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Acta Comportamentalia

versão impressa ISSN 0188-8145

Acta comport. vol.19 no.3 Guadalajara dez. 2011

 

 

Trabalhos de Análise do Comportamento na área de Educação em periódicos brasileiros no período de 1961 a 2006

 

The articles on behavior analysis in education in brazilian journals

 

 

Victor Faria Nicolino1; Maria de Lourdes Bara Zanotto

Pontifícia Universidade Católica – São Paulo

 

 


RESUMO

Tendo como referência pesquisas produzidas por analistas do comportamento e a constatação de que a Educação tem sido, ao longo dos anos, um tema de interesse de pesquisadores brasileiros da abordagem comportamental, foi que propusemos a presente pesquisa. Nosso objetivo foi o de realizar uma caracterização do que vem sendo produzido pela Análise do Comportamento na área educacional com base na análise de trabalhos publicados em periódicos nacionais. Tomamos como fonte de dados periódicos brasileiros publicados no período de 1961 a 2006, tendo como foco específico as pesquisas da abordagem comportamental na área da Educação. Os resultados mostram que a Educação Regular é a modalidade de Educação mais freqüente nas publicações analisadas (53 artigos de pesquisa em 71 analisados), sendo a escola do participante o setting mais utilizado nos estudos.

Palavras chave: educação; análise do comportamento; análise de publicações.


ABSTRACT

With reference to research produced by analysts of behavior and the fact that education has been, over the years, a topic of interest to researchers of the national behavioral approach has been proposed that the present research. Our goal was to achieve a characterization of what is being produced by the Behavior Analysis in education based on the analysis of papers published in national journals. We use as a source of brazilian data published journals in the period from 1961 to 2006, focusing specifically the approach of behavioral research in the area of Education. The results show that regular education is the most common mode of education in the publications reviewed (53 research articles in 71 examined) and the participating school of the setting used in most studies.

Keywords: education, behavior analysis, analysis of publications.


 

 

Para Skinner o comportamento dos membros de uma sociedade é controlado por agências sociais que permitem ao grupo social exercer controle sobre seus membros. Na 3ª parte do livro Ciência e Comportamento Humano (1953), Skinner se dedica à análise de cinco dessas agências sociais, a saber: o governo e a lei, a economia, a religião, a psicoterapia e a educação.

A importância da Educação, para o fundador do Behaviorismo Radical, está no fato de esta ser uma agência social diferenciada das demais. A agência social Educação é a agência responsável por preparar o indivíduo para o futuro. Essa agência deve criar meios para que o indivíduo não fique sob controle apenas das conseqüências imediatas de seu comportamento, mas também para que ele fique sob controle das conseqüências futuras, mesmo que lnão estejam atuando sobre seu comportamento no presente.

Com essa concepção de Educação, Skinner interpretou os problemas educacionais a partir dos princípios estabelecidos pela Análise do Comportamento, propondo mudanças nos métodos de ensino, na maneira como o professor se relaciona com o aluno e na maneira de ver a transmissão do conhecimento proposta tradicionalmente pelos educadores, e que Skinner (1972) denomina "metáfora da aquisição" (p. 2). Zanotto (2004) explicita o amplo alcance que a análise skinneriana da educação pode ter:

"A constatação geral possível a partir da leitura analítica [dos textos educacionais de Skinner] é a de que a análise skinneriana da educação engloba desde a explicitação da sua dimensão social e a descrição, em termos comportamentais, dos principais problemas educacionais, até a formulação de propostas de procedimentos de ensino para sua solução." (Zanotto, 2004, p. 35)

Uma prática importante dos analistas do comportamento tem sido a realização de pesquisas para a produção de conhecimento e para a proposição de solução de problemas na área da educação. Este dado é revelado por autores que, partindo da constatação de que muitas pesquisas têm sido produzidas a partir dos princípios propostos pela Análise do Comportamento, realizaram estudos com o objetivo de avaliar as contribuições dos analistas do comportamento nas diferentes áreas de atuação e pesquisa.

Um destes estudos sobre a produção de conhecimento na abordagem comportamental foi realizado por Northup, Vollmer e Serrett (1993). A pesquisa consistiu na análise dos artigos de pesquisa publicados em um dos mais importantes periódicos da área, o Journal of Applied Behavior Analysis (JABA), no período compreendido entre 1968 e 1992, correspondente aos primeiros 25 anos de sua publicação. Foram analisadas as seguintes variáveis: tipo de artigo, participantes, ambiente, agente da mudança comportamental, comportamento-alvo, e procedimentos comportamentais adotados. Foram destacados desse estudo alguns resultados que dizem respeito mais especificamente à área de educação.

