EDITORIAL

A Revista Brasileira de Psicodrama está consolidada como uma fonte diferenciada de contribuições sobre a teoria e a prática psicodramáticas, desempenhando um papel relevante para a visibilidade do Psicodrama no meio científico. Cada exemplar – em fortes cores brasileiras – representa uma presença marcante em bibliotecas particulares e universitárias e apresenta os produtores de ciência da comunidade psicodramática.

No entanto, outra realidade se impõe a cada dia, a primazia da pesquisa em bibliotecas eletrônicas. Enquanto a Revista impressa tem limitações na distribuição e é cada vez menos buscada nas bibliotecas físicas, a versão on-line tem maior potencial para atingir a nova geração de estudantes e profissionais pesquisadores da teoria e da prática socionômicas. Seus artigos digitalizados compõem o vasto universo de artigos das bibliotecas eletrônicas, portanto, mais presente em qualquer rede de computadores interligados para a partilha de conhecimentos sobre as práticas psicoterápicas ou socioeducacionais, intervenções individuais ou grupais, nos mais diversos contextos de aplicação (áreas clínica, educacional, social, institucional, organizacional etc.). A presença vitoriosa de mais um exemplar impresso perde a importância, diante desse novo cenário.

O acesso aberto mudou os paradigmas das publicações científicas, tornando o conhecimento acessível a todos, sem barreiras físicas e temporais. Isso só foi possível graças ao modelo digital de publicações e à inclusão das revistas nas melhores bibliotecas eletrônicas. Outra demanda que se impõe é uma cultura de publicar artigos com palavras-chave normalizadas, de acordo com vocabulários controlados específicos de cada área, como é o caso da Terminologia em Psicologia e Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), que são utilizados na indexação e asseguram a localização imediata de nossos artigos pelos pesquisadores do Psicodrama e de outras abordagens teóricas.

Hoje, nossa revista está indexada nas bases de dados: Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), que atinge 27 países, e publicada no portal Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC), que é uma fonte de informação da Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia da União Latino-Americana de Entidades de Psicologia (BVSPsi ULAPSI). Está também em processo de indexação nas bibliotecas eletrônicas: Scientific Electronic Library Online (SciELO), que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros, e Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal (Redalyc). Outras oportunidades estão sendo estudadas, com a valiosa assessoria da professora Dra. Maria Imaculada Sampaio, bibliotecáriachefe do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora técnica da BVS-Psi.

Nestes dois anos como editora, um desafio importante tem sido intermediar o diálogo entre pareceristas brasileiros e autores de outras culturas. O Psicodrama brasileiro tem características próprias, desenvolvidas em sintonia com nossa cultura. Enquanto brasileiros questionam fortemente a aplicação de modelos quantitativos, europeus têm incluído cada vez mais essa modalidade de pesquisa na comprovação da eficácia da prática psicodramática. A Revista tem se proposto a dialogar com outros paradigmas, construindo oportunidades para trocas e avaliações expandidas, que vão além das nossas fronteiras nacionais.

Neste último exemplar, trazemos contribuições de psicodramatistas do Brasil, da América do Sul (Chile), da Europa (Portugal e Áustria), todos apresentando formas próprias de aplicar e pesquisar o Psicodrama. Constatamos neste ano que a nova geração de psicodramatistas está fazendo um Psicodrama novo e vigoroso, mais próximo ao Sociodrama, à arte, ao teatro, ao trabalho com o social e com as novas populações. Essa oportunidade para interlocução poderá ser expandida ainda mais no próximo Congresso Brasileiro de Psicodrama, o espaço por excelência para debates.

A partir do próximo exemplar, acompanharemos o futuro da pesquisa científica no Psicodrama brasileiro unicamente através da versão on-line ISSN 2318-0498. Enormes agradecimentos aos autores, aos colaboradores e aos leitores que possibilitaram (e continuarão a apoiar) o fortalecimento da REVISTA BRASILEIRA DE PSICODRAMA!

Heloisa Fleury
Editora