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Revista Brasileira de Psicodrama

versão On-line ISSN 2318-0498

Rev. bras. psicodrama vol.18 no.2 São Paulo  2010

 

SEÇÃO TEMÁTICA: Adolescência, juventude: conserva e criação

Thematic Session: Adolescence, Youth: Conserve and Creation

 

Sociodrama, juventude e inserção social

 

Sociodrama, youth and social inclusion

 

 

Maria do Carmo Eunice Mazzotta1

Federação Brasileira de Psicodrama

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O texto apresenta algumas reflexões consequentes de uma pesquisa desenvolvida por cinco psicodramatistas com um grupo de jovens participantes do projeto de uma ONG, cujo objetivo era a preparação para a inserção dos mesmos no mercado de trabalho. Inicialmente a autora apresenta uma compreensão a respeito da juventude aliando conceitos psicodramáticos a alguns aportes de outras áreas, tais como a história e a sociologia. Em seguida aborda o sociopsicodrama como metodologia de trabalho com jovens e algumas reflexões a respeito de suas vivências no projeto da ONG. Dois aspectos principais foram evidenciados por meio da pesquisa: em primeiro lugar, nas vivências, o universo adulto consistiu em uma referência constante para os jovens, tanto nas atitudes de questionamento e crítica como nos momentos de aproximação, resgate e experimentação. O segundo aspecto analisado foi a importância do espaço privado, assim como do público, para o desenvolvimento do grupo e sua inserção na comunidade.

Palavras chave: Sociopsicodrama, pesquisa, juventude, inserção social.


ABSTRACT

This text presents the reflections that have emerged from a research carried out by five psychodramatists with a group of youths from a project of a non-governmental organization, with the objective of preparing them to enter the job-market. The author first presents her understanding of youth, bringing together psychodramatic concepts with other areas such as history and sociology. Then she addresses socio-psychodrama as a working method for youths, as well as some of her thoughts regarding the experiences with this project. The research has highlighted two particularly significant aspects: firstly, during the socio-psychodramatic work with these youths constant references were made to the adult universe, both in their questioning and critical attitudes, as well as their moments of proximity, fulfilment and experimenting. The second aspect that has been explored was the importance of both private and public spaces for the development of the group and their inclusion into the community.

Keywords: Socio-psychodrama, research, youth, social inclusion.


 

 

O sociopsicodrama e a inserção social de jovens

A proposta deste texto é abordar alguns aspectos de uma pesquisa realizada por um grupo de psicodramatistas com jovens de classe socioeconômica baixa, na faixa de 13 a 15 anos. Os jovens participavam do projeto jovem aprendiz, desenvolvido por uma ONG, cujo objetivo era prepará-los para o ingresso no mercado de trabalho. A pesquisa desenvolvida visou conhecer e trabalhar os temas que esses jovens traziam para as sessões de sociopsicodrama3.

Inicialmente trago uma compreensão a respeito da juventude, aliando conceitos psicodramáticos a alguns aportes de outras áreas, tais como a história e a sociologia. Em seguida abordo dois tópicos principais: o sociopsicodrama como metodologia de trabalho com jovens e algumas reflexões a respeito de suas vivências no projeto da ONG.

Um aspecto que considero importante ressaltar é que a definição dessa fase da vida, tal qual a conhecemos hoje, transita entre critérios etários, fisiopsicológicos e socioculturais. Os termos adolescência e juventude vêm sendo empregados em vários campos do saber como sinônimos, ou seja, alguns, como a medicina e a psicologia, elegem o primeiro, enquanto outros, como a história e a sociologia, adotam o segundo.

A delimitação desse espaço de tempo, que ocorre durante um período da vida do indivíduo, nem sempre é muito simples de se instituir, pois sofre uma multiplicidade de possibilidades ao longo da evolução histórica, deixando antever o quanto as sociedades definem essa condição humana e interferem nela. Assim, o conceito de juventude como uma etapa de vida invariável, com características fixas, pode ser questionado, se considerarmos que são arbítrios culturais e regras socialmente construídas que vão imprimindo a mudança de uma fase para outra, por meio de seus rituais de passagem (Kehl apud Novaes Vannuchi: 2007). Além disso, o olhar direcionado para esta idade tem uma origem e uma história que coincidem com a modernidade e a industrialização. A partir destas considerações, fica evidente a necessidade de uma retomada histórica para uma compreensão mais ampla a respeito da juventude.

