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Journal of Human Growth and Development

Print version ISSN 0104-1282On-line version ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.30 no.1 São Paulo Jan./Apr. 2020

http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.v30.9976 

ARTIGO ORIGINAL

 

A disseminação da covid-19: um papel expectante e preventivo na saúde global

 

 

Renata Macedo Martins PimentelI; Blanca Elena Guerrero DaboinI; Adriana Gonçalves de OliveiraI; Hugo Macedo JrI, III

ILaboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Centro Universitário Saúde ABC. Santo André, SP
IISecretaria Municipal de Saúde. Hospital Municipal de Diadema, Diadema, SP
IIIDepartamento de Saúde da Coletividade, Disciplina de Saúde Coletiva. Centro Universitário Saúde ABC. Santo André, SP

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Os coronavírus (CoV) compõem uma grande família de vírus, conhecidos desde meados da década de 1960, que receberam esse nome devido às espículas na sua superfície, que lembram uma coroa (do latim corona). As infecções pelo CoV podem causar desde um resfriado comum até síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV). O COVID-19 (SARS-CoV2) é nova variante do coronavírus, sendo que o seu isolamento ocorreu na China em 07/01/2020. O COVID-19 tem se destacado com alto impacto na saúde pública devido ao elevado número de casos com a infecção em um curto período de tempo. Entretanto, é possível observar que apenas 17% dos pacientes confirmados com COVID-19 apresentam infecções graves e cerca de 2,5% destes pacientes morrerem. No entanto, os estudos atuais tem evidenciado que o número de casos leves e assintomáticos podem ser ainda maiores. Dessa forma, destacam-se os desafios para o controle dos casos não notificados de pacientes com sintomas leves que estão espalhando o vírus e interferindo na magnitude e nos dados reais dos casos. A transmissão do coronavírus acontece entre humanos, podendo ocorrer de pessoa a pessoa pelo ar, por meio de tosse ou espirro, pelo toque ou aperto de mão ou pelo contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido pelo contato com a boca, nariz ou olhos. Dada a oscilação da incidência e da taxa de letalidade reforça-se a importância dos preceitos da promoção da saúde em busca da reorientação de práticas de higiene, considerando que há vigência nos modelos assistenciais em saúde, sendo hegemônico o curativismo e a atual situação vivenciada pela população mundial exige postura preventiva.

Palavras-chave: SARS-CoV-2, 2019 novel coronavirus, COVID-19, promoção da saúde, saúde pública, epidemia.


 

 

Síntese dos autores

Por que este estudo foi feito?

Em razão da súbita pandemia do coronavírus e sua doença, a COVID-19, serem fato novo e de repercussão internacional, com desfechos sociais, econômicos e de saúde muito deletérios aos seres humanos e aos países, em especial naqueles em desenvolvimento.

O que os pesquisadores fizeram e encontraram?

Proveu-se a junção de informações divulgadas em artigos científicos de várias bases de dados e de orientações gerais da Organização Mundial de Saúde para traçar um perfil de informações sobre a COVID-19.

O que essas descobertas significam?

A COVID-19 é um grave problema de saúde pública global. Todos os seres humanos são susceptíveis a hospedar o corona vírus, entretanto, aqueles com comorbidades, doenças crônicas e com idade maior do que 60 anos são mais facilmente afetados pela gravidade da doença COVID-19. Ainda não há tratamento específico para a doença nos dias atuais e esforços mundiais estão sendo realizados para o desenvolvimento de vacinas e tratamento mais efetivo no combate e controle da COVID-19.

 

INTRODUÇÃO

SARS-CoV2: O novo Coronavírus

A Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi relatado em 31/12/19 com casos registrados na China, sendo o SARS-CoV2 o sétimo coronavírus desta família. A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, mas apenas quatro deles causam sintomas comuns de resfriado: o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1 (V)1. Ainda existem outros dois mais graves, com alta taxa de letalidade1.

Na atualidade, observa-se a disseminação dessa pandemia, chamada de COVID-19 por todos os continentes. Assim, o objetivo é descrever tópicos-chave da COVID-19: O novo Coronavírus (SARS-CoV2) e os avanços desse vírus na população mundial.

