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Journal of Human Growth and Development

Print version ISSN 0104-1282On-line version ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.31 no.2 Santo André May/Aug. 2021

http://dx.doi.org/10.36311/jhgd.v31.12227 

ARTIGO ORIGINAL

 

Perfil epidemiológico do acesso à atenção hospitalar e mortalidade por câncer de próstata nas regiões Brasileiras - um estudo ecológico

 

 

Stefanie de Sousa Antunes AlcantaraI; Patricia Merly MartinelliI; Luiz Vinicius de Alcantara SousaI; Fernando Luiz Affonso FonsecaII

ICentro Universitário - FMABC, Santo André, São Paulo, Brasil
IILaboratório de Análises Clínicas do Centro Universitário - FMABC, Santo André, São Paulo, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: Devido às altas taxas de incidência e mortalidade que o câncer apresenta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) define-o como um problema de saúde pública e aponta que existem aproximadamente 10 milhões de pessoas afetadas pelo câncer, a estimativa para o ano de 2020 será 16 milhões de doentes. Uma das neoplasias mais frequentes do mundo, o Câncer de Próstata (CaP) (1,1 milhão) ocupa a 4ª colocação, ficando atrás apenas do câncer de pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão) e intestino (1,4 milhões). No ano de 2012, foram registrados aproximadamente 1.112.000 novos casos globais de CaP, com cerca de 307.000 óbitos
OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico da mortalidade por câncer de próstata e o acesso de pacientes à saúde entre as regiões brasileiras
MÉTODO: Estudo ecológico baseado em dados secundários entre os anos de 2000 e 2015. A mortalidade, hospitalização e população foram coletadas no DATASUS. As variáveis foram relacionadas ao perfil epidemiológico, entre as regiões brasileiras, estratificadas pelo número de internações; de mortes; taxa de admissão; taxa de mortalidade e faixa etária (40 a 79 anos). O estudo analisa uma tendência temporal e obtém acesso à saúde e mortalidade usando modelos de regressão
RESULTADOS: O Norte apresentou uma queda maior nos casos de 40 a 59 anos (
β: -1,800; -0,46). Sudeste, com pequena redução apenas entre 40 e 44 anos (β: -0,345 e p: 0,665). As regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste não apresentaram queda na taxa de internação, com maior crescimento entre 65 e 69 anos (β: 7.862; 11.346; e p> 0,05). O Centro-Oeste teve o maior aumento entre 55 e 59 anos (β: 3.660, p: 0,098), seguido de 65 a 69 anos (β: 3.491, p: 0,314). As taxas de mortalidade indicaram redução no Sudeste (β: - 0,440) e Sul (β: -0,361
CONCLUSÃO: Este estudo encontrou associação com várias culturas ambientais e econômicas em cada região brasileira, sendo um recurso importante para o desenvolvimento de serviços de saúde e seu acesso à população

Palavras-chave: câncer de próstata, epidemiologia, mortalidade, hospitalização.


 

 

Síntese dos autores

Por que este estudo foi feito?

O Câncer de Próstata é a neoplasia mais prevalente em homens brasileiros. Entre os anos de 2018 e 2019 tiveram 68 mil novos casos, podendo dobrar o número de mortes até o ano de 20251. O Brasil é um país onde é notório a desigualdade existente entre as regiões, não só em distribuição de renda, mas também no acesso a saúde, relação que afeta diretamente o acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer de próstata, o qual, é uma das mais incidentes morbidades entre os homens, assim como também uma das principais causas de morte, representando um sério problema de saúde pública, neste contexto, os dados estratificados por idade ou região administrativa brasileira precisam ser estudados com mais ênfase para que sejam respondidas algumas lacunas.

O que os pesquisadores fizeram e encontraram?