 

Breve histórico sobre a juventude

Nem sempre a juventude foi uma fase conhecida, estudada, conceituada e valorizada, o que só ocorreu no final do século XIX. A retrospectiva aqui traçada a respeito dos significados atribuídos aos temos adolescência e juventude, em momentos diferenciados, baseou-se na visão da história das mentalidades. Os principais autores pesquisados foram Ariès (1986), Levi e Schmitt (1996), além de Duby (1989). Seus estudos estão inseridos num movimento basicamente de origem francesa, desenvolvidos a partir do século XX, denominado "História Nova", cujos principais representantes foram Marc Bloch, Lucien Febre e Fernand Braudel. A principal inovação desse movimento foi opor-se ao paradigma positivista; assim, os dados históricos deixaram de ser considerados acontecimentos sucessivos e lineares, e o homem como ser pensante não era mais um simples coletor de informações presentes em documentos oficiais. O historiador passou a fazer análise uma subjetiva dos fatos em suas complexidades e de forma interdisciplinar, lançando mão dos documentos arqueológicos, pictográficos, iconográficos, cinematográficos, orais etc.

As pesquisas desenvolvidas a partir desse novo prisma ampliaram as concepções a respeito da criança, do adolescente e da família. Ariès (1986) esclarece que, até o século XVIII, a adolescência foi confundida com a infância. Tanto na Antiguidade grega como na romana, a idade adulta sucedia a infância. Na grega encontra-se uma designação do termo "efebo", caracterizado pelo jovem em formação, que valoriza o culto à beleza e tem alto valor social relacionado à dimensão erótica. O termo apenas diferencia o adulto jovem do velho. Suas atividades incluíam a ginástica, a caça, a equitação, além da filosofia. Na sociedade romana, a atividade bélica predominava e, ao sair da infância, os homens eram designados "príncipes da juventude", porém o caráter social era da vida que hoje chamamos de adulta, com atividades ativas (guerras, combates). Nas duas civilizações as mulheres são descritas sempre associadas com a função de maternidade. Ao deixar de ser criança, já estava apta a ser mãe e, na maioria dos casos, já considerada adulta. Principalmente para os meninos, a passagem da infância para a idade adulta era marcada por ritos e rituais relacionados à caça, às atividades físicas e sexuais.

Durante a Idade Média também não se viu nenhum período de transição entre a infância e a idade adulta: o chamado jovem era o recém-entrado no mundo adulto, o que acontecia por meio da barbatoria, cerimônia que se seguia ao primeiro barbear do rapaz, sendo que o pelo era a prova de que a criança tornara-se homem. O jovem adulto era preparado para exercer a sua virilidade através da habilidade em matar e disponibilidade para morrer, se assim fosse preciso. Levi e Schmit t(1996) destacam como o jovem, principalmente na literatura, é descrito (adulto, homem, solteiro e pertencente à nobreza), desempenhando as funções sociais de cavalaria e do amor cortês.

Ariès (1986) chama a atenção para o fato de que, até o fim da Idade Média, as crianças conviviam com os adultos numa ampla sociabilidade, sendo que a família tinha uma interferência reduzida em suas vidas, se comparada com a atualidade. Basicamente a função da família estava relacionada à proteção dos bens e à sobrevivência por meio de um ofício comum. A transmissão dos valores e dos conhecimentos não era controlada por seus pais, dos quais a criança se afastava desde pequena. Ocorria por meio da aprendizagem no contato direto com os adultos, num relacionamento afetivo, composto por amigos, vizinhos, amos e criados, crianças e velhos, homens e mulheres. Os jogos, brincadeiras eram vivenciados por todas as idades em conjunto, e as crianças aprendiam os ofícios com os adultos.

No final do século XVII, a escola surgiu designando o que Ariès denominou "enclausuramento", como consequência do movimento de moralização promovido pelos reformadores católicos e protestantes. A família se transformou, passando também a ocupar um lugar de grande importância na educação dos filhos e, socialmente, a relação afetiva entre pais ( principalmente a mãe) e filhos passou a ser um aspecto fundamental. Os estudos da arquitetura demonstram que, na Itália, no século XV, e na França, nos séculos XVII e XVIII, as moradias sofreram grandes transformações, pois a família se recolheu para dentro de casa , substituindo a vida coletiva pela intimidade do espaço privatizado , defendendo-se de intrusos. Nota-se a independência dos cômodos (corredor) e a espacialização funcional ( sala de estar, jantar etc). Merece destaque também a consequente redução voluntária da natalidade observada na França no século XVIII. Além da atenção voltada para o afeto e a disciplina, surgiu também a preocupação com a higiene e a saúde.

Esses dois aspectos, ou seja, o isolamento prolongado dos jovens, na família e o "enclausuramento", na escola, foram considerados por Ariès responsáveis pela crise da juventude que se desenvolveu a partir do século XIX, estendendo-se até a atualidade. Tal crise, segundo o autor, expressaria a resistência para o ingresso no mundo adulto. A redução da ampla sociabilidade e a polarização da vida social voltada para o emprego e a famíla foram as principais características das sociedades industriais. O autor situa em períodos diferentes o foco de interesse da sociedade em uma idade específica. Assim, a juventude (homens jovens, em oposição aos velhos) seria a idade privilegiada do século XVII, a infância, do século XIX e a adolescência, do século XX.

