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Revista Brasileira de Psicodrama

versão On-line ISSN 2318-0498

Rev. bras. psicodrama vol.17 no.1 São Paulo  2009

 

SEÇÃO TEMÁTICA: A família na sociedade pós-moderna: o recorte psicodramático

 

Conflitos familiares e conjugais na perspectiva dos filhos adolescentes

 

Family and conjugal conflicts from the perspective of adolescents

 

 

Maria Dolores Cunha Toloi*,I; Rosane Mantilla de SouzaII, **

IDepartamento de Psicodrama (Instituto Sedes Sapientiae)
II
Pontífica Universidade de São Paulo

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O objetivo deste trabalho é apresentar os resultados de uma pesquisa qualitativa em que, a partir de quatro sociodramas temáticos, obtivemos a compreensão sobre como os adolescentes, filhos de pais de primeira união e filhos de pais divorciados/separados/segundo casamento, compreendem e enfrentam as discórdias interparentais; quais são e como evoluem os temas identificados por eles como sendo conflituosos e quais as soluções dadas neste contexto. Este estudo foi realizado com quarenta e cinco adolescentes de uma escola particular, de nível socioeconômico médio, na cidade de São Paulo. O sociodrama temático demonstrou ser um instrumento apropriado na abordagem de temas desenvolvidos em pesquisa clínica, na compreensão das dinâmicas familiares e no desafio em obter um procedimento educacional e terapêutico que respeitasse os aspectos de vulnerabilidade dos participantes e preservasse sua intimidade. Os resultados foram significativos para a compreensão da dinâmica familiar e dos conflitos. Através da ação criativa, do teatro espontâneo, os participantes puderam expressar como são constituídas as diferentes concepções de família e como os papéis familiares são por eles compreendidos.

Palavras chave: Sociodrama temático, adolescentes, conflitos conjugais e interparentais.


ABSTRACT

Within this paper we present the results of a qualitative research based on four thematic sociodramas, through which we gained some insight into how adolescents - children of parents in their first marriage and children of divorced/separated/re-married parents - understand and face their parents’ conflicts. Which are the conflicting issues identified by them and how do these develop? Which are their solutions within this context? This study was carried out with the participation if forty-five adolescents from a middle-class private school in São Paulo City. thematic sociodrama has proved to be an appropriate instrument for the exploration of issues elucidated through clinical research, for the understanding of family dynamics, and for developing an educational and therapeutic procedure that respects the vulnerability of those involved and preserves their privacy. The results of this study were significant for the understanding of family dynamics and conflicts. Through the creative action of spontaneous theatre the participants were able to express how different conceptions of the family are established, and how they understand family roles.

Keywords: Thematic sociodrama, adolescents, parental and conjugal conflicts.


 

 

Introdução

O uso do sociodrama em pesquisa qualitativa nos remete à análise das diferentes perspectivas, vantagens e limitações do próprio processo de investigação científica. Em geral, as dissertações e teses, realizadas no contexto acadêmico pelos psicodramatistas brasileiros, têm trazido grandes contribuições para o estudo e pesquisa, bem como os autores têm enfrentado inúmeros desafios na investigação dos temas relacionados às Ciências Humanas e Sociais, sob o enfoque moreniano.

Os escritos deixados por Moreno deram pouca ênfase ao caráter científico de sua obra, mesmo porque ele viveu num momento histórico de forte influência positivista, posição epistemológica antagônica aos parâmetros fenomenológicos1 de seu legado.

Em estudos psicodramáticos realizados no Brasil2, o sociodrama é utilizado primordialmente como estratégia de pesquisa-ação, ou seja, a problemática é extraída e conduzida a partir do contexto expresso pelos participantes, de modo que o próprio grupo determina o direcionamento da ação. Estes estudos visam a transformações dos contextos interpessoais, sociais e comunitários.

Nos estudos qualitativos brasileiros sobre casamento/separação, conflitos conjugais e adolescentes, os procedimentos utilizados pelos pesquisadores são compostos por entrevistas individuais (Ramires, 2004), entrevistas individuais semidirigidas (Souza, 2000; Ribeiro, 1989), questionário aplicado de forma individual e coletiva (Wagner, Falcke, Meza, 1997), dentre outros.

