora a intervenção de três meses não tenha alcançado redução no tempo de tela, alcançou redução significativa no IMC para os participantes do grupo de exercício, assim como no presente estudo. Mas cabe ressaltar que, após o follow up de um ano, houve diferenças significativas tanto no grupo de intervenção quanto no grupo controle, em relação ao tempo de tela, demonstrando que a intervenção provocou, a longo prazo, mudança de estilo de vida.

Com tempo de intervenção superior, 24 semanas, o estudo Maddison et al.24 não demonstrou efeito significativo nem no tempo de tela nem no IMC dos adolescentes com excesso de peso, baseando a intervenção em atividades físicas e dieta realizadas em casa, sobre o comportamento sedentário de toda família, por meio de visitas domiciliares e incentivos tanto para a prática de atividades física quanto para redução do tempo de tela. A intervenção não apresentou nenhum programa de exercícios físicos periodizados, demonstrando que tanto a orientação profissional, quanto uma periodização de treinamento adequada, são fundamentais no que diz respeito ao exercício.

Já estudo de 12 semanas de Faith et al.25 alcançou resultados efetivos no que tange à redução do tempo de tela, com uma intervenção inovadora. De acordo com protocolo de treinamento, tanto o grupo experimental quanto o grupo controle deveriam pedalar em bicicleta ergométrica, no entanto, durante o tempo que o grupo experimental conseguisse manter a pedalada em intensidade equivalente a 50% do seu VO2max, um dispositivo automático mantinha uma televisão ligada, estimulando-os a manter o exercício em intensidade de treino adequada. Além de terem alcançado redução no tempo de tela para o grupo experimental, também reduziram IMC nesse grupo, ao contrário do grupo controle, que não tinha exigência de intensidade no treino e aumentou IMC, mesmo fazendo exercício.

Estudo de Decelis et al.26 reforça nossos achados, evidenciando que adolescentes europeus também passam mais de duas horas em frente à tela. Sendo assim, como os adolescentes passam grande parte do dia na escola, seria importante que nestes momentos eles fossem estimulados e orientados a realizarem atividades físicas para que reduzissem os níveis de sedentarismo e obesidade, visto que nos dias atuais é muito difícil se obter redução do tempo de tela, devido aos avanços e praticidades da tecnologia.

Estudo de Barros et al.27 com jovens escolares que apresentavam sobrepeso ou obesidade realizou uma intervenção com um jogo de computador chamado PEGGO para controle da obesidade. Os resultados mostraram que esse jogo, que faz com que o participante se movimente e realize exercício físico para cumprir os objetivos, reduziu o IMC de todos os participantes do experimento. Ou seja, este estudo demonstra que mesmo que os adolescentes não diminuam o tempo de tela, jogos que os estimulem a se movimentarem e gastarem energia podem fazer com que o IMC diminua e a condição física melhore, além de estimularem os jovens a praticarem alguma atividade física, mesmo que seu tempo de tela não diminua.

No entanto, a conscientização e educação por meio de informação, são fundamentais28,29. Embora não especificamente sobre o tempo de tela, as aulas de orientação nutricional assistidas pelos três grupos tratavam, além de assuntos específicos de nutrição, de hábitos saudáveis de vida em geral, objetivando lançar questionamentos sobre os hábitos adquiridos e aqueles que deveriam ser seguidos. Assim, só informação não foi o suficiente, já que o GC não atingiu nenhuma melhora. Parece que o exercício é fundamental na redução dos fatores de risco cardiovasculares, como ocorreu com os GH e GJ.

Sendo assim, é fundamental que se foque no controle dos fatores de risco cardiometabólico para que se consiga, ao menos, contrabalançar os efeitos negativos da inatividade física em frente às telas30,31. Dessa forma, a prática de exercícios físicos visando à redução do IMC, como a alcançada no presente estudo, é primordial.

Para o desfecho principal, tempo de tela, não foi encontrado o resultado esperado, o que de fato mostra-se difícil nessa faixa etária, mas demonstrou que com periodização de treinamento adequada foi possível alcançar redução do IMC nos adolescentes com excesso de peso, o que pode provocar impacto positivo na redução dos fatores de risco cardiometabólico nessa amostra, mesmo sem reduzir o tempo de tela.

O presente estudo apresenta como limitação a ausência de amostra probabilística, o que dificulta a extrapolação dos resultados para outros grupos de adolescentes, entretanto, a alocação aleatória utilizada para a formação dos grupos de estudo ameniza tal limitação.

Um ponto que merece destaque diz respeito à utilização de duas modalidades de exercícios motivadoras para adolescentes obesos, que além de reduzirem o impacto sobre as articulações apresentam caráter extremamente lúdico, permitindo maior aderência à intervenção.

 

CONCLUSÃO

Assim, considerando que a intervenção com estas modalidades de exercícios tornou estes adolescentes um pouco mais ativos fisicamente, além de contribuir para a redução do IMC, os resultados do presente estudo podem contribuir para a prescrição de programas de exercícios para adolescentes com excesso de peso.

 

AGRADECIMENTOS

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior) pelo apoio com bolsa de mestrado.

 

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Endereço para correspondência:
nspoa@yahoo.com.br

Manuscrito recebido: Agosto 2017
Manuscrito aceito: Outubro 2017
Versão online: Dezembro 2017

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