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Revista Brasileira de Psicodrama

versão On-line ISSN 2318-0498

Rev. bras. psicodrama vol.28 no.2 São Paulo maio/ago. 2020

 

Artigo original

 

IMAGODRAMA: uso de bonecos e objetos-auxiliares em psicodrama individual e on-line

 

IMAGODRAMA: use of puppets, and auxiliary objects in individual and online psychodrama

 

IMAGODRAMA: uso de muñecos y objetos-auxiliares en psicodrama individual y online

 

 

Leonidia Alfredo Guimarães1,*

 

1. Associação Baiana de Psicodrama e Psicoterapia de Grupo – Salvador (BA), Brasil.

 

 

RESUMO: Este artigo aborda aspectos referentes à utilização de objetos-auxiliares e mediadores em psicodrama individual e on-line a partir das suas funções terapêuticas, e associados à técnica de construção de imagens psicodramáticas com bonecos. Retoma o enquadre clássico da metodologia psicodramática com o objetivo de adequar os instrumentos fundamentais do psicodrama ao atendimento on-line e, em seguida, abrir a discussão teórica sobre as nomenclaturas surgidas no Brasil, decorrentes de diferentes enquadres em psicodrama individual. Conclui sua escrita com as definições dos conceitos de objetos-auxiliares, mediadores e criativos, ilustrando com três sessões on-line sobre o uso de bonecos e objetos-auxiliares em psicodrama clínico, definindo sua prática clínica, seja presencial ou on-line, como Imagodrama.

Palavras-chave: Psicodrama individual; Psicodrama online; Objetos-auxiliares; Conserva cultural; Imagodrama.

ABSTRACT: This article addresses aspects related to the use of auxiliary and mediating objects in individual and online psychodrama based on their therapeutic functions and associated with the technique of constructing psychodramatic images with puppets. It returns to the classic framework of the psychodramatic methodology, intending to adjust the fundamental instruments of psychodrama to online care, and then to open a theoretical discussion about the nomenclatures that started in Brazil resulting from different frameworks in individual psychodrama. It concludes with the definitions of the concepts of the auxiliary, mediating, and creative objects, illustrating three online sessions on the use of auxiliary objects in clinical psychodrama.

Keywords: Individual psychodrama; Online psychodrama; Auxiliary objects; Cultural preserve; Imagodrama.

RESUMEN: Este artículo aborda aspectos referentes a la utilización de objetos-auxiliares y mediadores en psicodrama individual y online a partir de sus funciones terapéuticas, y asociados a la técnica de construcción de imágenes psicodramáticas con muñecos. Retoma el encuadre clásico de la metodología psicodramática con el objetivo de adecuar los instrumentos fundamentales del psicodrama a la atención online y, en seguida, abrir la discusión teórica sobre las nomenclaturas surgidas en Brasil, derivados de diferentes encuadres en psicodrama individual. Concluye su escritura con las definiciones de los conceptos de objetos-auxiliares, mediadores y creativos, ilustrando con tres sesiones online sobre el uso de muñecos y objetos-auxiliares en psicodrama clínico, definiendo su práctica clínica, ya sea presencial u online, como Imagodrama.

Palabras-clave: Psicodrama individual; Psicodrama online; Objetos-auxiliares; Conserva cultural; Imagodrama.

 

 

 

INTRODUÇÃO

Sabemos que historicamente o psicodrama representa a passagem dos procedimentos verbais aos métodos de ação (Moreno, 1978). É dessa maneira que o psicodrama se destaca na área da psicologia como método psicoterapêutico, diferenciando-se entre os métodos de ação, por promover profundo mergulho no inconsciente, que resulta em transformações externas significativas na forma do indivíduo atuar no mundo.

Neste momento, estamos passando pelo desafio de adequar a metodologia psicodramática ao atendimento on-line, dado à pandemia do COVID-19. A editora executiva da Revista Brasileira de Psicodrama, Heloísa Fleury, foi bastante ágil na publicação de dois novos artigos sobre o tema (Fleury, 2020; Vidal &Castro, 2020).

Neste artigo, a princípio escrito com o objetivo de refletir sobre o uso de objetos no psicodrama, incluí, durante a revisão do texto, as adaptações que fiz da técnica de construção de imagens psicodramáticas com bonecos para o atendimento on-line.

