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Journal of Human Growth and Development

versão impressa ISSN 0104-1282versão On-line ISSN 2175-3598

J. Hum. Growth Dev. vol.32 no.1 Santo André jan./abr. 2022

http://dx.doi.org/10.36311/jhgd.v32.12613 

ARTIGO ORIGINAL

 

Qualidade do sono dos motoristas de transportes coletivos urbanos em uma cidade da Amazônia Ocidental, Brasil

 

 

Carlos Roberto Teixeira FerreiraII, IV; Maura Bianca Barbary de DeusII, IV; Mauro José de Deus MoraisI, II, III, IV; Romeu Paulo Martins SilvaV; Janine SchirmerVI

IPós-Graduação em Ciências da Saúde do Centro Universitário Saúde do ABC (FMABC) - São Paulo, Brazil
IICentro de Ciências da Saúde e do Desporto. Campos Rio Branco-AC. Universidade Federal do Acre (UFAC) - Acre, Brazil
IIILaboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Cientifica (FMABC) - São Paulo, Brazil
IVLaboratório Multidisciplinar de estudos e Escrita Científica das Ciências da Saúde (LAMEECCS), UFAC - Acre, Brazil
VUniversidade Federal de Catalão - Goiás, Brazil
VIDepartamento de Enfermagem em Saúde. Universidade de São Paulo-UNIFESP - São Paulo, Brazil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

INTRODUÇÃO: os problemas relacionados ao sono trazem efeitos destrutivos sobre as habilidades psicomotoras, memória, tomada de decisão e concentração, os quais podem influenciar na ocorrência de acidentes e erros. Os motoristas de ônibus, esses profissionais estão submetidos às normas rígidas da empresa no cumprimento de horários, cuidados com o veículo e na responsabilidade no transporte diário de pessoas
OBJETIVO: analisar a qualidade do sono dos motoristas de transportes coletivos urbanos da cidade de Rio Branco-AC
MÉTODO: trata-se de um estudo transversal desenvolvido na cidade de Rio Branco, Acre-Brasil. A amostra foi composta por 80 motoristas. Para verificar a qualidade do sono foi utilizado o Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburg (PSQI). As variáveis antropométricas utilizadas foram a circunferência do pescoço, circunferência abdominal, dobras cutâneas e o índice de massa corporal (IMC). Para associar utilizou-se o teste não paramétrico de Spearmande 0,05 (5%
RESULTADOS: os investigados tinham idades entre 24 e 60 anos, sendo do sexo masculino. 81,25% dos motoristas apresentaram qualidade do sono ruim de acordo com o PSQI (> 5). 75% o IMC em excesso e 67,5% com circunferência abdominal de risco. A circunferência do pescoço, 60% apresentaram valores aumentados e 78,75% com o percentual de gordura acima do recomendado. Observou-se uma forte correlação entre todos os componentes e com o PSQI
CONCLUSÃO: está demonstrada uma associação entre sono ruim e o índice de massa corporal e a circunferência do pescoço. Também apresentou uma forte correlação entre todos os componentes com o resultado final do PSQI

Palavras-chave: apnéia do sono; composição corporal; índice de massa corporal.


 

 

Síntese dos autores

Por que este estudo foi feito?

Os distúrbios relacionados ao sono vêm crescendo e acometem milhões de indivíduos no mundo. O sono é uma função básica e um importante fenômeno biológico na manutenção da saúde humana. Os problemas relacionados ao sono trazem efeitos destrutivos sobre as habilidades psicomotoras, memória, tomada de decisão e concentração, os quais podem influenciar na ocorrência de acidentes e erros. No que se refere aos motoristas de ônibus, esses profissionais estão submetidos às normas rígidas da empresa no cumprimento de horários, cuidados com o veículo e na responsabilidade no transporte diário de pessoas.

O que os pesquisadores fizeram e encontraram?

Trata-se de um estudo transversal desenvolvido na cidade de Rio Branco, Acre-Brasil. A amostra foi intencional, composta por 80 motoristas. Para verificar a qualidade do sono foi utilizado o Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburg (PSQI). As variáveis antropométricas com o sono foram utilizadas as medidas da circunferência do pescoço, circunferência abdominal, dobras cutâneas e o índice de massa corporal (IMC). Observou-se uma forte correlação entre todos os componentes e com o PSQI.

O que essas descobertas significam?

