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Journal of Human Growth and Development

Print version ISSN 0104-1282On-line version ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.29 no.2 São Paulo May/Aug. 2019

http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.v29.9431 

ARTIGO ORIGINAL

 

Prevalência e fatores associados à obesidade em crianças menores que cinco anos no município de Rio Branco - Acre

 

 

Delcio Damasceno da SilvaI; Marcos Venicius Malveira de LimaII; Pascoal Torres MunizIII; Marlon Negreiros de HolandaIV; Ozianndeny Ferreira CâmaraIV; Adilson MonteiroIV; Rubens WajnsztejnIV

IUniversidade Federal do Acre, Campus Floresta, Cruzeiro do Sul, Acre, Brasil
IISecretaria de Estado de Saúde do Acre, Rio Branco, Acre, Brasil
IIIUniversidade Federal do Acre, Rio Branco, Acre, Brasil
IVLaboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Centro Universitário Saúde ABC, Santo André, SP, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: O estado nutricional de crianças é considerado um instrumento importante na aferição das condições de saúde e qualidade de vida de uma população. A prevalência crescente da obesidade em crianças é um problema de saúde pública significante, pois é um fator de risco importante para a obesidade na vida adulta
OBJETIVO: Avaliar a prevalência e os fatores associados à obesidade infantil no município de Rio Branco - Acre
MÉTODO: Realizou-se análise de banco de dados provenientes do Inquérito de Fatores de Risco e Morbidade por Doenças Não-Transmissíveis no Município de Rio Branco / Saúde e Nutrição de Adultos e Crianças em 2008. Trata-se de um estudo transversal onde foram examinadas 687 crianças na faixa de 0 a 60 meses nas zonas urbana e rural. A análise estatística considerou a expansão e o desenho da amostra. A prevalência da obesidade infantil segundo os índices antropométricos P/I (peso-para-idade), P/E (peso-para-estatura), e IMC/I (Índice de Massa Corporal-para-idade) foram respectivamente de 6,85% (IC95% = 5,30 - 8,80), 6,66% (IC95% = 3,22 - 13,27) e 6,61% (IC95% = 3,25 - 12,98
RESULTADOS: O modelo final apresentou maior prevalência de obesidade para o índice IMC/I nas seguintes condições: local de domicílio na zona urbana (RP=6,81; IC95% = 1,27 - 36,38), iluminação elétrica sem medidor (RP=2,10; IC95% = 1,22 - 3,59), altura da mãe maior que 163cm (RP=2,24; IC95% = 1,12 - 4,47) e obesidade materna (RP=2,37; IC95% = 1,19 - 4,72
CONCLUSÃO: A prevalência da obesidade do índice IMC/I foi elevada e está relacionada à fatores socioeconômicos e características maternas específicas. É necessária a promoção de ações que levem a formação de um estilo de vida saudável ainda na infância

Palavras-chave: obesidade infantil, antropometria, epidemiologia nutricional.


 

 

Síntese dos autores

Por que este estudo foi feito?

A prevalência da obesidade em crianças é um problema de saúde pública, o estudo foi feito por se saber que existe uma associação de sobrepeso com a qualidade de vida da criança, assim se tem a necessidade da investigação da obesidade com enfoque nesse grupo para que se criem estratégias de promoção a saúde.

O que os pesquisadores fizeram e encontraram?

Os pesquisadores tiveram como objetivo avaliar a prevalência da obesidade em meio as crianças com idade abaixo de 5 anos por meio de um estudo transversal de base populacional em Rio Branco, Acre, Brasil e com isso encontraram que a prevalência da obesidade esta relacionado com fatores socioeconômicos e características maternais bem definidas como: Local de domicilio em área urbana, tipo de iluminação eletrica com medidor, altura da mãe maior ou igual a 163cm e obesidade materna.

O que essas descobertas significam?

