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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.28 no.3 São Paulo set./dez. 2018

http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.152159 

ARTIGO ORIGINAL 

 

Relação entre consumo alimentar, estado nutricional e rendimento escolar

 

 

Aline Lúcia SchmidtI; Maína Hemann StrackII; Simara Rufatto CondeI

IUniversidade do Vale do Taquari (UNIVATES) - Lajeado (RS), Brasil
IIUniversidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) - Porto Alegre (RS), Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: A alimentação adequada durante a infância e a adolescência é extremamente importante, pois atua diretamente no desenvolvimento físico e cognitivo.
OBJETIVO: Verificar a relação entre o consumo alimentar e o estado nutricional com o rendimento escolar.
MÉTODO: Trata-se de um estudo observacional, quantitativo e transversal, realizado com 134 escolares com idades entre 9 e 11 anos. O estado nutricional foi mensurado por meio do Índice de Massa Corporal por idade e gênero e a avaliação do consumo alimentar foi realizada através do Recordatório Alimentar de 3 dias. Para o conhecimento do rendimento escolar foram consultados os boletins do ano letivo de 2016. Utilizou-se um questionário para coletar dados referentes ao estado civil. Quanto ao estado nutricional, 59,7% dos escolares apresentaram eutrofia, 18,7% sobrepeso, 15,6% obesidade e 6,0% baixo peso.
RESULTADO: O consumo de cálcio (p<0,001) e ferro (p<0,001) foram significativamente abaixo dos valores recomendados pela Dietary Reference Intakes. Os escolares com obesidade consumiram significativamente mais lipídios (p=0,026) e calorias (p=0,003) que os demais estudantes. A participação dos alimentos ultraprocessados representou 35,50% do valor energético total, observando-se correlação positiva entre o seu consumo e a quantidade de calorias da alimentação (p=0,022) e correlação inversa com a ingestão de zinco (p=0,007).
CONCLUSÃO: Não foi encontrada associação significativa entre o consumo alimentar e estado nutricional com o rendimento escolar, porém verificou-se que o estado civil dos pais apresentou associação com o desempenho dos estudantes, os filhos de pais casados tiveram um rendimento escolar superior aos filhos de pais separados.

Palavras-chave: consumo de alimentos, estado nutricional, eficiências nutricionais.


 

 

INTRODUÇÃO

A alimentação infantil desperta cada vez mais o interesse dos pesquisadores, uma vez que essa fase da vida é marcada por um período de crescimento constante e de formação de hábitos alimentares. A nutrição adequada durante esse período da vida garante o crescimento físico e o desenvolvimento mental, ao mesmo tempo em que serve como fator de prevenção para algumas doenças1.

O contexto no qual a criança está inserida influencia fortemente os hábitos alimentares, principalmente por meio da disponibilidade de alimentos no domicílio, bem como as regras estipuladas para as práticas alimentares. Além disso, os pais tendem a ter seu comportamento alimentar reproduzido nos filhos, e a criança que é exposta a uma alimentação inadequada poderá segui-la durante a vida adulta2,3.

A partir dos 10 anos de idade inicia a transição da infância para a adolescência, esse período é caracterizado por intensas mudanças de crescimento e desenvolvimento em curto espaço de tempo, e o estado nutricional adequado durante essa fase é de extrema importância, sobretudo por se tratar de um momento com necessidades nutricionais aumentadas4.

O Brasil enfrenta um período de transição nutricional, em que a prevalência de sobrepeso e obesidade supera a de desnutrição5, e o consumo alimentar caracteriza-se por uma ingestão elevada de alimentos ricos em gordura e açúcar e deficientes em nutrientes6,7. Essas mudanças no perfil nutricional revelam a baixa qualidade da alimentação das crianças e dos adolescentes, que muitas vezes superam o aporte energético recomendado, porém, com carências nutricionais em termos de micronutrientes. Dentre as inadequações do consumo alimentar, a deficiência de ferro e zinco são as que mais se destacam2. Esses hábitos alimentares refletem diretamente no estado nutricional e no crescimento linear das crianças e adolescentes em idade escolar8.