Sabemos que o psicodrama opera a partir de cinco instrumentos fundamentais: Diretor de Psicodrama, Egos-auxiliares, Cenário, Protagonista ou Paciente e Grupo; três etapas: aquecimento, dramatização e comentários; e três contextos: dramático, grupal e social (Moreno, 1978; Rojas-Bermúdez, 1970).

Para o psicodrama on-line, considero importante comentar sobre as questões referentes ao Cenário e aos Egos-auxiliares, uma vez que os demais instrumentos se mantêm incólumes.

Cenário: espaço destinado à vivência de conflitos e à representação de papéis, delimitado por um tablado ou um tapete. No psicodrama on-line, o cenário como instrumento fundamental do psicodrama é delimitado sobre a mesa (home office), circunstância que, na minha opinião, considero ideal, tanto para o manejo dos objetos-auxiliares, com escolhas acertadas entre as partes, quanto para conservação do setting de atendimento no ambiente do terapeuta. Isso ajuda a manter o foco e o aquecimento, sem dispersar o paciente da dramatização.

Contudo, o cenário pode ser estendido se for preciso incluir a participação corporal do paciente, por meio da expressão de sentimentos com o próprio corpo, a psicodança, o relaxamento dinâmico com visualizações criativas, relatos corporais de sonhos, desenhos, etc. Para a escolha de jogos dramáticos, na perspectiva de atendimento individual, sugiro consultar a publicação de Yozo (1996), que classifica os jogos de acordo com o desenvolvimento da matriz de identidade.

Para delimitar o Cenário, uso um mini palco retangular nas dimensões 0,50 cm x 0,25 cm, com 0,15 cm de altura, coberto com material de palha sintética. No centro do Cenário, coloco duas cadeiras em miniatura de MDF, que são retiradas para marcar a mudança para a etapa de dramatização, conforme o ritual criado por Rojas-Bermúdez. Esse manejo técnico é usado como recurso para focar a atenção do paciente na ação psicodramática, realizada fora de si mesmo.

Egos-auxiliares: são responsáveis por três funções básicas: na função de ator, irá representar o mundo de relações do paciente por meio do desempenho de papéis; na função de agente terapêutico, torna-se responsável pelo desempenho das técnicas psicodramáticas; e na função de investigador social, ocupa o papel de observador subjetivo objetivado.

Na situação on-line, podemos trabalhar as dramatizações e as construções de imagens utilizando os objetos-auxiliares em miniatura para que caibam no cenário. Usamos bonecos pouco estruturados (cabeça e tronco em cone), bonecos em biscuits expressivos de emoções básicas e com posturas corporais fixas, pedras, cristais, peças de xadrez, mini almofadas, bijuterias, miniaturas de animais e figuras humanas religiosas, de contos de fada, de diferentes profissões, e outras, como representantes de conservas culturais.

Cabe ao diretor de psicodrama e ao paciente darem vida a esses objetos. O manejo das técnicas normalmente atribuídas ao ego-auxiliar é assumido pelo diretor (Fonseca, 2000), buscando a participação ativa do paciente.

As três etapas da sessão – aquecimento, dramatização e comentários ou sharing – foram mantidas e confortavelmente encaixadas no atendimento on-line.

Lembrando que a função básica de todos esses instrumentos é produzir vivências que resultem em aprendizagens emocionais, e facilitar a catarse de integração através da ressignificação de conflitos, os quais são objetivados pelo método psicodramático, bem como as descobertas e soluções encontradas pelo próprio protagonista.

Chamo a atenção, também, para a funcionalidade simbólica da realidade suplementar, pois, como já dizia Moreno, são as forças hereditárias (realidade interna) em oposição às forças sociais (realidade externa) que constituem o indivíduo e habitam o seu nosso mundo interno – área ambiente, para Rojas-Bermúdez (Moreno, 1959).

O método usado no Imagodrama, cujo procedimento deriva da técnica de construção de imagens com bonecos, tem sido um grande aliado nesses novos tempos de distanciamento social, e o qual pôde ser adaptado para incluir o trabalho terapêutico com as técnicas básicas do psicodrama como duplo, espelho, solilóquios e inversão de papéis, aliado, em sua segunda etapa, à criação de estórias seguidas de processamento verbal.

Durante os três primeiros meses da Pandemia do COVID-19, ao adaptar a minha técnica de construção de imagens com bonecos para o atendimento on-line, percebi que o manejo técnico distanciou-se em alguns aspectos da técnica original definida por Rojas-Bermúdez para a construção de imagens com pessoas e tecidos.