Os achados significam que existe uma necessidade de intervenção social para a prevenção da obesidade infantil, começando pela promoção de um estilo de vida mais saudável até o desenvolvimento de políticas públicas, com enfoque em programas de orientação alimentar para que os desafios na prevenção da obesidade infantil sejam superados.

 

INTRODUÇÃO

A obesidade é uma enfermidade determinada pelo acúmulo de energia, na forma de triglicérides, no tecido adiposo distribuído pelo corpo e pode provocar prejuízos à saúde, por facilitar o desenvolvimento ou agravamento de doenças associadas1. A obesidade é tratada como uma epidemia de proporções mundiais e sua prevalência em crianças e adolescentes vem crescendo nas últimas três décadas nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, acarretando um impacto negativo para a saúde pública2,3.

Em crianças e adolescentes, a obesidade está associada a fatores de risco para doenças cardiovasculares, respiratórias e metabólicas, além de contribuir para a baixa autoestima e discriminação social. Assim, afetando a performance escolar e relacionamentos sociais levando a consequências psicológicas a longo prazo oportunizando complicações emocionais4-6. O crescente aumento da obesidade em crianças e adolescentes é chocante, uma vez que a obesidade, principalmente na adolescência, é fator preditivo para a obesidade na vida adulta3,7.

Na patogênese da obesidade, estudos realizados abordaram aspectos comportamentais e ambientais, também avaliaram aspectos genéticos e metabólicos. No componente ambiental, estudos demonstraram que os pais têm importante função na determinação das escolhas alimentares da criança - principalmente nos primeiros dois anos de vida - e são também cruciais na construção da autoestima e da autoimagem8,9.

No que se refere ao fator genético, estudos feitos com crianças adotadas mostraram que estas tinham índice de massa corpórea (IMC) relacionada com o de seus pais biológicos e, não, com o dos adotivos. Isto indica que, embora o ambiente exerça papel importante na determinação da obesidade, a influência genética também é crucial para o seu desenvolvimento10. A situação crescente da obesidade nos países em desenvolvimento é crítica e influencia não somente os grupos economicamente favorecidos, mas também os menos favorecidos11.

Portanto, o modelo conceitual da obesidade na infância é ainda incompreendido completamente. Os resultados dos estudos dirigidos apontam a concorrência de fatores da esfera social, ambiental, familiar e individual na determinação do sobrepeso e obesidade12. As relações antropométricas entre mães e filhos, além do componente biológico dos genótipos, expressam as condições entre gerações que cresceram em épocas distintas, em micro e macroambientes também distintos13.

Em 2014, a Organização Mundial de Saúde estimou que havia no mundo aproximadamente 43 milhões de crianças, até 5 anos de idade, acima do peso14. De acordo com os dados do IBGE, entre 2008 e 2009, cerca de 52% dos meninos e 34% das meninas de cinco a nove anos de idade apresentaram excesso de peso ou obesidade no Brasil15. Considerando-se que a associação de excesso de peso está vinculada com a redução da qualidade de vida em crianças, diversas pesquisas têm sidos realizadas para a investigar a obesidade nesse grupo visando a criação de estratégias de promoção de saúde16. Assim, o objetivo é avaliar a prevalência da obesidade das crianças menores que cinco anos do município de Rio Branco, Acre, Brasil.

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal17 de base populacional, que é parte integrante da pesquisa "Saúde e Nutrição em Crianças e Adultos no Município de Rio Branco, Acre (2008)" realizado pela Universidade Federal do Acre em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Acre e Secretaria Municipal de Saúde do Município de Rio Branco. A população de estudo foi composta de menores de cinco anos de idade residentes no Município de Rio Branco.

A amostragem foi obtida por conglomerados em dois estágios de seleção, sendo o primeiro estágio a seleção de setores censitários e o segundo estágio a seleção de domicílios dentro de cada setor, onde foram entrevistados os responsáveis pelas crianças menores que cinco anos, configurando-se em uma amostra representativa da população geograficamente distribuída no Município de Rio Branco.