É senso comum, entre os vários autores estudados, que, na modernidade, a partir de Rousseau e do romantismo, a adolescência começou a se manifestar com suas características de rebeldia, transgressão, hedonismo, entre outras. Consideramos que a interpretação de Ariès e as observações dos demais autores sejam contribuições importantes para ampliarmos nossa concepção a respeito da juventude, entretanto, levamos em conta também outros aspectos da sociedade contemporânea. Assim, para complementar nossas análises, encerramos a retrospectiva histórica e passamos agora a olhar para a atualidade.

 

A juventude na atualidade

Em termos gerais, a contemporaneidade pode ser caracterizada pela industrialização, pelo crescimento do capitalismo financeiro, pela ocorrência de guerras mundiais e, ainda, por outros aspectos, como o surgimento da mídia, especialmente a internet, os avanços da ciência e a crescente globalização. As conquistas e os graves problemas, principalmente sociais, que estamos vivendo, como a miséria, a corrupção, a violência, a degradação ambiental, apenas para citar alguns, também podem ser elencados como fatores relacionados ao surgimento da categoria social da juventude ou da denominada "crise da adolescência".

Foi somente no século XX que apareceram as primeiras tentativas de se definir, claramente, a adolescência. Foram as ciências médicas e a psicologia, manipulando os conceitos de puberdade e adolescência, que primeiro legitimaram cientificamente a concepção dessa fase da vida. Entre 1950 e 1960, o cinema e a literatura criaram a figura do adolescente revoltado, ao qual era confiada a tarefa de encenar as rebeldias inconfessáveis e frustradas dos adultos, como forma de delegar aos jovens a missão de exteriorizar suas insatisfações reprimidas e como estratégia social para lidar com a falta de trabalho e o excesso de mão de obra circulantes do período pós-guerra. Como consequência foi inventada a adolescência como uma fase separada e específica da vida.

Os dados dos estudos sócio-históricos da brasileira Adélia Clímaco (1991), relatados por Bock (2007), retratam três aspectos principais:

1) O trabalho, com sua sofisticação tecnológica, passou a exigir um tempo prolongado de formação do jovem na escola.

2) O desemprego crônico/estrutural, trazendo a exigência de retardar o ingresso do jovem no mercado de trabalho e aumentando seus requisitos.

3) A ciência, com seu desenvolvimento, prolongou a vida do homem, o que ocasionou novos desafios em termos de mercado de trabalho e sobrevivência.

Segundo a autora, esse três aspectos fizeram com que as crianças ficassem mais tempo sob a tutela dos pais, sem ingressar no mercado de trabalho. Sua saída foi constituir uma nova fase, uma nova categoria social, por meio da aglutinação de um grupo de iguais, com padrão coletivo de comportamento; porém, este grupo traz as contradições entre suas necessidades (sexuais, financeiras, morais, intelectuais) e suas condições pessoais e sociais de satisfação.

Dessa forma fica claro como a adolescência não se constitui um processo natural do ser humano, mas um fenômeno construído na sociedade moderna e intensificado no momento atual, contrariamente à puberdade (fase de amadurecimento sexual das crianças que possibilita as funções reprodutivas), que acontece em todas as culturas e em todos os tempos.

Algumas colocações sobre a juventude, advindas de vários estudiosos, principalmente permeadas pela perspectiva sociológica, serão agora apresentadas. Elas destacam a juventude sendo, além de uma etapa de vida, uma categoria social. Dentro dessa perspectiva, registro aqui a conceituação de Groppo (2000) a respeito da juventude:

"É uma concepção, representação ou criação simbólica, fabricada pelos grupos sociais ou pelos próprios indivíduos tidos como jovens, para significar uma série de comportamentos e atitudes a ela atribuídos. Ao mesmo tempo, é uma situação vivida em comum por certos indivíduos".

A classe social, o grupo étnico, a nacionalidade, o gênero, o contexto histórico nacional, regional e tantos outros constructos que fazem parte do processo civilizador da modernidade estão presentes e são elementos constituintes da(s) juventude(s). Assim sendo, a adolescência ou juventude pode ser considerada como uma categoria social, pois emerge das sociedades, está intimamente relacionada a elas, produz e é produzida por elas. Compreendemos que a juventude tem uma interferência e participação social, comunicando expressivamente os movimentos da sociedade, tais como mobilizações estudantis, antirraciais, ecológicas etc. Dessa forma, é uma representação sociocultural.

