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Revista Brasileira de Psicanálise

versão impressa ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál v.42 n.1 São Paulo mar. 2008

 

DIÁLOGO

 

Psicanálise e poesia: comentários à entrevista de Carlos Vogt

 

Psicoanálisis y poesía: comentario a la entrevista de Carlos Vogt

 

Psychoanalysis and poetry: comment to Carlos Vogt’s interview

 

 

Ana Maria Loffredo1

Instituto de Psicologia da USP
Instituto de Psicanálise Durval Marcondes da SBPSP

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O texto dialoga com as idéias apresentadas na entrevista por Carlos Vogt, destacando as implicações teórico-metodológicas das relações da psicanálise com a criação poética, as especificidades do modo de produção de conhecimento na psicanálise e os impasses pertinentes à influência do nominalismo associacionista de John Stuart Mill no pensamento freudiano.

Palavras-chave:Psicanálise; Poesia; Método; Freud; J. S. Mill.


RESUMEN

El texto dialoga con las ideas presentes en la entrevista de Carlos Vogt, destacando las implicaciones teórico-metodológicas de las relaciones del psicoanálisis con la creación poética, las especificidades del modo de producción del conocimiento en el psicoanálisis y las discordias pertinentes a la influencia del nominalismo asociacionista de John Stuart Mill en el pensamiento freudiano.

Palavras clave:Psicoanálisis; Poesía; Método; Freud: J. S. Mill.


ABSTRACT

The text dialogues with the ideas presented in Carlos Vogt’s interview, outlining the theorical-methodological implications of the relations of psychoanalysis with poetical creation, the specificities of the production mode of knowledge in psychoanalysis and questions belonging to John Stuart Mill’s associationist nominalism present in Freudian thought.

Keywords:Psychoanalysis; Poetry; Method; Freud; J. S. Mill.


 

 

Agradeço o convite da Revista Brasileira de Psicanálisepara participar dessa seção, dedicada à interlocução da psicanálise com outras áreas do conhecimento. É um privilégio ter sido trazida para o campo desse debate, estimulada pelo modo instigante com que Carlos Vogt nos conduz ao contato com temáticas convergentes à reflexão interdisciplinar, à qual a instituição psicanalítica não pode se furtar, no contexto de nossa inquietante contemporaneidade.

Carlos Vogt abre veredas e areja perspectivas, desestabilizando eventuais encaminhamentos rotineiros, visto que explicita um exercício constante de exame dos fundamentos a partir dos quais formula suas questões, permitindo ao leitor acompanhar os elementos constituintes de seu modo de enunciá-las. Dessa forma, não só facilita seu processo de reflexão, como o encoraja a arregaçar as mangas para o confronto com temas espinhosos que atravessam o meio psicanalítico, na tensão pertinente às fronteiras entre territórios conceituais.

De uma exposição tão rica de ressonâncias, alguns eixos se destacaram como figuras proeminentes em minha leitura: questões de cunho epistemológico, pertinentes às especificidades do modo de produção de conhecimento na psicanálise; as relações da psicanálise com a literatura, desde suas origens, situadas no plano de sua própria constituição e, portanto, de seus fundamentos como disciplina autônoma; o trajeto singular da relação da psicanálise com a universidade; e, finalmente, as questões relativas à divulgação da psicanálise.

Logo no início da conversa, o sentido de crise é proposto em termos de uma positividade dos processos de transformação e mudança, inerentes à construção do conhecimento, e a inscrição poéticaé anunciada como parâmetro exemplar do exercício criador.

Do ponto de vista da psicanálise, em seu conjunto, poesia e crise poderiam servir como fios condutores para abordar o conjunto dos eixos apresentados inicialmente, funcionando ao mesmo tempo como operadores cruciais para a compreensão da novidade e dos desdobramentos inaugurados pela descoberta freudiana. Pois a temática da cientificidade da psicanálise e do que lhe é peculiar como campo de investigação a atravessa desde sua constituição, e, mesmo hoje, é interessante que “pesquisa em psicanálise” e “psicanálise, pesquisa e universidade” ainda se recortem como objetos de investigação, apesar da extensa produção acadêmica na área. Encenação recorrente de volta às origens, pontuação contínua de marcação de originalidade?

