SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.25 número2Inventário de espontaneidade revisado (SAI-R): análise da estrutura fatorial da adaptação brasileira índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Revista Brasileira de Psicodrama

versão impressa ISSN 0104-5393versão On-line ISSN 2318-0498

Rev. bras. psicodrama vol.25 no.2 São Paulo dez. 2017

http://dx.doi.org/10.15329/2318-0498.20170016 

EDITORIAL

 

Editorial

 

 

Heloisa Fleury

Editora

 

 

A Revista Brasileira de Psicodrama comemora o 25º volume publicado. Foram anos de muita dedicação e empenho de todos que participaram das inúmeras equipes editoriais, apoiados por todos os autores que garantiram essa permanência da Revista como um dos principais veículos de divulgação do Psicodrama brasileiro e das práticas grupais contemporâneas.

A Federação Brasileira de Psicodrama (Febrap) foi criada tendo como um dos principais objetivos a edição de uma revista científica. A primeira tentativa foi com a Revista da Febrap, que publicou sete volumes. Em 1987, no I Encontro de Professores e Supervisores de Psicodrama, em Brasília, Marisa Greeb dirigiu uma atividade com os representantes das entidades federadas; e, com todo apoio político, batizaram a publicação científica de Revista Brasileira de Psicodrama, com a missão de universalizar o saber psicodramático e suas correlações.

Essa filha querida foi apresentada por Moysés Aguiar em 1990, com os dois números do volume 1. A Revista lutou bravamente pela sobrevivência, que ocorreu apenas em 1994, sob a batuta de Wilson Castello de Almeida, em parceria com Murillo Viotti. Construíram uma identidade visual e definiram seções caracterizando, desde o volume 2, o periódico científico do Psicodrama brasileiro. Registraram os desenvolvimentos da teoria e da prática do Psicodrama brasileiro até 2005, quando Wilson passou o bastão olímpico a Devanir Merengué, que trouxe inovações na identidade visual e nas seções da Revista, que passou a ter um forte viés temático. Em 2012, assumi essa importante função de dar continuidade a um projeto vitorioso construído durante duas décadas pela comunidade psicodramática brasileira.

Novamente, renovamos a identidade visual da Revista, trazendo um sentido simbólico de abertura para os novos tempos que se anunciavam. Após duas décadas, uma nova realidade se impunha com a primazia de pesquisas em bibliotecas eletrônicas. Precisávamos enfrentar a descontinuidade da versão impressa, acreditando no potencial da versão on-line para atingir novos horizontes, principalmente uma nova geração de estudantes e profissionais interessados no Psicodrama e nas práticas grupais. Desde 2014, o acesso aberto aos nossos artigos está garantido no portal Periódicos Eletrônicos de Psicologia (PePSIC), http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=0104-5393&lng=pt&nrm=iso, que é uma fonte de informação da Biblioteca Virtual em Saúde - Psicologia da União LatinoAmericana de Entidades de Psicologia (BVS-Psi Ulapsi). A Revista também está disponível na base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), http://lilacs.bvsalud.org/, que atinge 27 países; no Google Acadêmico, https://scholar.google.com.br/citations?hl=pt-BR&user=WigJj08AAAAJ&view_op=list_works &sortby=pubdate; e no Portal Latindex, http://www.latindex.org/latindex/ficha?folio=1993. O conhecimento tornou-se acessível a todos, sem barreiras físicas e temporais, confirmando o acerto dessa decisão polêmica.

Nesse novo cenário, facilitamos a seleção de nossos artigos por todos os interessados por meio da publicação de palavras-chave normalizadas, de acordo com vocabulários controlados específicos de cada área, como a Terminologia em Psicologia e Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). No entanto, uma vez selecionado, o artigo será avaliado por sua qualidade científica. Nesses últimos anos, autores de todo o Brasil têm atendido melhor aos critérios de avaliação por pares: problema investigado bem formulado, objetivos claros, boa (e concisa) fundamentação teórica, descrição do método, avaliação dos resultados, caracterizando um texto com coerência interna entre a fundamentação teórica, o método e os procedimentos utilizados para alcançar os resultados obtidos.