Entre as diferenças mais marcantes, destaco o tipo de produção psicodramática no psicodrama on-line, na qual o diretor de psicodrama exerce a função de ego-auxiliar e posiciona os objetos no cenário de acordo com as escolhas e a orientação do paciente quanto ao posicionamento dos mesmos.

Embora esta circunstância se apresente apenas na situação virtual, levei em conta que outras variáveis presentes na adaptação da técnica original para o uso de bonecos e objetos-auxiliares apontavam para a instrumentação de objetos para a construção das imagens, sem incluir o comprometimento corporal do paciente. Um detalhe de alta relevância para a escola de Rojas-Bermúdez.

Refletindo sobre esta questão, resolvi denominar o procedimento que venho utilizando como Imagodrama – imagem dos objetos em ação. Segundo a etimologia da palavra, imago é de origem latina e significa imagem, enquanto drama tem sua origem no grego, que significa ação.

Então, o método de construção de imagens com bonecos e objetos-auxiliares pôde ser melhor caracterizado como uma instrumentação de imagens para a construção de cenas, título que dei à minha monografia de psicodramatista, ao analisar o tipo de produção psicodramática presente nas "técnicas do ingeridor", posteriormente resumida e publicada na Revista Brasileira de Psicodrama (Guimarães, 1998).

Atualmente, disponho também de bonecos expressivos, confeccionados em biscuits laváveis, com posturas corporais estáticas, úteis para expressar sentimentos e emoções provenientes da área corpo1, para construir imagens reais com conteúdo que não pode ser simbolizado, apenas significado.

No Brasil, surgiram outras soluções alternativas para operar com o psicodrama sem contar com egos-auxiliares. Entre as mais adotadas, o próprio diretor de psicodrama assume a função de ego-auxiliar, surgindo, a partir daí diferentes enquadres clínicos: a psicoterapia psicodramática (Bustos,1979); o psicodrama bipessoal (Cukier,1992); e a psicoterapia da relação desenvolvida por José Fonseca (2000). Rojas-Bermúdez (1970) mantém a nomenclatura original de psicoterapia de grupo e psicodrama, denominando as sessões individuais de psicodrama individual realizadas em Unidade Funcional (terapeuta e ego-auxiliar).

Para Cukier (1992), prescindir do contexto grupal e dos egos-auxiliares na psicoterapia implicou em certa descaracterização do método original proposto por J. L. Moreno, ponto que justificaria o surgimento de novas nomenclaturas e articulações teóricas para tornar possível o processo psicoterápico.

Contudo, a autora realça a importância da criatividade e espontaneidade do psicoterapeuta para lidar com essa questão e ter disposição para trabalhar como ego-auxiliar, assumindo as duas funções (terapeuta e ego-auxiliar). Também, ela faz uso de almofadas de várias cores e formas e de outros objetos como bonecos.

Outra alteração acrescida à técnica de construção de imagens com bonecos foi a inclusão de algumas miniaturas usadas no Jogo da Caixa de Areia2 como representantes de Conservas Culturais, principalmente as figuras humanas caracterizadas em papéis sociais como médico, professor, manicure, garçon, entre outras, além de figuras arquetípicas como mago, santos e orixás.

Considero uma técnica excelente para psicodramatistas acostumados a trabalhar com imagens psicodramáticas. Costumo fazer o processamento dos cenários segundo a metodologia de construção de imagens que utilizo, adaptadas às técnicas psicodramáticas citadas anteriormente.

O uso do Imagodrama on-line foi testado, inicialmente, com voluntários que queriam experimentar a técnica para familiarizarem-se com o método, sem o compromisso de ingressar em psicoterapia.

A técnica já foi usada para apresentação em congressos e cursos ministrados por outros colegas e, desde 2018, foi incluída no conteúdo curricular dos cursos de formação da Associação Baiana de Psicodrama e Psicoterapia de Grupo, na disciplina Oficina de Técnicas Psicodramáticas, desde então sob a minha docência.

 

SOBRE O USO DE OBJETOS NO PSICODRAMA

Para Perazzo (2018), a utilização de objetos no psicodrama remete à técnica da cadeira vazia de J. L. Moreno, cuja autoria também é atribuída a Fritz Perls (1893-1970). Pelo que temos conhecimento, Perls foi psiquiatra, psicanalista e psicoterapeuta alemão, de origem judaica, e foi o responsável pela abordagem cunhada de Gestal-terapia, adotada pela psicologia Gestáltica.

