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Nova Perspectiva Sistêmica

Print version ISSN 0104-7841On-line version ISSN 2594-4363

Nova perspect. sist. vol.27 no.60 São Paulo Jan./Apr. 2018

 

EDITORIAL

 

 

Iniciamos 2018 com uma grande perda para o campo das terapias de família e práticas grupais. É com muita tristeza que comunicamos o falecimento da amiga e excelente profissional Marisa Japur, ocorrido no dia 14 de fevereiro deste ano. Psicóloga, terapeuta, mediadora, coach, com uma trajetória brilhante no campo da investigação orientada pelo Construcionismo Social, presença de destaque no Construcionando, encontro de profissionais da área organizado bianualmente pela nossa revista. Uma perda irreparável, mais ainda, para nossos corações. Cuidado e generosidade foram duas palavras que definiam Marisa além das qualidades intelectuais. Seus ensinamentos, contribuições e publicações continuarão reverberando nas edições da NPS.
Com este pesar, seguimos este editorial com nossa primeira edição de 2018. Iniciamos com o artigo Colaboração: perspectivas da família e do terapeuta quanto a uma terapia útil, de Rolf Sundet. Trata-se de um estudo qualitativo que examinou grupos de famílias e seus terapeutas, procurando descrever o que é uma terapia útil para ambos os grupos. O estudo mostra a valorização da conversação, participação e o relacionamento como áreas centrais de uma terapia útil.
O seguinte artigo intitula-se A mudança em terapia familiar: construindo agenciamento, de Berenice Aráujo Dantas de Biagi e Emerson Fernando Rasera. Este artigo procura compreender o processo de produção de sentidos sobre a mudança na terapia de família focando no construcionismo social. A análise mostra o agenciamento como uma forma importante de promover a mudança terapêutica em terapia de família. Portanto, afirmam os autores que uma postura aberta, ativa e engajada do terapeuta com o fluxo da conversa favorece a emergência de sentidos de mudança.
O seguinte texto, de Ana Luisa Coutinho, chama-se Cerimônia de definição: o percurso entre a primeira e a segunda escuta no processo de formação do terapeuta. A autora apresenta uma experiência de teoria em ação, trazendo reflexões sobre conceitos como linguagem constitutiva da realidade, empoderamento, posição de não saber e dialogismo, a partir do estudo de um caso.
Continuamos com o texto Processos reflexivos: uma experiência na saúde pública em meio à luta por inclusão social, de autoria de Rosangela Russo. A autora compartilha a utilização de equipe reflexiva no setor da saúde mental relatando a história de uma paciente, que relata sua experiência transformadora ao ser atendida a partir desta modalidade.
A autora e autor Telma Lenzi e Bruno Lenzi trazem o texto O Sexo Dialógico: um conceito facilitador para conversações sobre práticas sexuais. A autora e autor propõem uma nova forma de entender o encontro sexual, nomeando-a como sexo dialógico, focando no diálogo e nas transformações geradas por ele. Convidam para este diálogo vozes que participam da significação do encontro sexual, das tradições mais antigas e rígidas a inteligibilidades liberais, culturais e experiências situadas.
O seguinte texto é intitulado A incorporação do Mindfulness na construção de um espaço comunicativo baseado em atenção conjunta ao corpo no contexto terapêutico, de Luciana Moretti. Neste artigo, a autora dicute a incorporação de mindfulness na terapia conversacional, pensando como uma ferramenta na construção do espaço terapêutico e comunicativo e o faz a partir da discussão de fragmentos de um atendimento com um adolescente.
Fechando a parte de artigos, temos o texto Mulheres, Casamento e Carreira: Um olhar sob a perspectiva sistêmica feminista, de Mariana Grasel de Figueiredo e Gláucia Ribeiro Starling Diniz. Este texto traz uma discussão teórica sobre a vivência de mulheres no casamento e as relações com suas carreiras, a partir de uma perspectiva sistêmica feminista e de gênero. Perpassa aspectos históricos e conceituais e discorre sobre a terapia com base feminista, focando na importância desta perspectiva para visibilizar aspectos de gênero relacionados a casamento e carreira.
As seções desta edição trazem instigantes convites aos leitores e leitoras da NPS. Em “Conversando com a Mídia”, Helena M. Cruz recomenda o filme Extraordinário e dialoga com o livro O que é que ele tem?, de Olivia Byington. Na seção “Ecos”, Leonora F. Corsini revisita o artigo “Histórias que geram canções, canções que evocam outras canções”. Em “Estante de Livros”, os autores e autoras Renata Biava, Alana da Silva Luiz Anijar, João Paulo Koltermann, Adriano Beiras recomendam o livro de Alain Botton (2016), O curso do Amor e, sem perder um olhar crítico, comentam as provocações, desafios e ensinamentos que o livro traz, os quais são úteis para terapeuta e também clientes de terapia de casais. Por fim, temos a seção “Família e Comunidade em Foco”, onde a autora Neusa Ivete Geromel Borsoi reflete sobre os impactos e reflexões em participar da IV Jornada Paulista de Psicologia em Reprodução Assistida.
Esperando que o ano de 2018 seja de aprendizados e novos desafios, assim como amadurecimentos e crescimentos em nossos campos de estudos, desejamos uma excelente leitura desta edição e convidamos os leitores e leitoras a submeter seus textos para as próximas edições, seja artigos (relatos de experiências, reflexões teóricas, pesquisas qualitativas), para as seções.




Adriano Beiras - Editor Coordenador NPS

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