No primeiro estágio de seleção, foi utilizada como unidade primária amostral a divisão do Município de Rio Branco em 250 setores censitários, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística18 para o Censo Demográfico do ano 2000, dos quais foram selecionados os 35 setores censitários utilizados anteriormente pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2006. No segundo estágio de seleção, foram sorteados 25 domicílios de cada setor, totalizando 875 domicílios. Com a finalidade de suprir prováveis perdas e recusas, foram selecionados 15% de domicílios a mais, elevando a amostra para 977 domicílios, totalizando, assim, 701 indivíduos para a amostra inicial, destes 98% (n=687) foram avaliados, 2% (n=14) foram perdas por não consentimento do pai ou responsável na participação da criança na pesquisa.

O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário individual elaborado com base nos questionários aplicados no Inquérito Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas

A obesidade é uma enfermidade determinada pelo acúmulo de energia, na forma de triglicérides, no tecido adiposo distribuído pelo corpo e pode provocar prejuízos à saúde, por facilitar o desenvolvimento ou agravamento de doenças associadas1. A obesidade é tratada como uma epidemia de proporções mundiais e sua prevalência em crianças e adolescentes vem crescendo nas últimas três décadas nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, acarretando um impacto negativo para a saúde pública2,3.

Em crianças e adolescentes, a obesidade está associada a fatores de risco para doenças cardiovasculares, respiratórias e metabólicas, além de contribuir para a baixa autoestima e discriminação social. Assim, afetando a performance escolar e relacionamentos sociais levando a consequências psicológicas a longo prazo oportunizando complicações emocionais4-6. O crescente aumento da obesidade em crianças e adolescentes é chocante, uma vez que a obesidade, principalmente na adolescência, é fator preditivo para a obesidade na vida adulta3,7.

Na patogênese da obesidade, estudos realizados abordaram aspectos comportamentais e ambientais, também avaliaram aspectos genéticos e metabólicos. No componente ambiental, estudos demonstraram que os pais têm importante função na determinação das escolhas alimentares da criança - principalmente nos primeiros dois anos de vida - e são também cruciais na construção da autoestima e da autoimagem8,9.

No que se refere ao fator genético, estudos feitos com crianças adotadas mostraram que estas tinham índice de massa corpórea (IMC) relacionada com o de seus pais biológicos e, não, com o dos adotivos. Isto indica que, embora o ambiente exerça papel importante na determinação da obesidade, a influência genética também é crucial para o seu desenvolvimento10. A situação crescente da obesidade nos países em desenvolvimento é crítica e influencia não somente os grupos economicamente favorecidos, mas também os menos favorecidos11.

Portanto, o modelo conceitual da obesidade na infância é ainda incompreendido completamente. Os resultados dos estudos dirigidos apontam a concorrência de fatores da esfera social, ambiental, familiar e individual na determinação do sobrepeso e obesidade12. As relações antropométricas entre mães e filhos, além do componente biológico dos genótipos, expressam as condições entre gerações que cresceram em épocas distintas, em micro e macroambientes também distintos13.

Em 2014, a Organização Mundial de Saúde estimou que havia no mundo aproximadamente 43 milhões de crianças, até 5 anos de idade, acima do peso14. De acordo com os dados do IBGE, entre 2008 e 2009, cerca de 52% dos meninos e 34% das meninas de cinco a nove anos de idade apresentaram excesso de peso ou obesidade no Brasil15. Considerando-se que a associação de excesso de peso está vinculada com a redução da qualidade de vida em crianças, diversas pesquisas têm sidos realizadas para a investigar a obesidade nesse grupo visando a criação de estratégias de promoção de saúde16. Assim, o objetivo é avaliar a prevalência da obesidade das crianças menores que cinco anos do município de Rio Branco, Acre, Brasil.