Os autores constatam que, ao longo dos 25 anos analisados, a escola é o ambiente mais utilizado para provocar mudanças comportamentais (49%), apesar do aumento na tendência de utilizar a comunidade, o lar e o ambiente médico/hospitalar como ambientes. Quanto aos comportamentos-alvo estudados, a pesquisa revela que o comportamento acadêmico vinha sendo um dos mais freqüentemente pesquisados até 1976 (quase 30% dos artigos). Entre 1976 e 1981 inicia-se um declínio gradual no número de trabalhos tendo como comportamento-alvo comportamento acadêmico, seguido de um novo aumento a partir de 1982. Este novo aumento no entanto permanece, em média, em um patamar bastante inferior ao da década anterior (32% até 1972 e 8% entre 1982 e 1992).

Simultaneamente ao declínio gradual da porcentagem de artigos que apresentam comportamento acadêmico como comportamento-alvo, observa-se o crescimento na porcentagem de estudos que têm como comportamento-alvo a aquisição de habilidades para participantes com déficit de desenvolvimento, que se tornou o comportamento-alvo mais estudado desde 1977, sendo superado por comportamento acadêmico somente no ano de 1982.

O reforçamento positivo tem sido, ao longo dos anos, o procedimento mais utilizado nas pesquisas publicadas nos primeiros 25 anos do JABA, com uma queda acentuada no número de pesquisas que utilizam reforçamento negativo como procedimento.

Também no âmbito nacional pesquisadores realizaram pesquisas sobre a produção de conhecimento da Análise do Comportamento em nosso país a partir da análise de periódicos. O estudo de Cesar (2002) é um exemplo desse tipo de pesquisa. O objetivo da autora foi ampliar e completar as análises já existentes sobre a construção da Análise do Comportamento no Brasil, feitas por Guilhardi (1976) e Matos (1996). A pesquisadora realizou um levantamento dos artigos de Análise do Comportamento publicados em periódicos científicos brasileiros no período de 1961 até 2001.

No que concerne ao tema Educação, Cesar (2002) constatou que o interesse por esse tema foi crescente nas décadas de 60 (3 artigos), 70 (6 artigos) e 80 (15 artigos), apresentando um declínio acentuado na década de 90 (4 artigos),

Um segundo exemplo de pesquisa que enfocou a produção nacional é o estudo histórico realizado por Micheletto et. al. (2004). Os autores tinham como objetivo caracterizar a expansão e difusão da disciplina Análise do Comportamento no Brasil no período de 1969 a 2001, a partir da produção de dissertações e teses em três universidades que oferecem cursos de pós-graduação com ênfase nessa disciplina, a saber: Universidade de São Paulo (USP); Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); e Universidade Federal do Pará (UFPA). O critério de seleção dos trabalhos foi a presença de conceitos da Análise do Comportamento no título, nas palavras-chave ou no resumo.

Micheletto et al. (2004) constataram que, com relação à produção de dissertações e teses classificadas como trabalhos aplicados, houve um predomínio de pesquisas voltadas para a educação nas décadas de 70 e 80. O número total de trabalhos voltados para a educação é o dobro do número total de trabalhos voltados para a clínica, que é o segundo tema mais estudado no ano 2001. Apesar dessa diferença, o número de trabalhos voltados para a educação apresenta uma desaceleração no início dos anos 90, retomando a tendência de aceleração a partir de 1997.

Além de pesquisas para caracterizar, de modo geral, a produção de conhecimento na abordagem comportamental, estudos também têm sido realizados para analisar mais especificamente o que os pesquisadores comportamentais vêm produzindo na área educacional. Um desses estudos foi realizado por Sulzer-Azaroff e Gillat (1990), que analisaram as pesquisas referentes à educação publicadas no JABA no período compreendido entre 1968 e 1988. Considerando "pesquisa em educação" como aquela realizada em sala de aula ou que tivesse como objetivo o ensino do que os autores chamam de "habilidades acadêmicas específicas" para alunos ou profissionais da educação, os pesquisadores selecionaram 347 artigos que foram analisados segundo as seguintes variáveis: a população estudada (alunos segundo o grau escolar e profissionais) e o foco da intervenção.

Os pesquisadores identificaram uma tendência de diminuição no número de publicações da primeira década de publicação no JABA (de 1968 a 1978) quando comparada à segunda década. No período compreendido entre 1982 e 1986 houve uma estabilização no número de artigos publicados por ano voltados para a educação (em torno de 17 artigos), sendo 1982 um ano em que o número total de artigos que tinham como tema a educação foi maior quando comparado aos demais anos.