O estado nutricional e o consumo de nutrientes exercem efeitos sobre o rendimento escolar e mostram importância no funcionamento cerebral e na capacidade da memória9. A desnutrição tem sérias consequências a longo prazo10, podendo gerar um impacto negativo no desenvolvimento cognitivo dos escolares11,12, que demonstram menor nível de aprendizagem e desenvolvimento, quando comparados a outros estudantes com ingestão adequada de nutrientes13.

Da mesma forma, o excesso de peso, além de ser um fator de risco para a saúde, está associado com desordens no crescimento, acarretando dificuldades no desempenho motor, baixo rendimento escolar e déficit de atenção14. Um dos fatores que contribui para o excesso de peso é a introdução precoce de alimentos ultra processados na dieta, que repercutem de forma negativa na saúde, pois esses alimentos são ricos em gordura, açúcar, sódio e são de alta densidade energética15. O desequilíbrio do aporte nutricional é um dos possíveis mecanismos para uma associação entre excesso de peso e rendimento escolar, pois tanto o excesso quanto a deficiência de nutrientes podem causar alterações nas funções cerebrais. O déficit de alguns nutrientes específicos, como o ferro, pode dificultar a concentração nos estudos16, e os fatores psicossociais envolvidos, como a baixa autoestima, levam ao absenteísmo e consequente piora no rendimento escolar17.

Além disso, a participação dos pais na vida escolar dos filhos pode ser um fator importante que ajuda a potencializar o rendimento dos estudantes18, pois quando há um estímulo e motivação no ambiente familiar, há também melhores chances dos escolares terem maior envolvimento nas atividades em sala de aula19.

Desta forma, o presente estudo teve como objetivo analisar a relação entre o consumo alimentar e o estado nutricional com o rendimento escolar em uma amostra de escolas públicas de um município do Rio Grande do Sul (RS).

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo observacional, quantitativo e transversal, realizado com escolares regularmente matriculados no 4° ano do Ensino Fundamental de dez escolas da rede pública de um município do RS. A amostra foi por conveniência, composta por escolares de ambos os gêneros, com idades entre 9 e 11 anos.

A coleta dos dados foi realizada durante o período de setembro a dezembro de 2016. Participaram da pesquisa os escolares que assinaram o Termo de Assentimento e cujos pais ou responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram excluídos do estudo os escolares que se negaram a completar alguma etapa da pesquisa e aqueles cujos pais não preencheram ou preencheram de forma incompleta os instrumentos utilizados para coleta dos dados. Em um universo de 176 estudantes, 134 participaram do estudo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade do Vale do Taquari - Univates, conforme Resolução CNS 466/2012, sob o número 1.708.395.

Para aferição de peso, utilizou-se uma balança digital da marca Plenna®, com precisão de 100 gramas e capacidade máxima de 150kg. O estudante ficou em posição ortostática (postura ereta, pés juntos e com os membros superiores estendidos ao longo do corpo), descalço e com o mínimo de roupa possível, ficando posicionado no centro do equipamento. A altura foi aferida através de estadiômetro portátil da marca Sanny Profissional® com precisão de 0,1cm e extensão máxima de dois metros, fixado na parede. O escolar estava descalço, encostado no estadiômetro, com a cabeça erguida e sem adereços, olhando para um ponto fixo na altura dos olhos20.

A idade foi obtida a partir da data de nascimento informada pela direção da escola. Para avaliação do estado nutricional foi utilizado o indicador antropométrico Índice de Massa Corporal (IMC) por idade e gênero . Seus valores foram expressos em escore-z, de acordo com o preconizado pela Organização Mundial da Saúde21. O diagnóstico do estado nutricional foi realizado através do software WHO AnthroPlus®, versão 1.0.422.

Para a análise do consumo alimentar dos escolares foi utilizado o Recordatório Alimentar, realizado em 3 dias não consecutivos, sendo uma das avaliações referente ao final de semana e as outras duas realizadas em dias da semana. Os recordatórios foram aplicados pela pesquisadora durante entrevista previamente agendada e foram utilizadas imagens de alimentos de modo que cada escolar pudesse indicar com maior precisão a quantidade ingerida, reduzindo as chances de erros nos relatos das porções23.