No exterior, os pesquisadores utilizam Inventários de Medidas de Comportamento e Percepção em Escalas Padronizadas (Clark e Phares, 2004; Sirvanli-Ozen, 2004; Grych, Raynor, Fosco, 2004), simulação de cenas sobre conflitos conjugais em vídeo (Duggan, OBrien, Kennedy, 2001), questionários (Bradford, Barber, Olsoen, Maughan, Erickson, Eard e Stolz, 2004), material escrito sobre auto-observação (Papp, Cummings, Goeke- Morey, 2002), entrevistas e questionários em estudos longitudinais (Burns, Dunlop, 2002; 2003; Doyle e Markiewicz, 2005; Schulz, Waldinger, Hausen, Allen, 2005; Hetherington, Kelly, 2002), dentre outros.

Diferentemente do que tem sido realizado em pesquisa de cunho psicológico/ social, o sociodrama temático que apresentamos a seguir é uma estratégia de pesquisa qualitativa que se mostrou particularmente útil no campo da investigação clínico-social3, à medida que é organizado para a obtenção direta dos resultados relativos ao objeto de investigação, propiciando, assim, concomitantemente ao desenvolvimento do trabalho, uma efetiva intervenção/vivência pedagógica e terapêutica para todos os participantes do estudo, inclusive o pesquisador.

 

O TRABALHO DE PESQUISA

O estudo foi composto por quarenta e cinco adolescentes, entre 13 e 16 anos, sendo vinte e sete do sexo feminino e dezoito do masculino. Os adolescentes foram divididos em quatro grupos (dois grupos de filhos de pais de primeiro casamento e dois grupos de pais separados/divorciados/ segundo casamento) de alunos de uma instituição particular de ensino na zona oeste da cidade de São Paulo, pertencentes às camadas médias (média-alta, média-média e média-baixa) da população.

As datas da realização dos grupos foram previamente agendadas. Cada aluno se inscreveu em apenas um dos quatro grupos, sendo o Grupo 1: filhos de pais de primeiro casamento; Grupo 2: filhos de pais separados/ divorciados/segundo casamento; Grupo 3: filhos de pais de primeiro casamento e Grupo 4: filhos de pais separados/divorciados e segundo casamento.

 

PROCEDIMENTO

Cada um dos quatro sociodramas temáticos foi realizado em cinco etapas: aquecimento inespecífico, aquecimento específico, dramatização, compartilhamento e inquérito.

1. Aquecimento inespecífico – Após a apresentação do pesquisador, dos participantes, do tema e autorização para a gravação, discutiu-se a proposta de pesquisa e realizou-se o contrato de trabalho (tempo, consentimento, sigilo etc).

2. Aquecimento específico – Cada participante escreveu, individualmente, numa folha de papel, os temas relacionados com conflitos conjugais. Feito isto, os participantes de cada grupo se dividiram em dois subgrupos e contavam aos demais colegas os temas escritos sobre conflitos conjugais. A partir da troca de informações, cada um dos subgrupos construiu uma história que foi dramatizada, através do teatro espontâneo.

3. Dramatização – Constituída de três fases:

Fase 1 – Após a definição dos personagens, os participantes de um dos subgrupos, escolhiam as vestimentas e adornos disponíveis, referentes aos papéis psicodramáticos, enquanto os participantes do outro subgrupo ficavam como plateia. Realizada a dramatização, os subgrupos se invertiam, ou seja, os participantes que ficavam como plateia, passavam a dramatizar a cena construída.

Fase 2 – Montagem da cena: definidos o tempo, o espaço, os personagens e o enredo no "aqui e agora" da cena, os participantes faziam a auto- apresentação dos personagens, situação familiar, problemas e círculo de pessoas envolvidas no enredo. Após a apresentação, a cena transcorria livremente, sem interrupção, por 15-20 minutos aproximadamente.

Fase 3 – Transcorrido o tempo de livre atuação dos personagens, a diretora de cena/pesquisadora interrompia a dramatização e congelava a cena. Cada personagem fazia um solilóquio e respondia às questões das entrevistas, nos papéis psicodramáticos, realizadas pela diretora. Esta fase ofereceu uma abertura para que a diretora pudesse investigar os conteúdos do "mundo interno" e dos conflitos latentes de cada personagem.