Para analisar o perfil epidemiológico do acesso à saúde e mortalidade por câncer de próstata entre as regiões brasileiras durante o período de 2000 a 2015, foi utilizado o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS - www.datasus.gov.br), sistema de livre acesso, que contém informações da saúde referentes aos Estados e Municípios. Os resultados desta pesquisa mostram que a região Norte teve uma queda maior na taxa de hospitalizações entre 2000 e 2015 e, de acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano, em 2010 a região atingiu o IDH de 0,667. Em relação às taxas de mortalidade, as principais regiões do país que indicaram redução foram Sudeste e Sul, que apresentaram IDH de 0,766 e 0,754 em 2010. Em destaque, observou-se o Nordeste, essa foi a única região que não apresentou redução de mortalidade em qualquer faixa etária no período estudado, que apresentava IDH 0,663 em 2010. Essa variação no IDH entre as regiões brasileiras explica as diferenças relacionadas ao acesso aos serviços de saúde, bem como na distribuição de renda, qualidade e condições de vida dos brasileiro.

O que essas descobertas significam?

Com os dados encontrados foi possível caracterizar as regiões brasileiras com base nas taxas de hospitalização e mortalidade, para que o serviço de saúde possa atingir essa população de acordo com suas necessidades. Além disso, é de fundamental importância aumentar as políticas públicas de saúde voltadas para as regiões mais vulneráveis, aumentando o investimento em atenção primária, facilidade de acesso, diagnóstico e tratamento precoce. Isso diminuirá as diferenças sociais e consequentemente diminuirá as disparidades na mortalidade por câncer de próstata no Brasil.

 

INTRODUÇÃO

Devido as altas taxas de incidência e mortalidade que o câncer possui, a Organização Mundial da Saúde (OMS) o define como problema de saúde pública, e aponta que há aproximadamente no mundo 10 milhões de pessoas acometidas com câncer e a estimativa para o ano de 2020 será de 16 milhões de indivíduos doentes1-3.

Entre as principais neoplasias mais incidentes no mundo, o câncer de próstata (CaP) (1,1 milhão) ocupa o 4° lugar, estando atrás somente do câncer de pulmão (1,8 milhão), mama (1,7 milhão) e intestino (1,4 milhão), apresentando no ano de 2012 aproximadamente 1.112.000 novos casos de CaP globais, com cerca de 307.000 mortes4,5.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), entre os anos de 2018 e 2019 o CaP é a neoplasia mais prevalente em homens brasileiros, com 68 mil novos casos, e mesmo o Brasil sendo detentor da menor taxa de mortalidade por CaP entre os países da América Latina, a tendência desta taxa é aumentar, chegando a dobrar o número de mortes até o ano de 20251,4,5.

O risco estimado do CaP no ano de 2005 era de 51 casos novos a cada 100.000 homens, sendo o tipo de câncer mais frequente em todas as regiões brasileiras (Norte: 20/100.000; Nordeste: 34/100.000; Centro-Oeste: 46/100.000; Sudeste: 63/100.000 e Sul: 69/100.000), possuindo um perfil de morbimortalidade que vem oscilando durante todos esses anos, contudo, seguindo a taxa média de sobrevida para países em desenvolvimento (41%), e permanecendo abaixo da mundial (58%)6.

Com isso, é notório a desigualdade existente entre as regiões do Brasil, não só em distribuição de renda, mas também no acesso a saúde, relação que afeta diretamente o acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer de próstata, o qual, é uma das mais incidentes morbidades entre os homens, assim como também uma das principais causas de morte, representando um sério problema de saúde pública, neste contexto, os dados estratificados por idade ou região administrativa brasileira precisam ser estudados com mais ênfase para que sejam respondidas algumas lacunas.

Assim, o estudo aqui apresentado se torna relevante ao ponto de traçar o perfil do CaP no Brasil, país que é detentor de uma alta taxa de vulnerabilidade social e profundas diferenças regionais, analisando o perfil epidemiológico do acesso à saúde e mortalidade por câncer de próstata entre as regiões brasileiras durante o período de 2000 a 2015.

 

MÉTODO

Desenho do Estudo

Estudo Ecológico de base populacional, que teve como população de estudo homens brasileiros diagnosticados com câncer de próstata entre os de anos de 2000 a 2015, estratificado pelas regiões administrativas, onde abordou a tendência temporal do câncer de próstata.

