EDITORIAL

 

 

Começamos nossa primeira edição da NPS de 2019 com um texto internacional traduzido, muito útil para práticas clínicas. É nossa seção Fronteiras, com o texto de título A ‘Certidão de Vida’: Uma ferramenta para trabalhar o luto em Singapura, de Mohamed Fareez, do Centro de Serviços da Família Cheng San, em Singapura. Trata-se de um artigo que apresenta uma alternativa à certidão de óbito trazendo a certidão da vida. Um documento terapêutico pensado a partir das terapias narrativas que presta homenagem àqueles que morreram. O artigo mostra exemplos e um mapa de seis etapas da prática narrativa para auxiliar na renegociação de relacionamentos de sujeitos em estado de luto.

O segundo texto inicia o grupo de artigos inéditos originais com o título: Contribuições e implicações da perspectiva dialógica: o self do(a) terapeuta na terapia familiar/de casal, de Daniel Welton Arruda Cabral e Camila Maria Del Carlos Pinheiro Sales. Autor e autora fazem uma revisão bibliográfica relevante para pensamos nossas práticas terapêuticas pós-modernas. Exploram os principais conceitos que inspiram a abordagem dialógica, refletindo sobre mudanças de posições e suas complexidades. Ampliam o entendimento da experiência terapêutica e do trabalho com família e casais.

O terceiro texto traz uma experiência do Instituto Noos SP, sob o título Modelo generativo como guia para criação da equipe de mediação no Instituto Noos. As autoras são Ana Luisa Almeida Prado de Andrade Coutinho e Maria Gabriela Mantaut Leifert. As autoras relatam a criação e implementação do Núcleo de Mediação e a produção de um ambiente relacional, de cuidado, horizontal, ético, de acolhimento, focado nas competências e valores e embasado na prática generativa.

O título do quarto artigo é Promoção da saúde no contexto das redes sociais significativas, de Adriano Valério dos Santos Azevêdo, Marcos Antônio da Silva e Tomás Collodel Magalhães Reis. A partir de uma revisão de literatura o texto discute as relações entre promoção da saúde e redes sociais significativas. Apresentam pesquisas que relacionam esses dois conceitos como importantes construtos teóricos da psicologia e da saúde, ressaltando a importância de ações articuladas para a saúde integral.

Os dois seguintes artigos falam do tema de adoção, trazendo reflexões pertinentes para práticas de pesquisa atuação profissional e terapêutica. Primeiro temos o texto Sentidos atribuídos por pais adotivos acerca da adoção tardia e da construção de vínculos parento-filiais, de Maitê Broering Fernandes e Daniel Kerry dos Santos. Este artigo analisa os sentidos dados por pais adotivos à construção do vínculo parento-filial e pertencimento a uma família. Traz uma pesquisa qualitativa com diferentes famílias que realizaram adoção tardia e uma análise de práticas discursivas e de sentidos que indicam o potencial de sucesso da adoção, desde o período de decisão até a consolidação dos vínculos e da nova dinâmica familiar.

O texto seguinte sobre adoção traz o título: Desafios e estratégias implementadas na adoção de crianças maiores e adolescentes, de Angelita da Costa Peixoto, Andréia Isabel Giacomozzi, Andréa Barbará da Silva Bousfield, Bruna Berri e Juliana Gomes Fiorott. Trata-se de um estudo que analisou oito casos de adoção tardia para explorar os desafios enfrentados, estratégias e questões sobre adaptação familiar.

O último texto desta edição tem o título: Intervenção sistêmica no contexto da terapia com um homem autor de violência contra mulher: estudo de caso, de Nádia de Melo Ferreira. A autora busca elucidar a experiência de atendimento de um homem que cometeu violência, lançando mão de temas como compreensão intergeracional, repetição de comportamentos familiares, processos de significação e construção de narrativas.

Por fim, nas seções desta edição temos: na seção Conversando com a Mídia, o texto de Paula Ayub sobre a série Atypical, da Netflix, escrita e dirigida por Robia Rashid. A importância da série para nossos leitores e leitoras está no fato de que retrata a vida de um estudante com autismo, nos EUA, trazendo reflexões pertinentes para nossas práticas relacionadas a este tema.

A seção Estante de Livros foi escrita por Adriana Scoz da Cunha Lima, que nos convida a ler o esclarecedor livro titulado Da Constelação Familiar aos Relacionamentos que Curam, de Sueli Marino, lançado em 2018 pela editora Appris. A autora relata a construção teórica e prática de uma intervenção terapêutica que denomina como relacionamentos que curam, trazendo um posicionamento crítico, construtivo e diferenciado em relação às conhecidas Constelações Familiares.

E a seção Família e Comunidade em Foco foi escrita por nossa coeditora e diretora do Instituto Noos, Helena M. Cruz, relatando o último Construcionando VI, evento sobre construcionismo social realizado pela revista NPS, que ocorreu em outubro de 2018, em SP, reunindo nossa comunidade para reflexões e trocas dialógicas intensas durante dois dias. O tema central do evento foi Práticas Dialógicas em Situações Desafiadoras, e o palestrante principal e internacional convidado foi Ottar Ness, da Universidade de Trondheim, na Noruega.

Aproveitamos para convidar nossos leitores e leitoras a submeter seus textos, relatos de experiências, ensaios teóricos e estudos para a NPS. Recentemente atualizamos o Escopo e as Normas para publicação e convidamos todos e todas a revisá-los no site da revista. Publiquem conosco! Divulguem e continuem assinando a revista impressa para garantir este espaço tão importante para nossa comunidade de práticas construcionistas, sistêmicas e colaborativas! Boa leitura a todos e todas!

 

Adriano Beiras - Editor Coordenador NPS