Demonstrada uma forte associação entre sono ruim e o índice de massa corporal e a circunferência do pescoço. Também apresentou uma forte correlação entre todos os componentes com o resultado final do PSQI demonstrando que devem ser tomados cuidados em tratamentos preventivos nesta classe trabalhadora.

 

INTRODUÇÃO

O sono é um estado fisiológico da diminuição da capacidade de resposta no qual os indivíduos despertam espontaneamente. É de primordial importância na vida do ser humano e tem a função de restaurar, conservar energia e de proteger. Sua carência pode prejudicar a curto ou em longo prazo as atividades diárias do indivíduo1.

Em termos de comportamento, o sono humano é caracterizado pela posição reclinada, olhos fechados, diminuição dos movimentos, e menor resposta ao meio ambiente interno e externo2. As consequências em longo prazo da privação do sono incluem o aumento da morbidade e mortalidade, aumento dos acidentes automobilísticos, doenças cardíacas, obesidade, diabetes mellitus tipo 2, perda de memória e depressão3.

Os distúrbios relacionados ao sono vêm crescendo e afetam milhões de indivíduos no mundo. A Academia Americana de Medicina do Sono estima que bilhões de dólares sejam gastos a cada ano com problemas do distúrbio do sono4. O Instituto de Medicina estima que de 50 a 70 milhões de americanos adultos têm distúrbios do sono crônico que contribui para a má saúde. Cerca de 1 em cada 3 americanos adultos estão dormindo menos de 7 horas por noite (37,1%)5.

O sono é uma função básica e um importante fenômeno biológico na manutenção da saúde humana. Os problemas relacionados ao sono trazem efeitos destrutivos sobre as habilidades psicomotoras, memória, tomada de decisão, a concentração e aprendizagem, os quais podem influenciar na ocorrência de acidentes e erros6.

No que se refere aos motoristas de ônibus urbano as jornadas prolongadas de trabalho e o estresse do trânsito acarreta danos fisiológicos além de alterações na qualidade do sono. Esses profissionais estão submetidos às normas da empresa para a qual trabalham, além de normas rígidas de no cumprimento de horários, cuidados com o veículo e na responsabilidade no transporte diário de pessoas7.

Nesta profissão, o problema relacionado ao sono é um dos aspectos importantes na ocorrência de acidentes e erros no trânsito. Outro problema é má qualidade do sono que potencializa o risco de acidentes em estradas e avenidas das cidades8. Por este motivo, o risco de acidentes com ônibus é de 2 e 7 vezes maior em indivíduos com baixa qualidade do sono ou sonolência9.

Geralmente, os motoristas que relatam problemas em dormir, manter o sono ou ter noites curtas de sono tendem a ter maior risco de acidentes. Além disso, a percepção da má qualidade do sono dos motoristas tem correlação com sua regularidade em dirigir com sono10. A insônia dos motoristas também tende a estar associados a um alto risco de acidentes relacionados ao sono11. Fatores associados à sonolência é uma preocupação crescente em países de baixa e média renda, onde os motoristas estão vulneráveis a condições de trabalho menos regulamentadas, e as pressões socioeconômicas para dirigir por longos períodos sem descanso adequado12.

Recentemente, o Brasil desenvolveu um novo código de trânsito, mas ainda assim, continua apresentando níveis elevados de acidentes automobilísticos envolvendo principalmente motoristas de ônibus. A maioria destes acidentes é relacionada a falhas na tomada de decisões e na falta de atenção de motoristas13.

Este profissional está constantemente exposto a uma carga de trabalho que pode causar danos à saúde e potencializar alterações relacionadas ao sono. O conhecimento da qualidade do sono pode oportunizar a investigação a respeito da condição do sono nesta população e que ocasionalmente pode implicar em acidentes de trabalho. Por isto, objetivo deste estudo é analisar a qualidade do sono dos motoristas de transportes coletivos urbanos.

 

MÉTODO

Desenho do estudo

Trata-se de um estudo transversal sobre qualidade do sono e variáveis antropométricas de motoristas de transporte coletivo urbano.

Local e período de estudo

O trabalho foi realizado no sindicato dos motoristas de ônibus situado no terminal urbano de Rio Branco-Acre, Brasil. A escolha do local ocorreu devido ser um ambiente de descanso e onde acontece a troca de turno dos motoristas. O período de coleta foi no mês de janeiro de dois mil e quatorze.