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal17 de base populacional, que é parte integrante da pesquisa "Saúde e Nutrição em Crianças e Adultos no Município de Rio Branco, Acre (2008)" realizado pela Universidade Federal do Acre em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Secretaria Estadual de Saúde do Acre e Secretaria Municipal de Saúde do Município de Rio Branco. A população de estudo foi composta de menores de cinco anos de idade residentes no Município de Rio Branco.

A amostragem foi obtida por conglomerados em dois estágios de seleção, sendo o primeiro estágio a seleção de setores censitários e o segundo estágio a seleção de domicílios dentro de cada setor, onde foram entrevistados os responsáveis pelas crianças menores que cinco anos, configurando-se em uma amostra representativa da população geograficamente distribuída no Município de Rio Branco.

No primeiro estágio de seleção, foi utilizada como unidade primária amostral a divisão do Município de Rio Branco em 250 setores censitários, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE; http://www.ibge.gov.br) para o Censo Demográfico do ano 2000, dos quais foram selecionados os 35 setores censitários utilizados anteriormente pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2006. No segundo estágio de seleção, foram sorteados 25 domicílios de cada setor, totalizando 875 domicílios. Com a finalidade de suprir prováveis perdas e recusas, foram selecionados 15% de domicílios a mais, elevando a amostra para 977 domicílios, totalizando, assim, 701 indivíduos para a amostra inicial, destes 98% (n=687) foram avaliados, 2% (n=14) foram perdas por não consentimento do pai ou responsável na participação da criança na pesquisa.

O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário individual elaborado com base nos questionários aplicados no Inquérito Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico19 e no Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis: Brasil, 15 Capitais e Distrito Federal, 2002-200320. O questionário é composto de módulos temáticos, com questões fechadas, semiabertas e abertas, envolvendo as seguintes seções: (1) sociodemográfica e econômica, com dados de gênero, idade, estado civil, renda, escolaridade, ocupação, entre outros; (2) avaliação do uso e cobertura de serviços de saúde; (3) avaliação do estado de saúde individual, com dados de morbidade referida, estilo de vida, consumo de tabaco e álcool, atividade física, entre outros, e (4) avaliação do estado nutricional, com dados de antropometria e hábitos de consumo alimentar.

A idade foi calculada com base na data da coleta do exame físico e na data de nascimento retirada a partir de registros de nascimento ou documentos equivalentes. O peso foi obtido com auxílio de balança microeletrônica (Tanita bf 572 body fat, capacidade de 130 kg com variação de 100g) avaliada pelo INMETRO com tolerância aceita e estando as crianças sem sapatos e roupas.

A altura foi medida na posição horizontal nas crianças com menos de dois anos de idade com antropômetro de fita corrente confeccionado em madeira natural com medida de 1,30m e na posição vertical, e com uso do estadiômetro, com precisão de 1 mm, nas crianças acima de dois anos. As respostas referentes aos dados socioeconômicos, de saúde da família e da criança foram respondidos, preferencialmente, pela mãe da criança e na ausência desta, pelo adulto responsável. Os dados foram coletados no período de novembro de 2007 a outubro de 2008, através de entrevista realizada por uma equipe de auxiliares de pesquisa treinados para aplicação do instrumento e avaliação física.

Para avaliação da obesidade utilizou-se as curvas da World Health Organization21. Foram consideradas obesas as crianças que apresentaram os índices antropométricos com valor superior a +2 desvios-padrão (DP) para os índices P/I (Peso por idade), P/A (Peso por altura/comprimento) e IMC/I (Indice de Massa Corporaal por idade). Foram retirados os indivíduos com índices superiores a -5DP e +5DP. As perdas foram consideradas quando na incapacidade da medição do peso e de altura em três tentativas em dias e horários diferentes, e a recusa ocorreu quando do responsável não autorizou a participação da criança na pesquisa.

O programa Epi Info 6.022 (Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, Estados Unidos) foi utilizado para a criação do banco de dados e foi realizada dupla digitação dos dados. Os índices antropométricos foram retirados do programa WHO Antro23 (Departament of Nutrition, World Health Organization, Geneva, Switzerland).