4. Compartilhamento – os participantes construíram os seus relatos afetivos e reflexões pessoais. Eles compartilharam seus sentimentos, ideias, pensamentos e emoções ocorridas durante a dramatização. Expressaram as identificações mais significativas e o conhecimento foi sendo co-construído, elaborado e sistematizado.

5. Inquérito - pesquisadora e orientadora da pesquisa participaram ativamente, formulando perguntas que pudessem prestar maiores esclarecimentos e indícios direcionados ao problema de investigação.

 

RESULTADOS

A riqueza dos conteúdos e o dinamismo das expressões espontâneas nas dramatizações, no decorrer dos sociodramas, permitiram inúmeras possibilidades de análise na apresentação dos resultados. Em virtude disto, pudemos compreender aspectos adicionais aos esperados na formulação do problema de investigação.

 

PARTE I - TEMAS DE CONFLITOS CONJUGAIS

Os temas sobre conflitos conjugais foram considerados a partir das respostas assinaladas na fase de aquecimento específico. Os cento e onze itens, levantados destas respostas, foram agrupados em cinco assuntos: relacionamento entre pais e filhos (26,1%); questões econômicas e financeiras (25,22%), educação de filhos (22,5%), interferência de terceiros (9,9%), infidelidade (7,2%), trabalho (4,5%) e outros (4,5%).

Com relação ao relacionamento entre os pais e pais/filhos, podemos destacar: autoritarismo, falta de respeito, responsabilidade/irresponsabilidade, falta de união/amor, falta de diálogo, ciúme, relacionamentos, falta de atenção dos pais, disputa da companhia do filho, guarda e bens do casal. Quanto à educação dos filhos: educação/monitoramento, horários, escola, ajuda nas tarefas domésticas, amigos e liberdade. Na interferência de terceiros: primeira esposa, madrasta, ex-namorada e família extensa. Os outros temas consistiram em: drogas/bebidas, coisas comuns e animais da casa.

Como ponto de partida, esses temas, em maior ou menor escala, se repetiram nas categorias sobre como os participantes compreendem conflitos conjugais.

 

PARTE II - CONCEPÇÕES SOBRE FAMÍLIA E PAPÉIS FAMILIARES NAS DRAMATIZAÇÕES

Nas dramatizações, os conteúdos apresentados apareceram de forma estereotipada, contendo narrativas agressivas e, algumas vezes, violentas. Podemos considerar que uma das razões para tal atuação seria o próprio contexto do teatro espontâneo, no qual as vestimentas, o clima emocional e a mudança de atitude/comportamento, ao assumirem determinados papéis psicodramáticos, puderam induzir os participantes a um tipo de conduta exagerada e radical.

Um aspecto a ser considerado é que a própria adolescência, fase em que o jovem apresenta um forte movimento em busca da individuação/ autonomia através do distanciamento/diferenciação dos pais, pode induzir os jovens a atitudes reivindicatórias com tendências anti ou associais. Uma questão a ser levantada é que os movimentos e sentimentos foram exacerbados por encontrarem um espaço livre de expressão verbal e corporal.

1. Personagens

Na representação da família casada, as diferenças de gênero, nos papéis familiares, foram bastante marcantes. As diferenças se caracterizaram dentro da configuração hierárquica da família nuclear tradicional, através da demonstração das expectativas, relacionamentos entre os pais e entre pais e filhos. Na representação da família divorciada, as diferenças de gênero foram menos hierárquicas, tendendo a ser mais igualitárias. Essas diferenças apareceram nos temas referentes às decisões no cotidiano, nas expectativas idealizadas e no modo com que os personagens atuaram nos relacionamentos com o mesmo sexo e o sexo oposto.

2. Cenas dramatizadas

Na contagem total foram dramatizadas sete cenas, sendo três de filhos de pais de primeira união e quatro de pais separados/divorciados/segundo casamento. A despeito da diferença estrutural (famílias casadas ou separadas), eles expressaram basicamente a mesma dinâmica.

Os participantes apresentaram famílias com padrões hierárquicos rígidos, de cuja informação inferimos um processo defensivo, típico da adolescência, e/ou um momento de denúncia de uma realidade vivida em que há pouca ou nenhuma possibilidade de expressão e interlocução.