Nos artigos analisados por Sulzer-Azaroff e Gillat (1990), a população mais estudada foi a de alunos do nível elementar (39,4%) seguida de alunos de educação especial (19,9%). O foco de intervenção mais freqüente foi a conduta em sala de aula (29%) seguido de habilidades acadêmicas (25%) e linguagem (20%).

Com o objetivo de caracterizar a produção da Análise do Comportamento referente à Educação no âmbito nacional, Freitas (1987) analisou a produção escrita entre os anos de 1961 e 1982 tomando como fonte de dados periódicos, teses, dissertações, material não publicado, análise da bibliografia e reuniões científicas. Ele concluiu que a fonte que mais gerou trabalhos foi a de publicações em periódicos, seguida pelas dissertações e teses. Freitas (1987) também concluiu que a produção geral da Análise do Comportamento aplicada à Educação se manteve constante ao longo das décadas estudadas, não apresentando diminuição no número de publicações.

O presente estudo tomou como referência as pesquisas aqui mencionadas e a constatação de que a Educação tem sido, ao longo dos anos, um tema de interesse de pesquisadores brasileiros da abordagem comportamental. O objetivo foi caracterizar o que vem sendo produzido pela Análise do Comportamento na área educacional com base na análise de trabalhos publicados em periódicos nacionais. Trata-se de uma atualização da pesquisa de Cesar (2002). Foram tomados como fonte de dados os mesmos periódicos analisados por ela, publicados no período de 1961 a 2001; foi também ampliada a análise até 2006, incluindo outros periódicos específicos de Análise do Comportamento que passaram a ser publicados após o estudo de Cesar (2002), tendo como foco específico as pesquisas da abordagem comportamental na área da Educação.

 

Método

Material

A seleção dos periódicos foi feita com base nos critérios estabelecidos por Cesar (2002). Segundo a pesquisadora em seu estudo:

"O material foi selecionado através da leitura dos textos históricos sobre a história da Análise do Comportamento no Brasil, nos quais os autores fizeram referência às reuniões, encontros e periódicos mais representativos para a Análise do Comportamento" (p. 18).

As revistas, por sua vez, foram selecionadas "pela relevância de cada uma delas no que se refere a trabalhos baseados na Análise do Comportamento, como também por estarem vinculadas a associações e grupos envolvidos com a Análise do Comportamento no Brasil." (p.20), tendo como critério sua menção em textos sobre a história da Análise do Comportamento no Brasil, nos quais os autores fazem referência aos periódicos mais representativos para a área.

Os periódicos utilizados e os respectivos anos de publicação foram: Psicologia (publicação da Pós- Graduação do Instituto de Psicologia da USP): de 1975, ano inicial de sua publicação, a 1987, último ano em que foi publicada; Psicologia: Teoria e Pesquisa (publicação do Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília): de 1985, ano inicial de sua publicação, a 2006; Cadernos de Análise do Comportamento (publicação da Associação de Modificação do Comportamento): de 1981 a 1982, período que durou a publicação; Temas em Psicologia (publicação da Sociedade Brasileira de Psicologia): de 1993, ano inicial de sua publicação, a 20042; Psicologia USP (publicação do Instituto de Psicologia da USP): de 1990, ano inicial de sua publicação, até 2006; Ciência e Cultura (publicação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência): de 1961, ano em que se iniciou sua publicação, até 2006; e Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva (publicação da Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental): de 1999, ano inicial de sua publicação, até 2006.

Por ser um periódico específico da Análise do Comportamento, foi incluída nesta lista a Revista Brasileira de Análise do Comportamento (publicação do Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento em convênio com a Universidade Católica de Goiás), no período compreendido entre 2004, ano em que se iniciou sua publicação, e 2006.

Os periódicos selecionados por este estudo foram encontrados nas bibliotecas da PUC-SP e do Instituto de Psicologia da USP. Como não foram encontrados todos os exemplares dos periódicos nessas duas bibliotecas o site Scielo (Scientific Electronic Library Online) também foi consultado (www.scielo.org).