População e amostra

Fizeram parte do estudo, 300 motoristas pertencentes a duas empresas de transporte coletivo urbano. Para aproximação do tamanho da amostra foi usada à fórmula de Barbetta14 expressa pela equação: n0=1/E02, tendo um erro amostral de 5% (0,05). O cálculo anterior foi corrigido pela fórmula n = N. n0/N + n após conhecer o tamanho da população. O tamanho da amostra foi calculado em 171 indivíduos, sendo 91 excluídos, (7 por licença de saúde, 32 recusaram a participar, 8 estavam em férias e 44 não compareceram no local de coleta de dados).

Critério de exclusão e inclusão

Exclusão: Ausentes da empresa por motivo pessoal; ausentes da empresa por motivo de saúde; estar em período de férias durante a coleta de dados; ser do sexo feminino.

Inclusão: Ter assinado o termo de consentimento; está presente no dia da avaliação; ser maior de 18 anos; ser do sexo masculino.

Instrumentos de pesquisa

Questionário de qualidade do sono (PITTSBURGH - PSQI):

O Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg-PSQI é um instrumento visa mensuração a qualidade subjetiva do sono e a ocorrência de transtornos do sono. O questionário consiste em dez questões, sendo que as questões de um a quatro são abertas e as de cinco a dez são semi-abertas, e formam sete componentes: 1- qualidade subjetiva do sono; 2- latência do sono; 3 - duração do sono; 4- eficiência habitual do sono; 5- distúrbios do sono; 6- uso de medicação para dormir; 7- sonolência diurna e distúrbios durante o dia. O componente pode variar numa escala de 0 a 3, sendo que 0 indica qualidade muito boa e 3 qualidades muito ruim. A soma da pontuação máxima desse instrumento é 21 pontos, assim, quanto maior a pontuação, pior a qualidade do sono. Um escore 5 indica que o indivíduo está com o sono "ruim" e < 5 como sono "bom"15.

O estudo de desenvolvimento do PSQI apresentou resultados de consistência interna de 0,722 (coeficiente de correlação de confiabilidade de Cronbach, que tem uma variação considerada substancial de 0,61 a 1,0) para os seus 7 componentes e o PSQI global mostrou sensibilidade de 89,6% e especificidade de 86,5% (índice de Kappa=0,75; p<0,01) distinguindo o sono normal do sono de má qualidade15.

Variáveis antropométricas:

Massa corporal

Os motoristas foram pesados em balança digital da marca Tanita®, com capacidade de 150 kg e precisão de 100g. No momento da mensuração, solicitou-se ao motorista a usar o mínimo de roupas possíveis, sem calçados, e posicionado no centro da balança, de forma a distribuir a massa corporal, observando os procedimentos recomendados por Petroski16.

Estatura

Para a mensuração da estatura utilizou-se estadiômetro portátil da marca Sanny® com capacidade para até 210 cm. Foi utilizado um esquadro móvel de metal para o posicionamento da cabeça. As medidas foram obtidas com os indivíduos usando roupas leves e sem sapatos. O motorista foi orientado a posicionar-se logo abaixo do estadiômetro, distribuindo seu peso de forma equilibrada em ambos os pés e mantendo olhar fixo para frente. O motorista manteve a linha da visão perpendicular ao corpo (plano de Frankfurt). Os braços permaneceram relaxados ao lado do tronco, com as palmas das mãos voltadas para o mesmo, observando-se os procedimentos recomendados por Petroski16.

Para classificar do estado nutricional utilizou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) calculado através da divisão da massa corporal (Kg) pela estatura (m2). O Índice de Massa Corporal (IMC) foi classificado de acordo como a Organização Mundial da Saúde17.

Circunferência abdominal

A circunferência abdominal foi medida estando o sujeito em posição ortostática, com a fita antropométrica, flexível e inextensível, passando pela cicatriz umbilical16. Para classificar o risco abdominal utilizou-se a tabela de classificação da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica18.

Circunferência do pescoço

A circunferência do pescoço foi medida com a fita antropométrica no ponto médio do pescoço e abaixo da proeminência laríngea (pomo de Adão). O ponto de corte utilizado foi de < 40 cm para baixo risco e 40 cm para risco aumentado19.