Perazzo utiliza a denominação psicodrama individual para os atendimentos realizados sem a presença de egos-auxiliares e considera todos os objetos usados em psicodrama, a saber, cadeiras, almofadas, desenhos, mãos, entre outros, como objetos intermediários. Ele atribui pouco valor psicodramático ao uso desses objetos e realça a importância de trabalhar "com pessoas vivas e falantes" (Perazzo, 2018, pp.102-107).

Elisete Garcia (2010), criadora do método Tatadrama, desenvolve um trabalho que tem como recurso auxiliar um conjunto de bonecas de pano – confeccionadas por artesãs do Crato, Ceará –, o qual está fundamentado na espontaneidade e criatividade do ato de brincar, e associado às técnicas do psicodrama e do sociodrama. Ela atribui às bonecas a função de objeto intermediário ao destacar as oito funções desse objeto, tal como definido por Rojas-Bermúdez (1970), a saber: existência real e concreta, inocuidade, maleabilidade, transmissibilidade, adaptabilidade, assimilabilidade, instrumentalidade e identificabilidade (Garcia; Malucelli, 2010, pp.72-84).

Para Moreno (1978), o espaço da dramatização é o lócus imprescindível de aprendizagens e de construção da subjetividade, função que a princípio deve ser estendida ao mundo de objetos, de pessoas e de eventos. Assim, a vida não é colocada apenas em cena, mas passa a ser pensada e investigada em ciclos de ação e reflexão até que o protagonista possa chegar à simbolização de conflitos, alcançar a catarse de integração e seguir novos rumos, como maneira de descobrir novos significados para as suas questões atuais e antigas, além de se preparar para situações futuras.

Rojas-Bermúdez, ao trabalhar na clínica com psicoterapia, especialmente, no tratamento psicoterapêutico com os pacientes psicóticos no Hospital T. Borda (Buenos Aires, 1966/67), deparou-se com situações em que era necessário observar a estrutura de personalidade do paciente para adequar as técnicas psicodramáticas às condições de saúde mental:

. . . quero enfatizar a necessidade de que os terapeutas diferenciem os esquemas teóricos dos atos terapêuticos e não confundam o processo terapêutico, que desenvolve uma dinâmica própria, com o ajuste do material do paciente a dito esquema teórico . . . a relação terapêutica precisa ser o inverso: o terapeuta há de adaptar-se à maneira de ser, pensar e sentir do paciente para poder ajuda-lo (Rojas-Bermúdez, 1997, p.10, grifo e tradução nossa).

Rojas-Bermúdez considera que somente o paciente é capaz de conhecer a própria realidade interna e, dessa maneira, o trabalho terapêutico se resume, em princípio, a permitir que o paciente acesse tais conflitos para expressá-los no cenário, por meio da construção de imagens psicodramáticas que possibilitem a observação conjunta dessa estrutura, mediante diferentes pontos de vista e detalhes assinalados.

Esse momento anterior à dramatização, serve para deslocar a atenção do paciente de dentro para fora, levando-o ao relaxamento de campo, ao dar lugar a uma atividade compartilhada com perguntas e comentários que esclarecem as formas e os conteúdos. Isso facilita a revelação de conflitos e o funcionamento dos papéis assumidos pelo paciente, aprofundado por cortes temporais (sentido longitudinal) e cortes transversais (espaço-tempo). A partir desse ponto, o paciente pode dramatizar, assumir personagens e esclarecer as circunstâncias associadas.

Essa foi a técnica criada por Rojas-Bermúdez para utilizar o psicodrama no contexto da psicoterapia por meio do uso de objetos. No Imagodrama, a impossibilidade de o paciente entrar na imagem e ocupar concretamente as diversas "partes da imagem" é compensada pela projeção e identificação do protagonista com os bonecos escolhidos para representar o seu mundo interno de fantasias, relações interpessoais, suas relações tele e as emoções representadas no Cenário. Podemos dizer que o paciente concretiza a imagem à distância e sente no próprio corpo os reflexos da ação psicodramática, de forma espontânea.

 

DISCUSSÃO E REFERENCIAL TEÓRICO

Considero importante dar início a esta discussão, lembrando que a psicoterapia psicodramática que praticamos privilegia o desenvolvimento do indivíduo e dos grupos humanos, ao convidá-los à espontaneidade e à vida plena de afetos em seus relacionamentos interpessoais, buscando, principalmente, a harmonia entre sentimentos, pensamentos e ações.