Os dados encontrados nos recordatórios foram calculados através do software Dietwin®, versão 2969, ano 2008. Através destes, foram verificados o consumo médio diário de energia, carboidrato, lipídio, proteína, cálcio, ferro e zinco, para posterior comparação com os valores recomendados pelas Dietary Reference Intakes (DRIs)24. Através das informações dos recordatórios, também foi calculado o consumo médio de alimentos ultraprocessados, em porcentagem de calorias em relação ao valor energético total. A definição de alimentos ultraprocessados foi realizada de acordo com Guia Alimentar para População Brasileira25.

Para a verificação do rendimento escolar foram utilizados os boletins referentes aos três trimestres do ano de 2016. Conforme padrão das escolas, os estudantes foram avaliados através de conceitos conforme o grau de rendimento escolar nas áreas de linguagens, matemática, ciências humanas e ciências naturais, podendo obter os resultados exemplificados no Quadro 1 em cada uma das áreas. A fim de possibilitar a análise do rendimento escolar médio no ano letivo os conceitos foram substituídos por notas, sempre considerando o valor mais alto equivalente a cada conceito (Quadro 1).

Desta forma, tornou-se possível o cálculo da média aritmética trimestral por aluno, incluindo o somatório das quatro áreas avaliadas. Após obter a média dos três trimestres, o mesmo procedimento foi realizado para calcular a média final do rendimento escolar no ano. Para fins de análise estatística, as médias de rendimento escolar anual foram categorizadas novamente em conceitos (Quadro 1).

O dado referente ao estado civil dos pais foi obtido através de um questionário estruturado, preenchido pelos pais dos escolares, que foi categorizado em cinco variáveis (solteiros, casados, separados/divorciados, viúvo (a) ou outros).

Os dados foram analisados no programa Statistical Package for the Social Scienses (SPSS), versão 22.0. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Foram utilizados os testes Exato de Fischer e t-student, também foram realizadas análises de correlação e aplicados os testes estatísticos não paramétricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney.

 

RESULTADOS

Os estudantes apresentaram média de idade de 10,2±0,5 anos, sendo 50% (n=67) do gênero feminino. No que diz respeito ao estado nutricional, 59,7% (n=80) da amostra apresentou diagnóstico de eutrofia, 18,7% (n=25) de sobrepeso, 15,6% (n=21) de obesidade e 6,0% (n=8) estavam abaixo do peso. Não foi observada diferença significativa da idade entre meninos e meninas (p=0,291), nem associação significativa entre os gêneros e o estado nutricional (p=0,408).

Observou-se que os estudantes apresentaram consumo médio de 1430,9±340,8 calorias por dia e a ingestão diária de cálcio e de ferro foram significativamente inferiores ao consumo recomendado (p=0,000). Para os demais nutrientes não observou-se diferença significativa em relação a recomendação (Tabela 1).

Constatou-se que os escolares obesos consumiam significativamente mais lipídios (p=0,026) e calorias (p=0,003) em relação aos demais estudantes. Os demais nutrientes não apresentaram diferenças significativas quando comparados às classificações do estado nutricional (Tabela 2).

Do total de calorias ingeridas, 35,50±13,76% foram provenientes de alimentos ultraprocessados. Observou-se correlação positiva entre o consumo desses alimentos com a quantidade de calorias (p=0,022), e correlação inversa com o consumo de zinco (p=0,007) (Tabela 3).

O rendimento escolar com conceito regular foi verificado em 5,2% (n=7) da população estudada, bom em 33,6% (n=45), muito bom em 41,8% (n=56), ótimo em 19,4% (n=26) e nenhum dos estudantes apresentou rendimento escolar insuficiente. Não foi observada diferença significativa entre o consumo alimentar e as classificações do rendimento escolar (Tabela 4).

Verificou-se que não existiu associação significativa entre o rendimento escolar e o estado nutricional (p=0,532). Já em relação ao estado civil dos pais, observou-se que o rendimento escolar bom estava significativamente associado aos pais separados, e o rendimento escolar ótimo aos pais casados (p=0,038) (Tabela 5).