Dobras cutâneas

Tríceps

A dobra do tríceps foi medida na linha média da parte posterior do braço, sobre o músculo tríceps, no ponto médio entre o acrômio e o nível inferior do processo olécrano da ulna no sentido longitudinal20. A dobra subescapular foi medida em diagonal inclinada ínfero-lateral, aproximadamente 45° do plano horizontal e 1 cm abaixo do ângulo inferior da escápula. A dobra cutânea é medida na linha média axilar imediatamente acima da crista ilíaca. É uma dobra diagonal, a aproximadamente 45° da horizontal. A dobra vertical é feita na face medial da perna, no ponto de maior circunferência e estando os pés apoiados no solo.

O protocolo utilizado para os cálculos de percentual de gordura foi o proposto por Petroski16, conforme a equação, generalizada para estimativa de densidade corporal em adultos brasileiros do sexo masculino com idade entre 18 e 66 anos.

D=1,10726863-(0,00081201(X4))+(0,00000212(X4)2)-(0,00041761(idade)) Onde: X4 = Somatório das 4 dobras cutâneas (tríceps,sub-escapular,supra-ilíaca e panturrilha).

Para o cálculo do percentual de gordura (%G) foi utilizada a fórmula de Siri21,22:

%G = [(4,95/D) - 4,50] x 100.

As medidas das dobras cutâneas foram realizadas por meio do adipômetro da marca Lange® com precisão de 1 mm e de pressão constante de 10 g/mm2. A classificação do percentual de gordura corporal utilizada neste estudo foi a de Lohaman(1999)23.

Pressão arterial

A medida de pressão arterial foi realizada com o aparelho de pressão arterial automático HEM-742INT (Omron®, China), estando o indivíduo na posição sentada com as pernas descruzadas, braço apoiado na altura do coração, manguito de acordo com o tamanho do braço e no membro superior esquerdo.

Coleta dos dados

Inicialmente realizou-se uma visita às empresas para obter autorização do diretor responsável. Em seguida, foram explicados aos voluntários os procedimentos da pesquisa e, caso estes concordem em participar, solicitou-se a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As coletas foram realizadas na sala do sindicato dos motoristas situado no terminal urbano. O local se justifica, por ser o local de descanso e troca de turno entre os motoristas.

A coleta foi feita individualmente na sala cedida pelo sindicato no intervalo entre os turnos da manhã e da tarde. Primeiramente foi explicado o propósito da pesquisa e aqueles que concordavam em participar assinavam o Termo de Consentimento e Esclarecido. Logo após, os motoristas foram submetidos a coletadas das medidas antropométricas. O questionário do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg (PSQI) foi aplicado pelo pesquisador por meio de perguntas e em seguida marcadas as respostas.

Tratamento estatístico

Os dados inicialmente foram tabulados em banco de dados no programa de computador Excel, da Microsoft Office® e transportados para o software livre R, para fins de análise. A normalidade dos dados foi vericada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e a comparação entre os dados dos motoristas entrevistados foi feita pelo teste não paramétrico Mann-Whitney.

Para associar as variáveis antropométricas com a qualidade do sono, utilizou-se o teste de correlação não-paramétrico de Spearman, com o nível de signicância estabelecido de 0,05 (5%) e 0,01 (0,0%).

Procedimentos éticos

Em atendimento às recomendações na Resolução N° 466/2012, sobre pesquisa envolvendo seres humanos24, o projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da São Paulo em 04 de outubro de 2013, conforme parecer nº 415.643.

 

RESULTADOS

A amostra foi intencional, composta por 80 motoristas, com idades entre 24 e 60 anos, e média de 38,37 anos, todos do sexo masculino.

Os dados apresentados na tabela 1 mostram que a maior parte dos motoristas estava abaixo dos 40 anos de idade (63,75%), caracterizando a amostra do estudo como adultos jovens. O tempo de serviço na empresa foi de menos de 10 anos (67,50%), com a jornada de trabalho de 8 horas por dia (51,25%). O maior percentual dos trabalhadores era de indivíduos casados (65%) e com renda familiar de 2 salários mínimos (80%). A maioria dos motoristas possuia o ensino médio completo (55%), não praticava nenhuma atividade física (76,25%) e a principal condução para ir ao trabalho era a motocicleta (38,75%).

 

 

Na tabela 2 demonstra a confiabilidade das variáveis analisadas através da análise da Alfa de Cronbach com o resultado do PSQ. O que mostra que os dados estão dentro de padrão confiável.