Além disso, vários autores chamam a atenção para a forma gramatical como deveria ser utilizada a palavra juventude, tendo em vista o seu significado; vejamos a alusão a um deles:

"Cláudia Resende sugere o uso sociológico no plural do termo juventude, para que possamos dar conta da diversidade na vivência desta fase de transição à maturidade, ou de socialização secundária, denominada "juventude". Esta concepção alerta-nos sobre a existência, na realidade dos grupos sociais concretos, de uma pluralidade de juventudes: de cada recorte sociocultural- classe social, estrato, etnia, religião, mundo urbano ou rural, gênero etc.- saltam subcategorias de indivíduos jovens, com características, símbolos, comportamentos, subculturas e sentimentos próprios. Cada juventude pode reinterpretar à sua maneira o que é "ser jovem', contrastando não apenas em relação às crianças e adultos, mas também em relação a outras juventudes". (Groppo: 2000, p.15).

Concernente a essa concepção de pluralidade, porém dando ênfase a um outro aspecto, citamos também Dayrell (2003), em seu artigo O jovem como sujeito social. Nele, enfatiza a importância da apreensão da juventude na perspectiva da diversidade, considerando-a não mais presa a critérios rígidos, mas como parte de um processo de crescimento mais totalizante, no qual os contornos específicos são definidos no conjunto das experiências vivenciadas pelos indivíduos em seu contexto social. O autor critica a noção da juventude como uma etapa com um fim predeterminado, considerando-a muito mais que um momento de preparação para a vida adulta.

Dayrell apresenta um panorama muito interessante das imagens que a sociedade constrói a respeito da adolescência. Entre elas, podemos citar a noção de transitoriedade, na qual há uma tendência de encarar o jovem em sua negatividade, no que ainda não chegou a ser (adulto), no que não é mais (criança), não considerando sua função social própria de contestação, questionamento, reformulação social. Uma outra imagem citada pelo autor é a visão romântica da juventude, cristalizada em nossa sociedade nos anos 60, em que a juventude seria um tempo de liberdade, de prazer, de comportamentos exóticos. A essa ideia alia-se a noção de moratória, como um tempo para ensaio e erro, para experimentações, caracterizado pela irresponsabilidade e pelo hedonismo do jovem, com uma relativização das sanções sobre seus comportamentos. Finalmente, um outro modelo a respeito da adolescência é aquele construído principalmente pela psicanálise, em que se enfatiza um momento de crise, uma fase difícil, de distanciamento da família.

A partir desses estudos e reflexões, que foram desenvolvidos pelo grupo das pesquisadoras, compreendemos que essas imagens traduzem aspectos da juventude, mas concordamos com o autor que sua definição, baseada apenas nessas representações, pode dificultar a aproximação com o jovem, com uma tendência a preconcebê-lo em parâmetros nem sempre reais.

Vale ressaltar ainda uma concepção bastante difundida na atualidade, mas que reflete um produto a serviço da sociedade capitalista em que estamos inseridos. Uma ideia romântica e mitificada, em que se compreende o jovem como uma força potencial de transformação da sociedade, o que é verdade, porém também é verdadeira a possibilidade de ser uma força de conservação. Dessa forma, o que se pode dizer é que "a juventude não é progressista nem conservadora por índole, porém é uma potencialidade pronta para qualquer nova oportunidade" (Groppo: 2000, p. 25).

Melucci (1997) apresenta uma concepção com a qual identificamos semelhanças em relação ao psicodrama e que também contribui amplamente com nossa conceitualização da juventude. Considera o jovem um receptor sensível e perceptivo da cultura contemporânea, vivenciando intensamente os dilemas do tempo em uma sociedade complexa. Esclarece como nela o tempo se caracteriza como medida de mudança dos papéis sociais, além de parâmetro na definição pontual da identidade individual e coletiva. Segundo o autor, ao desafiar a definição dominante do tempo, os adolescentes denunciam para o resto da sociedade que outras dimensões da experiência humana são possíveis.

"Enquanto nós aplicamos e executamos o que um poder anônimo decretou, os jovens perguntam para onde estamos indo e por quê",

ou ainda,

"Os jovens se mobilizam para retomar o controle sobre suas próprias ações exigindo o direito de definirem a si mesmos contra os critérios de identificação impostos de fora, contra sistemas de regulação que penetram na área da ‘natureza interna'".

Assim, para Melucci a juventude expressa a vivência do tempo, considerado um horizonte no qual o jovem ordena suas escolhas e constrói uma complexidade de pontos de referências para suas ações. O jovem é considerado pelo autor representante dos conflitos da sociedade, ao interpretá-los e traduzi-los.

