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Barbaroi

Print version ISSN 0104-6578

Barbaroi  no.39 Santa Cruz do Sul Dec. 2013

 

ARTIGOS

 

Síndrome de Burnout em professores de ensino especial

 

Burnout syndrome in special education teachers

 

Síndrome de Burnout em profesores de educación especial

 

 

Ana Claudia BraunI; Mary Sandra CarlottoII

IPontifícia Universidade Católica (PUC) - Rio Grande do Sul - Brasil
IIPontifícia Universidade Católica (PUC) - Rio Grande do Sul - Brasil

 

 


RESUMO

O presente estudo objetiva estudar a prevalência da Síndrome de Burnout e sua associação com variáveis demográficas, laborais e estratégias de coping ocupacional em 88 professores de ensino especial, da região do Vale dos Sinos no Rio Grande do Sul. Foram utilizados três instrumentos de pesquisa, sendo: 1- Questionário de dados demográficos e laborais; 2- Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo ─ CESQT ; 3- Escala de Coping Ocupacional. Os resultados evidenciaram prevalência de 3,4% de professores com Perfil 1 e Perfil 2 de Burnout. Resultados, obtidos por meio da prova de correlação de Pearson, revelaram associação positiva entre o número de horas de trabalho semanais na docência e a Ilusão pelo Trabalho. Pensar em mudar de profissão apresentou relação positiva com o Desgaste Psíquico e Indolência. O número de alunos atendidos semanalmente associou-se de forma negativa à dimensão de Culpa. Em relação às estratégias de coping, verificou-se que quanto maior o uso de estratégias de controle maior a Ilusão pelo Trabalho; e quanto maior a utilização de estratégias de esquiva menor a Ilusão pelo Trabalho e maior o Desgaste Psíquico e Indolência dos professores.

Palavras-Chave: Síndrome de Burnout. Professores. Ensino especial.


ABSTRACT

This study aims to investigate the prevalence of Burnout Syndrome and its association with demographic and labor variables and occupational coping strategies in 88 special education teachers in the region of Vale dos Sinos, in the state of Rio Grande do Sul. Three research tools were used: 1- Demographic and labor data questionnaire; 2 - Cuestionario para La Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo - CESQT; 3 - Occupational Coping Scale. The results evidence a prevalence of 3.4% of teachers with Profile 1 and Profile 2 of Burnout Syndrome. Results obtained through the Pearson correlation test showed a positive association between the amount of weekly work hours in teaching and Enthusiasm toward the job. Thinking about changing careers showed a positive relation with Psychological exhaustion and Indolence. The number of students served was negatively correlated with the dimension of Guilt. In relation to coping strategies, there was evidence that the greater the use of control strategies, the greater Enthusiasm toward the job; and the greater the use of avoidance strategies, the less Enthusiasm toward the job and the greater the teachers' Psychological exhaustion and Indolence.

Keywords: Burnout syndrome. Teachers. Especial education.


RESUMEN

El presente estudio tiene como objetivo investigar la prevalencia del síndrome de Burnout y su asociación con los factores demográficos, laborales y estrategias de afrontamiento en 88 profesores inseridos en la de educación especial, en la región del Vale dos Sinos, en Rio Grande do Sul. Se utilizaron tres instrumentos de investigación: 1 - Cuestionario de datos demográficos y profesionales; 2 - Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo ─ CESQT; 3 - Escala de estrategias de afrontamiento. Los resultados mostraron una prevalencia del 3,4 % de los profesores con perfil 1 y el perfil 2 de Burnout. Los resultados obtenidos mediante la prueba de correlación de Pearson revelan una asociación positiva entre el número de horas semanales de trabajo en la enseñanza y la Ilusión en el Trabajo. Pensar en cambiar de carrera mostró una asociación positiva con el Desgaste Psíquico y la Indolencia . El número de estudiantes atendidos todas las semanas se asoció negativamente con la dimensión de Culpa. En cuanto a las estrategias de coping, se encontró que cuanto mayor el uso de estrategias de control mayor la Ilusión por el Trabajo; y cuanto mayor la utilización de estrategias de evitación menor la Ilusión por el Trabajo y mayor el Desgaste Psíquico e Indolencia de los profesores.