 

 

De acordo com os resultados apresentados na tabela 3, a maioria dos trabalhadores na amostra estudada apresentou a pressão arterial menor ou igual a 120x80 mmHg (47,50%). Observou-se também que 45,50% dos voluntários apresentaram valores limítrofes e 10% valores alterados. Ou seja, 55,1% da amostra avaliada apresentou valores de pressão arterial alterada.

 

 

Quanto aos valores de risco antropométricos, 68% dos trabalhadores apresentaram o IMC de excesso de peso e obesidade acima do recomendado e 67,5% com circunferência abdominal de risco aumentada e em risco.

Na avaliação da circunferência do pescoço, 60% mostraram valores aumentados e 78,75% com o percentual de gordura acima do recomendado. Por outro lado 30,4%, da população estudada apresentou sobrepeso.

Foi observado que 16,2% dos trabalhadores apresentaram problemas de insônia e que 22,1% relataram ao menos um distúrbio de sono. O escore de fadiga apresentou distribuição bastante homogênea na amostra estudada, sendo que 34,1% dos trabalhadores apresentaram escores entre 47 e 0 pontos.

Dentre os motoristas avaliados, 81,25% apresentaram qualidade do sono ruim de acordo com os resultados do PSQI (> 5), o que permite constatar que, a maioria do mototoristas investigados apresentou o sono prejudicado (tabela 4).

 

 

No componente 1 (qualidade objetiva do sono), identificou uma classificação muito bom e bom, respectivamente dos entrevistados. Com um percentual baixo na classificação "ruim" e "muito ruim". A maior parte dos motoristas levava 15 minutos ou menos para adormecer, seguido entre 31e 60 minutos para iniciar o repouso, conforme o componente 2 (latência do sono) do instrumento aplicado. Em relação a esses dois componentes foi demonstrado um nivel de confiabilidade da Alfa de Cronbach elevados, dando um indice confiavel para a pesquisa (tabela 5).

No componente 3 (duração do sono), teve um indice baixo que conseguiram dormir mais de 7 horas no último mês. A maioria estava localizada entre o intervalo 6-7 horase em menor porcentagem estavam os que dormiam menos de 6 horas por dia (tabela 5).

O componente 4 que diz respeito a eficiência habitual do sono dos trabalhadores o que prevaleceu foi a classificação "muito ruim". Na avaliação do componente 5, a maioria pontuou no intervalo entre 1-9 na pontuação do PSQI, demonstrando que os investigados, pelo menos uma vez por semana, apresentaram alguma queixa que atrapalhou a performance do sono no último mês, como ronco ou sono ruim. (tabela 5).

A maior parcela dos motoristas pesquisados não utilizou medicamentos no auxílio do sono e somente dois entrevistados utilizaram medicamentos para dormir no componente 6. Na sonolência, componente 7, foi possível identificar que tinha problemas de sonolência pelo menos uma vez por semana e apresentavam disposição para a jornada de trabalho (tabela 5).

Na mesma tabela foi identificado que ao se analisar o resultado final do PSQI de uma predominância de sono ruím na classificação geral. E ao observar o nivel geral de confiabilidade da Alfa de Cronbach dos componentes relacionados ao PSQI, todos deral um nível muito bom de confiança.

Foi identificado uma forte correlação, tanto nas análises de Pearson como de Spearman entre o resultado final do PSQI com todos os componentes do sono analisados, sendo que a maioria foi a nível de 0,01.

Quando se analisa os componentes e o PSQI com as avaliações antropométricas do percentual de gordura, circunferência abdominal e circunferência do pescoço o que mais se correlacionou foi o percentual de gordura nas duas avaliações envolvendo os componentes "eficiência habitual do sono" e "distúrbio do sono", bem como com o PSQI. Seguido de circunferência abdominal com o PSQI. A circunferência do pescoço não se correlacionou com nenhum dos componentes. (tabela 6).

Na tabela 7, a correlação forte apareceu sobre a variavel idade com duração do sono, eficiência habitual do sono, distúrbio do sono e o PSQI, tanto na análise de Pearson como a de Spearman. As outras variáveis não apresentaram correlação.

