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Journal of Human Growth and Development

versión impresa ISSN 0104-1282versión On-line ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.31 no.3 Santo André sep./dic. 2021

http://dx.doi.org/10.36311/jhgd.v31.12744 

ARTIGO ORIGINAL

 

Análise da mortalidade e letalidade por COVID-19 em uma região de baixa renda: um estudo ecológico de série temporal no Tocantins, Amazônia Brasileira

 

 

Andre Evaristo Marcondes CesarI; Blanca Elena Guerrero DaboinI; Tassiane Cristina MoraisII, III; Isabella PortugalIV; Jorge de Oliveira EcheimbergV; Luciano Miller Reis RodriguesV; Lucas Cauê JacinthoVI; Rodrigo Daminello RaimundoV; Khalifa ElmusharafI; Carlos Eduardo SiqueiraI, VII

IMaster of Public Health Program, School of Medicine, University of Limerick, V94 T9PX, Limerick, Ireland
IIEscola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia (EMESCAM), 29045-402 Vitória, ES, Brazil
IIIDepartamento de Educação Integrada em Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo, 29075-910 Vitória, ES, Brazil
IVDepartamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 05403-000 São Paulo, SP, Brazil
VLaboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica, Centro Universitário FMABC, 09060-870 Santo André, SP, Brazil
VIDivisão de Imunologia e Alergia Clínica, Departamento de Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 05403-000 São Paulo, SP, Brazil
VIIDepartment of Urban Planning and Community Development, School for the Environment, University of Massachusetts Boston, 100 Morrissey Boulevard, Boston, MA 02125

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: inserido em vulnerável contexto da Amazônia Brasileira, o estado de Tocantins tem sofrido danos com a disseminação da COVID-19 em seu território; entretanto, escassas evidências têm sido publicadas sobre este estado.
OBJETIVO: e objetivo deste estudo é analisar a letalidade, mortalidade e incidência da COVID-19 em Tocantins.
MÉTODO: este é um estudo ecológico, de base populacional, com análises de séries temporais de casos e óbitos de COVID-19 no estado do Tocantins de março de 2020 a agosto de 2021.
RESULTADOS: no período examinado foram registrados 219.031 casos de COVID-19 e 3.594 óbitos devido a doença. Foram caracterizadas nesta análise de série temporal a formação de duas possíveis ondas. Notavelmente, a segunda onda apresentou as maiores taxas de letalidade (3,02% - abril de 2021), mortalidade (39,81 óbitos por 100.000 habitantes - março de 2021) e incidência (1.938,88 casos por 100.000 habitantes - março de 2021). No final do período, a mortalidade, incidência e letalidade apresentaram tendências estacionárias, sugerindo um resultado positivo do programa de vacinação.
CONCLUSÃO: as ações de prevenção, vigilância e controle dos casos de COVID-19 no Estado do Tocantins têm sido direcionadas para mitigar os efeitos deletérios da pandemia. No entanto, esforços ainda são necessários para diminuir as tendências da letalidade, mortalidade e, em última instância, para alcançar o controle da pandemia de COVID-19 na região.

Palavras-chave: COVID-19, incidência, letalidade, mortalidade, tendências.


 

 

Síntese dos autores

Por que este estudo foi feito?

Este estudo foi realizado devido a lacunas na literatura científica sobre a evolução da COVID-19 no estado de Tocantins, norte do Brasil, em adição a necessidade de constante monitoramento de indicadores epidemiológicos de incidência, mortalidade e letalidade da COVID-19 em áreas inseridas em um contexto de vulnerabilidade, como é o caso de território pertencente à Amazonia Legal Brasileira.

O que os pesquisadores fizeram e encontraram?

Os pesquisadores realizaram um estudo ecológico com análise temporal das taxas de incidência, mortalidade e letalidade da COVID-19 no Tocantins de março de 2020 a agosto de 2021. Os pesquisadores encontraram a formação características de duas possíveis ondas da COVID-19 em Tocantins; foi durante a segunda onda que o estado registrou as maiores taxas de incidência, letalidade e mortalidade. Entretanto, no final de agosto de 2021 as taxas de incidência, mortalidade e letalidade apresentaram tendências estacionárias, sugerindo um resultado positivo do programa de vacinação.

O que essas descobertas significam?

