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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.27 no.3 São Paulo set./dec. 2017

http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.141277 

ARTIGO ORIGINAL

 

Síndrome do comer noturno e estados emocionais em estudantes universitários

 

 

Karina Morais BorgesI, II; Francisco Winter dos Santos FigueiredoI; Ricardo Peres do SoutoI

IFaculdade de Medicina do ABC (Santo André, SP, Brasil)
IIFaculdade de Juazeiro do Norte (Juazeiro do Norte, CE, Brasil)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: Estudantes universitários estão expostos a muitos fatores relacionados à Síndrome do Comer Noturno (SCN), um transtorno alimentar que pode estar associado à obesidade.
OBJETIVO: Determinar a prevalência da SCN entre estudantes de uma universidade brasileira e avaliar a associação de comportamentos da síndrome a fatores emocionais, biológicos e ambientais.
MÉTODO: Estudo transversal realizado com 200 estudantes de instituição de ensino superior privada localizada na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. A SCN foi avaliada por meio do Night Eating Questionnaire (NEQ), considerando-se o escore NEQ
25 como valor de corte para indicação da síndrome. Sintomas depressivos, de ansiedade e de estresse foram avaliados por meio do questionário Depression Anxiety Stress Scales (DASS-21). Informações adicionais foram coletadas sobre os participais (sexo, idade, peso, altura); seu status acadêmico (tipo de curso, período, série); e seu status empregatício (se o participante trabalha ao menos 4h diárias além de estudar.
RESULTADOS: 30 participantes (15%) apresentaram o escore NEQ
25, indicativo da SCN. Não houve associação entre o escore NEQ e as variáveis: sexo, estado nutricional, trabalho, curso matriculado, período de estudo e série cursada. Foi observada associação entre o escore NEQ e a severidade de depressão (p=0,0001), de ansiedade (p=0,0001) e de estresse (p=0,0218).
CONCLUSÃO: Foram encontradas evidências de alta prevalência da SCN entre estudantes universitários brasileiros e verificou-se associação dos comportamentos da síndrome com sintomas depressivos, de ansiedade e de estresse.

Palavras-chave: transtornos da alimentação e da Ingestão de alimentos, estudantes, depressão, ansiedade, estresse psicológico


 

 

INTRODUÇÃO

A magnitude dos transtornos alimentares cresce expressivamente, com importante impacto na saúde pública1. Entre estes distúrbios, a Síndrome do Comer Noturno (SCN), recentemente mencionada no Manual de Diagnóstico de Doenças Mentais2, tem recebido atenção crescente por sua possível relação com a obesidade3. A SCN é uma condição caracterizada por hiperfagia noturna, distúrbios no padrão de sono incluindo recorrentes episódios de despertar para consumo de alimentos e anorexia matutina4. Em termos fisiológicos, ocorre uma desregulação no ciclo circadiano de controle da alimentação com diversas alterações nos padrões de secreção de leptina, insulina, melatonina, cortisol e grelina5,6. Fatores psicopatológicos incluindo alterações de humor e o nível de estresse do indivíduo contribuem de forma relevante para a síndrome e devem ser considerados inclusive para o diagnóstico mais preciso7.

A SCN foi inicialmente observada em obesos8, mas afeta também não obesos9. Sua prevalência estimada na população geral varia10,11 entre 1,1 e 1,5%. Esta prevalência é maior em algumas populações específicas. A síndrome é encontrada em 2 a 20% dos obesos mórbidos candidatos a cirurgia bariátrica12, em 8 a 25% dos pacientes psiquiátricos13, e em 8,6% dos portadores de apneia do sono14.

Estudantes universitários estão expostos a vários fatores que poderiam favorecer a instalação da SCN. A transição do final da adolescência para o início da idade adulta é um momento crítico para a adoção de padrões de alimentação inadequados15. Consequentemente, apresentam alta frequência de distúrbios alimentares, em particular aqueles que envolvem comportamentos compulsivos16. Além disso, alguns dos componentes essenciais da síndrome são comuns entre os estudantes universitários. Jovens adultos apresentam o mais alto consumo alimentar no período noturno em comparação às demais faixas etárias17. Dificuldades de sono são frequentes entre estudantes universitários18. Finalmente, as exigências da vida acadêmica e a incerteza da vida profissional que se aproxima impõem importante carga emocional sobre estes jovens, resultando em estresse, depressão a ansiedade19.