Na tentativa de evitar uma temática que pudesse remetê-los a diversas sensações e sentimentos de experiências angustiantes, a estereotipia e a violência direcionaram-nos a situações em que não conseguiram "dar conta" ou mesmo elaborar finalizações coerentes para as denúncias e conflitos apresentados.

As cenas terminaram no auge dos conflitos, o que indica a falta de recursos que pudessem possibilitar uma finalização, fuga dos conteúdos emocionalmente carregados ou, mesmo, dificuldade em identificar as discórdias a fim de serem consideradas as alternativas fora do caótico.

3. Famílias e papéis familiares

A típica família representada é de classe média composta por uma unidade heterossexual, em relações hierárquicas, com um pai provedor, uma mãe cuidadora e um ou dois filhos dependentes economicamente dos pais, em vínculo de consanguinidade.

Os movimentos familiares foram direcionados no sentido de manter a configuração nuclear tanto para filhos de primeira união quanto para os filhos de pais separados/divorciados/segundo casamento.

Na família casada, os filhos apresentaram um forte mecanismo de manutenção do ideal de família nuclear. Eles demonstraram dificuldades em identificar conflitos intrínsecos à díade conjugal. Consideraram que conflitos geram separação, portanto, se não há separação não existem conflitos. Reconheceram os aspectos ligados à distância/ausência paterna, mas isto faz parte do convívio familiar comum, ou seja, é incorporado sem que haja nenhum movimento no sentido de estabelecerem possíveis relações da ausência paterna com as dificuldades na resolução dos conflitos. A efetiva distância/ausência do pai só é evidenciada/reconhecida no contexto de separação, assim como todos os demais temas conflitantes presentes nos relacionamentos.

Na família separada/divorciada, a configuração familiar é de pais vivendo em casas separadas, mães sem parceiros morando com os filhos, pai e mãe tendo vidas distintas e pai em outro relacionamento (namorada ou companheira). Nos diálogos, os pais biológicos utilizam certos termos e expressões verbais como se ainda estivessem casados ou, como aconteceu no segundo casamento de uma das mães, como se fosse a família de origem, porém, nesta, o padrasto é colocado como o "pai" da família.

4. Dinâmica familiar

Na dinâmica familiar aparece a absorção/aceitação daqueles "fora da lei" ou com comportamentos não aceitáveis socialmente. A despeito da diferença estrutural (famílias casadas e separadas), eles expressaram basicamente a mesma dinâmica.

O aspecto central, na dinâmica familiar e no conflito, refere-se ao como o dinheiro/comprar/dar/adquirir bens de consumo é confundido com sentimento e expressão de atenção, amor e carinho entre os pais e entre pais e filhos. Assim sendo, aquele que provê ou facilita o acesso a estes bens é identificado como o que sente amor, expressa carinho e atenção.

Em consequência da dificuldade em identificar conflitos entre os pais, as justificativas das discórdias são colocadas fora. A culpabilidade é deslocada para os membros da família materna ou filhos, pois a atual/exconjugalidade é sempre protegida/poupada. Na separação/divórcio, a namorada/companheira do pai ou madrasta sempre o impede de ser um provedor atencioso e presente.

5. Dinâmica dos conflitos

Os movimentos familiares são direcionados no sentido de manter a configuração estrutural da díade conjugal cuidando dos filhos, tanto para filhos de pais de primeira união quanto para os filhos de pais separados.

5. a. Na família casada

Como mecanismo de manutenção do ideal de família nuclear, os participantes demonstraram dificuldades em identificar conflitos intrínsecos à díade conjugal. As cenas demonstraram uma acomodação das discórdias em função da manutenção da conjugalidade. Os participantes consideraram os aspectos ligados à distância/ausência paterna, porém isto foi incorporado sem que pudessem perceber as consequências desta falta. A efetiva ausência/distância do pai só fica evidenciada/ reconhecida no contexto de separação, assim como todos os demais temas conflitantes presentes nos relacionamentos.

5. b. Na família separada/divorciada

Os conflitos apareceram em maior grau de evidência e escalonamento através das questões econômicas. Neste contexto foi mais evidenciada a mistura/confusão entre as prioridades e interesses/necessidades dos pais e pais e filhos. O escalonamento dos conflitos ocorreu em função da falta de flexibilidade incorporada na impossibilidade de reflexão sobre eles.

