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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.30 no.3 São Paulo set./dez. 2020

http://dx.doi.org/10.7322/jhgd.v30.11058 

EDITORIAL

 

30 anos do Journal of Human Growth and Development: comunicação científica nas diversas áreas do saber

 

 

Italla Maria Pinheiro BezerraI, V; Alberto Olavo Advincula ReisII; Carlos Bandeira de Melo MonteiroIII; Claudio LeoneII, V; Elisa Tristan-CheeverIV; Paulo Rogério GalloII; Rodrigo Daminello RaimundoV; Vitor Engracia ValentiVI; Luiz Carlos de AbreuI, V, VII

IEscola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia, EMESCAM, Espírito Santo, Brasil
IIFaculdade de Saúde Pública, USP, São Paulo, SP, Brasil
IIIEscola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, EACH, São Paulo, SP, Brasil
IVCambridge Health Alliance, CHA. Cambridge, Massachusetts, USA
VCentro Universitário Saúde ABC. Santo André, SP, Brasil
VIUniversidade Estadual Paulista, UNESP. Marília, SP, Brasil
VIIUniversity of Limerick. Limerick, Ireland

Endereço para correspondência

 

 

O ano de 2020 vem sendo desafiador para a economia, a política, saúde, a ciência, a educação e demais setores que são e estão ligados ao crescimento e desenvolvimento do país.

Destacam-se, para população brasileira, os 30 anos do Sistema Único de Saúde, que sendo fruto de uma mobilização social é exemplo de uma grande experiência exitosa de acesso à atenção à saúde por meio de um sistema público, que vem ao longo dos anos buscando alcançar a universalização, mesmo com todas as limitações e desafios ainda postos.

Nesses últimos 30 anos, também, se encontram desafios relacionados à pesquisa em saúde, considerando a utilização, a incorporação de novos conhecimentos e os produtos gerados por essas pesquisas, importantes para a geração de evidências científicas utilizadas como base para a tomada de decisões e definição de políticas e serviços de saúde.

Essas pesquisas, por sua vez, têm nos periódicos científicos o meio para que seus resultados possam ser divulgados e reconhecidos. Nesse contexto, o Journal of Human Growth and Development (JHGD), vem sendo, desde 1990, um periódico que busca em suas edições propiciar discussão de pesquisas, básicas ou aplicadas, de temáticas que perpassam o crescimento e desenvolvimento humano e que se constituem como base para tomada de decisão em saúde, maximização de políticas públicas e orientações de práticas em saúde, sejam com foco na prevenção, promoção, controle, tratamento e/ou reabilitação dos agravos.

Nesses 30 anos de JHGD enquanto o SUS também completa seus 30 anos, não se pode deixar de citar este que é o maior sistema de saúde público do mundo e que tem como um dos focos, promover a saúde da população por meio de seus inúmeros programas de saúde, destacando-se o modelo de saúde da Estratégia Saúde da Família cujo fulcro se encontra na noção de Promoção da Saúde.

O Sistema Único de Saúde em vigência hoje no Brasil, sublinha a importância da atenção primária em saúde e enfatiza a atenção a ser dada ao cuidado humanizado e à promoção de saúde.

A promoção da saúde é considerada como uma das estratégias de que é voltada para o aumento da capacidade de compreensão e co-participação da população no processo saúde-doença-cuidado. Nessa perspectiva, na organização dos serviços de saúde é necessário que os profissionais de saúde promovam linhas de cuidado ampliadas, com inclusão de ações que contemplem os determinantes do processo saúde-doença-cuidado, considerando aspectos sociais, políticos e econômicos loco-regionais1.