Sabe-se que havendo histórico familiar da doença é indicado que os exames comecem a serem feitos logo aos 45 anos de idade, não havendo casos na família, a partir dos 55 anos de idade é o mais adequado7. Entretanto nos últimos anos, o CaP vem tendo uma incidência maior em homens mais jovens, e a partir disso, esse estudo abordou as faixas etárias a partir dos 40 anos e trouxe mais informações atualizadas desses novos casos.

População do Estudo e Critérios de Elegibilidade

Na presente pesquisa foram utilizadas as variáveis relacionadas ao perfil epidemiológico do câncer de próstata entre as regiões, listadas abaixo:

a) Número de admissões hospitalares;

b) Número de óbitos;

c) Taxa de admissões;

d) Taxa de mortalidade;

e) Faixa etária (40 a 79 anos);

f) Regiões administrativas brasileiras.

Coleta de Dados

A fonte de dados usada neste estudo foi do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS - www.datasus.gov.br), sistema de livre acesso, que contém informações da saúde referentes aos Estados e Municípios8. Os sistemas que foram utilizados são os seguintes:

I. Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM - Onde foi feito a coleta dos óbitos por câncer de próstata, seguindo os passos a seguir: i) Estatísticas vitais; ii) Mortalidade 1996 a 2016, pela CID-10; iii) Mortalidade geral; iv) Abrangência geográfica. A partir desses passos as variáveis selecionadas foram: i) Região; ii) Ano (2000 a 2015); iii) Categoria CID -10 (C61 - neoplasia maligna da próstata) iv) Faixa etária detalhada (partindo de 40 a 79 anos, dividida em faixas etárias de 5 em 5 anos).

II. Sistema de Informação Hospitalar - SIH - Onde fez-se a busca dos dados de internações hospitalares por câncer de próstata. seguindo os passos a seguir: i) Epidemiologia e Morbidades; ii) Morbidade Hospitalar do SUS (SIH/SUS); iii) Geral, por local de residência - a partir de 2008 - Geral, por local de residência - de 1995 a 2007; iv) Abrangência geográfica. Selecionando as variáveis: i) Regiões; ii) Capítulo CID - 10 (neoplasias); iii) Sexo; iv) Faixa etária 2.

III. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - Os dados sobre a população residente foram adquiridos pelos censos e projeções intercensitárias, disponibilizados no site do DATASUS: i) Demográficas e socioeconômicas; ii) População residente; ii) Censos (1980, 1991, 2000 e 2010), Contagem (1996) e projeções intercensitárias (1981 a 2012), segundo faixa etária, sexo e situação de domicílio; iii) Abrangência geográfica.

Análise Estatística

Para as variáveis quantitativas, estudou a normalidade (teste de Shapiro-Wilk) e apresentou no formato de média e desvio padrão.

Para avaliar a tendência do acesso à saúde e da mortalidade por câncer de próstata no período estudado, foram utilizados modelos de regressão, alocando as variáveis da seguinte forma i) variável dependente as taxas de internação e mortalidade por câncer de próstata (variáveis dependentes - Y) e o tempo (variável independente - X) expresso no estudo pelos anos de 2000 a 2015.

Por fim, foi estimado também a tendência com as taxas nacionais padronizadas para cada localização e grupo etário, com nível de confiança de 95% e o programa estatístico Data Analysis and Statistical Software for Professionals (Stata) versão 11.0®.

Comitê de Ética

A pesquisa utilizou dados secundários e de livre acesso, dados que não expõem a identidade e nem a segurança de seus participantes, com isso, respaldado na resolução do inciso I ao V do art. 1 da Lei 510, de 07 de abril de 2016, o estudo não precisou ter registro e nem avaliado pelo sistema CEP/CONEP.

 

RESULTOS

Para a obtenção do objetivo desse estudo e melhor clareza dos dados obtidos, as tabelas 1 e 2 mostram as características das admissões hospitalares e óbitos para o CaP e a regressão linear das admissões hospitalares e da mortalidade por câncer de próstata entre os anos de 2000 a 2015 na população masculina estudada.