As análises foram realizadas no pacote estatístico Stata 10.024 (Stata Corp. College Station, Estados Unidos), no modulo survey, onde as especificações contemplaram as ponderações amostrais calculadas para cada domicílio, os estratos geográficos e a unidade primária de amostragem, tendo assim, os dados corrigidos considerando-se o efeito do desenho amostral para o cálculo das estimativas pontuais e intervalos de confiança. Foram retiradas as prevalências da obesidade para os índices P/I, P/A e IMC/I.

Para avaliação da associação de risco da obesidade foi escolhido o índice IMC/I. Assim, foram calculadas razões de prevalências com IC95% através da regressão de Poisson. O modelo multivariado final proposto avaliou associação entre a obesidade no índice IMC/I e as condições socio-econômicas-ambientais estudadas com nível de significância p<0,05. A análise dos dados foram realizada em etapas. Primeiramente, foram realizada a análise bivariada entre o desfecho obesidade (IMC/I) e as variáveis independentes selecionas no estudo, com a obtenção de estimativas de risco baseadas em razões de prevalência bruta. As variáveis independentes foram trabalhadas de forma que um estrato era tratada como referência, e as estimativas de risco dos demais estratos eram obtidas em relação a esse de referência.

Para identificar os fatores associados ao desfecho e estabelecer o controle de variáveis foi construído um modelo multivariado por blocos, sendo selecionadas, como candidatas ao modelo, as covariáveis que apresentaram significância inferior a 20% (valor de p < 0,20), e mantiveram-se, no modelo final, as variáveis com significância estatística após o ajuste.

Em cumprimento aos requisitos exigidos pela Resolução nº. 510/16 do Conselho Nacional de Saúde, o projeto foi submetido à apreciação e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Acre (Protocolo nº 23107.01150/2007-22). Foi solicitado consentimento por escrito pelo pai/mãe ou responsável da criança, sendo-lhes assegurado o sigilo das informações por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-Infantil (TCLE-I).

 

RESULTADOS

A distribuição por sexo desmontou que 49,80% (n=342) eram do sexo masculino, na distribuição por faixa etária, as crianças com 25 a 36 meses representam 21,80% (n=150), sendo a maior população da amostra, a menor população foi na faixa de idade de 49 a 60 meses, mas representando 17,50% (n=120). Considerando o local de domicilio 93% (n=639) das crianças moravam na zona urbana do município de Rio Branco.

A tabela 1 apresenta a prevalência da obesidade conforme os índices antropométricos da população do estudo. Observa-se que a maior prevalência foi no índice P/I = 6,85% (IC95%=5,30-8,80), em relação ao sexo, o gênero masculino apresentou as maiores prevalências em todos os índices estudados, sendo a maior no índice P/A = 8,40% (IC95%=3,53-18,71). Enquanto o local de domicílio, a zona urbana apresentou as maiores prevalências nos índices P/A e IMC/I, sendo a mais alta no índice P/A = 10,91% (IC95%=8,55-3,81). A maior prevalência de obesidade na zona rural foi encontrada no índice P/I = 6,95% (IC95%=4,74-10,07).

Em relação à faixa etária, as maiores prevalências foram encontradas sempre na faixa etária de 0 a 12 meses, sendo a mais alta no índice P/I=22,99 (IC95%=14,42-34,95%), na faixa etária de 13 a 24 meses a maior prevalência de obesidade foi de 10,41% (IC95%=5,04-20,26) no índice IMC/I, para a faixa etária de 25 a 36 meses a mais alta prevalência foi encontrada no índice P/I = 6,23% (IC95%=2,42-15,09), nas faixas etárias de 37 a 48 meses e 49 a 60 meses as maiores prevalências foram encontradas nos índices P/A e IMC/I.