Em acordo com a perspectiva psicodramática, podemos considerar a juventude um período de grandes transformações no desempenho de papéis, assim como de ampliação no exercício de pertencimento a grupos e de vivência diferenciada dos dramas sociais. Além disso, como esclarece Melucci (1997), compreender a juventude é conhecer muitos conflitos do mundo adulto, pois ela reflete os dramas de nosso tempo, da complexidade de nossa sociedade contemporânea. Mais que uma etapa da vida, ela pode ser considerada uma categoria social, que participa ativamente das transformações dessa sociedade.

Tendo apresentado nossa concepção de juventude, passamos agora a alguns aportes conceituais específicos do psicodrama. O conceito de papel é básico na teoria socionômica. Moreno (1975) partiu do teatro para chegar à criação do psicodrama. Sua descoberta inicial foi o teatro espontâneo, que pode ser definido como um método de ação grupal no qual os atores são também autores de seus enredos. A dramatização proposta envolve a espontaneidade criadora. No teatro espontâneo, como na vida, os sujeitos são compreendidos como pertencentes a determinados grupos e, ao mesmo tempo, são seus construtores.

A viabilização das construções dramáticas, assim como das sociais, ocorre através dos papéis. Eles incluem elementos culturais, sociais, históricos, psicológicos e corporais, constituindo o ponto de intersecção entre o individual e o coletivo. Por intermédio do estudo deles é possível compreender as relações, e seus desempenhos possibilitam mudanças pessoais e sociais.

O conceito de papel está articulado ao de espontaneidade criadora. O psicodrama propõe que as pessoas deixem de repetir scripts prontos e passem a desempenhar os papéis, no palco e na vida, com consciência crítica da situação em que estão envolvidas (Aguiar: 1998, Naffah: 1997).

Outro aspecto teórico que está vinculado ao desempenho de papéis refere-se às escolhas sociométricas. Para contextos diferentes, critérios diferentes de escolha são definidos pelos grupos e pelas pessoas que os compõem. Assim, articulado ao desempenho de papéis está a sociometria, que busca compreender como as relações são estabelecidas dentro dos grupos.

Os grupos têm um significado especial na vivência da juventude, pois neles os jovens exercitam o processo de pertencimento, a construção de suas biografias pessoais e suas identidades sociais. A experiência de pertencer a outros grupos além da família, como espaço de aprendizagens e trocas, constitui um dos elementos considerados fundamentais para a construção do jovem como sujeito social.

A intervenção sociopsicodramática com jovens pode ser caracterizada como uma metodologia de ação, cujo objetivo é instrumentalizá-los para a expressão de seus potenciais como construtores e transformadores de si mesmos e de suas relações grupais. Muitos recursos técnicos são utilizados nestas intervenções e todos partem das conceituações acima citadas. Especificamente na intervenção que desenvolvemos nesta pesquisa, os principais foram: os jogos corporais, lúdicos e dramáticos, as drama tizações improvisadas, as discussões a respeito de filmes, as expressões gráficas e plásticas, além das conversas dirigidas.

A postura psicodramática nas intervenções com o jovem implica abertura para questionamentos, dúvidas, revoltas, críticas, assim como uma atitude de parceria na busca de respostas, nas compreensões das situações vividas, no conhecimento dos conflitos, nos posicionamentos e enfrentamentos que experimentam, na delimitação de margens para os desempenhos de novos papéis.

O espaço para a expressão da capacidade de abstração e de crítica, conquista fundamental da adolescência, e o reconhecimento das potencialidades individuais e grupais são recursos valiosos para o fortalecimento e desenvolvimento dos jovens no enfrentamento de seus conflitos. O diferencial do psicodrama é a função ativa atribuída ao jovem como construtor social. Este pode ser considerado o principal objetivo socioeducativo do trabalho. Nesse sentido é essencial a colocação de Moreno (1974), de que os grupos devem representar um modelo de relacionamento democrático. As questões éticas salientadas por Cesarino (2002) e Almeida (2002) demonstram e ampliam a preocupação de Moreno com a experiência grupal como veículo para a promoção da corresponsabilidade, da espontaneidade criadora e da restauração da dignidade e confiança do indivíduo.

É preciso ressaltar que, em coerência com a visão psicodramática, está a inclusão dos adultos envolvidos nos processos que o psicodramatista se propõe a acompanhar. Eles também são considerados agentes das transformações pelas quais os jovens estão passando e, ainda, são sujeitos nos processos de mudanças. A eficácia da abordagem sociopsicodramática implica a abertura das perspectivas das várias faces dos processos relacionais, sendo que o maior investimento nos projetos com os jovens deve ser em suas próprias interações e nos vínculos com os grupos e instituições a que pertencem. (Mazzotta: 2008).