Esforços ainda são necessários para reduzir as tendências de letalidade, mortalidade e incidência de modo a atingir o controle da Pandemia da COVID-19 no Tocantins.

 

INTRODUÇÃO

A pandemia da COVID-19 afetou fortemente o Brasil, o qual ocupou o segundo lugar no ranking de óbitos mundial, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da América. Este país sul-americano vem enfrentando uma das mais complexas crises hospitalares e do sistema de saúde de sua história1. Desde o primeiro caso confirmado por COVID-19 relatado em 26 de fevereiro de 20202, o Brasil apresentou circunstâncias epidemiológicas críticas em sua vasta dimensão territorial, variando em gravidade de região para região3.

Essas diferenças geográficas de densidade populacional, acesso aos serviços de saúde, idade e fatores socioeconômicos, têm acentuado as iniquidades afetando, principalmente, as regiões mais pobres do país, como a região Norte4. Esta região sofre desequilíbrios nos falhos sistemas de previdência social e nas escassas medidas de controles adequadas e integradas que agravam os índices de mortalidade e vulnerabilidade social5.

No contexto de vulnerabilidade do Nordeste do Brasil, o Tocantins detém a participação de aproximadamente 0,5% do Produto Interno Bruto Nacional, sendo um dos estados que menos contribui6. Além disso, 93% de sua população depende do Sistema Único de Saúde7.

Como outros estados da região amazônica, o Tocantins é uma área endêmica para outras doenças infecciosas clinicamente semelhantes à COVID-19, fato que corrobora para a necessidade de realização de diagnósticos diferenciais. Servindo de exemplo as evidências de coinfecções de SARS-CoV-2 com dengue8. Este contexto sindêmico dificulta a detecção e o tratamento da COVID-19 na região.

A taxa de mortalidade é uma das principais características que diferenciam o coronavírus dos surtos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS )9. Dadas as oscilações detectadas na incidência e letalidade da COVID-19, torna-se relevante estudar e compreender os fatores regionais que afetam o contágio e a disseminação desse novo vírus. Além disso, estudos de séries temporais são úteis para analisar as curvas de comportamento da pandemia10.

O primeiro caso confirmado da COVID-19 no Tocantins foi notificado na capital do estado, em 18 de março de 2020, por um viajante que voltava de Fortaleza, área urbana do Nordeste11. Um mês depois, as autoridades estaduais relataram sua primeira morte devido a esta doença12. A situação piorou significativamente, mesmo após um ano do registro do primeiro caso de COVID-19 no estado2; entretanto, poucas evidências são publicadas sobre esse estado, que é o mais novo das Unidades Federativas brasileiras e concentra apenas 0,7% da população total do país6.

Portanto, este estudo analisou a letalidade, mortalidade e incidência de COVID-19 no Tocantins, Brasil, no período de março de 2020 a agosto de 2021.

 

MÉTODO

Trata-se de um estudo ecológico, de séries temporais que analisou casos e óbitos por COVID-19 no estado do Tocantins (figura 1). Este estudo faz parte de um projeto guarda-chuva de base populacional, no qual cada estado do Brasil foi analisado separadamente, seguindo um protocolo padrão para estudos ecológicos de séries temporais, conforme descrito por Abreu Elmusharaf e Siqueira10.

 

 

Os dados foram obtidos diretamente no Banco de Dados Eletrônico do painel COVID-19 desenvolvido pela Secretaria de Saúde do Tocantins. É um banco de dados públicos que contém informações oficiais sobre os casos e óbitos causados pela COVID-19, sem a identificação do paciente13.

No período de março de 2020 a agosto de 2021, um total de 219.031 casos acumulados e 3.594 óbitos foram causados pela COVID-19. Foram incluídos no estudo todos os casos e óbitos por COVID-19 que tiveram confirmação laboratorial, clínica e/ou epidemiológica. Os casos foram classificados de acordo com a data do teste, enquanto os óbitos foram classificados de acordo com a data do óbito; aqueles sem informações de data foram excluídos.

Dois pesquisadores diferentes coletaram dados para evitar viés de coleta. Em seguida, as informações extraídas foram organizadas em planilha eletrônica Excel (Microsoft Corp., Redmond-WA, USA, 2021) para posterior análise. O banco de dados foi atualizado em 29 de setembro de 2021.