Para percorrer este caminho, devemos adotar a filosofia de base existencial fenomenológica e destacar, sobretudo, a importância da inclusão social do indivíduo para a sua adaptação biopsicossocial.

Tudo isso nos leva a pensar que a etapa de dramatização no psicodrama permite o uso de diversos recursos para o desenvolvimento da espontaneidade e da criatividade, levando-se em conta os vários caminhos metodológicos para facilitar o encontro do indivíduo consigo mesmo e com o outro, mesmo que este encontro seja simbólico ou fictício.

Por meio dos métodos existentes, conseguimos alcançar o desenvolvimento da telecomunicação empática e verdadeira em dupla via: uma, leva a ampliação da consciência social, estimulada pelo contexto grupal ou personagens internos representados no cenário, que produz a catarse de integração psicodramática; e a outra, leva ao autoconhecimento decorrente das soluções encontradas pelo protagonista por meio de insights profundos baseados na própria vivência.

Destaco aqui, também, a possibilidade de articulação do psicodrama à neurociência, proporcionada pelo trabalho com as imagens psicodramáticas, sustentada pelos indícios de que, ao usar esta metodologia, ocorre uma estimulação do hemisfério direito do cérebro (sistema límbico, imagens, sensações e emoções) que estabelece conexões com o hemisfério esquerdo do cérebro (lógico, verbal e interpretativo), levando à produção de novas redes neurais no sistema cerebral (cognição e aprendizagem vivencial) (Guimarães, 2010; 2012).

A partir desse referencial teórico, os psicodramatistas — adeptos do método de Rojas-Bermúdez — observam criteriosamente as especificidades dos conceitos construídos quanto ao funcionamento do núcleo do eu-esquema de papéis, o qual oferece subsídios para fazermos uso do conceito de objeto intermediário. Na minha modesta opinião, o uso conceitual correto de objeto intermediário pode ser facilitado entendendo-se a sua instrumentação como uma técnica específica, onde o ego-auxiliar desempenha um papel complementar ou suplementar às necessidades do paciente através de fantoches, máscaras e túnicas, facilitando o relaxamento de campo para a complementariedade de papéis com o paciente.

Graciela Moyano (2012) – esposa de Rojas-Bermúdez e membro executivo da Asociación de Sicodrama y Sicoterapia de Grupo (ASSG) – classificou os vários objetos usados no psicodrama de acordo com as suas três funções terapêuticas: como recursos auxiliares, como recursos mediadores e como recursos criativos, os quais apresentei em trabalho anterior (Guimarães, 2018). Mas, pessoalmente, prefiro utilizar as denominações de objetos-auxiliares, objetos-mediadores e objetos-criativos.

Neste artigo, apresento os mesmos conceitos, alterando apenas as suas denominações, já que podemos inferir suas funções dos objetos de acordo com as suas características funcionais:

  1. Objetos-auxiliares: são todos aqueles cuja função terapêutica serve para representar papéis e o mundo interno do paciente. Podem ser manuseados livremente por diretores, egos-auxiliares e protagonistas.
  2. Objetos-mediadores: são objetos que facilitam a comunicação terapêutica em estados psicóticos ou neuróticos graves, como os objetos intermediários (manuseado por ego-auxiliar) e intraintermediários (manuseado pelo paciente).
  3. Objetos-criativos: são confeccionados pelo paciente como expressão artística e estética, tais como desenhos, pinturas, cerâmicas, máscaras, etc.

As circunstâncias terapêuticas para a utilização de objetos-mediadores é a dificuldade ou a impossibilidade de comunicação verbal do paciente. Na psicoterapia infantil, os fantoches são bastante úteis principalmente em casos de dificuldades de expressão verbal. São muito úteis também com adultos em estado "ensimesmamento" (dilatação do si mesmo psicológico). Nessas circunstâncias, servem para restabelecer o vínculo e produzir mudanças expressivas no jogo de papéis dado à liberação da espontaneidade-criatividade para a integração do subsistema natural (emoções) ao sistema social (neocórtex), chamado de acoplamento estrutural por Maturana &Varela (1984).

 

ILUSTRAÇÃO DO USO DE BONECOS E OBJETOS AUXILIARES

Para concluir este artigo, selecionei três sessões on-line em que fiz uso de bonecos, miniaturas e outros objetos auxiliares para a construção de átomo social, entrevista psicodramática e entrevista livre. A seguir, apresento fragmentos dessas sessões.