De fato, artigos recentes sugerem que a prevalência de SCN em estudantes universitários pode ser superior à prevalência verificada na população geral, variando20-24 entre 1,24% e 9,5%. Estas pesquisas foram conduzidas entre estudantes de diferentes nacionalidades, mas não entre estudantes brasileiros. Considerando que a realidade da vida acadêmica difere em vários aspectos entre os países, o presente estudo tem por objetivo determinar a prevalência da Síndrome do Comer Noturno entre estudantes universitários de uma instituição de ensino superior no Brasil e avaliar a associação de comportamentos da síndrome a fatores emocionais, biológicos e ambientais nesta população.

 

MÉTODO

Estudo transversal realizado com estudantes universitários de instituição privada localizada na cidade de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. No período da coleta, a instituição tinha 1890 estudantes matriculados. Os sujeitos foram selecionados por amostragem não probabilística, buscando obter um número semelhante de participantes de todos os cursos de graduação oferecidos. Foram incluídos apenas estudantes devidamente matriculados com idade superior a 18 anos, que espontaneamente aceitaram participar e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. A amostra final foi constituída por 200 estudantes. O estudo seguiu os preceitos da Declaração de Helsinki e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina do ABC (processo 923.270).

Foram avaliados estudantes dos três cursos matutinos (n= 108): Nutrição, Farmácia, e Enfermagem e dos três cursos noturnos (n= 92): Sistemas de Informação, Ciências Contábeis, e Arquitetura e Urbanismo. A amostra incluiu estudantes da primeira à quarta (última) série.

A coleta de dados ocorreu entre março e junho de 2015, tendo sido usados dois questionários autoaplicados validados: Night Eating Questionnaire (NEQ)25 adaptado para o português26 para indicar comportamentos da SCN; Depression Anxiety Stress Scales (DASS-21)27adaptado para o português28 para identificar sinais de depressão, ansiedade e estresse; e um questionário para as variáveis sexo, idade, peso, altura, curso, série e período. Neste questionário complementar também foi investigado se o estudante tinha um emprego fora do horário letivo e o número de horas de trabalho por dia. Em relação a esta variável, os estudantes foram divididos em dois grupos: aqueles que trabalhavam ao menos 4 horas por dia além de estudar e aqueles que não trabalhavam ou trabalhavam menos de 4 horas por dia.

O questionário NEQ apresenta 14 perguntas do tipo Likert. Cada questão apresenta cinco possibilidades de resposta (0-4 pontos), resultando em escore total que varia de 0 a 56. Para estimativa de prevalência da SCN foi considerado escore NEQ igual ou superior a 2529.

O questionário DASS-21 é constituído por um conjunto de três subescalas de 7 questões tipo Likert com quatro possibilidades de resposta (0-3 pontos). Cada subescala avalia um dos três domínios emocionais: depressão, ansiedade e estresse. Os sujeitos foram estratificados em três categorias de intensidade considerando faixas de escores padronizadas30. Para o domínio depressão as faixas de escores foram: 0 a 13 (Normal e Mínimo), 14 a 20 (Moderado) e 21 a 42 (Grave e Muito Grave). Para o domínio ansiedade as faixas de escores foram: 0 a 9 (Normal e Mínimo), 10 a 14 (Moderado) e 15 a 42 (Grave e Muito Grave). Para o domínio estresse as faixas de escores foram: 0 a 18 (Normal e Mínimo), 19 a 25 (Moderado) e 26 a 42 (Grave e Muito Grave).

As variáveis sexo, estado nutricional, trabalho, período do trabalho, curso, série de estudo, horário de entrada na instituição, que compuseram o perfil da população estudada foram apresentadas por meio de frequência absoluta e relativa. As variáveis quantitativas idade, escore NEQ, por não apresentarem distribuição normal (teste de Shapiro-Wilk, p<0,05) foram apresentadas por mediana e percentis 25 e 75% respectivamente para caracterização do perfil, e por medianas e intervalos de confiança da mediana para avaliar as diferenças dos escores segundo características do perfil. Para analisar as diferenças dos escores entre as variáveis do perfil utilizou-se teste de Mann-Whitney para variáveis com dois grupos e teste de Kruskal-Wallis para variáveis com mais de dois grupos. Para analisar a associação entre as variáveis do perfil da população estudada e a severidade da ansiedade, depressão e stress avaliados pelo DASS-21 utilizou-se o teste de Qui-quadrado. O nível de significância adotado foi de 95%. O programa estatístico utilizado foi o Stata 11.0.