 

DISCUSSÃO

A população estudada apresentou um perfil nutricional semelhante ao observado na população brasileira, com os índices de sobrepeso e obesidade superando os de desnutrição . A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PENSE)26, realizada com estudantes de 13 a 17 anos que estavam frequentando regularmente escolas públicas e privadas de todo o Território Nacional, observou baixo peso em 3,1% dos escolares, enquanto que o excesso de peso foi encontrado em 23,7% dos casos e a obesidade em 7,8%. Os valores encontrados na PENSE26 mostraram pouca variação entre o gênero feminino e o masculino, corroborando com os dados deste estudo, onde não se encontrou diferença significativa de estado nutricional entre meninos e meninas. Souza et al.27, que avaliaram crianças e adolescentes entre 4 e 19 anos de idade, em escolas de um município do RS, encontraram valores semelhantes, sendo 1,9% de baixo peso, 18,9% de sobrepeso e 11,4% de obesidade, a maior proporção de sobrepeso foi encontrado em meninas e a maior proporção de obesidade em meninos. Resultados semelhantes também foram observados em adolescentes entre 10 a 15 anos de idade, no estado do Paraná, onde foi observado um percentual de sobrepeso de 17,53%, obesidade de 13,64%, e baixo peso somente no gênero feminino, em 3,06% dos casos28.

A transição nutricional da população brasileira foi verificada na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que observou o aumento na prevalência de obesidade e redução do baixo peso na população entre 10 a 19 anos de idade, na qual foi observada, em 2002-200329, 15,1% dos meninos com excesso de peso e 3,0% com obesidade, entre as meninas encontraram-se valores de 16,7% de excesso de peso e 4,11% de obesidade. Em 2008-200930 houve aumento tanto de excesso de peso, quanto de obesidade, sendo observado 19,4% de excesso de peso e 4,0% de obesidade nos meninos, enquanto que nas meninas observou-se que 21,7% estavam com excesso de peso e 5,9% com obesidade. Juntamente com o aumento na prevalência de excesso de peso, houve redução nos casos de desnutrição. Em 2002-200329, os meninos apresentaram 4,3% e as meninas 5,3% de déficit de peso. Já em 2008-200930 esses valores reduziram para 3,0% nos meninos e 3,7% nas meninas. A redução dos casos de baixo peso e maior número de pessoas com sobrepeso e obesidade, que caracteriza a transição nutricional da população, também foi verificada no presente estudo.

O aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade é reflexo de um consumo excessivo de energia, acompanhado por deficiências nutricionais expressivas em termos de micronutrientes2. As deficiências nutricionais foram observadas neste estudo, uma vez que a ingestão de cálcio ficou abaixo do valor recomendado pelas DRIs 24, assim como um estudo realizado em São Paulo, por Assumpção et al.31, que verificaram deficiência de cálcio, com uma média de consumo de 618,2mg por dia em uma amostra de adolescentes entre 10 a 19 anos de idade. No estudo de Ribas et al.32, realizado no Paraná com escolares entre 8 a 12 anos, observou-se consumo médio de 552,19mg de cálcio em meninos e 475,54mg em meninas. Ao avaliarem o consumo alimentar de adolescentes brasileiros entre 12 a 13 anos de idade, Souza et al.33 verificaram que o cálcio é um dos micronutrientes que apresenta maior prevalência de inadequação, atingindo mais de 95% de deficiência entre os adolescentes de 12 a 17 anos de escolas públicas de todo o Território Nacional. Mais de 90% das crianças de 7 a 9 anos de idade que participaram da pesquisa de Albuquerque et al.34 no Ceará, apresentaram consumo insuficiente de leite e derivados, que são importantes fontes de cálcio na alimentação. O cálcio é um nutriente essencial ao organismo, que atua na manutenção da massa óssea, bem como na prevenção de fraturas e osteoporose ao longo da vida31, podendo também estar relacionado ao desempenho escolar35. A adolescência é considerada um período crítico, pois é neste momento que ocorre o pico da massa óssea, onde mais da metade do esqueleto é estabelecido. A deficiência desse nutriente na faixa etária estudada torna-se muito preocupante, pois trata-se de uma fase de transição entre a infância e a adolescência, e o consumo insuficiente de cálcio nesse momento pode trazer consequências irreversíveis para a vida adulta36.