 

PARTE III – COMO COMPREENDEM CONFLITOS CONJUGAIS

Os conflitos são identificados, pelos participantes, como fenômenos gerados por características intrínsecas e particulares das pessoas. Eles reconhecem os conflitos a partir da forma e intensidade com que os pais expressam os conteúdos emocionais numa interação. Em geral, não consideram os aspectos interacionais e dinâmicos no relacionamento entre os pais e na construção das discórdias conjugais.

A maneira específica de identificar conflitos ocorre em função de um pensamento pragmático, associado às crenças profundas de certo e errado, baseado na noção de conflito vinculado à concepção de violência (Souza, 2003). A aceitação de uma definição em si mesma, convivendo com a posição pessoal de que os conflitos estão fora e não dentro e/ou na interação entre os indivíduos, dificulta a identificação de alternativas para as desavenças no cotidiano, aprisionando as partes oponentes numa disputa de poder.

Os filhos de pais de primeira união apresentam a dicotomia – conflito e não conflito – de maneira mais marcante, enquanto para os filhos de pais separados/divorciados/segundo casamento, as dinâmicas da conjugalidade e dos conflitos aparecem mais discriminadas em função do alto nível emocional das discórdias identificadas por eles.

"....uma pessoa que é mais explosiva assim...ela já grita....o temperamento da pessoa conta muito na hora da briga"

"....ou a pessoa é calma demais e não discute e nem liga...fala tá bom, tá bom, é isso"

" ....se a pessoa é explosiva ...pavio curto... a gente não aguenta...."

A maneira como compreendem os conflitos conjugais foi dividida em quatro categorias:

1. Dinheiro

No âmbito familiar o dinheiro é a principal fonte de conflitos e está incluído em todos os setores dos relacionamentos no cotidiano. Para os filhos de primeira união, as questões econômicas não aparecem diretamente como tema. A falta de dinheiro e/ou excesso de gastos são identificados através da dependência da mulher e filhos de um único provedor. As brigas entre os pais começam por qualquer coisa e depois são direcionadas para a situação financeira. As questões referentes à dependência econômica aparecem como motivos de raiva e irritabilidade. O pai/provedor, a mãe cuidadora e mães/filhos dependentes estabelecem uma dinâmica familiar em que os que dependem não questionam e procuram manter a situação de privilégios através de diferentes tipos de alianças.

" ...eu acho que começa com coisas bobas, mas aí depois eles já começam a envolver outras coisas na discussão, por isso que começa a ficar maior a briga...como bola de neve...começa um mudando de canal e depois termina com a situação financeira da casa....que todo mundo gasta muito" "...dinheiro ...às vezes está faltando, aí brigam um com o outro aí começa uma discussão ...acho que é assim"

Para os filhos de pais separados/divorciados, os relatos e histórias pessoais também demonstram o dinheiro como tema mais comum, emergindo agora nas brigas entre os ex-casais. As brigas por dinheiro referem-se à educação dos filhos e despesas da casa, incluindo o sustento de outro membro da família (avó), filhos de outro casamento e outras esposas misturadas às despesas dos filhos do casal e/ou pessoais dos pais. Os conflitos entre os pais, e com os filhos, surgem através das dificuldades em conciliar/administrar a vida pessoal/familiar/financeira, e os efeitos das discórdias acabam "sobrando" para os filhos. Neste contexto, a alta frequência de conflito entre os pais está associada com maiores problemas nas relações dos pais com os filhos.

"....meu pai nem fala com a minha mãe direito porque a minha madrasta fica com ciúmes e aí...aí ela fica falando que quando eu peço alguma coisa pro meu pai ela é que fala: "tem muitos gastos com meus filhos, não dá pra ter mais uma...não sei quantas...." já paga metade da sua escola, já paga pra você um monte...." " ..minha mãe é que quando vai em shopping fica comprando as coisas pra mim ... agora meu pai não"

Enquanto a mãe de primeira união aparece essencialmente dependente do marido, a mãe separada/divorciada trabalha fora de casa e tenta suprir o sustento da prole. Esta última aparece como uma figura protetora, atenta e responsável pelos interesses e necessidades dos filhos. A referência principal é a ausência paterna e o dinheiro como forma de falar sobre esta falta.