Na tabela 1, observou-se que as admissões hospitalares na região Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste tiveram maiores médias entre as idades de 60 a 64 anos, (média de 837,19; 5009,81; 12884,50; 6547,94; 1722,25, respectivamente). As menores médias de admissões hospitalares, ficaram na maioria das regiões entre as idades de 40 a 44 anos, e apenas na Região Norte teve a menor média, de 471,31 entre 75 a 79 anos de idade. Se tratando de óbitos, todas as regiões tiveram maiores valores entre 75 a 79 anos de idade, e as idades de 40 a 44 anos, relataram a menor média de óbitos, variando de 1,38 na região Centro-Oeste, à 6,75 na região Sudeste.

A tabela 2, apresenta informações da regressão linear das admissões hospitalares, destacando-se a região Norte, que apresentou uma maior diminuição dos casos desde os 40 anos (β: -1,800) até os 59 anos de idade (β: -0,46), e um aumento nas demais faixas etárias, onde o maior deles foi entre 70 a 74 anos, apresentando β: 2,038 e p: 0,393. Em seguida está o Sudeste, que teve uma pequena redução apenas entre 40 a 44 anos de idade apresentando β: -0,345 e p: 0,665, já as demais idades tiveram uma elevação dessa taxa, em evidencia está a idade entre os 65 a 69 anos, que aponta β: 8,698, tendo p>0,05. O Nordeste, Sul e Centro-Oeste não expressaram diminuição na taxa de internação, tendo o maior crescimento entre 65 a 69 anos de idade (β: 7,862; 11,346, respectivamente), onde, todos mostraram p>0,05. E o Centro-Oeste mostrou o maior aumento entre 55 a 59 anos de idade (β: 3,660, p: 0,098), seguindo entre 65 a 69 anos (β: 3,491, p: 0,314).

Se tratando das taxas de mortalidade, as principais regiões do país que indicaram redução foram Sudeste e Sul, manifestando um aumento apenas entre as faixas etárias de 40 a 49 anos (Sudeste) e 40 a 44 anos de idade (Sul). Já o Norte do Brasil teve diminuição apenas entre as idades de 40 a 44 anos (β: -0,001) e 50 a 54 anos (β: -0,039), o Centro-Oeste entre 60 a 64 anos (β: -0,059) e 65 a 69 anos (β: -0,024), e o Nordeste foi a única região que não apresentou redução na mortalidade em nenhuma das faixas etárias.

 

DISCUSSÃO

Esse estudo evidenciou o aumento da taxa de internação e de mortalidade entre as regiões brasileiras, exceto o Norte do país, que mostrou uma redução entre as idades de 40 a 59 anos na taxa de hospitalização. Em destaque têm-se o Sudeste e Sul, que tiveram uma importante diminuição na taxa de mortalidade em quase todas as idades observadas, o Sudeste apresentou redução a partir dos 50 anos até 79 anos de idade, e o Sul de 45 anos até 79 anos de idade, entre os anos estudados.

O câncer de próstata está diretamente relacionado aos países com maiores índices de desenvolvimento humano (IDH), além de ter uma correlação positiva com o nível socioeconômico da área habitacional, o que o torna um dos mais incidentes9. O Relatório de Desenvolvimento Humano de 2006 mostrou que o IDH do Brasil passou de 0,758 em 2003 para 0,792 em 2004 e em 2010 atingiu 0,72710.

Os resultados desta pesquisa mostram que a região Norte teve uma queda maior na taxa de hospitalizações entre 2000 e 2015 e, de acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano, em 2010 a região atingiu o IDH de 0,667. Em relação às taxas de mortalidade, as principais regiões do país que indicaram redução foram Sudeste e Sul, que apresentaram IDH de 0,766 e 0,754 em 2010. Em destaque, observou-se o Nordeste, essa foi a única região que não apresentou redução de mortalidade em qualquer faixa etária no período estudado, que apresentava IDH 0,663 em 201011.

Essa variação no IDH entre as regiões brasileiras explica as diferenças relacionadas ao acesso aos serviços de saúde, bem como na distribuição de renda, qualidade e condições de vida dos brasileiros12.