Também foi verificado o consumo inadequado de ferro na amostra da população estudada, resultado semelhante ao estudo realizado no Maranhão, por Pereira et al.37, onde verificaram que 23,1% da amostra de adolescentes entre 10 a 19 anos consumiram quantidade de ferro abaixo do recomendado e Souza et al.33, que avaliaram adolescentes entre 12 a 17 anos de idade em todo o Território Nacional e encontraram valor de inadequação de ferro em 0,6% dos meninos e 2,5% das meninas. A redução dos estoques de ferro no organismo pode estar relacionada ao déficit de estatura, desnutrição ou obesidade em graus variáveis38, comprometimento do sistema imune, dificuldade de concentração e redução da capacidade física39,40. Após longos períodos de balanço negativo de ferro, a deficiência pode evoluir para um quadro de anemia ferropriva, porém, mesmo antes da anemia se manifestar, a deficiência leve de ferro no organismo pode causar efeitos adversos ao desenvolvimento38,39. O teor de ferro na alimentação pode estar relacionado ao aumento de consumo de alimentos ultraprocessados, assim como verificado por Louzada et al.41, que observaram que a participação desses alimentos na dieta mostrou-se inversa e significativamente associada ao consumo de ferro, evidenciando a desvantagem dos alimentos ultraprocessados na alimentação, que podem contribuir para o aparecimento de deficiências nutricionais.

O consumo alimentar de zinco e macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) estava de acordo aos valores preconizados pelas DRIs24. Na pesquisa de Souza et al.33, com adolescentes brasileiros entre 12 a 17 anos, o percentual dos macronutrientes e do zinco também ficou de acordo com os valores de referência, diferindo do resultado encontrado por Vaz-Tostes et al.42, que realizaram uma pesquisa no Espírito Santo, na qual observaram adequação do consumo dos macronutrientes, porém, o consumo alimentar de zinco foi inadequado nas crianças de 2 a 6 anos de idade, atingindo 4,33mg de ingestão diária. Esse mineral possui um papel muito importante na saúde da criança e do adolescente, atuando diretamente no crescimento físico, desenvolvimento sexual, no sistema imune e na capacidade cognitiva. A deficiência de zinco presente no início da adolescência pode retardar o crescimento e afetar a capacidade de aprendizagem. Por isso, é necessário avaliar o seu consumo alimentar nessas fases da vida, para evitar prejuízos decorrentes de sua deficiência. É importante ficar atento a essa faixa etária, pois devido as taxas de crescimento, as necessidades de zinco podem ser maiores nesse período43,44.

Verificou-se que os escolares obesos consumiram significativamente mais lipídios e calorias totais do que os demais. Um estudo realizado com estudantes entre 7 a 9 anos de idade no estado do Ceará avaliou o consumo alimentar através da aplicação de um formulário semiestruturado, elaborado considerando as porções diárias recomendadas para cada um dos grupos alimentares, encontrando resultados diferentes aos do presente estudo, pois não foram observadas diferenças significativas do consumo alimentar dos escolares com obesidade. Porém, a amostra avaliada apresentou consumo inadequado de alguns grupos alimentares (frutas, verduras e leite e derivados), além de ter sido observada a alta frequência de inatividade física e hábitos sedentários nessa população, podendo estes fatores estarem relacionados com a frequência de obesidade encontrada no trabalho34. No presente estudo não foi avaliado o impacto da atividade física no estado nutricional, porém a prática regular de exercícios pode ser efetiva para melhorar os indicadores da obesidade infantil45, e quando aliada a uma alimentação saudável, pode ajudar a diminuir problemas psicológicos ocasionados pela discriminação relacionada ao excesso de peso, que podem gerar depressão e até mesmo isolamento social46.

Através do questionário de frequência alimentar proposto pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), Menêses et al.47 não observaram diferenças do consumo alimentar entre as classificações do estado nutricional em crianças de 5 a 10 anos de idade, no estado do Tocantins. Steil e Poll48 realizaram um estudo no município de Candelária, no RS, no qual avaliaram o consumo alimentar de escolares entre 9 e 11 anos de idade, através de um Questionário de Frequência Alimentar (QFA) e também não foram observadas associações estatisticamente significativas entre o consumo alimentar e o estado nutricional. Os resultados divergentes aos do presente estudo podem ser explicados pelo fato da obesidade ser uma doença de causas multifatoriais49, que transcende os resultados da ingestão calórica, podendo estar relacionada não somente ao consumo alimentar, mas também com a interrupção precoce do aleitamento materno, com a introdução inadequada da alimentação complementar2, ambiente familiar, fatores genéticos, socioeconômicos e prática regular de atividade física50.