Na tabela 2 apresentamos a prevalência de obesidade conforme o índice IMC/I para as características gerais da criança, família e domicílio. O sexo masculino apresentou uma prevalência de obesidade IMC/I = 7,66%, quando comparamos com o sexo feminino tivemos uma razão de prevalência de 1,39 (IC95 %=0,62-3,10).

Com a relação à cor da mãe autorreferida, as maiores prevalências foram encontradas no grupo de crianças com a mãe amarela e branca sendo, respectivamente, 8,69% e 7,44%. Tratando-se da cor do pai autorreferida da criança, o grupo de crianças com o pai de cor negra apresentou a menor prevalência (1,86%), quando comparamos com o grupo de cor paterna branca temos uma razão de prevalência de 3,58 (IC95%=1,04-12,36) e quando comparamos com as crianças com o pai moreno temos uma razão de prevalência de 8,52 (IC95%=1,83 - 39,74). O grupo de crianças em que a mãe possui a escolaridade com ensino médio completo tem uma prevalência de 8,98% de obesidade. Enquanto a renda familiar, as crianças que moram em domicílios com renda menor que 1000 reais apresentou uma prevalência de 6,05% (Tabela 2).

Em relação local de domicílio, a zona urbana possui uma prevalência de obesidade de 10,81%, em comparação com o grupo de crianças que moram na zona rural obtém-se uma razão de prevalência de 8,12 (IC95%=1,07-61,36). Em relação as características do domicílio, as maiores prevalências de obesidade segundo índice IMC/I foi para o tipo de parede ser de alvenaria (10,08%), o piso não ser de madeira (9,91%) e a presença de vaso sanitário (9,81%), contudo a condição de possuir iluminação elétrica com medidor apresentou uma prevalência de 11,59%, quando comparamos com o grupo de crianças que moram em domicílio com medidor temos uma razão de prevalência de 2,22 (IC95%=1,27-3,88) (Tabela 2).

Em relação ao cuidado materno, gestação e parto, as maiores prevalências de obesidade foram encontradas no grupo de crianças em que a mãe realizou pré-natal (6,76%), e nas quais receberam orientação sobre amamentação (6,83%). As crianças que as mães possuem o hábito de fumar, antes e durante a gravidez, apresentaram uma prevalência de obesidade de 5,54% e aquelas que possuíam o hábito de ingerir bebidas alcoólicas, antes e durante a gravidez, resultou numa prevalência 6,95%. O grupo de crianças na qual a mãe realizou parto cesáreo apresentou uma prevalência de obesidade de 7,96%. Em relação às características das crianças, aquelas em que o peso ao nascer foi maior a 2.500g apresentaram uma prevalência de 7,23% e, as com comprimento ao nascer menor ou igual a 45cm tiveram uma prevalência de 11,25%. Conforme as características maternas, as crianças em que a altura da mãe é maior ou igual 163cm apresentaram uma prevalência de obesidade de 12,36%, quando comparamos com o grupo em que a altura da mãe é menor que 163cm obtivemos uma razão de prevalência de 2,41 (IC95%=1,26-4,62). A obesidade materna, conforme o índice de massa corporal, aumentando a prevalência da obesidade, segundo o índice IMC/I, nas crianças em 134%. Em relação à idade materna, o grupo de crianças com mães entre 21 - 30 anos apresentou a maior prevalência de obesidade de 7,52%. (Tabela 3).

Na tabela 4 apresentamos as prevalências de obesidade segundo as morbidades referidas pela mãe ou responsável no dia da entrevista. Nas enfermidades ocorridas nos últimos 15 dias, as maiores prevalências de obesidade para o índice IMC/I foram encontradas nos grupos que não tiveram diarreia (6,90%), que não tiveram sangue nas fezes (6,66%), que tiveram vômitos (8,22%) e não tiveram perda de apetite (7,59%). As crianças com chiado no peito nos últimos 12 meses apresentam uma prevalência de obesidade de 5,39%.