As taxas de incidência (1) e mortalidade (2) por 100.000 habitantes e a letalidade (3) (%) foram determinadas de acordo com as seguintes equações:

A população utilizada para os cálculos foi a população estimada pelo Tribunal de Contas da União (população TCU). Correspondeu à população residente no Tocantins e foi estimada em 1.572.866 habitantes para o ano de 201914.

Para análise de tendências, o período foi dividido em duas ondas: a Primeira Onda (O1), de março a novembro de 2020, e a Segunda Onda (O2), de dezembro de 2020 a agosto de 2021. Destaca-se que a O1 encerrou com a menor taxa de mortalidade em novembro de 2020, de acordo com a análise da forma da curva.

O modelo de regressão de Prais-Winsten para taxas de mortalidade populacional foi usado para construir uma série temporal, bem como para determinar as tendências de incidência, letalidade e mortalidade15. A probabilidade (p) e o percentual de mudança diária (DPC - Daily Percent Change) foram estimados, considerando um nível de significância de 95%, de acordo com as equações (1), (2) e (3):

Nessas equações, consideramos β como o coeficiente angular da regressão linear, os índices ul como o limite superior e ll como o limite inferior do nível de confiança.

As análises estatísticas foram realizadas usando o software STATA 14.0 (College Station, TX, U.S. 2013). O número reprodutivo efetivo (Rt) foi estimado usando o software R studio EpiEstim package16, versão 2.2.4, utilizou-se um número de reprodução variável no tempo para epidemias conforme o desenvolvido por Thompson e colaboradores17. Foi utilizado um intervalo seriado médio de 2,97 dias, com desvio padrão de 3,29 dias, conforme descrito em estudos anteriores18,19. Em seguida, realizamos uma análise de correlação de Spearman entre Rt e casos novos diários, Rt e mortes diárias, e Rt e letalidade.

 

RESULTADOS

Entre os estados amazônicos o Tocantins é provavelmente um dos menos conhecidos do Brasil e do exterior. A tabela 1 descreve algumas das características sociodemográficas e informações inerentes à infraestrutura do sistema hospitalar do Estado do Tocantins.

 

 

Ao longo do período estudado foram identificados 219.031 casos (figura 2a) e 3.594 óbitos por Covid-19 (figura 2b).

A figura 3 apresenta duas ondas possíveis: a primeira ocorreu em 2020 de março a novembro, e a segunda de dezembro de 2020 a agosto de 2021. A maior taxa de letalidade no período (3,02%) foi em abril de 2021 (figura 3a), e as taxas de mortalidade (39,81 óbitos por 100.000 habitantes) e incidência (1.938,88 novos casos por 100.000 habitantes) mais elevadas foram em março de 2021 (figura 3b e 3c).

Além disso, a tabela 2 ilustrou que as taxas de mortalidade e letalidade durante a primeira onda (O1) apresentaram tendências estacionárias, embora a incidência estivesse com tendências crescentes, p <0,05. As tendências de todos os indicadores permaneceram estáveis durante a segunda onda (O2).

A figura 4 indica o valor Rt em função do tempo para o período avaliado. O valor estimado de Rt para a COVID-19 sofreu flutuações durante o período. Houve um pico de crescimento significativo entre abril e maio de 2020, em seguida, houve predomínio de Rt com índices abaixo de um (1) a partir de agosto de 2020, seguido de aumento na transmissibilidade viral após outubro de 2020. Durante a segunda onda, um pico é observado em janeiro de 2021 com predomínio de Rt acima de um (1) até junho do mesmo ano, com comportamento estacionário nos meses posteriores (Rt <01).

Esse padrão parece semelhante à série temporal de novos casos. Portanto, as análises de correlação foram realizadas entre Rt e casos novos diários, entre Rt e mortes diárias e entre Rt e letalidade. Os resultados para os coeficientes de Spearman (ρ) foram demonstrados na tabela 3.

Além disso, o coeficiente de correlação entre Rt e óbitos mostrou-se significativo na tabela 3. Ou seja, o comportamento da frequência de óbitos está negativamente associado ao Rt, apesar da baixa intensidade da correlação. O valor esperado para o coeficiente de correlação entre essas variáveis seria ρ = 0. Portanto, apesar de ter significância estatística, o valor de ρ sugere que Rt é fracamente dependente do número de óbitos diários e que o Rt tem comportamento contrário a esse número. Não houve correlação significativa entre Rt e novos casos. Esse resultado se opõe ao que era esperado; presume-se que um incremento em Rt implicaria no aumento do número de novos casos diários. Porém, o coeficiente de correlação ρ = 0,026 e o p-valor = 0,562, que é pelo menos dez vezes maior que a significância α, revelaram que essas variáveis são independentes. Para a correlação entre Rt e letalidade, foi encontrado ρ = -0,246 com valor de p <0,001, sugerindo uma associação negativa significativa entre Rt e letalidade. Ou seja, conforme o número de infecções aumenta, a letalidade diminui.