".....minha mãe é que quando vai em shopping fica comprando as coisas pra mim...agora meu pai não" "....ela não é ausente...ela não é ausente..." "...ela fala"você pede o tênis de 400 reais pra mim e para o seu pai você pede a bolsa, porque você não pede a ele?"...Porque eu sei que meu pai não vai me dar...."

Constatamos que nas famílias de primeira união, a intensidade dos conflitos está vinculada à suficiência/insuficiência do dinheiro no cotidiano. Na separação/divórcio o dinheiro concretiza os conflitos e emerge, mais prontamente, como desestabilizador das relações familiares na busca de bens e proventos.

2. Educação de filhos (prática educativa)

Educação e monitoramento de filhos aparecem como segundo grande tema de conflitos conjugais. Para os filhos de primeira união, os domínios masculinos e femininos são absolutamente excludentes. A mãe aparece mais próxima e atenta. Ela os acompanha no monitoramento das atividades no cotidiano, e em razão disto, conhece melhor os filhos e brigam mais.

"....o filho que por conviver mais tempo......mais parte do tempo com a mãe, acaba pensando que a mãe é pior que o pai..."

Para os filhos de pais separados/divorciados, na co-parentalidade a mãe ainda é cobrada como se não houvesse o rompimento conjugal. Entre a díade, a divisão de trabalho permanece a mesma, porém isto não ocorre com os proventos, mas a mãe continua sendo a responsável pela educação da prole. Deste modo, ela está mais próxima através do acompanhamento das atividades, totalmente responsável pelo monitoramento no dia-a-dia e, com isto, mais envolvida nos conflitos com eles. Na distância da figura paterna, os filhos identificam no pai a figura que não orienta, não ajuda e não faz o acompanhamento escolar. Eles justificam a falta pela negligência em não participar das atividades no cotidiano. No caso em que existe o padrasto, este aparece como figura compensatória da ausência paterna.

"....minha mãe tá lá no pé...ficou de castigo....ficou de recuperação... não vai ao treino"

"...É, geralmente quando o filho ou a filha fica com a mãe, o pai sempre chega, ali você faz isso, você dá liberdade...o pai sempre acha que a mãe tá errada..."

Nas práticas educativas, o pensamento pragmático e maniqueísta do adolescente faz com que ele identifique a conduta dos pais em modelos de representação do masculino e feminino, bastante diferenciados, nos quais os espaços são determinados pelos domínios de gênero, sendo excluída a complexidade dos significados nas diversidades das realidades vividas.

3. Estilo de parentalidade

Alguns estudos (Grych, Rayner e Fosco, 2004; Doyle e Markiewics, 2005) demonstram que a qualidade da parentalidade é mediadora dos conflitos conjugais, sendo mais importante do que a própria estrutura familiar (casamento ou divórcio). Para os filhos de primeira união, o aspecto mais mencionado foi a falta de atenção dos pais. O distanciamento entre os pais e entre pais e filhos surge em função do excesso de trabalho.

"....alguns pais como não tem tempo não dão atenção que eles (filhos) querem....não prestam atenção que eles fizeram" "...Só vê os filhos de noite e não vê direito que o filho vai lá no computador..."

Nos casos em que os pais se separam, a separação é assumida com o desaparecimento da figura paterna e torna-se um agravante para o distanciamento entre pais e filhos. A horizontalização da relação hierárquica (pais e filhos) e/ou inversão hierárquica dos papéis passam a ser aspectos da parentalidade. Este padrão torna-se fator de risco à medida que a exposição dos filhos às discórdias conjugais aumenta a probabilidade de desenvolverem problemas emocionais e cognitivos.

"(pais ficam muito tempo afastados dos filhos e quando estão juntos)... não sabem o que fazer..."

" eles (filhos) já estão acostumados a ficar longe, eles ficam longe muito tempo, eles meio que se acostumam..."

"...tem vezes que eles vão discutir e eles chamam a gente mesmo... pra dar a nossa opinião... situação financeira: "ah, vocês acham que ele não devia fazer isso pra melhorar?" ...não sei que ... tipo pra ajudar..."

Os filhos não têm noção de que fazem parte de um sistema de triangulação com os pais e não percebem os efeitos disto. Eles descrevem a triangulação como um aspecto comum na dinâmica da parentalidade. Na triangulação, os filhos são envolvidos ou se sentem atraídos a entrar no meio das questões interparentais, e isto representa a violação das fronteiras entre o sistema conjugal e o de pais e filhos.