 

CONSTRUÇÃO DE ÁTOMO SOCIAL REALIZADO ON-LINE

A entrevista foi realizada com rapaz de 43 anos, solteiro, nível superior, muito sociável, católico e seguidor da doutrina espírita. É portador, há dez anos, de distúrbios mentais: esquizofrenia moderada e controlada com medicação, mantendo nível de funcionalidade muito bom, com preservação de vários papéis sociais.

Tendo em vista o comprometimento emocional do protagonista, definimos que a construção do átomo social se resumiria à primeira etapa do procedimento: o posicionamento das pessoas mais próximas e das pessoas mais distantes com quem ele mantém relacionamento.

O protocolo integral inclui uma segunda etapa para a investigação sociométrica dos vínculos, a qual consiste em solilóquios e apresentações em cada papel com projeções objetivas e subjetivas (Bustos, 1979).

Para a configuração desse átomo social, foram usadas cinquenta peças como objetos-auxiliares, com o material que estava disponível no momento: pedras, peças de xadrez e jogo de dama. Usei também duas cruzes para demarcar pessoas falecidas incluídas, e um recipiente transparente para representar Deus, colocado pelo paciente na parte superior direita do cenário, após observar o que havia construído.

A sessão transcorreu tranquila, resultando em apreciações de entusiasmo e alegria pelo trabalho realizado. A ausência de um crucifixo para representar Deus, evoluiu para comentários de fé na espiritualidade como tudo que "fica invisível, mas a gente sabe que existe e está em todas as coisas, protegendo a todos nós" (sic). O átomo social pode ser visualizado na Fig.1.

 

 

Figura 1. Ilustração de átomo social realizado em sessão on-line

 

ENTREVISTA PSICODRAMÁTICA ON-LINE

A sessão foi realizada com protagonista de 58 anos, mulher, casada, dois filhos, professora e profissional da área de saúde. Como se sabe, essa entrevista psicodramática é realizada a partir da História Biopatográfica, a história de vida da paciente desde o nascimento até o momento atual, com destaque para os principais acontecimentos e memórias mais importantes na linha do tempo.

Faz parte das cinco entrevistas preliminares à psicoterapia, definidas por Rojas-Bermúdez (1984): Entrevista Livre, História Biopatográfica, História Psicodramática, Átomo Familiar e Átomo Social. A entrevista psicodramática consiste em contar a história de vida com o corpo, sem palavras e por meio de expressão corporal.

No consultório, são realizados três percursos no cenário: o primeiro para explorar o espaço disponível entre o canto esquerdo superior do tablado (nascimento) e o lado superior oposto (morte). No segundo percurso, a orientação dada pelo diretor é para lembrar mentalmente a história contada na seção anterior até o momento atual, enquanto percorre a borda do cenário, parando nos pontos que quer destacar. A cada parada, perguntamos em que idade ela está.

No terceiro percurso, pede-se que a cada parada expresse com o corpo o momento vivido. Depois, pode-se fazer cortes transversais para trabalhar algum momento escolhido pelo paciente ou pelo terapeuta.

No psicodrama on-line, são necessárias apenas três etapas: (1) Início do aquecimento com o Psicodrama Interno (Fonseca, 2000); (2) Relato da Vivência, destacando os principais momentos; (3) Escolha dos objetos auxiliares para representar cada momento. Em seguida (ou em sessão posterior), os cortes transversais podem ser realizados com a construção de imagens para o aprofundamento.

No caso ilustrado, foram feitos dois cortes transversais na mesma sessão, construindo a imagem complementar (inclusão de outras pessoas). As miniaturas da caixa de areia foram muito úteis, por trazerem conservas culturais bem demarcadas, conforme se vê a seguir: bebês, casamento, formatura, médico, músico e professora (Fig. 2).

 

 

Figura 2. Ilustração de entrevista psicodramática on-line

 

SESSÃO LIVRE REALIZADA ON-LINE

Nesta sessão, a protagonista tem 28 anos, é mulher, solteira, nível superior e está passando por um momento de perda de um amigo muito próximo, com quem havia tido um relacionamento amoroso na adolescência. O tema trazido foi trabalhado com a construção de imagens psicodramáticas com bonecos expressivos. Após a escolha dos bonecos e a construção da imagem, seguida de solilóquios e duplos, a protagonista lembrou-se de uma história, perguntou se eu tinha um colar de pérolas para colocar no centro da imagem (foi aceito uma pulseira), e passou a contar a história do colar de pérolas.