As sequências genômicas de nove pacientes que estavam entre os primeiros casos desta infecção grave (COVID-19): são quase geneticamente idênticas, o que sugere o surgimento muito recente desse Coronavírus em humanos3.

Primeiros relatos

Em 7 de janeiro, pesquisadores Chineses isolaram o vírus e três dias depois compartilharam internacionalmente dados do genoma viral denominando como um novo Coronavírus2.

As sequências genômicas de COVID-19 de nove pacientes que estavam entre os primeiros casos desta infecção grave são quase geneticamente idênticas, o que sugere o surgimento muito recente desse Coronavírus em humanos3. Os dados atuais deste sequenciamento do genoma do vírus têm demonstrado a existência de pequenas mutações, mas a taxa de variação aparentemente é baixa.

"Pneumonia de etiologia desconhecida" (COVID-19)

Na Zhu et al. 4 realizou um estudo com os 4 primeiros casos relatados a partir de 31 de dezembro de 2019 identificados pelos hospitais locais em Wuhan, China, a análise completa dos genomas revelou um novo coronavírus - SARS-CoV2 um Sarbecovírus do subgênero Betacoronavirus altamente patogênico.

O SARS-CoV2 está intimamente relacionado aos betacoronavírus de origem do morcego, indicando que esses animais são os prováveis hospedeiros de reservatório desse patógeno viral emergente, além disso a associação entre o surto de pneumonia a exposições no mercado atacadista de frutos do mar de Huanan sugerem uma possível zoonose3,5. Muitos esperam que os testes genéticos de animais ou fontes ambientais, como gaiolas e contêineres, do mercado de Wuhan revelem pistas sobre a origem definitiva do vírus7,8. Além disso, ainda não está claro se uma espécie animal atualmente desconhecida atuou como hospedeiro intermediário entre morcegos e humanos3.

Os coronavírus (CoV) compõem uma grande família de vírus, conhecidos desde meados da década de 1960 do século passado, que receberam esse nome devido às espículas na sua superfície, que lembram uma coroa (do latim corona). Os coronavírus são vírus de RNA envelopados que são distribuídos amplamente entre humanos, outros mamíferos e aves, que causam doenças respiratórias, entéricas, hepáticas e neurológicas4.

São conhecidas seis espécies de coronavírus que causam doenças humanas, o SARS-CoV2 é o sétimo coronavírus que causa a doença COVID-19. Quatro deles causam sintomas comuns de resfriado. Os outros dois, de origem zoonótica, mais graves, foram associados ao surgimento de infecções com alto impacto na saúde pública devido a sua letalidade7 são eles: coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV) o agente causal dos surtos em 2002 e 2003 na província de Guangdong, China, e o outro coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) responsável pelos graves surtos de doenças respiratórias em 2012 no Oriente Médio4.

COVID-19, SARS e MERS

O surgimento de infecções por coronavírus com alto impacto na saúde pública começou entre 2002-2003 com o surto de SARS-CoV e depois em 2012 com o MERS-CoV.

Assim, o vírus do COVID-19 foi isolado e mostra-se geneticamente semelhante a SARS-CoV (cerca 79,0% de identidade nucleotídica) e MERS-CoV (51,8%)3,7,9e assim foi denominado SARS-CoV2. Tanto no SARS-CoV quanto no MERS-CoV, os morcegos agiam como reservatório natural, com outro animal hospedeiro (Himalaia Palm Civet) para SARS-CoV e camelos dromedários para MERS-CoV, mas a origem do SARS-CoV2 precisa de mais investigações para a descoberta de um possível hospedeiro intermediário10.

Semelhante ao surto de SARS de 2002/2003 em Guangzhou, China, cidade de Wuhan também é uma capital da província de Hubei, em rápida expansão e centro de tráfego da China central. Além disso, ambos os surtos foram inicialmente ligados a "mercados úmidos", onde eram vendidos animais de caça e carne7,10.

A alta letalidade foi uma das principais características que diferenciaram os surtos de coronavírus SARS e MERS das outras quatro espécies conhecidas por causarem sintomas comuns de resfriados. Particularmente, o COVID-19 tem se destacado com um alto número de casos notificados em apenas três meses desde a sua primeira notificação.