A assistência assim considerada implica levar em conta, na condução de suas ações, os diversos determinantes e condicionantes do processo saúde e doença incluindo aqueles de natureza social, política e econômica. Assim fazendo, a estratégia baseada numa concepção ampliada do processo saúde-doença para o enfrentamento dos diversos problemas que afetam a saúde das populações força um deslocamento do olhar focado na doença na direção da saúde. Articula-se a partir desse movimento a atenção primária e a promoção da saúde compreendida, então, por Lopes e colaboradores1, como uma estratégia que, ao considerar a concepção ampliada do processo saúde - doença e seus fatores determinantes visa o enfrentamento de diversos problemas que afetam a saúde das populações.

Dessa maneira, a promoção de saúde seria o instrumento correto para "viabilizar a articulação de conhecimentos interdisciplinares no cuidado individual e coletivo" e a Atenção Primaria à Saúde (APS) seria o lócus privilegiado para mobilização comunitária, capaz de propiciar mudanças de cultura organizacional, ampliação do escopo de ações e a reorganização dos sistemas locais de saúde2. O usuário passa a ser visto como um todo e não apenas uma enfermidade, em uma compreensão da saúde com um caráter multidimensional3. A concepção de Saúde se configura como uma situação de equilíbrio da pessoa consigo mesma e com o seu ambiente físico e social4.

Para atender os objetivos exarados no contexto doutrinário acima descrito, o Ministério da Saúde brasileiro, desde o final dos anos 90, tem se dedicado à implementação do modelo de saúde da família.

Operacionalmente, a Estratégia Saúde da Família apresenta um núcleo de trabalho composto de pelo menos médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e agentes comunitários5, que estariam ligados a equipe de Saúde Bucal ou a um Núcleo de apoio à Saúde Da Família (NASF)6,7.

O NASF nasceu em 2008 com o intuito de aprimorar a assistência primária de saúde, destacando-se por ser uma equipe multiprofissional. Esta composição do núcleo é desenhada de acordo com as necessidades do território, com o perfil epidemiológico e condições socioeconômicas dos habitantes daquele local7.

Entende-se que o processo de trabalho que almeja a promoção da saúde deve estar condicionado às necessidades de saúde, visando à qualidade de vida dos usuários. Portanto, é importante que os profissionais não fiquem alheios aos pressupostos da ESF, norteando assim a sua prática, compreendendo que a mudança proposta pela ESF reside não apenas na reorganização de serviços e práticas que ele pode ensejar, mas principalmente nas diretrizes que orientam o processo de trabalho dos profissionais.

Dentro desta lógica é que se dá a organização da ESF, valorizando e incorporando a proposta de promoção da saúde nas ações desenvolvidas na Estratégia e buscando compreender sua dimensão para a qualidade de vida da população.

A Atenção Básica pela Estratégia Saúde da Família teria unidades básicas de saúde mais acolhedoras, com "ações que sejam integral, preventiva e curativa, baseadas nas necessidades e demandas da população"8.

Nesse sentido, para alcance da efetividade das ações de promoção, é necessário considerar que estas apoiam o desenvolvimento pessoal e social por meio da divulgação, de informação, educação para a saúde e intensificação para as habilidades vitais. Com isso, aumentam as opções disponíveis para que as populações possam exercer maior controle sobre a sua própria saúde e sobre o meio ambiente9, ressaltando a educação em saúde como um meio para que se dê a promoção da saúde, já que esta está voltada para a população visando melhores as condições de vida e de trabalho.

A educação em saúde representa uma estratégia de reorganização das práticas de saúde, possibilitando trocas de experiências e reflexões, a fim de construir conhecimentos e hábitos de saúde e ações promotoras de saúde. Revelando-se uma ferramenta para efetivação dos pressupostos da promoção da saúde, que é construída coletivamente no encontro, envolvendo os diversos setores, saberes e sujeitos, valorizando as escolhas dos usuários como afirmações de autonomia10,11,12.

A incorporação da educação em saúde às práticas da ESF implica reconhecer a realidade da população, dar a devida atenção às suas necessidades sociais em saúde, em sua área de abrangência, além de atentar para a discussão entre si e a gestão; ações estas desempenhadas pela equipe saúde da família13.