Procedimento

Como os periódicos nacionais não são, na maior parte dos casos, publicações exclusivas da área de Análise do Comportamento – a revista Ciência e Cultura sequer é exclusiva da área de Psicologia –, foram necessários critérios para a seleção dos artigos a serem analisados, entre os publicados. Foram utilizados os critérios propostos por Cesar (2002): presença de termos técnicos, conceitos ou temas da análise do comportamento ou do behaviorismo radical, no título, resumo ou palavras-chave do artigo; autor identificado com a abordagem, segundo um índice publicado pelas revistas Psicologia e Psicologia: Teoria e Pesquisa, do qual consta a área de interesse de diversos autores da Psicologia. Esses critérios foram utilizados para a seleção de artigos recentes, não incluídos no período coberto pelo trabalho de Cesar. Para os estudos anteriores, selecionados por Cesar (2002) como sendo de Análise do Comportamento, foi utilizada a própria seleção feita pela pesquisadora.

A etapa seguinte consistiu da seleção de artigos em educação, dentre aqueles identificados como de Análise do Comportamento. Para tanto, foram utilizados os critérios propostos por Sulzer-Azaroff e Gillat (1990), que incluem pesquisas realizadas em sala de aula ou pesquisas cujo objetivo é o ensino de comportamentos acadêmicos específicos para estudantes ou pessoal ligado à educação..

Dessa segunda seleção resultaram 71 artigos classificados sobre o tema educação. Esses artigos foram analisados de acordo com as seguintes categorias e sub-categorias de análise:

• Número de publicações de cada autor: a) uma vez; b) duas vezes; c) três vezes ou mais;

• Filiação: a) universidade ou faculdade (pública; privada; pública e privada); b) outras instituições de ensino; c) instituições de saúde; d) outros;

• Modalidade de Educação: a) regular; b) especial; Tipo de artigo: a) relatos de pesquisa; b) estudo metodológico; c) ensaio/revisão/discussão; d) resenha de livro;

• Tipo de pesquisa: a) pesquisa básica (estudo experimental; estudo descritivo); b) pesquisa aplicada (estudo experimental; estudo descritivo); c) pesquisa histórica/metodológica/conceitual;

• Participantes: - Alunos de Educação Regular classificados segundo o nível de escolaridade3:

a) alunos de Préescola;

b) alunos de Ensino Primário ou Primeiro Ciclo do Ensino Fundamental;

c) alunos de Ginasial ou Segundo Ciclo do Ensino Fundamental;

d) alunos de Ensino de 2º Grau ou Ensino Médio; e) alunos de Ensino de 3º Grau; - Alunos de Educação Especial classificados segundo a faixa etária: a) até 5 anos; b) de 6 a 10 anos; c) de 11 a 15 anos; d) de 16 a 20 anos;

e) mais de 20 anos; f) não informado;

• Ambiente: a) escola do participante; b) casa do participante; c) residência ou escola especial; d) análogo;

• Agente de mudança ou de observação de comportamentos: a) pesquisador; b) agente educacional; c) próprio participante; d) pais; e) colegas (pares);

• Procedimento: a) procedimento para aquisição de repertório; b) procedimento para fortalecimento de repertórios; c) procedimento para estabelecimento de controle de estímulos específicos sobre repertórios; d) procedimento para enfraquecimento de repertórios;

• Tema: a) comportamentos acadêmicos; b) comportamentos de ensino; c) conduta; d) linguagem; e) comportamento social; f) saúde/segurança.

 

Resultados e Discussão

Os resultados apresentados a seguir visam caracterizar o que foi publicado em Educação na perspectiva da Análise do Comportamento, no período compreendido entre 1961 e 2006, nos periódicos nacionais analisados.

Com relação ao número total de artigos, pode ser constatado um crescimento nas três primeiras décadas analisadas e uma ligeira diminuição no número total de artigos na década de 90. Porém, na primeira década do século XXI4 há uma retomada ao patamar observado nas três primeiras décadas do século anterior.

Quanto à filiação dos autores, a maioria dos que publicam artigos que têm como tema a Educação é filiada a universidades públicas (85%), e apenas 11% é filiada a universidades privadas; nos dois casos, a maior parte dos autores (83%) publicou um artigo. A identificação de parceria entre pesquisadores de universidades pública e privada foi pouco significativa (4% dos artigos). Evidencia-se assim, a existência de um pólo de produção de pesquisas em Educação em universidades públicas.

Na caracterização dos artigos publicados em Análise do Comportamento no Brasil no período de 1961 a 2001, Cesar (2002) também constatou a maior presença das instituições públicas (52%) como instituições de filiação dos autores, comparada com a filiação a universidades privadas (32%), porém em uma proporção diferente da encontrada na presente pesquisa.

Uma possível razão para essa diferença se deve ao fato de que a pesquisa de Cesar (2002) contempla artigos sobre diferentes temas, e não apenas sobre o tema Educação.