" ... então meu pai não fala mal da minha mãe porque ele sabe que se ele falar mal dela eu vou retrucar na hora, porque foi ela que me criou .."

Constatamos que a relação que liga a figura paterna aos filhos é bastante frágil. De certa forma, o vínculo que mantém o casal não se dissolve no divórcio e os pais continuam juntos através dos conflitos.

4. Interferência de terceiros

Os filhos de primeira união demonstram grande interferência da família extensa e de amigos como intensificadores de conflitos conjugais, porém não mencionam nenhum exemplo disto. Apresentam dificuldades em identificar padrões de triangulação e as consequências no escalonamento dos conflitos.

Os filhos de pais separados/divorciados identificam claramente a interferência de terceiros. Os relatos demonstram a interferência de empregada, parentes, ex-esposas, porém, a avó materna aparece como figura mais significativa. Ela assume uma posição ambígua, pois de um lado tenta apaziguar os ânimos e, de outro, fomenta as discórdias.

"... vó interfere demais.. vó com genro .. vó fala mal de genro ... vó ajuda os netos. Fala assim (voz mansa): "mas filha você tem que tomar conta deles, porque não sei o que" "...sempre ajuda os netos, mete o pau no genro, fala um monte. Até a empregada às vezes se envolve..."

A interferência de terceiros acaba aumentando a indissolubilidade das situações conflituosas que se reproduzem progressivamente e todos se mantêm na condição de reféns daquilo que nunca resolve.

 

PARTE IV – COMO ENFRENTAM CONFLITOS CONJUGAIS

Tanto no casamento quanto na separação não foi encontrada nenhuma diferença quanto à maneira como os participantes enfrentam conflitos conjugais. Os resultados indicam as mesmas reações descritas por Cummings e Davies (2002) no denominado "process-oriented", em que o ajustamento dos filhos é conceituado em termos dos processos emocionais e cognitivos de adaptação e desenvolvimento. Para os autores, são evidenciadas reações ligadas aos processos dinâmicos de interação entre fatores intra e extraorgânicos. A atuação destes processos pode ser observada quando os filhos tentam alterar o fator de estresse, causado pelos conflitos, através da solução do problema.

Os resultados foram divididos em três categorias:

1. Chorar/conversar com os amigos e cachorro/pensar e fazer outras coisas – Essas reações envolvem a impotência diante das discórdias. Aparece a utilização do processo cognitivo através do pensar, tentar mudar ou fazer uma reavaliação positiva do conflito, assim como procurar suporte emocional e tentar se distanciar da situação.

"...eu já chorei muito, já.... todo dia eu chorava, ela (amiga) sempre convive comigo..." "... eu choro ...eu fico chateada, eu tento consolo com as amigas .... é difícil de não ligar ..." "... tem que esquecer, se envolver com outras coisas ..."

Na especificidade dessa categoria são observadas reações imediatas, sem elaboração dos conteúdos internos.

2. Tentar mediar os conflitos – Nessa categoria, Cummings e Davies (2002) assinalam o mediar como uma alternativa de intervenção em que os filhos tentam dar auxílio e conforto a um ou ambos os pais como solução, no controle do estresse causado por eles. Assim, a lógica do sistema hierárquico é invertida e isto acaba fazendo com que os filhos saiam da posição de serem cuidados para cuidarem dos próprios pais.

" ...eu sempre faço isso, eu me envolvo...." "... é, eu falo: "ô mãe, você pegou pesado, porque você falou isso?" ... eu falo isso"

Os participantes percebem que mediar não resolve. No momento em que tentam mediar, a lógica do sistema hierárquico é revertida e isto acaba fazendo com que os filhos saiam da posição de serem cuidados para cuidarem dos próprios pais.

3. Distanciar para evitar o sofrimento/aceitar/acalmar/tentar esquecer – As respostas, como alternativas ao "desviar a atenção do assunto", fazem com que os filhos possam mudar seu próprio estado emocional através da fuga e distanciamento da situação.

"...é, tem que aguentar mesmo..."

"...antigamente eu me importava muito, aí falava, para, para, agora eu nem ligo mais..."

" ...eu acho que eu devia ter fugido de casa ..."