Palabras Clave: Síndrome de Burnout. Profesores. Educación especial.


 

 

Introdução

A profissão docente, em todos seus níveis de ensino, configura-se como alvo de inúmeros estressores psicossociais presentes em seu cotidiano de trabalho (CARLOTTO, 2011). Nesse contexto, professores vivenciam situações as quais desequilibram as expectativas individuais, profissionais e a realidade de seu trabalho (JIMENEZ et al., 2002). Assim, o ambiente laboral é provavelmente o local no qual o estresse se manifesta com maior frequência e as situações vivenciadas no cotidiano, muitas vezes, são adversas àquelas que produzem uma boa qualidade de vida no trabalho (SILVA; DAMÁSIO; MELO, 2009).

A categoria docente não se constitui como um grupo homogêneo. Desse modo, diferentes resultados podem emergir dos subgrupos formados entre tais profissionais (GUGLIELMI; TATROW, 1998). Um desses subgrupos é o do ensino especial, revestindo-se como um sistema paralelo e segregado de ensino direcionado para o atendimento especializado de indivíduos com deficiência, distúrbios graves de aprendizagem e/ou comportamento (GLAT; PLETSCH; FONTES, 2007).

Estudo internacional realizado na Grécia, por Antoniou, Polychori e Walter (2000), referencia que professores de educação especial possuem elevado nível de estresse devido às peculiaridades de seu trabalho, como o progresso de aprendizado diferenciado em consequência da deficiência dos alunos especiais e a excessiva carga de trabalho requisitada. Pesquisa realizada por Gersten, Keating, Yovanoff e Harness (2001), com professores de ensino especial nos Estados Unidos, aponta que mudanças curriculares no tocante a classes inclusivas e a maior interação entre professores de escolas regulares e especiais acarretam no surgimento de novas práticas educacionais, que podem ser consideradas fontes de estresse para os professores de ensino especial. Cargas excessivas de trabalho, procedimentos burocráticos, reuniões constantes, diversidade de alunos atendidos e desempenhos heterogêneos caracterizam algumas dessas causas de estresse (FORE; MARTIN; BENDER, 2002).

Outros estudos, no entanto, que comparam estresse e Burnout entre professores de ensino regular e professores de ensino especial não identificaram diferenças entre os grupos (LAVIAN, 2012; ZABEL; ZABEL, 20012). Estudo de Zabel e Zabel (2001) apontam que nos dois grupos o maior fator de estresse foi a elevada carga de trabalho.

No Brasil, a constituição de escolas de ensino especial está respaldada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 2001), a qual determina que as classes especiais sejam utilizadas caso não haja possibilidade de o aluno ser inserido no ensino regular e que professores de ensino especial devem apresentar formação específica diferenciada, o que garante sua qualificação para a docência neste contexto. Naujorks e Barasuol (2004), em pesquisa realizada com professores de ensino especial, em uma cidade do Rio Grande do Sul, referem que a função do professor no ensino especial, muitas vezes, alocado também como cuidador, exige responsabilidade dobrada e atenção constante, dessa forma, levando-o a envolver-se de forma intensa com alunos e, por conseguinte, propiciando criação de vínculos afetivos associados ao ato de cuidar. Os mesmos autores afirmam que este cuidado incessante e diário pode prover sentimentos de esgotamento, tanto físico quanto emocional, associados a desejos de desistência e de não suportar mais o lugar em que trabalha.

Caso o estresse laboral seja vivenciado de forma frequente e persistente, pode desencadear a Síndrome de Burnout (SB), fenômeno vinculado à ocorrência de riscos psicossociais no trabalho (GIL-MONTE, 2005) e que acomete principalmente indivíduos que trabalham com pessoas de forma direta, constante e emocional (MASLACH, 2003). O trabalho do professor no ensino especial exige alta carga emocional em seu cotidiano, o que colabora diretamente para o desenvolvimento da SB (GIL-MONTE et al, 2005), podendo ocasionar a insatisfação em relação ao trabalho, afetando, assim, de forma direta, a qualidade das atividades desenvolvidas junto aos alunos de ensino especial (PLATSIDOU, 2010) e no ambiente escolar como um todo. Tais aspectos conduzem o profissional a alienação, desumanização e apatia, além de causarem problemas de saúde, absenteísmo e pensamentos de abandono da profissão (SILVA; ALMEIDA, 2011). De forma geral, a SB tem sido considerada um problema social de grande relevância e estudada em diversos países, principalmente, devido à sua vinculação com altos custos organizacionais (CARLOTTO, 2010).