 

O sociopsicodrama como metodologia de trabalho com jovens

Segundo avaliação dos próprios jovens, da instituição e das pesquisadoras, o sociopsicodrama foi considerado um método adequado para o trabalho, contribuindo significativamente para a evolução e amadurecimento do grupo. A tomada de consciência de suas realidades e fantasias provocou uma reorganização no posicionamento dos jovens, levando-os de um estado de alienação, afastamento, desinteresse, impotência, pressão, medo, para uma condição de protagonismo, agente de mudanças, aproximação, pertencimento, ator nos possíveis encaminhamentos da sua vida sociolaboral.

A participação ativa, requisito essencial do sociopsicodrama, promove uma reconsideração do papel que cada um desempenha no grupo. O reconhecimento como indivíduo intrinsecamente construtor do processo desenvolvido em cada encontro desestimula a atitude passiva, omissa ou descomprometida. Ao contrário, os interesses, conflitos, necessidades, dificuldades, apreensões são as tintas mais fortes, e o equilíbrio maior entre os aspectos cognitivos, afetivos e relacionais é a tônica do trabalho.

A ONG elegeu o sociopsicodrama como preferencial para o trabalho do relacionamento grupal dos jovens. Consideraram-se também, nessa escolha, experiências ocorridas anteriormente, desenvolvidas com outro método de acompanhamento grupal, em que não se evidenciaram igual eficácia e aprovação pelos próprios jovens.

Embora não tenha sido o foco de estudo, o grupo de pesquisadoras percebeu a evolução grupal, pois a transformação, em termos de coesão, participação, percepção e estruturação sociométrica, espontaneidade e criatividade, foi imensa. A própria evolução nas criações dramáticas e o envolvimento nos diferentes métodos que foram sendo propostos e desenvolvidos, no decorrer das sessões, são indicadores desse fato.

As pesquisadoras compreenderam que, dependendo das características do grupo e do momento do processo pelo qual os jovens estão passando, determinados métodos sociopsicodramáticos viabilizam com maior eficiência a expressividade do drama protagônico, a comunicação coinconsciente e a criatividade grupal. Assim, nos primeiros encontros, os jogos lúdicos, corporais, dramáticos, as expressões gráficas, as discussões a respeito de filmes demonstraram ser de grande adequação, enquanto o teatro espontâneo, em suas várias modalidades, foi um instrumento fundamental para o aprofundamento dos temas e da sociodinâmica grupal4.

Outro aspecto a ser comentado é o fato de a configuração sociométrica grupal e ser levada em consideração para a escolha das ferramentas técnicas a serem utilizadas, pois sofre múltiplas interferências. Entre elas, a recente conquista cognitiva da abstração, que ainda está em pleno exercício como recurso intelectual no jovem, e a própria consciência a respeito do seu corpo, que sofre profundas modificações. Outras interferências seriam os recursos que aquele grupo tem e suas características socioculturais e econômicas para viver seu adolescer, com menores ou maiores oportunidades para expressar suas vivências. O grau de angústia, revolta, satisfação emocional, organização psíquica e possibilidades de emancipação alteram significativamente a estrutura sociométrica grupal. Um dos métodos utilizados na situações em que o grupo estava mais desorganizado foi o role-playing. Este possibilita distanciamento dos conteúdos relacionais e propicia certa objetivação dos fatos, criando tanto para os jovens como para as sociopsicodramatistas um espaço para se organizarem grupalmente.

A necessidade de um espaço privado foi constatada, no sentido de juntos e com liberdade de expressão construírem significados sobre suas vidas, suas vivências, conflitos, anseios e projetos futuros. A maior descoberta, entretanto, foi a importância do espaço público aliado ao privado. Além do espaço privado, o jovem necessita de espaços públicos nos quais possa ser reconhecido. A evidência desse fato ocorreu em suas participações nas atividades tanto da ONG como do IPPGC. Na ONG, as experimentações ocorreram em duas ocasiões: uma, em que foram monitores em uma oficina com crianças, e outra, numa reunião com a presença dos pais e as psicodramatistas. No IPPGC, também vivenciaram três situações em que se depararam com um grupo novo e desconhecido. As duas primeiras foram sessões abertas de psicodrama. Uma, cujo tema era "Descobrindo o futuro – psicodrama e profissão" e a outra "WWW. acessando o adolescente/ pais em apuros". Nessas ocasiões estiveram presentes jovens e adultos que não faziam parte de sua rede social. A terceira oportunidade foi na XXV JORNADA DE PSICODRAMA DO IPPGC, evento anual, na qual foi designado um espaço específico em que puderam demonstrar dramaticamente, para o público presente, como ocorriam as sessões de psicodrama por eles vivenciadas. Vale dizer que os espectadores, em sua maioria, eram profissionais5.