A taxa de letalidade dos casos relatados está próxima a 3%. Assim, a COVID-19 parece não ser tão letal como a SARS11 e MERS12. Porém, reitera-se que o número total de casos de COVID-19, bem como o número absoluto de óbitos13 já é maior do que as duas infecções anteriores - SARS11 e MERS12 (tabela 1).

Apresentação clínica

Na China os casos notificados, a maioria dos pacientes infectados era do sexo masculino e a idade média foi de 55 anos, não havendo nenhum caso em indivíduos menores de 15 anos13,14. Nos casos detectados fora da China a idade média é de 45 anos variando de 2 a 74 anos e 71 % dos casos eram do sexo masculino.

O período de incubação de 2 a 14 dias, com potencial transmissão assintomática2,7,11. A duração do início da doença até a primeira consulta médica foi estimada em aproximadamente 5 dias, a duração média desde o início até a internação hospitalar foi estimada em 12,5 dias entre os casos com início da doença antes de 1º de janeiro, após este período a média diminuiu para 9 dias14.

Tem se discutido os sintomas comuns desta doença visto que os dados atuais têm demonstrado que as confirmações do vírus variaram em pessoas assintomáticas ou com sintomas leves a pessoas gravemente doentes.

Os sintomas foram desde um resfriado comum à presença de febre, tosse seca, dispneia, mialgia ou fadiga, seguidos de sintomas menos comuns, tais como produção de escarro, dor de cabeça, hemoptise e diarreia9,10,13,15,16, além de linfócitos, plaquetas e hemoglobina abaixo do padrão de referência para normalidade10,16. A marcação e quantificação de linfócitos é marcador de referência no diagnóstico de infecções por coronavírus10. Os pacientes em cuidados intensivos apresentam níveis elevados de linfócitos13.

Ademais, dos casos confirmados, suspeitos e assintomáticos da COVID-19 na China, cerca de 80,9% das infecções são leves (com sintomas semelhantes aos da gripe), 13,8% são graves17. A evolução clínica desses pacientes incluem a síndrome do desconforto respiratório agudo, comprometimento cardíaco agudo e infecção secundária10,13.

Na análise epidemiológica, observa-se que há maior chance de morte os indivíduos do sexo masculino (4,7%), idosos como mais de 80 anos (21,9%) e naqueles pacientes com comorbidade associadas, tais como doenças cardiovasculares (13,2%), diabetes (9,2%) e doenças respiratória crônica (8,0%)16.

Diagnóstico

A avaliação clínica é imprescindível no diagnóstico da COVID-19. Os sintomas mais frequentes associados à infeção são àqueles elucidados na apresentação clínica. No entanto, as características clínicas não são específicas e podem ser similares àquelas causadas por outros vírus respiratórios.

Os sintomas mais frequentes associados à infeção pelo COVID-19 são: febre, tosse e dificuldade respiratória. Também pode surgir dor de garganta, corrimento nasal, dores de cabeça e/ou musculares e cansaço. Em casos mais graves, pode levar a pneumonia grave com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte.

Ao exame de imagem, aparecem focos de pneumonia bilateral, manchas múltiplas e opacidade em vidro fosco e em alguns casos, a evolução para o pneumotórax10,16,17. A partir da avaliação clínica, realiza-se exames laboratoriais e o PCR Polymerase Chain Reaction and Genetic finger print18.

Magnitude

Os primeiros casos (66%) foram expostos ao mercado atacadista de frutos do mar de Huanan, mas houve um aumento no número de casos não vinculados a partir do final de dezembro13,14,19.

Parece ser a disseminação da doença COVID-19 por parte dos indivíduos assintomáticos o grande desafio para o controle dessa pandemia20. As evidências da presença deste vírus em pessoas assintomáticas têm despertado dúvidas sobre o início desta doença e também dos números reais dos casos existentes20.

Os dados de surtos iniciais seguem em crescimento. Há estimativa que cada indivíduo possa espalhar sua carga viral para cerca de 2 a 7 pessoas, sendo que a magnitude da doença atinja níveis exponenciais na taxa de notificação1,14,21.