A prática social em uma perspectiva de construção de conhecimento em saúde pode contribuir para a autonomia das pessoas no seu cuidado, no entanto, estas devem estabelecer troca de conhecimentos e se configurar como ato de criar e transformar a realidade13.

A educação em saúde representa um importante instrumento facilitador para a capacitação da comunidade, contribuindo para a promoção da saúde. Para tanto, os trabalhadores de saúde e usuários precisam estabelecer uma relação dialógica pautada na escuta terapêutica, no respeito e na valorização das experiências, das histórias de vida e da visão de mundo, sendo necessário o conhecimento destas práticas educativas por parte destes trabalhadores, considerando a importância de conhecer o olhar do outro, interagir com ele e reconstruir coletivamente saberes e práticas cotidianas14.

Corrobora-se com Feijão e Galvão15 quando ressaltam a importância da educação em saúde como estratégia de promoção da saúde, considerando, pois, uma das principais atividades dos profissionais que atuam na atenção primária. Através dela pode-se embasar ações preventivas e promotoras, além de formar indivíduos conscientes de sua cidadania, poder de decisão sobre sua própria saúde e responsabilidade sobre a saúde da comunidade em que vivem.

Estas ações educativas para sua efetivação seguem alguns princípios, tais como: o diálogo e a escuta do outro; iniciar o processo pedagógico a partir do saber do outro; e a troca de experiência e construção do conhecimento entre o saber técnico e o popular16.

Embora a Estratégia Saúde da Família seja uma proposta de mudança do modelo de atenção à saúde e que, inseridas nessa mudança, as ações de educação em saúde devem apresentar uma abordagem diferenciada da tradicional, ainda se percebe uma abordagem normatizadora, focada na prevenção de doenças, em que a interação profissional/ usuário prevalece a educação bancária17.

Para o autor, ao educador compete colaborar com o educando na organização de seu pensamento, estimulando a identificação de suas necessidades de aprendizagem, através da reflexão e do diálogo, para poder desvelar sua realidade de maneira crítica e conscientizadora, tornando-o agente da transformação social.

Nesse enfoque, o desenvolvimento de educação em saúde deve apoiar-se em uma pedagógica libertadora, como uma ferramenta de transformação social, uma vez que tenta romper com práticas curativistas. Propondo transformar o modelo tradicional de educação em saúde, predominantemente centradas na prevenção de doenças, para uma prática voltada para emancipação e empoderamento dos sujeitos, favorecendo o diálogo18,19,20.

Freire21 considera que o homem é capaz de agir conscientemente sobre a realidade objetivada. Em um primeiro momento a realidade não se dá aos homens como objeto cognoscível, isto é, por sua consciência crítica; na aproximação espontânea que o homem faz do mundo, a posição normal fundamental não é uma posição crítica, mas uma posição ingênua, o que revela uma proximidade da realidade sem que esta seja transformada.

A tomada de consciência não é ainda a conscientização, porque esta consiste no desenvolvimento crítico da tomada de consciência. A conscientização implica, pois, que ultrapasse a esfera espontânea de apreensão da realidade, para que se chegue a uma esfera crítica na qual a realidade se dá como objeto cognoscível e na qual o homem assume uma posição epistemológica.

Considerando esses aspectos, acredita-se que a plena utilização das ações de educação em saúde com vistas a uma conscientização crítica, estando estas, em consonância com as perspectivas da promoção da saúde na ESF, possibilite que o profissional de saúde se perceba na relação do cuidado com a clientela, comunidade e indivíduos que necessitem de atenção, contribuindo para que essa comunidade possa conquistar uma vida mais saudável e de melhor qualidade.

Nesse contexto, destaca-se a necessidade de entender o que ainda está por trás da não efetivação de práticas com vistas ao empoderamento dos usuários, limitando-se a transmissões de informações, esclarecimentos e informações pontuais, no sentido de superar práticas ainda características de modelos tradicionais de atenção à saúde hegemônicos, configurando-se, assim, como um problema a ser superado.