Quanto à modalidade de educação enfocada nos 71 artigos analisados, os dados revelam que a grande maioria refere-se à Educação Regular (54 artigos) e 17 tratam da modalidade Educação Especial.

Ao analisar a variável tema, entendida como alvo de mudança ou foco da intervenção ou observação, nos 71 trabalhos publicados no período compreendido entre 1961 e 2006, destaca-se, de acordo com a Figura 1, que o alvo mais freqüentemente estudado foi comportamentos acadêmicos, tanto na Educação Regular (19 dos 54 artigos) quanto na Educação Especial (6 dos 17 artigos).

 

 

O tema comportamentos de ensino aparece em 17 artigos de Educação Regular, seguido dos temas linguagem (9 Artigos), conduta e comportamento social (com quatro artigos cada um). Na Educação Especial o tema linguagem é o segundo mais freqüente, sendo abordado em cinco artigos de pesquisa. Ressaltase o baixo número de artigos na Educação Especial que tiveram como tema conduta, pois do total de 17 artigos, apenas dois artigos apresentaram a conduta como tema da pesquisa. Outro dado a ser ressaltado é a ausência de pesquisas envolvendo comportamento social em Educação Especial.

Ao comparar esses dados com os de Sulzer-Azaroff e Gillat (1990) observa-se uma tendência diferente, pois nas pesquisas referentes à educação publicadas no JABA, no período compreendido entre 1968 e 1988, o foco de intervenção mais freqüente foi o que os autores denominaram "conduta em sala de aula" (29%).

Uma hipótese para explicar essa diferença é que o período analisado por Sulzer-Azaroff e Gillat (1990) não tenha sido longo o suficiente para refletir uma mudança no foco das pesquisas a partir da crítica feita, na década de 70, pelos próprios analistas do comportamento, de que os trabalhos dos então chamados "modificadores de comportamento" focavam comportamentos de indisciplina mais do que o ensino de comportamentos acadêmico, dessa forma mantendo, mais do que solucionando, os problemas de sala de aula. Winett e Winkler (1972), no artigo intitulado "Current Behavior Modification in the classroom: be still, be quiet, be docile", assim expressavam essa crítica:

"Se ficar quieto for considerado necessário, então cantar, assoviar, ou rir poderiam também ser considerados inapropriados e fora de lugar. Mas se uma sala de aula silenciosa é necessária para todo tipo de aula, seja leitura, soletração, estudos sociais, ou qualquer outro dos muitos tipos de aula onde a modificação do comportamento estava sendo usada, então as crianças estão sendo forçadas a gastar a maior parte de seu dia não sendo crianças, mas sendo ‘jovens adultos' quietos, dóceis e obedientes." (p. 500)

No Brasil, a crítica parece ter repercutido em estudos como o de Guilhardi, Betini e Camargo (1977). Na pesquisa realizada com um aluno de primeiro grau que apresentava dificuldades de aprendizagem e alta freqüência de comportamentos inadequados, os autores questionaram se uma criança poderia aprender sem que se tivesse, em primeiro lugar, que eliminar seus problemas disciplinares. No delineamento de linha de base múltipla utilizado os pesquisadores trabalharam diretamente com respostas acadêmicas, e observaram o que ocorria com os comportamentos inadequados. Segundo os autores "o estudo demonstrou que foi possível reduzir a níveis baixos as respostas inadequadas do sujeito, trabalhando-se principalmente com um repertório adequado incompatível e ignorando-se os indesejáveis." (p. 28)

Ao examinar o número de artigos publicados (71) segundo o tipo de artigo, observa-se que relato de pesquisa em Educação é o tipo mais publicado (45 artigos). O segundo tipo de artigo mais publicado é o ensaio/ revisão/discussão (20 artigos), seguido de estudos metodológicos (5 artigos), e resenha de livro (1 artigo).

A maior presença de relatos de pesquisa ilustra a afirmação de Tourinho (2003):

"A investigação empírica ocupa, na análise do comportamento, um lugar privilegiado: reúne os esforços de uma boa parcela de analistas do comportamento, e seus produtos representam a maior parte da literatura analítico-comportamental." (p. 36-37)

Os resultados apresentados a seguir referem-se aos 45 artigos classificados como relatos de pesquisa5.

A Figura 2 apresenta a relação entre o tipo de estudo (experimental ou descritivo) e o tipo de pesquisa (básica e aplicada). Observa-se que a pesquisa aplicada foi o tipo de pesquisa mais freqüente nos periódicos analisados (30 relatos de pesquisa), sendo a pesquisa básica o segundo tipo de pesquisa mais freqüente (15 relatos de pesquisa).