 

DISCUSSÃO

De março de 2020 a agosto de 2021, o Tocantins foi afetado por 219.031 casos de COVID-19, dos quais 3.594 deles evoluíram a óbito. Nesse período, houve a formação de duas possíveis ondas. As taxas de mortalidade e letalidade permaneceram estáveis durante a primeira onda, mas a taxa de incidência apresentou tendência crescente. Iniciativas de prevenção foram implementadas22 e medidas de distanciamento social foram adaptadas para reduzir o risco de transmissão. Imediatamente após a confirmação do primeiro caso, as autoridades locais declararam estado de calamidade pública, incluindo restrições a atividades não essenciais, como comércio e turismo23. Por outro lado, um processo de (re)planejamento, (re)organização, (re)alocação de recursos humanos e financeiros deveria ser implementado pelo Estado para que houvesse uma resposta rápida e eficaz nas emergências de Saúde Pública, tais como (1) continuidade de serviços essenciais; (2) implementação bem coordenada de ações prioritárias; (3) comunicação interna e externa clara e precisa; (4) adaptação rápida às demandas crescentes; (5) uso eficaz de recursos escassos; e (6) ambiente seguro para profissionais de saúde e pacientes24.

A importância dessas ações não farmacológicas para prevenir o aumento de infecções, provavelmente não foi dada no início da pandemia, principalmente em áreas urbanas, o que influenciou no aumento do número de novos casos e favoreceu o início de uma nova onda no final de novembro de 2020. Porém, de acordo com o boletim de maio a junho25, a capital do Tocantins estava entre as cidades urbanas que adotaram políticas mais rigorosas por longos períodos. Seria possível que a população não estivesse preparada para praticar o uso de máscara individual e comunitária, distanciamento e medidas de higienização das mãos por períodos prolongados26.

A taxa de letalidade de 2,38% marcou o início da pandemia em abril de 2020, quando as primeiras mortes (n = 3) por COVID-19 foram relatadas. Este resultado coincide com a letalidade da COVID-19 divulgada pelo Governo do Estado do Tocantins no início da pandemia, com registro de letalidade de 2,03% em maio de 202027. No entanto, essa letalidade foi inferior à encontrada em outros estados, como o Piauí (9,09%), Pernambuco (7,35%) e São Paulo (5,97%) durante a 13ª semana epidemiológica28.

De acordo com o relatório do Observatório COVID-19 da Fundação Oswaldo Cruz, nos primeiros seis meses da pandemia, o Tocantins, apesar de sua baixa população, teve uma das maiores taxas de incidência do país. Em agosto de 2020, o estado atingiu a terceira maior taxa na região Norte, com tendências crescentes nas taxas de incidência e mortalidade29. Semelhante aos nossos achados, picos de incidência (1.585,66 casos por 100.000 habitantes) e mortalidade (22,89 óbitos por 100.000 habitantes) ocorreram em agosto de 2020 durante a 1ª Onda. Apesar dos elevados incrementos nos indicadores de incidência e mortalidade descritos em agosto de 2020, a 2ª Onda apresentou circunstâncias mais angustiantes. As alarmantes taxas de incidência e mortalidade relatadas em março de 2021 (figuras 3b e 3c) quase dobraram o número de mortes do pior mês durante a 1ª Onda.

Em março de 2021, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) divulgou boletim especial alertando sobre a piora simultânea em todo o Brasil dos diversos indicadores, com aumento no número de casos e óbitos por COVID-19, manutenção de elevados índices de incidência de SARS, altas taxas de positividade dos testes e sobrecarga hospitalar. Nesse período, todos os estados do nordeste brasileiro, inclusive o Tocantins, apresentavam taxas de ocupação dos leitos de UTI adulto COVID-19 acima de 80%30.