Entende-se que os profissionais que trabalham na Atenção Primária devem compreender e agir sobre os determinantes do processo saúde/doença, implicando a união de saberes e práticas a serem utilizados na definição dos cuidados dos indivíduos e famílias, indo além das práticas estabelecidas pelo modelo privatista que acabam limitando o cuidado às práticas pontuais e curativas.

Assim, o Journal of Human Growth and Development vem dando visibilidade a temáticas que busquem discutir qualidade de vida em saúde e a importância de ações de promoção da saúde para o empoderamento da população.

Nessa edição atual, Soares et al trazem a educação e a saúde como dois campos importantes, que estão ligados na produção do conhecimento, e evidenciam que ao trabalharem com foco nas habilidades e dificuldades da criança e os cuidados com o aprendizado, há um resultado positivo. Na comparação da narrativa escrita entre crianças com e sem dificuldade em consciência sintática, há melhoria na elaboração de narrativas escritas com maior competência, demonstrando aquisição de aspectos ortográficos e desenvolvimento da coerência textual22.

Ainda no olhar social, dessa vez destacando os aspectos nutricionais tem-se as discussões sobre o tempo excessivo em frente às telas de crianças e adolescentes e a associação com fatores nutricionais, comportamentais e parentais. O tempo excessivo em frente às telas em adolescentes associou-se com o estado nutricional do pai. Sugere-se que estratégias para redução do tempo de tela devem ser estimuladas desde cedo, envolvendo toda a família do escolar23.

Nesse mesmo tema voltado para questões nutricionais, Pinasco et al,.24 evidenciam que os fatores sociais que influenciam a percepção materna sobre o estado nutricional de seus filhos, sendo que a percepção correta relacionou-se com a menor escolaridade e pior para as mães sem companheiro e que não trabalham fora. As mães de meninas, em comparação com as mães de meninos, tiveram uma percepção mais precisa.

Ainda, ao avaliar o perfil metabólico e sua associação com os estágios de prontidão para mudança do comportamento alimentar e atividade física em adolescentes com excesso de peso Bolognese, da Silva, Bianchini, Benemmamm e Junior25, evidenciaram que os estágios de prontidão para mudança do comportamento têm impacto sobre variáveis antropométricas e perfil metabólico de adolescentes com excesso de peso, sendo um instrumento recomendado para o monitoramento de programas de intervenção Bolognese.

E por fim, ainda sobre as questões sociais, Cordeiro et al buscaram identificar a relação entre casos diagnosticados de dengue e fatores socioeconômicos, geração de massa de RSU e índice pluviométrico. Estes evidenciaram em estudo ecológico que quanto maior a população total, poder de compra ou condição socioeconômica (PIB per capita) e a geração de RSU, maior o número de casos de dengue. O descarte adequado dos RSU parece ser uma maneira de ajudar no controle dos casos de dengue26.

Na educação por práticas baseadas em metodologias ativas, Bachur et al relatam que o conhecimento sobre as etapas da medida da pressão arterial é intervenção educativa entre estudantes de fisioterapia e medicina particularmente tomando as técnicas de Sala de aula invertida. KAHOOT e OSCE foram efetivas na construção do conhecimento dos estudantes envolvidos na realidade educacional27.

Ainda reforçando o eixo educativo deste volume, cita-se o relato de caso como proposta importante para assegurar visibilidade dos achados aos pesquisadores junto à comunidade científica. Gallo et al,. descrevem a Síndrome de Guillain-Barré em criança com marcos de desenvolvimento da capacidade manual em idade anterior à esperada durante o curso da doença, especialmente a capacidade de realizar o movimento de pinça. Por ser evolução clínica intra-hospitalar, é importante ser notificado para que a equipe multidisciplinar seja co-responsabilizada e consiga cumprir os tratamentos adequados e prover a melhor evolução clínica possível para o desenvolvimento da criança ainda dentro do ambiente hospitalar, conforme relatado pelos autores28.