No que se refere à pesquisa aplicada, os dados revelam que dos 30 relatos de pesquisa classificados como de pesquisa aplicada, 18 são estudos experimentais e 12 são estudos descritivos. Ao enfocar os 15 relatos de pesquisa classificados como de pesquisa básica, os dados revelam que 12 são estudos experimentais e 3 são estudos descritivos.

Já em 1968 Baer, Wolf e Risley salientavam a importância de pesquisas aplicadas para uma ciência com pressupostos teóricos sólidos. Segundo esses autores, a pesquisa aplicada visa responder a uma demanda originada da sociedade, e não da teoria, e visa solucionar problemas apresentados pelas pessoas e pela sociedade como um todo. O maior número de pesquisas aplicadas encontrado no presente estudo pode revelar que analistas comportamentais brasileiros têm pesquisado sob controle dos problemas educacionais que persistem em nossa realidade.

Tourinho (2003) parece apontar para a mesma direção. No artigo em que se refere à produção de conhecimento em Psicologia, mais especificamente em Análise do Comportamento, este autor usa como representação os vértices de um triângulo para caracterizar a Análise do Comportamento como um sistema psicológico: um campo do saber no interior do qual se articulam conteúdos filosóficos, empíricos e aplicados. Segundo Tourinho (2003), no caso da Análise do Comportamento,

"(...) o Behaviorismo Radical ocupa o lugar das produções filosóficas, reflexivas ou conceituais (...). O vértice da produção científica é representado pela pesquisa empírica, freqüentemente referida como análise experimental do comportamento, mas que, em muitas circunstâncias, é apenas descritiva, não envolvendo a manipulação de variáveis típicas da aplicação do método experimental. No vértice das produções aplicadas encontra-se a Análise Aplicada do Comportamento. O desenvolvimento de tecnologias de caráter analítico-comportamental para a solução de problemas conta com razoável reconhecimento, especialmente nas áreas de educação regular e especial, as quais os analistas do comportamento se dedicaram mais sistematicamente." (p. 36)

Ao enfocar a idade dos participantes de Educação Especial destaca-se que em quatro dos oito estudos os participantes foram crianças com até 5 anos de idade; há um relato de pesquisa com participantes de cada uma das demais faixas etárias, com exceção da faixa etária mais de 20 anos, para a qual não foi encontrada nenhuma pesquisa.

Ao enfocar o nível educacional dos participantes de Educação Regular, observa-se que o nível educacional mais freqüente é a Pré-escola (15 dos 45 relatos de pesquisa), seguido do Ensino de 3º Grau (12 relatos) e do Ensino Primário ou Primeiro Ciclo do Ensino Fundamental (nove relatos).

Destaca-se que nenhum dos relatos analisados teve como participantes alunos do Ginasial ou Segundo Ciclo do Ensino Fundamental, nem do Ensino de 2º Grau ou Ensino Médio.

Esses dados permitem supor que o fato de a maioria das pesquisas nas modalidades Educação Especial e Educação Regular ter como participantes crianças de até 5 anos ou crianças dos níveis iniciais de escolarização decorre do que Marmo (2002) considera uma preocupação típica dos analistas do comportamento: "a construção de repertórios que são tidos como pré-requisitos para repertórios mais complexos" (p.40-41).

Ao enfocar o ambiente em que a pesquisa é realizada, observa-se que 30 relatos de pesquisa foram realizados na escola do participante. O ambiente análogo, definido como um espaço explicitamente arranjado para os propósitos do estudo, foi o segundo mais utilizado pelos pesquisadores, sendo mencionado em 13 relatos. Esse dado evidencia uma maior ênfase com o controle das variáveis que poderiam estar influenciando no comportamento-alvo do estudo.

Ao comparar o número de relatos de pesquisa em que a casa do participante ou uma residência ou escola especial foram utilizados em relação ao ambiente análogo pode-se afirmar que tanto a casa do participante quanto uma residência ou escola especial foram pouco utilizadas, sendo que juntas somaram 7 relatos de pesquisa. Esse dado pode ser explicado com base nos critérios de seleção dos artigos utilizados no presente estudo: o estudo ter sido realizado em sala de aula ou, se não tiver sido realizado em sala de aula, deveria envolver o ensino de comportamentos acadêmicos. Esses critérios podem ter levado à eliminação de estudos realizados na casa do participante ou residência ou escola especial e que não envolviam o ensino de comportamentos acadêmicos, os quais não foram considerados como trabalhos em educação.