As altas taxas indicam que, mesmo após um ano de pandemia, Tocantins e o Brasil enfrentaram um cenário desafiador de condições catastróficas para controlar a disseminação da COVID-19. Vários fatores podem ter contribuído para essa situação, como as festas típicas brasileiras como o carnaval e infecções por novas variantes. O maior pico de casos e óbitos observado durante a 2ª Onda, em março de 2021, aconteceu após os feriados do carnaval. Embora o carnaval oficial tenha sido cancelado31, ainda assim, as pessoas se aglomeraram nas ruas e em festas particulares, o que agravou a disseminação do vírus. Além disso, no referido período a variante P1 (Manaus) do SARS-CoV-2 foi detectada pela primeira vez e apresentava maior transmissibilidade32. Nesse cenário controverso, não foram realizados exames suficientes para detectar a doença, de modo que não havia conhecimento preciso sobre pacientes assintomáticos.

É possível que os fatores apontados tenham contribuído para que Tocantins atingisse, em abril de 2021, a maior taxa de letalidade (3,02%) desde o início da pandemia; entretanto, neste período, as taxas de transmissibilidade viral foram predominantemente controladas (Rt <1). Neste estudo, foi encontrada uma correlação negativa entre Rt e letalidade. Ainda assim, esses resultados devem ser interpretados com cautela, pois muitos outros fatores influenciam as repercussões fatais do COVID-19, como gênero, etnia e fatores de risco33,34.

Além disso, a maioria dos estados brasileiros adotou medidas mais restritivas para mitigar a disseminação da SARS-CoV-2 apenas em um cenário caracterizado por elevado número de óbitos e elevadas taxas de ocupação de leitos hospitalares. Nesse sentido, o Rt seria um dos principais indicadores a serem considerados durante a tomada de decisão governamental para conter a propagação da doença e futuros colapsos nos sistemas de saúde.

Monitorar os escores do Rt é essencial para implementar estratégias de enfrentamento à pandemia. Medidas de relaxamento para controle da mobilidade da população somente devem ser adotadas quando os valores de Rt estiverem abaixo de 1, nestes casos as situações ainda podem ser manejadas35. O atendimento à população pode ser direcionado aos serviços de atenção básica, fundamental para a sustentação dos sistemas de saúde, protegendo-se contra as demandas excessivas geradas pela pandemia.

No entanto, no final de agosto de 2021, as tendências da mortalidade, letalidade e incidência eram estáveis. Embora, este fato possa ter sido um desfecho positivo do programa de vacinação, com predominância de Rt abaixo de um (1), ressalta-se que o cenário pandêmico está sempre em constante mudança. Assim, os esforços atuais devem ser intensificados para conter a propagação do SARS-CoV-2 nesta região e minimizar as consequências catastróficas no futuro. Determinantes específicos estão afetando a situação da pandemia no Tocantins, destaca-se a sua localização geográfica como o entroncamento estratégico com Estradas Estaduais. Além de um vasto trevo rodoviário que leva às cidades das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste36, facilitando a disseminação do novo coronavírus.

A densidade demográfica do Tocantins é de 4,98 hab. / km26. Em contraste, o número médio de pessoas por domicílio na área urbana é de três20, o que afeta a alta incidência de infecções por COVID-1937,38. Além disso, as pessoas apresentam limitações de isolamento39. Essas variáveis afetam principalmente Palmas, a capital.

Além disso, dados da Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins40 revelaram que 7.886 indígenas e 6.551 afrodescendentes (quilombos) vivem nas margens dos rios em residências onde há grande concentração de indivíduos. Os barcos lotados nos rios da região amazônica41 também são um fator de risco para a disseminação do SARS-CoV-2.

O Tocantins foi um dos primeiros estados a apresentar um plano de contingência para enfrentar a COVID-19. Da mesma forma, criaram um comitê de crise com autoridades representativas de cada poder, órgão de controle e segurança, autoridades e profissionais de saúde. Essas iniciativas foram realizadas para debater e buscar ações e estratégias conjuntas para minimizar o impacto da pandemia42.

No entanto, este estado sofre restrições de serviços de saúde em horários regulares. Durante a pandemia, as autoridades têm que lidar com uma crise que requer uma resposta urgente, principalmente porque as taxas de letalidade, mortalidade e incidência dependem fortemente de fracos índices socioeconômicos e infraestrutura de saúde local.