 

DISCUSSÃO

Como principal resultado dentre os motoristas avaliados, 81,25% apresentaram qualidade do sono ruim de acordo com os resultados do PSQI ( 5). Está demonstrada uma associação entre sono ruim e o índice de massa corporal e a circunferência do pescoço. O que permite constatar que, a maioria do mototoristas investigados apresentou o sono prejudicado. A qualidade do sono é um componente importante na qualidade de vida. O sono de qualidade ruim é um fator de risco cardiovascular e metabólico que contribui para o aumento da mortalidade e na redução expectativa de vida25. A má qualidade no sono, incluindo o sono interrompido ou sono não reparador, está associada a uma série de consequências negativas, incluindo problemas relacionados com a saúde26.

As características principais da amostra apresentaram que a maior parte dos motoristas estava abaixo dos 40 anos de idade (63,75%), caracterizando como adultos jovens. O tempo de serviço na empresa foi de menos de 10 anos (67,50%), com a jornada de trabalho de 8 horas por dia (51,25%). O maior percentual dos trabalhadores era de indivíduos casados (65%) e com renda familiar de 2 salários mínimos (80%). A maioria dos motoristas possuía o ensino médio completo (55%), não praticava nenhuma atividade física (76,25%) e a principal condução para ir ao trabalho era a motocicleta (38,75%).

Foi identificado que a maioria dos trabalhadores na amostra estudada apresentou a pressão arterial menor ou igual a 120x80 mmHg (47,50%). Observou-se também que 45,50% dos voluntários apresentaram valores limítrofes, ou seja, 55,1% da amostra avaliada apresentou valores de pressão arterial alterada. Quanto aos valores de risco antropométricos, 68% dos trabalhadores apresentaram o IMC de excesso de peso e obesidade acima do recomendado e 67,5% com circunferência abdominal de risco aumentada e em risco. Na avaliação da circunferência do pescoço, 60% apresentaram valores aumentados e 78,75% com o percentual de gordura acima do recomendado. Estes achados vão de encontro com os resultados principais de nossa pesquisa em relação do PSQI.

No que tange a este estudo, 81,25% dos motoristas de ônibus possuem qualidade do sono ruim de acordo com o PSQI, com média do sono de 6±1,44 h por dia. Este dado é relevante, pois, além de afetar o sono, a consequência de um sono ruim contribui para prejudicar o desempenho no trabalho e aumentar os acidentes no trânsito27. Corroborando com este achado o estudo transversal realizado entre 2006 e 2007, entre 175 motoristas de ônibus de uma empresa de transporte em Teerã, capital do Irã, constatou-se que duração média do sono entre estes motoristas foi 6,37±1,62 h por dia e sendo avaliado como má qualidade do sono28. Um estudo29 com motoristas de caminhão em todo Brasil, mostrou que 46% dos indivíduos tinham má qualidade de sono.

No presente trabalho, o índice de massa corporal (IMC), 36,25% foram classificados com excesso de peso e 31,75% com obesidade. O excesso de peso e a obesidade estão relacionados com aumento do risco para doenças cardiovasculares, diabetes e síndrome metabólica30. O estudo de Lemos 31 investigou 443 motoristas de caminhão e verificou que 45% estavam com excesso de peso e 17,3% com obesidade.

Pesquisa com 53 motoristas de ônibus urbano da cidade de Montes Claros-MG, mostrou que 50,9% estavam com excesso peso32. Dentre 47,4% dos 133 motoristas de transporte coletivo urbano de Fortaleza, Ceará foram avaliados estavam com sobrepeso por Rocha33, mostrando similaridade com os dados encontrados na pesquisa atual.

Dentre os métodos utilizados para determinar a obesidade abdominal de um indivíduo, pode-se citar a medida da circunferência do abdômen34. No presente trabalho verificou-se que 37,50% dos motoristas estavam em risco aumentado e 30% alto risco, por meio da referida avaliação, além de ser observada associação com o sono ruim. Corroborando com achados, Rocha35, em sua pesquisa, obteve o aumento da circunferência abdominal associado as alterações, na função da mecânica pulmonar. Naquele estudo, 37,7% dos motoristas de ônibus estavam na faixa de risco aumentado em relação à circunferência abdominal.

Em um estudo realizado com motoristas profissionais de transporte de carga verificou-se que 27% apresentava risco aumentado e 31% em alto risco36, e 57% dos motoristas profissionais de uma empresa de ônibus interestadual estavam obesos37.