Também Northup, Vollmer e Serret (1993), ao analisar os artigos de pesquisa publicados nos primeiros 25 anos do Journal of Applied Behavior Analysis (JABA), concluíram que nos Estados Unidos há uma tendência dos estudos utilizarem a escola como o ambiente mais freqüente nas pesquisas (49%) o que permite supor, valendo-se da ressalva de que a análise do JABA não enfocou apenas os artigos de Educação, que analistas do comportamento no Brasil e nos Estados Unidos compartilham uma mesma preocupação com estudos em ambiente natural.

Apesar de 30 relatos de pesquisa apresentarem como ambiente a escola do participante é importante considerar as críticas que os próprios analistas do comportamento fazem ao modo como se dá a inserção da Análise do Comportamento no espaço escolar. Avaliando essa questão, Fantuzzo e Atkins (1992) concluíram que o pesquisador analista do comportamento planeja o seu estudo e a intervenção na escola sem dialogar com o professor ou com outro profissional da escola que está diariamente inserido no ambiente escolar. Assim, o analista do comportamento, no que concerne sua inserção na área educacional, atua como um profissional externo, ou seja, desenvolve suas metodologias de pesquisa e sua intervenção na escola sem dialogar com o professor, sem haver uma troca de informações entre esses dois profissionais.

Fantuzzo e Atkins (1992) chegaram à conclusão de que cabe ao analista do comportamento trabalhar em conjunto com o professor para que a intervenção a ser realizada seja efetiva, tanto para os alunos que são o alvo da mudança como para os profissionais envolvidos no planejamento da intervenção.

Carmo e Batista (2003), referindo-se à dificuldade que os analistas do comportamento têm em comunicar seus conhecimentos para comunidades que poderiam aplicá-los, especialmente os educadores, afirmam ser esta uma preocupação de um dos expoentes da Análise do Comportamento - Murray Sidman.

Carmo e Batista (2003) mencionam os esforços concretos sugeridos por Sidman para a solução desse problema, que aqui transcrevemos por concordarmos com eles:

"1) a inserção de analistas em estabelecimentos educacionais, para propiciar-lhes aceitação do uso prático dos métodos de ensino oriundos do laboratório; 2) a melhoria dos canais de comunicação entre pesquisadores e professores (de ambas as partes são erigidos muros reais ou barreiras imaginárias, comprometendo essa comunicação), pela divulgação dos resultados da pesquisa numa linguagem não técnica." (p.500)

Ao enfocar o agente de mudança ou de observação de comportamentos nos relatos de pesquisa observa-se que o pesquisador foi o mais freqüente (46 relatos), seguido de agente educacional (quatro). Os agentes próprio participante e pais aparecem em dois artigos cada e colegas, em um artigo.

Ao analisar o procedimento utilizado nos 31 relatos de pesquisa (aqui considerados apenas os estudos experimentais) nas duas modalidades de educação (Especial e Regular), constata-se que o procedimento mais utilizado nos relatos de pesquisa foi o procedimento para estabelecimento de controle de estímulos específicos sobre repertórios, estando presente em 23 dos 31 relatos de pesquisa.

A ênfase nesse procedimento, aliada ao fato dos participantes mais freqüentes serem crianças menores e em níveis de escolaridade iniciais, aponta na mesma direção de Mattos (1981):

"Grande parte do desenvolvimento de uma criança se refere a mudanças que ocorrem naqueles aspectos do ambiente que são importantes por exercerem um controle de estímulo sobre o comportamento dessa criança." (p.10)

O segundo mais utilizado foi o procedimento para aquisição de repertórios. Destaca-se o dado de que nenhum relato utilizou um procedimento para enfraquecimento de repertórios, o que pode significar uma opção dos analistas do comportamento brasileiros que trabalham com educação pela não utilização de procedimentos punitivos. Concordamos explicitamente com Sidman quando afirma que "a punição é o método mais sem sentido, indesejável e mais fundamentalmente destrutivo de controle da conduta" (p. 91). A não utilização de procedimento para enfraquecimento de repertórios revelaria que pesquisadores brasileiros, ainda que implicitamente, estariam concordando com Sidman?

 

Conclusão

Em síntese, pode-se constatar, ao examinar periódicos nacionais publicados no período compreendido entre 1961 e 2006, que a produção da Análise do Comportamento referente à Educação apresentou um crescimento ao longo das décadas, e que há um pólo produtor de pesquisas em Análise do Comportamento referentes à Educação na região Sudeste, concentrado nas universidades públicas, uma vez que as duas universidades com maior quantidade de autores filiados são públicas e se encontram nessa região, reproduzindo, assim, a realidade já descrita por Cesar (2002).