Nos relatos, ficam evidenciados os intensos aspectos emocionais dos participantes no que se refere à maneira como enfrentam conflitos conjugais.

 

CONSIDERAÇÕ ES FINAIS

O sociodrama temático, como procedimento de pesquisa, possibilitou ir além da proposta inicial de pesquisa. O dinamismo e o envolvimento dos participantes com a co-construção do conhecimento proporcionaram uma profunda investigação das dinâmicas dos relacionamentos e dos conflitos e, a partir disto, a consciência dos conteúdos foi modificada.

A fluidez com que os participantes se expressaram possibilitou detectar, de forma significativa, como atuam as concepções de família e papéis familiares construídos no imaginário dos adolescentes. A espontaneidade e riqueza das interpretações denunciam os padrões sociais e morais que alicerçam a vida familiar.

Em termos de conflitos, os adolescentes demonstram percebê-los a partir dos formatos e intensidades emocionais apresentados pelos pais, observados no cotidiano dos relacionamentos conjugais. Bastante entretidos em seu mundo em transformações e novos desafios, os jovens não conseguem identificar claramente as nuances das interações da díade parental e as demandas da conjugalidade. Eles se misturam aos conflitos dos pais e isto os direciona a uma compreensão simplista a respeito das razões, dos temas e dos mecanismos referentes ao desenvolvimento e manutenção das discórdias.

Nos resultados encontramos como referência intensas discórdias da díade parental e a função reguladora da figura paterna em termos da estabilidade/desestabilidade diante de sua presença/ausência no domínio doméstico. Contando com sua presença, como no casamento, os conflitos aparecem mais amenos e de alguma forma contornáveis, porém, em sua ausência, como na separação, aparecem mais intensos e num escalonamento que chega à violência verbal e física.

Os temas mais expressivos de conflitos referem-se à situação econômica e às práticas educativas. No aspecto financeiro, como o mais significativo na construção e escalonamento das discórdias, se inclui a dependência econômica das mulheres/filhos e os problemas advindos do excesso ou dificuldades no trabalho de ambos os pais. Quanto às práticas educativas, estas ficam ao encargo das mulheres, enquanto os homens as responsabilizam pela condução ineficiente dos cuidados e educação dos filhos. Quando entram os padrastos, estes são incluídos no ideal de pai, ou seja, aquele que corresponde às necessidades e expectativas dos filhos, porém, não lhes é cobrada nenhuma responsabilidade.

Finalizando, a utilização do sociodrama temático nesta pesquisa qualitativa demonstra alguns aspectos dos desafios dos psicodramatistas que passaram e/ou passarão pelo cenário acadêmico. As significações dos conteúdos expressos, através da espontaneidade dos participantes no procedimento sociodramático, amplificam a qualidade espontânea e criativa na co-construção do conhecimento científico.

 

Referencias

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Agradecimentos: Ao CNPq, que forneceu subsídios para a realização da pesquisa apresentada neste trabalho.

 

 

Endereço para correspondência
Maria Dolores Cunha Toloi Rua Itapicuru, 369, conj. 805 Perdizes
São Paulo – SP
e-mail: mdtoloi@hotmail.com

Rosane Mantilla de Souza
Rua Capote Valente, 1214 Pinheiros
São Paulo - SP
e-mail: rosane@pucsp.br

 

 

*Psicodramatista-didata-supervisora (Febrap) e docente do Departamento de Psicodrama (Instituto Sedes Sapientiae), Mestre em Psicologia pela The University of Michigan (EUA), Doutora em Psicologia Clínica pela PUC-SP
**Mestre e doutora em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), professora titular do Programa de Estudos Pós Graduados em Psicologia Clínica da PUC-SP. Formação em Mediação e especialização em Mediação Escolar e Comunitária pelo New México Center for Dispute Resolution (USA) e Fundación Diálogos (Argentina)
1 - Vide Monteiro, 2000; Marra e Costa, 2004
2 - Vide Ramos, Costa, Marra e Monteiro, 1998; Zampieri, 1996 e 2002; Scaffi, 2002; Conceição, Pereira e Tomasello, 2003; Fontes, 2004; Marra, 2004; Nery e Conceição, 2006; Nery, 2008, dentre outros
3 - Vide Lévy, 2001; Araújo e Carreteiro (orgs.), 2001.