Gil-Monte (2005) desenvolveu um modelo teórico de Burnout constituído por quatro dimensões: 1) Ilusão pelo Trabalho, indicando o desejo individual para atingir metas relacionadas ao trabalho, sendo estas percebidas pelo sujeito como atraentes e fonte de satisfação pessoal; 2) Desgaste Psíquico, caracterizado pelo sentimento de exaustão emocional e física em relação ao contato direto com pessoas que são fonte ou causadoras de problemas; 3) Indolência, manifestada através da presença de atitudes de indiferença junto às pessoas que necessitam ser atendidas no ambiente de trabalho, assim como insensibilidade aos problemas alheios; 4) Culpa, evidenciada pelo surgimento de cobrança e sentimento de culpabilização relativa ao comportamento e atitudes negativas desenvolvidas no trabalho, sendo evidenciada especialmente em sujeitos que desenvolvem relações diretas no ambiente de trabalho.

O diagnóstico da SB, segundo Gil-Monte (2005), constitui-se de dois tipos de perfil: Perfil 1, quando ocorre a presença de sentimentos e condutas vinculadas ao estresse laboral e culminam em uma forma moderada de mal-estar que não incapacita o sujeito para o trabalho; Perfil 2, ocorre um maior dano do sujeito em seu espaço de trabalho, podendo apresentar problemas significativos na execução de seu trabalho, aumento de ausências de longo tempo no trabalho e comorbidades psiquiátricas.

A literatura tem sido extensa em tentar identificar os fatores associados à SB especificamente na população de professores (CARLOTTO, 2012). Kelchtrermans (1999) refere que estresse e Burnout em professores é um fenômeno complexo, multidimensional, resultante da interação entre aspectos individuais e o seu ambiente de trabalho. Embora ainda não exista consenso na literatura com relação às variáveis demográficas associadas ao Burnout, importantes estudos apontam um perfil de risco constituído por mulheres (NORLUND et al., 2010), sujeitos solteiros, separados e viúvos (GOLENBIEWSKI et al. , 1986) e professores jovens (CARLOTTO; CÂMARA, 2007). No que tange às variáveis laborais, estudos revelam que professores com menos experiência (FISHER, 2011) atendem maior número de alunos (YONG; YUE, 2007), os quais percebem seu trabalho como altamente exigente, associado à baixa possibilidade de controle sobre o mesmo (SANTAVIRTA et al., 2007) e possuem altas expectativas quanto ao seu trabalho e aos resultados obtidos ( Cheung, 2009), estes, comumente, apresentam maiores níveis de SB.

As formas de enfrentamento (coping) de situações estressantes podem ser um dos fatores de proteção da SB (GIL-MONTE, 2005; HERNÁNDEZ; OLMEDO; IBÁÑEZ, 2004). Após revisão de literatura que aborda a relação entre Burnout e coping, Gil-Monte e Peiró (1997) concluíram que o uso de estratégias de coping centradas no problema previne o desenvolvimento de Burnout enquanto estratégias de escape e evitação; ou, centradas na emoção, facilitam seu desenvolvimento.

Tendo em vista o exposto, este estudo de delineamento epidemiológico, observacional-analítico e transversal (GRIMES; SHULZ, 2002) procurou verificar a prevalência das dimensões da Síndrome de Burnout (SB) e a relação com variáveis sociodemográficas, laborais e estratégias de coping ocupacional em professores de ensino especial.

 

Método

População

Dos 90 professores de ensino especial da região do Vale dos Sinos, no Rio Grande do Sul, 88 participaram do estudo e 2 foram excluídos por motivo de afastamento para tratamento de saúde. Os participantes trabalham em escolas específicas de ensino especial, das 14 cidades pertencentes à região do Vale do Rio dos Sinos, segundo classificação do Conselho Regional de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul ─ COREDE (2010). Duas cidades foram excluídas por não possuírem escola especial, contando apenas com atendimento clínico à população-alvo.