A história contada tinha a ver com o inatingível naquele momento. Fala da necessidade de se manter só e isolada para descobrir a sua essência. Como na história do colar de pérolas que se partiu, somente, então, ela pôde descobrir que dentro de si havia um fio que poderia unir todas as pérolas novamente.

Foram feitas apenas duas intervenções: uma, antes da história do colar de pérolas, que incluiu o personagem enlutado para a aceitação e a conscientização do luto, posicionando-se o personagem enlutado, atrás da protagonista, para realizar o Duplo, o qual eu desempenhei. A outra, após a história contada, colocando o personagem mítico atrás de uma amiga destacada como mística, para que ela fizesse o solilóquio a partir desse papel imaginário (realização simbólica). Visualizar Fig. 3, adiante.

 

 

Figura 3. Ilustração de entrevista livre realizada on-line

 

Nesta sessão on-line, seguimos a recomendação de Zerka T. Moreno (1975), quanto à necessidade de reforçar a regra básica de promover o aquecimento da periferia para o centro ao tratar de acontecimentos traumáticos, começando no nível mais superficial possível. A sessão foi finalizada após a protagonista concluir que só conseguiria chegar a sua essência quando encontrasse o fio que une todas as coisas, como na história do colar de pérolas.

 

CONCLUSÃO

A nova classificação dos objetos em auxiliares, mediadores e criativos trouxe a possibilidade de enfrentar os desafios do psicodrama on-line, sem muita dificuldade e sem descaracterizar os princípios básicos do psicodrama em termos de concretização e materialização no cenário dos conflitos trazidos pelo paciente para a psicoterapia psicodramática.

Creio que, em relação aos objetos intermediários, poderá existir discordâncias conceituais. Contudo, ficou entendido tratar-se de uma terminologia específica ligada aos construtos teóricos do núcleo do eu, que exige aprofundamento e stricta usum para adequar cientificamente as situações em pauta.

Na dúvida, podemos refletir sobre o estado do paciente antes e depois do procedimento realizado, certificando-nos de ter havido uma mudança significativa em termos de novos papéis, de mudanças de posturas, de liberação de espontaneidade-criatividade e de restabelecimento dos estados emocionais.

No caso da técnica de construção de imagens psicodramáticas com bonecos, por exemplo, observamos em algumas ocasiões que durante o manuseio dos bonecos ocorrem várias projeções e identificações que mobilizam a subjetividade e permitem o acesso ao conteúdo subconsciente, até então mantido fora de circuito, a imagem psicodramática plasmada no Cenário redireciona o processo terapêutico para a tomada de decisões, para as novas escolhas e para a mudança no desempenho de papéis. Mas, as mudanças são muito subjetivas e precisam ser acompanhadas com atenção, para não cairmos no placebo effectus.

Normalmente, a partir das identificações fomentadas no paciente e no aprofundamento posterior, os bonecos produzem resultados que vão além dos esperados. Isso nos faz pensar que serviram como objetos intraintermediários e favoreceram o acoplamento dos subsistemas cerebrais, aferindo novas redes de conexões nos circuitos neuronais, dado às mudanças significativas observadas no comportamento posterior de alguns pacientes.

Em relação à necessidade de os bonecos possuírem articulações físicas, polêmica levantada por alguns colegas da Asbap, acredito que o estímulo aos movimentos durante a construção de imagens dispersa o foco da atenção de dentro para fora, como ocorre na dramatização. Contudo, o objetivo da técnica é facilitar a elaboração mental e a transformação da emoção em sentimentos. Imagino que haja um bom motivo para que Rojas-Bermúdez tenha elaborado o protocolo de construção de imagens, sem estimular movimentos, usando apenas imagens estáticas.

Outro ponto é que quanto mais neutra, diversa e pouco estruturada for a aparência desses bonecos, maiores são as possibilidades de identificação com os mesmos por parte do paciente. Portanto, fazer uso de conservas culturais identitárias me parece bem-vinda.

Enfim, há muito conteúdo teórico a ser pensado, revisto e analisado. Penso que as estruturas cerebrais envolvidas durante a construção de imagens, podem ser um bom caminho para a reflexão. Para a escolha dos bonecos que uso, por exemplo, levei em conta o percurso neural das imagens produzidas pela mente, repleto de conexões e neurônios especializados, complexos e hipercomplexos, capazes de reagir a pontos, cruzes, traços e silhuetas de forma distinta (Guimarães, 2012).