Na amostra da população estudada, mais de um terço do valor energético foi proveniente de alimentos ultra processados. Constatou-se o impacto negativo desses alimentos na qualidade nutricional da alimentação, uma vez que quanto maior foi o seu consumo, maior a densidade calórica encontrada, evidenciando a sua contribuição para o número de escolares com excesso de peso e obesidade. Essa condição pode causar sérios problemas de saúde em crianças e adolescentes, como diabetes e doenças cardiovasculares51. Também foi observada correlação entre o maior consumo de alimentos ultra processados e o menor consumo de zinco. Dados semelhantes foram encontrados por Louzada et al.52, que avaliaram o consumo alimentar de 30 mil brasileiros maiores de 10 anos de idade, e observaram que o consumo de alimentos ultra processados representou 30% do valor energético total, verificando também associação entre o seu consumo e a prevalência de excesso de peso e obesidade nessa população. Em Pelotas, no RS, observou-se que crianças com menos de 2 anos de idade apresentavam 19,7% de consumo de alimentos ultra processados na dieta, e crianças maiores de 2 anos consumiam 36,1%, o que evidencia a introdução precoce desses alimentos na dieta das crianças e o aumento da sua ingestão conforme o avançar da idade15. Ao avaliarem o consumo alimentar de brasileiros maiores de 10 anos de idade, Louzada et al.41 observaram que a ingestão de alimentos ultra processados representou 21,5% do total de calorias, ao mesmo tempo também verificaram relação entre o maior consumo de alimentos ultra processados com menor teor de zinco na dieta.

Outro estudo, realizado no Canadá, em uma população com idade igual ou superior a 2 anos de idade, encontrou valores superiores quanto ao consumo de alimentos ultra processados, atingindo 47,7% do valor energético total na população em geral, sendo o maior consumo verificado entre as crianças e adolescentes, representando 55% do total de calorias. Também foi observada uma relação inversa entre o consumo desses alimentos e a ingestão de zinco, reforçando os achados do presente estudo53. Nos Estados Unidos, o consumo de alimentos ultra processados também é elevado, atingindo 57,9% do valor energético em indivíduos maiores de um ano de idade54. Através desses estudos, pode ser observado menor consumo de alimentos ultra processados no Brasil, quando comparado aos demais países. Uma possível explicação para esse fato é que no Brasil alguns tipos de alimentos ultra processados tem um custo elevado quando comparados aos demais grupos, o que sugere uma vantagem econômica da substituição dos alimentos ultra processados por refeições preparadas no lar55.

Não foi verificada associação estatisticamente significativa entre o consumo alimentar e estado nutricional com o rendimento escolar na amostra da população estudada. Esses resultados também foram encontrados no Rio de Janeiro, em uma pesquisa realizada com escolares do 6° ao 9° ano, na qual também não foi observada associação entre a alimentação e o estado nutricional com as notas escolares9. Santana et al.56, em uma revisão sistemática, também não observaram evidências suficientes para apoiar a ligação direta entre o consumo alimentar e mau desempenho escolar de crianças em idade escolar.

Porém, vários estudos diferiram dos resultados encontrados, como a pesquisa de Correa-Burrows et al.57, realizada no Chile, que avaliou a relação do consumo alimentar com o rendimento escolar em adolescentes com 16 anos de idade e demonstrou que alimentos com alta densidade energética foram associados à redução do desempenho dos escolares. Em outro trabalho, realizado no mesmo local, com uma população de 13 anos de idade, também foi observada associação da alimentação com o rendimento escolar, onde os estudantes que comiam lanches menos saudáveis eram mais propensos a repetirem de ano58. Na Coréia, Kim et al.35, avaliaram adolescentes entre 12 e 18 anos de idade e constataram piora no rendimento escolar naqueles que consumiam alimentos ultra processados (refrigerante, macarrão instantâneo e fast food) mais de 7 vezes na semana.