 

RESULTADOS

Foram avaliados 200 estudantes universitários de todos os cursos oferecidos pela instituição de ensino analisada (Tabela 1). Os participantes eram em sua maioria do sexo feminino (65,0%) e a mediana de idade foi 21 anos. Quanto ao estado nutricional a maioria encontra-se em eutrofia (68,5%). A proporção dos estudantes que trabalham ao menos 4 horas diárias foi de 54%. Considerando apenas os estudantes matriculados no período noturno, esta proporção é ainda maior (77,2%). A maior parte dos participantes apresentou níveis baixos (normal ou mínimo) de depressão (57,5%), ansiedade (70,5%) e estresse (93,0%).

O valor de mediana de escore NEQ para todos os sujeitos foi 17 (Tabela 1). Dos entrevistados, 30 estudantes (15%) apresentaram o escore NEQ maior ou igual a 25. Entre estes, 7 sujeitos (3,5% do total), obtiveram um escore igual ou superior a 30.

Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre o escore NEQ dos estudantes e as variáveis sexo, estado nutricional, trabalho, período de estudo, curso matriculado e série cursada (Tabela 2).

A respeito dos estados emocionais (Tabela 3), os estudantes com níveis mais elevados de depressão apresentaram escores NEQ significativamente maiores tanto na população completa quanto na estratificação por período de estudo (matutino ou noturno). Também houve associação significativa entre escores NEQ mais altos e níveis mais elevados de ansiedade e de estresse, verificada para o grupo completo de estudantes bem como para aqueles que cursam o período matutino.

Analisando as relações entre os estados emocionais e as demais variáveis estudadas, observou-se maior depressão entre participantes do sexo feminino na população completa (p = 0,050) e entre os estudantes do período matutino que trabalham mais de 4 horas por dia (p = 0,039) (Tabela 4). Foi observado também que o curso no qual o estudante está matriculado interferiu significantemente no nível de ansiedade para aqueles matriculados no período noturno (p = 0,042) (Tabela 5). Não foi encontrada associação significativa entre os níveis de estresse e as variáveis sexo, estado nutricional, trabalho, período de estudo, curso e série (dados não mostrados).

 

DISCUSSÃO

Neste estudo a Síndrome do Comer Noturno foi avaliada em estudantes universitários de uma instituição de ensino superior brasileira, tendo sido encontrada associação com a severidade de depressão, ansiedade e estresse bem como evidência de alta prevalência desta condição.

Na população analisada, muitos estudantes apresentaram alto escore NEQ. Valores acima do ponto de corte NEQ 25, que indica sujeitos possivelmente afetados pela síndrome, foram atingidos por 15% dos estudantes. O segundo ponto de corte (NEQ 30), usado para maior especificidade de diagnóstico da síndrome, foi atingido por 3,5% dos estudantes. Usando o ponto de corte NEQ 25, a prevalência encontrada é cerca de dez vezes maior que a estimada para a população geral10,11 e maior que as prevalências estimadas para outras populações de estudantes universitários (Tabela 6).

A maioria das avaliações da SCN entre estudantes universitários sugere que sua prevalência é maior que na população geral. Apenas um estudo entre estudantes alemães21 encontrou proporção de escores NEQ 25 dentro da faixa de 1,1 a 1,5% considerada para a população geral. Entre estudantes norte-americanos, dois estudos encontraram 2,0% de escores NEQ acima de 2520,22. Os estudos conduzidos entre estudantes egípcios23 e turcos24 encontraram respectivamente 5,8% e 9,6% participantes acima deste ponto de corte. Neste estudo, 15% dos estudantes brasileiros atingiram escore NEQ 25.

A prevalência possivelmente aumentada de SCN entre estudantes, sugerida também por este estudo, deve ser considerada nas ações de promoção de saúde e hábitos alimentares adequados para este grupo.

Os escores NEQ apresentaram associação significativa com as severidades de sintomas de depressão, ansiedade e estresse avaliadas por meio do questionário DASS-21. Este resultado confirma observações de outros grupos de pesquisa realizadas usando diferentes instrumentos para determinação das alterações psicológicas.

A associação entre SCN e sintomas depressivos determinados pelo Inventário de Depressão de Beck (BDI, Beck Depression Inventory) foi verificada em vários artigos29,31,32, inclusive para estudantes universitários33. É importante destacar que nem todos os estudos encontraram significância estatística para esta relação34, apesar de haver mais evidências apoiando que sujeitos com SCN apresentam maior níveis de depressão. Não está claro se os sintomas depressivos são causa, característica ou consequência da síndrome35.