Os participantes da pesquisa são, em sua maioria, do sexo feminino (86,36%), com companheiro fixo (81,82%) e filhos (60,23%) e formação em nível de graduação (47,13%), especialização (31%). A idade média é de 36 anos (DP=10,53). Com relação ao tempo de trabalho, os profissionais possuem, em média, 12 anos de docência (DP=9,22) e 8 anos (DP=7,50) de ensino especial. Desenvolvem suas atividades em uma carga horária que varia de 4 a 44 horas semanais, sendo a média de trabalho de 29 horas (DP=10,7) distribuídas em dois turnos, manhã e tarde (68,18%). Os participantes atendem, em média, 19 alunos diariamente (DP=18) e a maioria dedica-se exclusivamente ao ensino especial (73,86%).

Instrumentos

Foi aplicado um questionário elaborado especificamente para o estudo com base no referencial teórico de Burnout sobre professores para a coleta de dados sociodemográficos (sexo, relações pessoais, filhos, titulação), laborais (tempo de magistério, tempo de atuação na atual escola, tempo de trabalho com ensino especial, carga horária semanal, número de alunos atendidos diariamente, turno de trabalho, presença de outros vínculos empregatícios, execução de trabalho na residência relacionado ao ensino) e psicossociais (nível de estresse percebido no trabalho, pensar em mudar de profissão e satisfação no trabalho), além dos seguintes instrumentos autoaplicáveis:

1) "Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quermarse por el Trabajo" (CESQT), versão adaptada para o uso no Brasil, por Gil-Monte, Carlotto e Câmara (2010). O instrumento conta com 20 itens, que se distribuem em quatro subescalas denominadas: Ilusão para o Trabalho (5 itens, alfa = 0,72); Desgaste Psíquico (4 itens, alfa= 0,86); Indolência (6 itens, alfa = 0,75); e Culpa (5 itens, alfa = 0,79). Os itens são avaliados com uma escala tipo Likert de frequência de quatro pontos (0 "Nunca" a 4 "todos os dias).

2) Escala de Coping Ocupacional (ECO) traduzida e adaptada para o uso no Brasil, por Pinheiro, Tróccoli e Tamayo (2003). A ECO é formada por três principais dimensões: I - Manejo (11 itens, alfa = 0,81); II - Controle (11 itens, alfa = 0,79) e III - Esquiva (08 itens, alfa = 0,77). O total de itens da escala é 29, sendo as respostas mensuradas em uma escala tipo Likert com frequência de cinco pontos (1 "Nunca" a 5 "todos os dias").

Procedimentos

Primeiramente, foi realizado contato com a direção de cada escola especial da região do Vale dos Sinos, a fim de apresentar os objetivos da pesquisa e obter autorização e apoio para a aplicação dos instrumentos. Estes foram aplicados pela primeira autora em reunião de professores juntamente com Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e recolhidos ao final do preenchimento. Cabe ressaltar que a pesquisa atendeu os procedimentos éticos do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 1997), tendo Autorização nº 1821/11 do Comitê de Ética da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Durante o mês de dezembro de 2011, os questionários foram coletados pessoalmente pela primeira autora do estudo. Foi disponibilizada uma urna colocada na sala de reuniões para que os professores depositassem o instrumento após o preenchimento, com esse procedimento, garantindo o anonimato e a confidencialidade dos dados obtidos.

Foi solicitado, ainda, que os professores que eventualmente exercessem atividades em outra escola e em outro nível de ensino respondessem a esta pesquisa tendo como referência a escola especial.

O banco de dados foi digitado e analisado no Statistical Package for the Social Sciences ─ SSPS versão 17.0. Foram realizadas análises descritivas de caráter exploratório para avaliar a qualidade do banco de dados, verificando-se possíveis erros de digitação, distribuição de itens, casos omissos e extremos. Após, foram calculadas as freqüências e os percentuais para as variáveis qualitativas, médias e desvio-padrão para as variáveis quantitativas. Para a comparação de médias foram utilizados os testes estatísticos paramétricos t de student e ANOVA. O teste de correlação de Pearson foi utilizado para mensurar a associação da Síndrome de Burnout com variáveis quantitativas. Os resultados da análise bivariada foram considerados estatisticamente significativos para o valor de p < 0,05.