O sistema de avaliação Qualis, relativo à qualidade da produção científica publicada em periódicos científicos, vem melhorando a classificação da Revista. Atualmente, atingimos B2 em Psicologia e B3 em Enfermagem. O Psicodrama brasileiro tem como um dos principais diferenciais a diversidade de contextos em que atua. Também são muitos os referenciais teóricos. Contamos com todos os autores de outras áreas para ampliarmos as áreas de classificação da Revista.

Atendendo a um convite do psicodramatista norte-americano Adam Blatner, juntamente com Marlene Marra e Anna Maria Knobel, elaboramos uma ampla pesquisa sobre o Psicodrama brasileiro. As contribuições de participantes de 15 estados brasileiros confirmaram a importância de um periódico com temática diversificada.

Este número contribui para essa diversidade. A seção Artigos Inéditos inicia-se com a análise da estrutura fatorial da adaptação brasileira do Inventário de Espontaneidade Revisado (SAIR). Trata-se de um inventário desenvolvido pelos psicodramatistas americanos Kipper e Hundal em 2005, com o auxílio de psicodramatistas europeus e norte-americanos. No contexto universitário, a pesquisa atualiza o quociente de espontaneidade proposto originalmente por Moreno.

No artigo seguinte, um ato psicodramático é apresentado em todo seu potencial terapêutico. Com essa proposta de intervenção social, as autoras confirmam a riqueza do Psicodrama como instrumento de sensibilização e empoderamento de comunidades.

A construção do papel de psicodramatista didata supervisor, fundamentada na Socionomia e na Pedagogia Psicodramática, contribui para reflexões sobre o ensino do Psicodrama. Segue-se um relato de experiência que ressalta a riqueza do processo grupal no levantamento de significados do ócio, resgatando a vivência do tempo com qualidade.

Essa seção apresenta dois artigos da área organizacional. O primeiro discute uma nova forma de trabalho psicodramático, por meio de Jogos Dramáticos, para a avaliação e o desenvolvimento de aptidões em uma instituição financeira. E finaliza com um sociodrama em instituição pública federal que contribui para o desenvolvimento de competências gerenciais.

A seção Artigos de Reflexão apresenta um artigo que relaciona as contribuições de Bronfenbrenner e Moreno, propondo o resgate da Psicomúsica no meio acadêmico como instrumento terapêutico e no apoio e na manutenção de grupos musicais.

Na pesquisa sobre o Psicodrama brasileiro, foi surpreendente confirmar a presença de diferentes modalidades de teatralização entre os psicodramatistas contemporâneos. Neste número, a seção Comunicações Breves inicia-se com o relato de um Psicodrama Público ocorrido no Centro Cultural São Paulo utilizando o Teatro de Reprise. Segue-se uma apresentação do Teatro-Debate, modalidade desenvolvida pela Companhia de Teatro Espontâneo fundada pelo grupo do saudoso Moysés Aguiar.

O Psicodrama tem contribuído cada vez mais em hospitais. Na sequência, são apresentadas duas experiências em hospitais, uma com pacientes e seus familiares e outra em treinamento de equipes profissionais. Na primeira, a população são pacientes e familiares à espera de cirurgia para tratamento oncológico. A segunda ilustra a utilização, em vários estados brasileiros, de modalidade contemporânea do Psicodrama no desenvolvimento de equipes na assistência obstétrica.

Este número traz duas resenhas. A primeira delas apresenta a nova edição do livro "Introdução ao Psicodrama", de Jaime G. Rojas-Bermúdez, criador da Teoria do Núcleo do Eu. A segunda discorre sobre o livro "Psicodrama: Apontamentos e criação", tecendo aproximações subjetivas entre os 14 capítulos, ilustrando o amplo e diversificado universo do Psicodrama contemporâneo brasileiro.

Finalizo com meus agradecimentos a todos que contribuíram para a manutenção da Revista. São 25 anos em que autores, equipes editoriais, a Febrap e, principalmente, nossos leitores garantiram a continuidade e a valorização da Revista.

Creative Commons License