Nessas situações esse grupo passou por um período preparatório, em que pode reconhecer suas expectativas, inseguranças, dificuldades, facilidades e explorar possibilidades e alternativas de enfrentamento. Após as experiências relatadas, receberam os retornos de suas atuações, expressas tanto pelas crianças quanto pelos pais, psicodramatistas, coordenadores da ONG, outros jovens e adultos desconhecidos. Além dos ganhos naturalmente provenientes das experimentações em si mesmas, também construíram um maior delineamento das suas potencialidades, à medida que houve exposições/manifestações em outros contextos e grupos e o conhecimento das suas repercussões. O estreitamento dos vínculos estabelecidos intragrupo também foi outro fator constatado e amplamente valorizado por eles, pois à medida que se viam enfrentando os mesmos desafios, necessitaram apoiar-se uns nos outros, formando e/ou ampliando os laços de amizade.

Assim, é possível afirmar que o sociopsicodrama constitui-se num instrumento que abre novas possibilidades para os jovens.

 

Considerações a respeito da vivência no proje to da ONG

A pesquisa demonstrou que a participação em um projeto de inserção no mercado de trabalho foi um estímulo para o desenvolvimento do jovem, fornecendo-lhe recursos para uma maior e melhor integração social. A participação em um grupo de iguais, com semelhante realidade vivencial do ponto de vista biopsicossocial, num espaço estruturado institucionalmente, aparelhado com recursos humanos e materiais, possibilitou aos jovens exercícios de experimentações de suas potencialidades, tanto no campo cognitivo como relacional.

A interação promovida no grupo de sociopsicodrama possibilitou maior conhecimento dos jovens entre si, gerando, dessa forma, uma integração facilitadora no processo de aprendizagem em outros espaços do curso. Os jovens passaram a se expressar mais e com maior envolvimento e espírito crítico.

A garantia da privacidade e o estabelecimento de um vínculo de confiança entre os jovens e entre esses e as profissionais oportunizaram a expressão de conteúdos relativos a conflitos existentes na interação com a instituição. A exploração das variáveis integrantes desses conflitos, bem como as múltiplas alternativas de encaminhamentos, fez com que essa mesma interação desse um salto de qualidade. Por outro lado, as avaliações frequentes ocorridas entre a equipe de sociopsicodramatistas e a coordenação da ONG foram relevantes para a afinação necessária na comunicação desses dois universos: o dos jovens e o dos adultos.

A evolução nas interações relacionais (jovens entre si e com a instituição), ocorrida ao longo do processo, possibilitou-lhes uma maior compreensão também do papel de cidadãos, um reconhecimento de seus direitos e deveres e um maior esclarecimento do significado social da ONG, fazendo até com que alguns projetassem um futuro em que se vislumbravam atrelados a organizações semelhantes. Reconhecer-se pertencente a um grupo de cidadãos, potencialmente candidato ao ingresso no mercado de trabalho e, portanto, incluso na rede socioprofissional, suscitou um reposicionamento do jovem em sua condição existencial, bem como um novo status.

Entretanto, não podemos deixar de considerar também que todo este processo vivido na ONG foi acompanhado por muitos questionamentos, medos, resistências e críticas por parte de alguns participantes. Este aspecto leva-nos a uma reflexão a respeito de contradições existentes nesta realidade.

Ao enfocar a entrada no mundo do trabalho, a própria ONG se depara com as limitações e dificuldades que este aspecto apresenta na sociedade contemporânea. A escassez de possibilidades de emprego fica ainda mais acentuada na realidade socioeconômica dessa população. Assim, vemos que um desejo, muitas vezes utópico, por parte de setores da sociedade, aqui representados pela ONG, é transmitido aos jovens, que o consomem alimentando esperanças de um futuro melhor que o de sua família de origem. Detectamos, nos contatos com os pais, o quanto este sonho também os move para estimular a participação de seus filhos no projeto. Porém, esses têm consciência das limitações de sua realidade, apresentam crítica a respeito das disparidades sociais, o que facilmente os colocam em conflito com os desejos então alimentados.

Dessa maneira, o fato de as relações serem questionadas, na instituição, e o surgimento das resistências, por parte dos jovens, representam sinais indicadores de uma vivência social emancipatória, pois através dessas manifestações se torna possível um amadurecimento das chances e dos investimentos em seus projetos profissionais, sem que a utopia mascare as dificuldades reais. Sem dúvida este é um desafio que a ONG e outras tantas instituições vêm enfrentando em sua caminhada, e, quanto mais conscientes dessas ambiguidades estiverem os pais, professores e coordenadores, maiores serão suas possibilidades, como facilitadores na construção de um projeto profissional do jovem e como egos-auxiliares, em sua concretização.

