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Revista Brasileira de Psicodrama

versão On-line ISSN 2318-0498

Rev. bras. psicodrama vol.19 no.2 São Paulo  2011

 

EDITORIAL

 

 

Caro leitor:

Tenho certeza de que existem no Brasil psicodramatistas preocupados com o futuro do Psicodrama: haverá lugar para ele no século XXI ou será apenas um nome a mais de um saber que constará do museu das teorias e práticas dos tempos passados? E estes psicodramatistas preocupados pensam que a resistência para a duração do Psicodrama no tempo se fará com política institucional, com ensino, com mais psicodramas públicos, com a entrada de mais psicodramatistas nas universidades, com mais e melhor teoria, com uma prática efetiva e eficiente? Talvez, o mais cômodo, será dizer com tudo isto junto e misturado... O que possivelmente é a mais pura verdade.

Não sei, no entanto, se a existência do Psicodrama está ameaçada, assim como algumas espécies de animais ou plantas raras. É muito provável que alguns dirão que se trata de mais um maluco inventando teorias conspiratórias. Por que, mesmo, o Psicodrama estaria ameaçado?

Na dúvida, não custa cuidar desse bicho interessante. E como cuidar? Talvez buscando, nos modelos que perduram na história, no que diz respeito à produção de uma boa conserva cultural, a escrita de livros, de filmes e outras mídias que garantam a manutenção de uma vida futura. Mas não basta apenas e tão somente fazer isto mecanicamente, pois sabemos que o que fica, em última análise,é a qualidade da produção.

Não basta publicar qualquer coisa, mas é preciso mais e mais qualificar a produção, buscando um lugar no futuro pela intensidade, pela criatividade, pelas efetivas singularidades do projeto socionômico, constantemente reinventado.

O presente número retrata os psicodramas públicos contemporâneos e suas particularidades, como vêm sendo feitos e aonde querem chegar. Na Seção Livre, outras possibilidades dessa provável abrangência nas diversas instâncias da sociedade, assim como uma melhoria nítida na compreensão teórica. E o grande número de Resenhas de obras, produzidas no Psicodrama ou a partir dele, insiste na preocupação com o futuro. A seção Memória mais escancaradamente reitera a crônica de nosso tempo, mais eficiente que uma garrafa atirada ao mar.

Estamos construindo um futuro?

Torço para que a leitura deste volume suscite tantas outras possibilidades do Psicodrama chegar lá.

 

Um grande abraço

Devanir Merengué
Editor