A circunferência do pescoço é um importante indicador para o acúmulo de gordura central no corpo38. Mostrou que 39,2% estavam com as medidas circunferencial do pescoço acima de 40 cm36. Na amostra com 241 motoristas interestadual na cidade de Zonguldak, na Turquia, evidenciou-se a média de 39,7±2,9 cm na circunferência do pescoço39.

Na Tailândia, ao avaliar motoristas interestaduais da no período de 2007 a 2008, verificou que a média da circunferência do pescoço foi de 40 cm para indivíduos com apneia obstrutiva do sono40.

Os resultados ainda indicaram que 60% dos motoristas possuem a circunferência do pescoço elevada (>39 cm). Este percentual de indivíduos com a circunferência classificada como elevada, constitui um dado preocupante, tendo em vista que estão em risco aumentado no tipo de profissão que exercem diariamente. O aumento da obesidade tem demonstrado a diminuição progressiva da duração do sono. Estudos epidemiológicos mostraram uma relação inversa entre o sono curto ou perturbado e obesidade. Durante a idade adulta, o balanço energético positivo promove alterações metabólicas e neuroendócrinas que coincidem com distúrbios do sono41.

O sono insuficiente pode comprometer a manutenção da massa corporal livre de gordura e promover a retenção de gordura, quando as pessoas têm por objetivo restabelecer o seu peso normal após os eventos de vida associados à ingestão excessiva de alimentos e aumento da adiposidade42.

Os dados antropométricos identificados nesta pesquisa se encontram bastante alterados e ao correlacionar com os componentes do sono o percentual de gordura, juntamente com a circunferência abdominal estão fortemente relacionados com o resultado final do PSQI apresentando com isso, que o descontrole corporal afeta diretamente a qualidade do sono desses profissionais.

É necessário ações de saúde para estes trabalhadores que visem a promoção da saúde, buscando interagir com as ações educativas a serem desenvolvidas pelos profissionais, em especial, da atenção primária a saúde43. Ainda se destaca a importância da otimização das políticas públicas de saúde que dispõem de caminhos para que essa população seja direcionada a programas que trabalhem com a qualidade de vida em saúde44.

Outro dado interessante foi a forte correlação de todos os componentes com o PSQI final, apresentado com isso que todos os componentes estão comprometidos de forma negativa, o que pode implicar na necessidade de uma atenção especial a esse público no sentido de prover estratégias de mudança de comportamento desses motoristas com finalidade de melhoria da qualidade de vida. Assim, verifica-se a necessidade do estabelecer ações de promoção e prevenção de futuras complicações quanto à saúde destes trabalhadores.

 

CONCLUSÃO

A análise da qualidade do sono dos motoristas de transporte coletivo urbano está ruim, assim como o índice de massa corporal, circunferência abdominal, circunferência do pescoço e percentual de gordura corporal. Além disso, há uma associação entre sono ruim e o índice de massa corporal e a circunferência do pescoço.

Constatou-se uma forte correlação entre todos os componentes com o resultado final do PSQI o qual devem ser tomadas cuidados preventivos.

Contribuição dos autores

CRTF. coletou dados, realizou a condução dos experimentos e redigiu o manuscrito; MBB. redigir o manuscrito, seguir as diretrizes do periódico e revisar as análises estatísticas; IMPB. redigir o manuscrito, seguir as diretrizes do periódico e revisar as análises estatísticas; LCA. redigir o manuscrito, seguir as diretrizes do periódico e revisar as análises estatísticas; MJDM coletou dados, realizou a condução dos experimentos e redigiu o manuscrito; RPMS. redigir o manuscrito, seguir as diretrizes do periódico e revisar as análises estatísticas; JS. coletou dados, realizou a condução dos experimentos e redigiu o manuscrito.

Agradecimentos

Agradecemos à Secretaria de Estado da Saúde do Acre (SESACRE), Acre - Brasil, à Universidade Federal do Acre (UFAC), Acre - Brasil e ao Centro Universitário FMABC, Santo André, São Paulo - Brasil. Todos os pesquisadores, alunos de graduação, mestrado e doutorado do Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica do Centro Universitário FMABC, Santo André, São Paulo.

Conflito de interesses

Declaramos nenhum conflito de interesse potencial.

 

REFERÊNCIAS

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Endereço para correspondência:
Mauro José de Deus Morais
maurodedeus@outlook.com

Manuscrito recebido: novembro 2020
Manuscrito aceito: abril 2021
Versão online: janeiro 2022

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