Nos artigos de Atrash e Jack29,30,31 há abordagens acerca dos aspectos das intervenções clínicas oferecidas às mulheres antes da concepção para ajudar a evitar resultados adversos, bem como o desenvolvimento e implementação de um programa sustentável do cuidado pré-concepcional ao abordar questões relacionadas à educação do público, fornecedores e formuladores de políticas, pautadas em evidências científicas disponíveis atualmente.

Acerca da imagem corporal, Peres, Costa e Santos32 destacam que a imagem corporal se refere à figuração do corpo na mente, possui uma forte vertente experiencial, sendo perpassada por aspectos subjetivos. Assim, ao analisarem os aspectos subjetivos da imagem corporal em mulheres com fibromialgia, os autores indicam que a imagem corporal das participantes apresenta uma valência essencialmente negativa, uma vez que é moldada subjetivamente por concepções internalizadas e inconscientes pouco favoráveis sobre si.

No escopo da tecnologia assistida, os ambientes de realidade virtual são instrumentos de cada vez mais eficazes para o desempenho das atividades da vida diária em sujeitos que vivem e convivem com distrofias musculares de cinturas e que evoluem com perda de funcionalidade, mostra-se com potencial para otimizar a função motora durante a prática de uma atividade de realidade virtual não imersiva33.

Para Zequinão et al,.34, a punição física utilizada como estratégia de disciplina em casa e a reprovação escolar são fatores que aumentam a vulnerabilidade dos estudantes em relação à prática do bullying ou à vitimização.

Por fim, relatos de COVID-19 são apresentados para que possamos entender a dinâmica da doença nos dias atuais. Neste contexto, Bernal et al avaliaram as tendências das taxas de letalidade do COVID-19 no mundo e relatam que a tendência nas taxas de letalidade por COVID-19 no mundo permaneceu estável entre 31 de dezembro e 31 de agosto, sendo que a pandemia de COVID-19 ainda está em fase de progressão em todo o mundo35. Assim, a contribuição de Mocelin, Primo e Laignier36 é relevante e deve ser destacada como uma conduta necessária em cenário de manutenção da pandemia da COVID-19, sendo que os autores descrevem recomendações acerca da amamentação durante a infecção por SARS-CoV-2 e destacam que o conhecimento científico atualmente disponível não permite informar com precisão a melhor conduta no processo de amamentação.

Destaca-se por fim uma discussão sobre a síndrome de Brugada, baseando-se que a principal razão é que ainda existe uma disputa sobre a "paternidade" da síndrome. Por isso foi feita uma análise comparativa dos manuscritos em disputa. Também destacamos os vários nomes da síndrome de Brugada, uma vez que muitos colegas ignoram a maioria desses nomes. Assim, direciona-se que a síndrome de Brugada é a mesma entidade da morte súbita noturna, altamente prevalente nos países do sudeste asiático (Tailândia, Filipinas e Japão), os quais compartilham mutações no mesmo gene: SCN5A. Além disso, os pacientes asiáticos apresentam padrão eletrocardiográfico idêntico. O que significam esses achados? Esses achados permitem afirmar com tranquilidade que os irmãos Brugada foram os verdadeiros descobridores da síndrome, considerando inadequada a afirmação dos autores italianos. Mesmo assim, a disputa considerando a síndrome de Brugada como entidade independente ou integrante do espectro da cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito ainda é controversa37.

Dessa maneira, ao longo dos 30 anos de publicações ininterruptas, o JHGD promove discussões dos assuntos atuais da sociedade brasileira, da América Latina e nos últimos tempos, mundial, a partir de sua publicação corrente em língua inglesa.

Manteve-se fiel a sua linha editorial de crescimento e desenvolvimento com ênfase em políticas públicas de saúde, sendo cenário de discussões de saberes entre profissionais, acadêmicos, dos serviços e da sociedade organizada, através de comunicação de qualidade.

 

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Endereço para correspondência:
Vitor Engracia Valenti
vitor.valenti@unesp.br

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