Entre os jovens avaliados neste estudo maiores pontuações relacionadas à depressão foram encontradas entre participantes do sexo feminino e entre os estudantes do período matutino que trabalham mais de 4 horas por dia. O aumento de sintomas depressivos nestes dois casos, no entanto, não resultou em aumento significativo nos escores NEQ correspondentes.

Na descrição inicial da SCN foi sugerida a importância de eventos estressantes na instalação da síndrome8. Mais recentemente foi demonstrada a associação da síndrome com estresse psicológico, avaliado principalmente utilizando a Escala de Estresse Percebido (PSS, Perceived Stress Scale)29,31. Esta relação foi confirmada também em pesquisa realizada entre estudantes universitários36.

Os níveis de estresse entre os estudantes avaliados neste estudo foram baixos, apenas 4% dos entrevistados apresentaram severidade de estresse classificada como grave ou muito grave pelo DASS-21. Não foi possível relacionar nesta população estresse ao escore NEQ.

Em relação à ansiedade alguns estudos usando diferentes instrumentos apontaram associação à SCN32,37,38. Apesar do nível de ansiedade dos portadores da SCN ser maior que da população geral, este distúrbio emocional é ainda mais intenso nos casos dos sujeitos que apresentavam transtorno da compulsão alimentar periódica além da SCN37.

Entre os participantes deste estudo, aqueles que cursam Ciências Contábeis apresentaram mais ansiedade em relação aos demais cursos noturnos, mas este efeito não resultou em aumento de comportamentos da SCN nos estudantes.

Intervenções para controlar a ansiedade e estresse aparentemente contribuem para o controle de alguns dos comportamentos da síndrome38, e assim devem ser consideradas na prevenção e tratamento da síndrome35, particularmente entre estudantes.

Esta é a primeira vez que três domínios do estado psicológico são avaliados simultaneamente em relação à SCN. Utilizou-se o instrumento de avaliação rápida DASS-21, que reafirmou associações anteriormente descritas, mostrando-se ferramenta adequada e rápida para avaliar de forma abrangente os distúrbios emocionais de indivíduos em risco da SCN.

Um aspecto particular desta pesquisa foi avaliar a associação entre a SCN e a ocorrência de jornada dupla de estudo e trabalho. Uma grande proporção dos participantes trabalha ao menos 4h por dia antes ou depois do horário de estudo. Apesar de não ter sido encontrada associação significativa desta condição com a síndrome, foi verificada uma tendência (p=0,068) que estudantes do período noturno que trabalham apresentem menor escore NEQ que estudantes do mesmo período que não trabalham. Esta relação sugerida, a ser eventualmente confirmada por outros estudos, indicaria que a jornada dupla de estudo e trabalho poderia ter um inesperado efeito protetor contra comportamentos da SCN em relação ao estudo isoladamente. Tal fenômeno poderia ser uma interessante hipótese a ser investigada sobre esta síndrome.

Algumas limitações desta pesquisa devem ser ressaltadas. Todos os dados foram obtidos a partir de questionários autoaplicados e assim podem apresentar eventuais falhas inerentes a este tipo de instrumento, derivadas da compreensão equivocada das questões ou imprecisão nas respostas. Foi usado apenas um dos instrumentos disponíveis para avaliação da SCN que é uma ferramenta de varredura e isoladamente não permite o diagnóstico da síndrome. Por fim, a população estudada é proveniente de uma única instituição de ensino superior, e os resultados encontrados talvez não sejam representativos da realidade de outras universidades ou faculdades.

 

CONCLUSÃO

Foram encontradas evidências de alta prevalência da Síndrome do Comer Noturno entre estudantes universitários de uma instituição de ensino superior privada brasileira. Além disso, verificou-se associação dos comportamentos da síndrome com a severidade de sintomas depressivos, de ansiedade e de estresse entre estes estudantes.

Agradecimentos

Os autores desejam agradecer a ajuda de Elanny de Oliveira, Poliana Simões Lyra, José Lucas Souza Ramos e Italla Maria Pinheiro Bezerra.

 

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Endereço para correspondência:
ricardo.souto@fmabc.br

Manuscript received: 21 March 2017
Manuscript accepted: 20 June 2017
Version of record online: 06 December 2017

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