A análise de prevalência de Burnout teve como referência os pontos de corte sugeridos por Shiron (1989) e também utilizados em estudos nacionais desenvolvidos por Batista et al. (2010) e Gil-Monte, Carlotto e Câmara (2011), que os consideram uma alternativa válida para identificar os níveis de Burnout baseados na frequência de sintomas em países que ainda não possuem pontos de corte validados. Neste, foram considerados altos níveis nas subescalas Desgaste Psíquico, Indolência e Culpa para os participantes que pontuaram igual ou acima de dois ("algumas vezes ao mês") na escala de frequência. Os indivíduos que pontuaram abaixo de dois ("algumas vezes ao mês") foram considerados baixos níveis de ilusão. Altos níveis de Burnout foram identificados nos indivíduos que apresentaram pontuação igual ou superior a dois na média dos 15 itens das subescalas de Ilusão pelo Trabalho, Desgaste Psíquico e Indolência (Perfil 1). Os casos acompanhados de altos sentimentos de culpa foram considerados graves, juntamente com níveis elevados na média de 15 itens relacionados.

 

Resultados

Quanto aos níveis das dimensões de Burnout, verificou-se que 100% dos professores apresentaram alto nível da dimensão de Ilusão pelo Trabalho, 73,86% Desgaste Psíquico, 98,86% Indolência e 88,63% a dimensão de Culpa. Quanto aos perfis de Burnout, somente 3 participantes (3,4%) foram classificados como casos pertencentes ao Perfil 1 e Perfil 2, conforme demonstrado na Tabela 1.

Nas variáveis demográficas, tratou-se associação entre a variável sexo e a dimensão de Culpa. Mulheres apresentaram médias mais elevadas da dimensão de Culpa. Também, verificou-se que participantes que possuem filhos apresentaram médias mais elevadas de Culpa e menor em Indolência (Tabela 2).

Na Tabela 3, constata-se associação entre Burnout, variáveis de carga horária e número de alunos atendidos. Quanto maior o número de horas exercidas na docência maior é a dimensão de Ilusão pelo Trabalho; e quanto maior o número de alunos atendidos menor é o sentimento de Culpa. Relativo às estratégias de coping, contata-se que conforme aumenta o uso de estratégias de controle eleva-se o sentimento de Ilusão pelo Trabalho. A maior utilização de estratégias de esquiva aumenta o Desgaste Psíquico, Indolência e diminui a Ilusão pelo Trabalho (Tabela 3).

 

Discussão

O objetivo do estudo foi verificar a prevalência das dimensões da Síndrome de Burnout (SB) e a relação com variáveis sociodemográficas, laborais e estratégias de coping ocupacional em professores de ensino especial. Constatou-se que a totalidade de professores apresentou elevado nível de Ilusão pelo Trabalho (100%), baixo nível de Desgaste Psíquico (73,86%), Indolência (88,63%) e Culpa (98,86). A partir dos pontos de corte utilizados, os 3 casos identificados no presente estudo poderiam ser classificados como de risco de serem portadores de SB, se considerados tanto a legislação brasileira quanto o modelo teórico utilizado. Contudo é importante destacar que o diagnóstico deve estar associado à entrevista clínica, tendo em vista que os pontos de corte utilizados não derivam de normatizações realizadas com trabalhadores clinicamente diagnosticados (GIL-MONTE; CARLOTTO; CÂMARA, 2011).

Este resultado vai ao encontro do estudo anteriormente realizado por Carlotto et al. (2012), com 63 professores de ensino especial de uma região central do estado do Rio Grande do Sul, em que 93,7% dos professores apresentavam alta Ilusão pelo Trabalho, baixo Desgaste Psíquico 74,6%, Indolência 100% e Culpa 85,7%. Mesmo tendo-se encontrado nível elevado de Ilusão pelo Trabalho e baixos níveis nas demais dimensões que constituem Burnout, a presença de casos moderados e graves em exercício profissional é uma realidade preocupante tendo em vista o desconhecimento que persiste acerca da SB e seu diagnóstico tanto por parte dos trabalhadores como dos médicos que elaboram o diagnóstico (BATISTA et al., 2011).