A expectativa de vida do brasileiro também tem aumentado a cada ano, e isso pode estar relacionado à diminuição da taxa de mortalidade. Segundo a Agência de Notícias IBGE13, entre 2000 e 2015, a expectativa de vida dos homens brasileiros passou de 66,0 para 71,9 anos, estimando que a expectativa de vida para o ano de 2020 será de cerca de 73 anos3.

O Nordeste é a única região do Brasil com crescimento nos indicadores estudados, apresentando maior risco de desenvolvimento do CaP, portanto, medidas preventivas exigem maiores incrementos, para realizar a redução desejada já alcançada em outras regiões. Até 2025, são esperadas reduções nas taxas de mortes por câncer de próstata, especialmente no Sul e Sudeste; no entanto, regiões pouco desenvolvidas, como o Norte e o Nordeste, continuarão a ter valores mais altos9, o que, segundo a Agência Internacional A Pesquisa sobre o Câncer (IARC) dobrará o número de mortes por CaP no Brasil14.

Em 2013, o câncer de próstata, segundo Oliveira15, predominou entre os homens residentes nas regiões Centro-Oeste, Norte e Sudeste, o que discorda dos resultados do presente estudo, onde mostra que as principais regiões foram Nordeste, Sul e Centro-Oeste, respectivamente.

Ao analisar a região Centro-Oeste do Brasil, encontrou um aumento positivo na mortalidade por CaP. O melhor diagnóstico dessa doença está associado à maior oferta de assistência e recursos para estabelecer um diagnóstico eficaz, que requeira melhorias estruturais e fácil acesso à população, principalmente no setor público, para que o diagnóstico e, portanto, o tratamento possa ser realizado corretamente e rapidamente16.

De acordo com a Lei nº 12.732, de 22 de novembro de 2012, é direito dos pacientes com neoplasia maligna receber todos os tratamentos necessários gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)17. Início do tratamento em até 60 dias a partir do diagnóstico em laudo patológico. No entanto, alguns estudos afirmam que a maioria dos homens inicia o tratamento entre um e dois anos após o diagnóstico18.

Com isso, é necessário enfatizar que este estudo traz informações importantes e fundamentais para caracterizar as regiões brasileiras com base nas taxas de hospitalização e mortalidade, para que o serviço de saúde possa atingir essa população de acordo com suas necessidades. Além disso, é de fundamental importância aumentar as políticas públicas de saúde voltadas para as regiões mais vulneráveis, aumentando o investimento em atenção primária, facilidade de acesso, diagnóstico e tratamento precoce. Isso diminuirá as diferenças sociais e consequentemente diminuirá as disparidades na mortalidade por câncer de próstata no Brasil.

 

CONCLUSÃO

O câncer de próstata entre as regiões brasileiras durante o período de 2000 a 2015 apresentou dados importantes para a epidemiologia sobre a saúde da população, diferenciando de acordo com a idade de cada paciente e a região onde reside, assim sendo possível analisar o perfil epidemiológico do acesso à saúde e mortalidade por CaP no país.

Essa neoplasia é um grave problema de saúde pública, e com esse estudo foi possível detectar a sua associação com as variedades culturais, ambientais e econômicas, existentes em cada região brasileira, características importantes para o desenvolvimento de serviços de saúde e o seu acesso para a população.

Contribuições dos Autores

SSAA delineou e conduziu todas as etapas do estudo; LVAS Contribuiu com os resultados e análises da pesquisa; FLAF Conduziu e orientou a escrita do estudo.

Financiamento

Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Caso n°: 2018 / 17719-1.

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP pela contribuição monetária para fomento à pesquisa atual. À Secretaria de Estado de Saúde do Acre (SESACRE), à Universidade Federal do Acre (UFAC) e ao Centro Universitário Saúde FMABC, pela parceria interinstitucional através do convênio nº. 007/2015, para a formação de profissionais de saúde no Acre, Amazônia Ocidental, Brasil.

Conflitos de Interesse

Não Aplicável.

 

REFERÊNCIAS

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Endereço para correspondência:
Stefanie de Sousa Antunes Alcantara
antunestefanie@gmail.com

Manuscrito recebido: Janeiro 2021
Manuscrito aceito: Março 2021
Versão online: Julho 2021

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