Pensar, também, que os movimentos, a motricidade e o equilíbrio postural são funções do cerebelo – nosso piloto automático, não das estruturas do núcleo do eu – nosso cérebro emocional, diretamente ligado aos lobos frontais – nosso cérebro executivo, segundo Goldenberg (2002).

Outro aspecto a pensar se refere à classificação das imagens dentro do registro do real, simbólico e imaginário, sendo que a imagem real (área corpo) está fora do circuito da ordem simbólica e faz parte da realidade biológica (das forças hereditárias) como diz Moreno. Precisamos articular o imaginário ao sentir, pensar e agir, para que a realidade suplementar possa dar o quarto nó que desejamos como resultado.

Com isto, concluímos os objetivos traçados para este artigo, realçando que trouxemos o termo Imago para o psicodrama no sentido que lhe deu C. G. Jung. Ou seja, representando vontade e desejo conforme a etimologia da palavra. Algo bem próximo à ideia de J. L. Moreno sobre o "élan vital".

Outras aproximações entre Jung e Moreno são possíveis como as noções referentes às imagos materna, paterna e fraterna como protótipos de relações futuras (Laplanche & Pontalis, 1986, pp. 305-306).

No que diz respeito ao modelo de desenvolvimento infantil na Matriz de Identidade, J. L. Moreno menciona que as primeiras relações infantis são regidas pela tele e seguem as dinâmicas do duplo, espelho e inversão de papéis. Moreno coloca que as primeiras interações infantis são regidas pela tele e seguem as dinâmicas do duplo, do espelho e da inversão de papéis, criando "as bases para todo intercâmbio futuro de papéis entre a criança e seus egos-auxiliares" (1978, p.113).

Segundo Rojas-Bermúdez, todo esse processo de desenvolvimento da Matriz de Identidade fica gravado no núcleo do eu como marcas mnêmicas, que podem ser acessadas igualmente pelas três áreas do psiquismo: área corpo, área mente e área ambiente. Este aspecto corrobora inteiramente com o método desenvolvido para aplicação do Imagodrama, ao utilizar bonecos e figuras humanas que fomentam identificações a partir dos três registros: área corpo, manuseando-se bonecos expressivos em posições estáticas; área mente, usando-se bonecos pouco estruturados que favorecem as projeções simbólicas; e para trabalhar a área ambiente, usamos conservas culturais e figuras arquetípicas que representam a realidade externa interiorizada.

Com isto, concluímos os objetivos traçados para este artigo, realçando que todos os recursos metodológicos que dispomos se aplicam para além da psicoterapia individual, grupal, de casal e de família, dirigindo-se também às organizações, instituições, escolas e comunidades. 

Espero que estas atualizações da técnica de construção de imagens com bonecos e dos novos objetos auxiliares em uso, adaptados para os atendimentos on-line, possam estimular novas pesquisas e desenvolvimentos teóricos.

Foi um grande prazer escrever sobre este tema e mergulhar no mundo psicodramático de pessoas, de objetos e de eventos repletos de traços significativos e significantes cujas infinitas possibilidades terapêuticas, os quais nos convidam cotidianamente a costurar, tecer e aprofundar, em continuidade à obra de Jacob Levy Moreno e Jaime Rojas-Bermúdez.

 

AGRADECIMENTOS

Agradeço profundamente aos editores, revisores e pareceristas da Revista Brasileira de Psicodrama, pela oportunidade de atualizar meu artigo sobre as "Imagens psicodramáticas com bonecos". Da mesma forma, agradeço imensamente às pessoas que se dispuseram durante a pandemia a experimentar o método do Imagodrama on-line e publicar o excerto das suas sessões.

 

REFERÊNCIAS

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1. Rojas-Bermúdez formula a teoria do núcleo do eu a partir da estruturação neurofisiológica dos papéis psicossomáticos de Ingeridor, Defecador e Urinador, delimitados pelas três áreas do psiquismo definidas por Pichón-Rivière como áreas mente, corpo e ambiente (Rojas-Bermúdez, 1970).

2. Técnica terapêutica junguiana desenvolvida por Dora Kalff (Amnann, 2001; Weinrib, 1993),

 

 

*Autora correspondente: eoguimas05@gmail.com

Recebido: 28 Fev 2020 – Aceito: 13 Maio 2020

Editora de Seção: Márcia Batista

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