Existem três parâmetros a serem entendidos para avaliar a magnitude do risco apresentado por esse novo coronavírus, os quais são a taxa de transmissão, a letalidade e a transmissão assintomática.

Na COVID-19 há taxa de ataque ou transmissibilidade (a rapidez com que a doença se espalha) de 1,5 e 3,517. Os casos confirmados demonstram que possivelmente a transmissão assintomática tem sido possível, o que interfere diretamente nos números dos casos confirmados e na taxa de letalidade. Podemos destacar que mesmo que não seja possível ainda determinar a real taxa de letalidade deste novo coronavirus, destaca-se os cuidados na saúde global devido a sua taxa de ataque e a possibilidade da transmissão assintomática. Assim, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto de coronavírus como Emergência Global de Saúde Pública17.

A probabilidade de riscos relacionados à viagem de propagação de doenças foi sugerida7,22-24 e indicou os potenciais de propagação regional e global. Inúmeros países confirmaram casos associados a viagens, no entanto, além de uma rota turística e econômica, podemos destacar inicialmente um mapeamento de casos em países desenvolvidos e que apresentavam climas mais frios25.

Os casos notificados pelo Organização Mundial de Saúde (OMS) ultrapassam os 100.000 casos confirmados em todo o mundo e espalhados em mais de 100 países. Estes dados reforçam que a COVID-19 tem apresentado uma alta prevalência, com a maioria apresentando sintomas leves (aproximadamente 82% dos casos) e com uma letalidade inferior aos coronavírus MERS e SARS.

Tratamento

Não existem tratamentos úteis conhecidos para a doença causada por esse novo coronavírus26, de forma que as precauções de contato e respiratórias são as únicas medidas efetivas para prevenir a infecção desse coronavírus emergente18.

Medidas de controle

Durante surtos anteriores de coronavírus MERS e SARS a transmissão homem-a-homem ocorreu através de gotículas, contato e fômites, sugerindo que o modo de transmissão do COVID-19 pode ser semelhante. Desta forma, limitar a transmissão humano a humano, incluindo a redução de infecções secundárias entre contatos próximos e profissionais de saúde, prevenindo eventos de amplificação de transmissão tem sido princípios para reduzir o risco geral de transmissão incluindo medidas como: evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas; lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente27.

Ainda, ao tossir ou espirrar cobrir a boca e lavar as mãos imediatamente, sendo que nas unidades de saúde prover o aprimoramento das práticas de prevenção e controle de infecções28.

Como medidas de contenção de transmissibilidade do vírus, realiza-se a busca ativa de sintomas sugestivos de insuficiência respiratória durante ou após viagens, em especial aquelas aéreas, estimulando os viajantes a procurar atendimento médico e compartilhar seu histórico de viagem.

Por sua vez, a autoridade sanitária mundial (OMS) tem provido a estratégia de identificar, isolar e cuidar dos pacientes precocemente, inclusive fornecendo atendimento otimizado aos pacientes infectados, assim como de identificar e reduzir a transmissão da fonte animal.

Há estímulos ao desenvolvimento de testes diagnósticos e condutas terapêuticas, incluindo o desenvolvimento de vacinas28,29.

Por fim, destaca-se que o conceito de saúde vem sendo transformado a partir dos momentos histórico vivenciado, refletindo no aparecimento de novas formulações sobre o pensar e fazer sanitário e novas propostas de mudanças nos modelos assistenciais em saúde30. Dada à oscilação da incidência e da taxa de letalidade reforça-se a importância com os cuidados de higiene, os quais são, neste momento, a medida mais eficaz para evitar que novas infecções aconteçam, seguidas da diminuição das aglomerações de pessoas.

Essas são medidas não farmacológicas e de promoção da saúde, as quais são fundamentais para diminuição dos contágios diretos na população, em especial naquelas de maior vulnerabilidade. Trata-se de problema real de saúde pública global.

 

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Endereço para correspondência:
bgdaboin@yahoo.com

Manuscrito recebido: Fevereiro 2020
Manuscrito aceito: Fevereiro 2020
Versão online: Março 2020

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