Na tabela 5, é apresentado o resultado do modelo final de regressão de Poisson para a prevalência de obesidade infantil para índice IMC/I. No modelo ajustado as variáveis testadas como fatores associados a obesidade, que permaneceram significativas foram: o local de domicílio na zona urbana com a RP = 6,81 (IC95% = 1,27-36,38), tipo de iluminação elétrica com medidor, RP = 2,10 (IC95% = 1,22-3,59), a altura da mãe maior ou igaula a 163cm com RP = 2,24 (IC95% = 1.12-4,47) e Índice de Massa Corpórea da Mãe classificada como obesidade RP = 2,37 (IC95% = 1.19-4,72).

 

DISCUSSÃO

A caracterização da obesidade em crianças ainda não demonstra consenso na literatura, sendo que a variedade de métodos aplicados e os diferentes valores de corte empregados dificultam a comparação dos resultados obtidos com outros estudos. Assim, a presente discussão está baseada presencialmente no levantamento de estudos que utilizaram o IMC por idade para a determinação da obesidade25.

Os resultados encontrados revelam uma alta prevalência de obesidade para as crianças menores que cinco anos no município de Rio Branco, o que demonstra a gravidade da situação e revela a necessidade da inclusão da obesidade na infância como grave problema de saúde pública.

Para a comparação dos nossos resultados, poucos estudos foram encontrados os quais utilizavam a mesma metodologia utilizada para a faixa etária e a determinação dos índices utilizados (IMC/I). A saber, Bueno e Fisberg26, num estudo representativo em crianças em creches públicas do município de São Paulo encontraram uma prevalência de obesidade em crianças de 2 a 4 anos de 4,6% e 2,4% para o sexo feminino e masculino, respectivamente. Silva et al.27 num estudo do tipo transversal por amostra de conveniência realizado no Hospital de Ambulatório de Puericultura do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) encontrou um prevalência de obesidade em pré-escolares de 13,8%.

Muitos estudos foram encontrados utilizando crianças com faixa etária em idade escolar, por exemplo, em 2000, Giugliano e Carneiro28, num estudo envolvendo 452 escolares em Brasília na faixa etária de 6 a 10 anos encontrou uma prevalência de 5,3% para obesidade. Soar et al.29 estudando 419 crianças entre sete e nove anos de idade em uma escola pública de Florianópolis - SC, encontrou uma prevalência de 6,7% para a obesidade. Trocon et al.9, num estudo tipo seccional utilizando de uma amostra de escolares, na faixa etária de 6 a 14 anos, em uma escola pública (n=107) do município de Campinas e uma amostra do Ambulatório de Pediatria do HC-Unicamp (n=109) encontrou uma prevalência de obesidade, respectivamente, de 20,2% e 11,2%. Abrantes et al.30 utilizando os dados da Pesquisa sobre Padrões de Vida realizado pelo IBGE em 2.683 crianças avaliadas, com idade entre 2 e 10 anos, foi observado uma prevalência de 7,0%.

Em relação ao sexo da criança, Martin e Ferris31 sugerem que o sexo feminino possa ser fator de risco para a obesidade infantil, pois as meninas apresentam maior quantidade de tecido adiposo do que os meninos. Contudo, em nosso estudo foi maior a prevalência de obesidade no sexo masculino independente do índice antropométrico utilizado e resultado semelhante foi relatado por Soar et al.29; Costa et al.32; Siqueira e Monteiro33.

Em relação ao local de domicílio, a alta prevalência de obesidade encontrada na zona urbana pode ser explicada pelo padrão socioeconômicos das famílias, confirmada pela variável iluminação elétrica com medidor presente no domicílio que permaneceu no modelo final, soma-se a isso o acesso facilitado as famílias da cidade a alimentos com alta taxa de carboidratos, e diminuição da ingesta de proteína animal e vegetal34.

Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2002-200335, a disponibilidade média de alimentos na zona urbana foi de 1700 kcal por pessoa, enquanto na zona rural do de 2400 kcal, apesar da contradição, tal fato é explicado pela maior frequência de consumo alimentar fora do domicilio e necessidades genéticas menores que do que o meio rural. A cultura alimentar das famílias da zona rural da região norte do Brasil, parecida com a da Região Nordeste, é caracterizada pela agricultura de subsistência com limitações para alimentos com alto teor de gordura, resultando na alta prevalência de insegurança alimentar35.

Neste estudo detectou-se a associação entre a altura da mãe maior ou igual a 163cm e a obesidade infantil, contudo não foi possível encontrar estudos que relacionem a somente a altura da mãe com a presença da obesidade. Contudo, é conhecido a correlação positiva entre quanto o estado nutricional de pais e filhos, por compartilharem informações genéticas quanto condições sóio-econômicas e ambientais, conforme é apontado por Sichiere e colaboradores37,38.

Encontrou-se associação significativa entre a prevalência de obesidade infantil e o estado nutricional da mãe. Ser filho de mãe obesa, segundo o IMC, acrescentou em 137% a prevalência da obesidade no modelo ajustado, demonstrando assim o caráter familiar da obesidade3. No entanto, não encontramos associação estatisticamente significante entre a prevalência de obesidade na amostra em relação à escolaridade materna e à renda familiar, fatores associados à obesidade infantil relatados por diversos estudos presentes na literatura. Fato que pode ser explicado pela transição epidemiológica e demonstra que a prevalência de obesidade pode estar se desenvolvendo em todos os extratos socioeconômicos.

Uma das limitações do nosso estudo relaciona-se ao delineamento do tipo transversal que apesar de úteis para o diagnóstico de saúde infantil, não permitem avaliar a sequência temporal entre a exposição e o desfecho de interesse. Os estudos transversais podem apresentar dificuldade na interpretação entre o desfecho estudado e as variáveis analisadas, uma vez que existe a possibilidade de viés de casualidade reversa, que ocorre quando a aparente exposição é consequência do desfecho, como relatados por outros estudos39-43.Sugere-se, com base nos resultados apresentados, que são necessárias medidas de controle e prevenção dos riscos à saúde associados à obesidade infantil, tendo, como pressuposto, ações de incentivo para hábitos de vida saudáveis.

Assim, os diagnósticos de saúde derivados de estudo de base populacional são fundamentais para o planejamento de intervenções destinados a alterar o cenário de desigualdades entre as regiões do país. Os resultados apresentados demonstram que a prevalência da obesidade em crianças menores que cinco anos no município de Rio Branco está ligada a fatores socioeconômicos e a características maternas bem definidas tais como: local de domicílio na zona urbana, tipo de iluminação elétrica com medidor, altura da mãe maior e igual a 163cm e obesidade materna. Portanto, faz-se necessário intervenção para que o desafio atual mais importante é a prevenção da obesidade infantil por meio de promoção de um estilo de vida saudável e a promoção de políticas públicas voltadas a programas de orientação alimentar. As ações de promoção e prevenção devem começar na infância, levando-se em conta a influência dos pais na formação dos hábitos alimentares e estilo de vida saudável.

Colaboradores

D. D. Silva participou da análise dos dados e da redação final do artigo. M. V. M. Lima orientou e revisou a análise de dados. P. T. Muniz, A. MOnteiro, M N Holanda, O F Câmara e R Wajnsztejn colaboraram na redação e revisão crítica do artigo.

 

Agradecimentos

A realização desta investigação teve o apoio financeiro do CNPQ (processo 136011/2008-0). A viabilização do artigo se deve ao Projeto Acre - Saúde na Amazônia Ocidental (convênio multinstitucioal processo n. 007/2015 SESACRE-UFAC-FMABC).

 

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Endereço para correspondência:
delciomed@yahoo.com.br

Manuscrito recebido: Novembro 2018
Manuscrito aceito: Março 2019
Versão online: Outubro 2019

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