Em todas essas vivências, o universo adulto consistiu em uma referência constante tanto nas atitudes de questionamento e crítica como nos momentos de aproximação, resgate e experimentação. Os principais eixos temáticos detectados na análise dos dados foram:

- A comunicação adulto/jovem: a construção de uma relação democrática.

- Vida e morte: o conflito entre o mundo infantil e o mundo adulto.

- Questionando o adulto: a rebeldia necessária.

- Aproximando-se do adulto: o resgate da infância.

- Experimentando o mundo adulto: o desempenho de novos papéis.

Os adultos que se relacionam de forma mais próxima aos jovens, como os pais e professores, podem ser considerados antagonistas de um processo complexo, com demandas emocionais e psicossociais significativas. Assim, estando o adulto em evidência constante no universo jovem, é natural que ocupe um lugar de vulnerabilidade diante das diversas pressões e solicitações que se apresentam, inclusive, muitas vezes, com demandas ambíguas e contraditórias.

Outra consideração importante a fazer é que os espaços sociais estão pouco organizados para a protagonização dos conflitos, presentes nesta complexa rede de vivências geracionais, e constatamos que uma intervenção que tenha como proposta a emancipação psicossocial e o exercício da cidadania deve caminhar no sentido da construção de meios possíveis de interlocução entre os universos do jovem e do adulto.

Dessa forma, os espaços privados institucionalmente preparados podem constituir uma estratégia fundamental para a expressão de angústias, dúvidas e conflitos tanto para o jovem como para o adulto. As sessões com os jovens demonstraram a importância desse espaço, e percebemos que as supervisões com as profissionais consistiram também uma retaguarda necessária na instrumentalização de suas ações e posturas, no sentido técnico, mas, fundamentalmente, no aspecto relacional. Da mesma maneira, os contatos com pais confirmaram tal necessidade.

Parece necessária, também, além dos espaços privados acima mencionados, uma ampliação dos espaços comuns entre adultos e jovens, sejam espontaneamente criados ou formalmente instituídos. Com base nos dados de nossa pesquisa e nos estudos desenvolvidos por Ariès (1986), nos quais relata como na sociedade feudal se mantinha uma comunicação espontânea mais frequente entre os indivíduos de todas as idades, nos perguntamos se não precisaríamos resgatar nossos vínculos e retomar alguns elos que ficaram perdidos nas mudanças estabelecidas na sociedade industrial e consolidadas em nossos tempos atuais.

As teses de Melucci, anteriormente apresentadas, nas quais o jovem é considerado protagonista de nossa sociedade, parecem encontrar ressonância em nosso estudo. Refletimos que muitos aspectos considerados "problemáticos", caracterizados como sinais de crise da adolescência, podem expressar também a fragilidade em que o adulto se encontra, assumindo ora uma postura autoritária, diante das fissuras denunciadas pelo jovem, ora optando por um distanciamento deste processo comum de inter-relação.

A perspectiva proposta não é de culpabilizar os adultos, mas sim assinalar a necessidade de buscarmos espaços em que a sensibilização, o envolvimento dessas relações aconteçam, validando as experiências e promovendo a credibilidade nas relações entre adultos e jovens.

Para finalizar, acredito que dois aspectos principais se destacam neste estudo. Em primeiro lugar, indica que uma compreensão da juventude como um processo de transformação das relações deve ser reconhecida e valorizada, e ainda, que sua definição como categoria social expande aquela concepção que a limita como uma fase de preparação para o mundo adulto, representado nessa pesquisa pela inserção no mercado de trabalho. Em segundo lugar, a pesquisa torna evidente que a abordagem sociopsicodramática, presente tanto no espaço privado ( sessões fechadas ) como nos espaços públicos ( eventos abertos à comunidade) constitui-se em um instrumento que contribui significativamente para a inserção social do jovem.

 

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Endereço para correspondência
Rua Anhandeara, 275 CEP 13095-650, Campinas - SP
e-mail: kakamazota@terra.com.br

 

 

1 Psicóloga, psicodramatista, didata e supervisora pela Febrap, especialista em psicodrama pelo IPPGC e UCG
2- Este texto consiste em uma síntese de uma pesquisa coordenada pela autora,com a participação das psicodramatistas do IPPGC Ana Cláudia Alves, Fernanda Nascimento Parra, Rita Morelli, Valéria Pansani, cujo título é Sociopsicodrama e Inserção Social - uma pesquisa com um grupo de jovens. A pesquisa de campo foi desenvolvida durante o ano de 2007 por intermédio de uma parceria do IPPGC com uma ONG de Campinas.
3 - Item 1.
4 O leitor poderá encontrar relatos das sessões na pesquisa citada no item 1 (nota 2).