Na Índia, Rashmi et al.10, realizaram um estudo com uma população entre 5 e 14 anos de idade e observaram que a desnutrição foi um fator relacionado com o rendimento escolar inferior. Enquanto que Rossini et al.59, no RS, constataram a correlação entre as notas dos alunos e o estado nutricional em escolares de 7 a 10 anos, observando que os estudantes com baixo peso apresentaram notas superiores aos demais.

Em alguns trabalhos, observou-se que o excesso de peso e a obesidade demonstraram relação direta com o rendimento escolar. Phrashiah et al.60 avaliaram a associação entre o estado nutricional e o rendimento escolar no Quênia, e verificaram que a classificação do estado nutricional, em adolescentes com idades entre 11 e 15 anos, influenciou o desempenho escolar, sobretudo através do baixo envolvimento dos estudantes com sobrepeso nas atividades propostas em sala de aula. Nos Estados Unidos, Carey et al.61 verificaram que o aumento de peso em crianças e adolescentes de 10 a 17 anos esteve associado a menores resultados no desempenho escolar, promovendo principalmente o absenteísmo, repetição de ano e menor envolvimento com as atividades da escola. O aumento de peso associado ao menor rendimento escolar também foi verificado em uma pesquisa realizada no estado de Minas Gerais, com escolares entre 9 e 11 anos de idade, matriculados no 4° ano do Ensino Fundamental de uma escola pública16, e também em Portugal, em um estudo envolvendo adolescentes de 12 a 18 anos62.

Conseguir identificar os fatores determinantes do rendimento escolar é uma tarefa complexa, uma vez que esse processo é influenciado por diversas variáveis e está em constante modificação, podendo envolver fatores genéticos, socioeconômicos, ambientais e comportamentais60,63. A estrutura familiar também é um forte condicionante da aprendizagem e do rendimento escolar64, como verificado nos resultados do presente estudo, onde os filhos de pais casados obtiveram rendimento escolar superior aos filhos de pais separados. Costa et al.65, observaram que o incentivo dos pais nas rotinas escolares melhorou o desempenho dos estudantes. A participação dos pais na vida escolar dos filhos é imprescindível para a evolução da criança, essa importância decorre da interação no ambiente familiar e da qualidade do apoio nas tarefas escolares, por meio do incentivo à leitura, estímulo à expressão oral e escrita, aspectos relevantes para o desenvolvimento cognitivo18. No presente estudo, a maioria dos pais apresentou estado civil casado, aspecto que pode ter contribuído para que a população estudada apresentasse, em sua grande maioria, conceitos escolares satisfatórios.

Também é importante ressaltar que não foram observados conceitos escolares classificados como insuficiente esse fato pode ter contribuído para os resultados encontrados serem, em parte, diferentes dos verificados na literatura. Conforme a Lei Estadual nº 14.705, de 25 de junho de 201566, todo escolar com dificuldades de aprendizagem tem direito ao apoio individual, de forma que possibilite ao estudante melhorar seu rendimento escolar. Esse apoio ao estudante também pode ter auxiliado para que não fossem verificados conceitos insuficientes.

O estudo realizado apresentou limitações, sobretudo quanto ao delineamento de corte transversal da pesquisa e pela amostra de estudantes ser de uma pequena parcela de escolas de um município do estado do RS. O R24h, utilizado para avaliação do consumo alimentar, pode ter apresentado viés de memória por parte dos escolares, e os resultados encontrados refletiram o consumo alimentar do período em que foi realizado, não observando as condições dietéticas de todo o ano letivo.

 

CONCLUSÃO

A maior parte dos escolares avaliados apresentou diagnóstico de eutrofia, porém, foram verificados percentuais consideráveis de sobrepeso e obesidade. Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre o consumo alimentar e estado nutricional com o rendimento escolar. Porém, o estado civil dos pais foi associado ao desempenho dos estudantes e constatou-se inadequações no consumo alimentar de cálcio e ferro na faixa etária estudada, bem como a participação considerável dos alimentos ultraprocessados na dieta, que a longo prazo podem impactar de forma negativa no desenvolvimento físico e cognitivo dos estudantes.

 

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Endereço para correspondência:
simararufatto@terra.com.br

Manuscrito recebido: Julho 2018
Manuscrito aceito: Outubro 2018
Versão online: Novembro 2018

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