Em relação às variáveis sociodemográficas, os resultados demonstram que participantes do sexo feminino apresentam maior sentimento de culpa em relação ao seu trabalho. Este resultado pode estar relacionado ao papel de cuidador vivenciado pelos professores de ensino especial (NAUJORKS; BARASUOL, 2004), que, entendido juntamente com a concepção de que o ato de educar é uma atividade tipicamente feminina por envolver o cuidado com terceiros (ARAÚJO et al., 2006), pode ser fator potencializador para o aumento da cobrança deste profissional. Assim, possivelmente, ocasione sentimentos de culpa no sentido de não estar atendendo às demandas e expectativas sociais do seu trabalho (GIL-MONTE, 2005). Outro ponto passível de análise é a tripla jornada vivenciada por mulheres, em que há a necessidade de adaptação das responsabilidades domésticas, funções familiares e profissionais (OLIVEIRA et al., 2012), dessa forma, dando-se o acúmulo de tarefas e a percepção da não efetividade total no desempenho desta jornada tripla, o que pode ser um dos disparadores do sentimento de culpa.

Ter filhos implica menor Indolência e maior Culpa, sugerindo que professores que têm filhos possuem maior empatia com os alunos, adotando uma postura de maior envolvimento no atendimento realizado e desenvolvendo um nível de cobrança maior em relação às suas atribuições e a seus resultados. Na perspectiva de Maslach e Jackson (1985), trabalhadores com filhos apresentam maior desenvoltura ao lidar com outras pessoas, com seus problemas, mais empatia e habilidades para lidar com diferentes públicos. A alta carga emocional (GIL-MONTE, 2005b) e física (Silva e Almeida, 2011) relacionada a esse tipo de trabalho com alunos portadores de algum tipo de necessidade também pode gerar conflito e sentimento de culpa entre os cuidados direcionados à clientela e a seus filhos.

Na análise das variáveis laborais, verifica-se que à medida que aumenta o número de horas trabalhadas maior é a Ilusão pelo Trabalho, a qual pode estar relacionada ao fato de que professores que trabalham com ensino especial o fazem, na maioria das vezes, por escolha própria, com isso, elegendo o cenário do ensino especial como seu local de trabalho (VIEIRA, 2004). Professores que escolhem trabalhar com ensino especial, em geral, têm formação específica para esta área de atuação, o número de alunos em sala de aula é reduzido e a disponibilidade de recursos didáticos, pedagógicos e mesmo compensações salariais são maiores quando comparadas às de professores de ensino regular (SILVA; ALMEIDA, 2011). Assim, pode-se supor que os professores estão instrumentalizados para a percepção da evolução particular dos alunos de ensino especial e atribuem alta valorização a esses, gerando sentimentos elevados de entusiasmo pelo trabalho. Pode-se pensar, também, quanto a esse resultado, considerando as características do grupo investigado, pois a maioria expressiva trabalha exclusivamente em uma instituição e no nível de ensino especial.

Juntamente com este processo de escolha e preparação para o ensino especial, os sentimentos de culpabilização tornam-se menores quando há elevação do número de alunos atendidos. Então, sendo possível inferir que há abrangência na percepção de progressões e possibilidade de acompanhamento da evolução dos alunos, compreendendo seu processo e diminuindo o sentimento de culpa caso não haja progressos significativos imediatos e concretos.

Em atinência às estratégias de coping utilizadas por professores de ensino especial, o uso de estratégias de controle demonstrou associação com o aumento na Ilusão pelo Trabalho. Assim, quanto mais o docente reavalia cognitivamente os estressores, consegue resolver os problemas do seu cotidiano profissional e lida com situações adversas desenvolvendo assertividade na tomada de suas decisões maior é seu entusiasmo e desejo de atingir objetivos e expectativas em relação ao seu trabalho.