O crescimento da produção pode, em parte, ser explicado pela existência, no país, de problemas educacionais crônicos e de indicadores de baixa qualidade de ensino que estariam mobilizando analistas do comportamento a produzir conhecimento relevante que contribua para a solução desses problemas. Pode também ser explicado pelo surgimento, nos últimos anos, de dois periódicos dedicados especificamente à publicação de pesquisas comportamentais, a saber - Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, cujo ano inicial de publicação foi 1999; e a Revista Brasileira de Análise do Comportamento, cujo ano inicial de publicação foi 2004. A presença desses dois novos periódicos (o primeiro em seu 8º ano e o segundo em seu 3º ano de publicação) pode ser um indicador do fortalecimento da Análise do Comportamento a ponto de ter periódicos exclusivos da abordagem para a publicação do conhecimento produzido. Pode também indicar a constituição de mais um pólo importante de produção de conhecimento na abordagem da Análise do Comportamento na região Centro-Oeste.

Uma constatação que confirmaria este crescimento de interesse de analistas do comportamento pela educação decorre da análise do tema das publicações brasileiras que tomaram como alvo da mudança ou foco de intervenção ou observação, de modo predominante, os comportamentos acadêmicos. Apesar de esse dado poder indicar que as pesquisas se restringiram ao tema comportamentos acadêmicos, destacou-se o crescimento no número de pesquisas cujo alvo da mudança ou foco de intervenção ou observação foi linguagem e comportamento de ensino. Logo, pode-se dizer que, ao mesmo tempo em que o interesse dos pesquisadores pela área educacional na Análise do Comportamento aumentou, também houve uma diversificação dos temas das pesquisas.

A preferência dos autores pelo tipo de artigo relato de pesquisa, pela pesquisa aplicada e pelo estudo experimental ficou evidenciada a partir dos dados. Contudo, a quantidade de pesquisas que são pesquisa básica ou estudos descritivos é também significante no período examinado, revelando uma diversidade no tipo de pesquisa em Análise do Comportamento referente à Educação realizada no período.

A escola do participante foi o ambiente mais freqüente nas publicações do período analisado, sendo o pesquisador o agente da mudança ou de observação do comportamento mais freqüente. O procedimento mais utilizado nas pesquisas em Análise do Comportamento referentes à Educação foi o procedimento para estabelecimento de controle de estímulos específicos sobre repertórios, ressaltando-se que nenhuma pesquisa utilizou o procedimento para enfraquecimento de repertórios. Este dado se agrega à ênfase em desenvolvimento de comportamentos acadêmicos, superando uma tendência anterior de ênfase de analistas do comportamento em pesquisas sobre comportamentos anti-sociais ou problemas disciplinares de alunos nas escolas.

Na modalidade Educação Regular, a mais freqüente nas pesquisas examinadas, observou-se uma tendência de alunos da pré-escola serem os participantes mais freqüentes nas pesquisas, enquanto que na Educação Especial, participantes com idade até 5 anos foram maioria nos artigos de pesquisa verificados.

Tendo em vista os dados aqui apresentados, o artigo pretendeu contribuir para a prática dos analistas do comportamento dentro e fora de instituições de ensino traçando um panorama das contribuições da abordagem na área da Educação. Identificar e discutir criticamente os temas mais freqüentemente estudados, sem esquecer temas pouco explorados, é uma ferramenta importante para uma ciência com pressupostos teóricos sólidos. Cabe ao analista do comportamento utilizar esses dados e discussões para enriquecer sua prática profissional, contribuindo para melhorar a qualidade de ensino em um país que enfrenta dificuldades tão sérias nessa área.

 

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Received: July 25, 2010;
accepted: March 21, 2011

 

 

1) Nome e endereço completo do principal autor: Victor Faria Nicolino – Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2121, cj. 22.
2)
Quando da coleta de dados estavam disponíveis, tanto nas bibliotecas consultadas quanto no site da revista, os números até o ano de 2004.
3) Definições estabelecidas por Brejon (1991)
4) Um dado a ser ressaltado é que a seleção dos artigos publicados na década de 00 é referente a seis anos, período de tempo menor quando comparado às outras décadas analisadas. Pode-se supor que, se o ritmo de crescimento for mantido, esta será a década de maior produção de artigos em Educação em periódicos nacionais.
5) Há variáveis em relação às quais o n > 45 porque os dados foram classificados em duas ou mais categorias ou subcategorias.

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