As medidas foram mais rígidas em Palmas, a área urbana mais populosa43. O número de leitos foi ampliado de 163 para 467 para tratamento exclusivo da COVID-19, de abril de 2020 a abril de 2021 foram contratados profissionais de saúde e disponibilizados equipamentos de proteção individual27. No entanto, o número consolidado de leitos de UTI (públicos e privados) é de aproximadamente 0,9 por 10.000 habitantes, indicador que está abaixo de 2,2, que é a média nacional44.

Segundo o observatório da FIOCRUZ45, a taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva no Tocantins caiu para 75%. Ainda assim, esse percentual é alto, um dos fatores que pode ter influenciado essa melhora é o processo de imunização, com 718 mil pessoas vacinadas. O plano de vacinação contra a COVID-19 segue as diretrizes nacionais, em que os grupos prioritários incluem povos indígenas, comunidades afrodescendentes (quilombos) e comunidades tradicionais ribeirinhas27.

As ações das lideranças desta unidade federativa para aplicação de medidas de prevenção, vigilância e controle são elementos fundamentais para minimizar a disseminação do vírus SARS-CoV-2, pois o Brasil não possui uma estratégia homogênea para o manejo da pandemia da COVID-19. Os governos estaduais são responsáveis pelo planejamento e execução das estratégias não farmacológicas e de distanciamento46.

A obrigatoriedade do uso de máscaras e medidas de distanciamento deve permanecer para mitigar e conter os efeitos da pandemia neste território amazônico brasileiro. É necessário monitorar os indicadores de mortalidade, letalidade e incidência e desenvolver outros estudos comparando esses indicadores antes e depois da vacinação.

Limitações

Deve-se considerar que os testes de COVID-19 foram realizados apenas em pessoas com manifestações clínicas da doença. Os dados relativos aos óbitos são contabilizados com base no dia anterior, mas pode haver casos de atrasos na notificação.

Alguns municípios do Tocantins com reduzido corpo técnico e acesso a ferramentas digitais apresentam dificuldades na produção e sistematização dos dados da COVID-1947.

Como a pandemia ainda está em evolução, todos os dados examinados nesta pesquisa correspondem a análises parciais.

 

CONCLUSÃO

A 1ª Onda apresentou tendências estacionárias na letalidade e mortalidade e tendências crescentes nas taxas de incidência, com um percentual de mudança diária de 2,23%. A 2ª Onda teve um aspecto mais alarmante e os picos mais elevados de mortalidade, letalidade e incidência ocorreram em março de 2021. No entanto, todos os indicadores apresentaram tendências estacionárias no final de agosto, possivelmente este cenário seja influenciado pelos efeitos da vacinação.

No período do estudo, as ações de prevenção, vigilância e controle dos casos da COVID-19 no Tocantins foram adotadas para mitigar os efeitos da pandemia. No entanto, esforços ainda são necessários para a obtenção de tendências decrescentes nas taxas de letalidade, mortalidade e incidência

Contribuições dos autores

Conceptualização, A.E.M.C., B.E.G.D., T.C.M., I.P. e L.C.A.; método, A.E.M.C., T.C.M., J.O.E., L.C.J., R.D.R., K.E., C.E.S. e L.C.A.; software, J.O.E., L.C.J.; validação, T.C.M., J.O.E., L.M.R.R., C.E.S. e L.C.A.; curadoria de dados, A.E.M.C., T.C.M., L.C.A.; redação, revisão e edição, todos os autores; visualização, todos os autores; supervisão, K.E., C.E.S. e L.C.A.; administração do projeto, C.E.S. e L.C.A. Todos os autores leram e concordaram com a versão publicada do manuscrito.

Financiamento

Esta pesquisa não recebeu financiamento externo.

Declaração de disponibilidade de dados

Os dados foram extraídos de um banco de dados populacional em painel COVID-19, de acesso gratuito através do website da Secretaria de Saúde do Estado do Tocantins: http://integra.saude.to.gov.br/covid19/.

 

Agradecimentos

Agradecemos a Célia Guarnieri da Silva pela ilustração do mapa e ao Henrique Moraes Ramos da Silva pelo apoio na obtenção e tratamento dos dados.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesses.

 

REFERÊNCIAS

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Endereço para correspondência:
luizcarlos.deabreu@ul.ie

Manuscrito recebido: setembro 2021
Manuscrito aceito: outubro 2021
Versão online: novembro 2021

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