Já as estratégias de esquiva tornam-se uma das alternativas encontradas pelos professores de ensino especial na tentativa de redução do envolvimento emocional com pais, alunos, responsáveis, colegas e equipe técnica e demais sujeitos que podem ser causadores de situações estressantes e conflitivas (SALANOVA; MARTÍNES; LORENTE, 2005). Pode-se referir que, entre professores de ensino especial, a esquiva é a forma utilizada para evitar sentimentos de insatisfação com as atividades peculiares do ensino especial, a alta carga emocional vivenciada (GIL-MONTE, 2005b) e o desgaste físico causado pelas limitações dos alunos atendidos. Estas limitações, segundo Silva e Almeida (2011), correspondem à falta de coordenação nos movimentos, limitações na locomoção, dependência nas atividades de vida diária (autocuidado) e nas atividades educativas. Tal desgaste físico pode gerar sobrecarga de trabalho e acarretar, muitas vezes, patologias físicas ou psicológicas em consequência deste fato (BRUN et al., 2012).

Quanto às estratégias de esquiva, altamente ligadas a percepções individuais do sujeito sobre o estresse no trabalho, quando utilizadas, tendem ao aumento de Indolência como forma de aliviar os sentimentos de estresse no trabalho. Nesse aspecto, há um distanciamento emocional que está associado a atitudes críticas e depreciativas sobre seus trabalhos e sobre alunos atendidos (DOMÉNECH, 1995).

 

Considerações finais

Este estudo ressalta um perfil de risco de Burnout constituído por mulheres, participantes que possuem filhos e utilizam estratégias de esquiva em seu cotidiano para a resolução de estressores ocupacionais. Os fatores identificados nesta pesquisa como de proteção são as estratégias de coping focalizadas no controle e o maior número de alunos atendidos ao dia.

O estudo possui limitações que devem ser consideradas na análise de seus resultados e conclusões. A primeira é devido a seu delineamento transversal, dessa maneira, impedindo o estabelecimento de relações causais. A segunda diz respeito ao efeito do trabalhador sadio, questão peculiar a estudos epidemiológicos ocupacionais cujo sujeito doente é excluído (MCMICHAEL, 1976), sendo representado na pesquisa pelas duas perdas por licença para tratamento de saúde. A terceira diz respeito à regionalidade e à cultura peculiar em que a população respondente se encontra, podendo não ser passível a generalização e a inserção em outras culturas.

A investigação sugere a realização de novos estudos, pois pesquisas, no contexto brasileiro, sobre SB e ensino especial são ainda escassas. Sugere-se, nesse sentido, a inclusão de novas variáveis, instrumentos, delineamentos e exploração desta questão em outras regiões do país para criar novos subsídios do estudo sobre o tema.

 

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Data de recebimento: 11/06/2012
Data de aceite: 29/11/2013

 

 

Sobre as autoras:
Ana Claudia Braun é Psicóloga; Especialista em Psicologia Organizacional (ESADE); Mestre e Doutoranda em Psicologia Social (PUCRS). Endereço eletrônico: anaclaudiabraun@hotmail.com.
Mary Sandra Carlotto é Psicóloga; Mestre em Saúde Coletiva (ULBRA-RS); Doutora em Psicologia Social (USC/ES); Professora do PPG em Psicologia e do PPG em Educação (PUCRS). Bolsista produtividade do CNPq. Endereço eletrônico: mscarlotto@gmail.com.

 

 

1 No Perfil 1, participantes na categoria de "níveis elevados" obtém o valor > 2 na média doa 15 itens na subescala de Ilusão pelo trabalho (reversa), Exaustão Psicológica e Indolência. No Perfil 2, participantes na categoria de "nível elevado" obedecem o critério de valores significativos > 2 na média dos 15 itens juntos com o valor de > 2 na subescala de Culpa
2 IL= Ilusão pelo trabalho; DP = Desgaste Psíquico; IN = Indolência; CP= Culpa * p < 0, 05
3 Nota: IL= Ilusão; DP = Desgaste Psíquico; IN = indolência; CP= Culpa. * p < 0.05; ** p < 0.01