Talvez se trate do alcance teórico-metodológico de uma poética psicanalítica, em seu sentido mais radical. Basta nos reportarmos tanto à escrita de Freud, em especial a seus relatos clínicos,2como à genealogia da regra básica que sustenta o dispositivo psicanalítico,3para afirmar que a presença da tradição mitopoética no percurso freudiano não tem caráter acidental nem ilustrativo, mas exprime uma particularidade epistemológica do discurso freudiano, explicitando uma relação de fundamentos entre estilo e métodode investigação.

Nesse caso, como nos aproximarmos de uma definição de poesia? Amparando-nos em Octavio Paz, algo que aponta para um elemento distintivo que permite diferençar técnica de criação, utensílio de obra de arte. Artista e artesão transformam a matéria prima, mas “a pedra triunfa na escultura e humilha-se na escada” (Paz, 1956/1982, p. 137), diz o poeta, desde que cabe ao artista servir-se de seus instrumentos para que recuperem sua natureza original.Não há algo, aqui, aparentado ao que se espera promover na situação analítica?

Sabemos que, nascida no meio científico banhado pelo positivismo pregnante na Europa Central no final do século xix, a ruptura do pensamento freudiano com o modelo médico-psiquiátrico não se deu de uma só vez, mas expressou-se por meio de inovações graduais, a partir das demandas provenientes do exercício clínico, que resultaram no delineamento inicial do campo psicanalítico. De tal forma que investigação, terapêutica e criação conceitual formavam um todo indissociável, desde os primórdios da psicanálise, fundando o campo transferencial que aloja o núcleo da pesquisa em psicanálise. Em seus primeiros passos, o interesse de Freud se voltava para o trajeto seguido pelas excitações, concebendo as modalidades de padecimento da alma como as respostas possíveis aos impactos assim produzidos, apreendidos como intensidades pelo psiquismo e atravessados pela historicidade do sujeito. Em meio à crise do saber médico empreendida pelo enigma do sintoma histérico, a obra matriz legitima oficialmente a nova disciplina, em 1900, e surge, como diz Vogt, como “uma força arrasadora”. Esse corte epistemológico instaura no centro do debate as resistências implicadas no descentramento da consciênciae as questões relativas ao tipo de “objetividade” e de “realidade” trazidas pelo discurso freudiano.

Se entendermos que o conhecimento é produzido por meio de um jogo entre invenção e descoberta, importa destacar que “a zona de eficácia veritativa no processo de criação não se encontra exatamente em i, na invenção, nem em d, na descoberta, mas no meio dos dois: i/v/d. Verdade (v), nesse sentido, não se confunde com confirmação, é promessa de nova produção de saber, possibilidade antecipada” (Herrmann, 2004, p. 12-13).

Essa afirmação estabelece um diálogo interessante com os comentários de Vogt relativos à produção do conhecimento científico: “Quanto mais você amplia o objeto, mais aumenta o residual. Não é que você esgote o residual, pois o fenômeno é inesgotável, quer dizer, nossa tarefa é uma tarefa fadada a não se completar”.

Assim, essa tensão inerente à investigação psicanalítica, pelo exercício de vigilância sistemática na discriminação entre invenção e descoberta, é condição necessária para que novidades se anunciem nas brechas entre ambas. Para tanto, a trama conceitual deve ser checada em seus limites de plasticidade, a partir do estatuto de provisoriedade dessas ficções, sem que se perca de vista a inspiração fundamental do pensamento freudiano: como se dá a constituição de um sujeito encarnado, cuja corporeidade veicula as marcas de uma história singular, passível de se transformar em narrativaa partir de um método que, simultaneamente, a inventa e a descobre.

Nesse caso, como interroga Monzani (1991), “[…] que tipo de cientificidade nos traz o discurso psicanalítico? E, a partir daí, nossa idéia de ciência deve ser reformulada, ou não?” (p. 131). É nesse contexto que entendo a importância da tese de Lebrun (1977), apresentada por Mezan (2002), segundo a qual deve-se distinguir entre a ciência e asciências, enunciando um espaço de positividade às “racionalidades regionais”, próprias a cada disciplina. Dessa forma, circunscreve a proposta segundo a qual o pensamento freudiano não deve ser tomado como objetopela epistemologia, mas como fonte de um modo específico de produzir conhecimento. (p. 438-452).

Creio que essas idéias interagem de modo promissor com o que diz Vogt sobre a psicanálise: “Mas não é que a ciência tenha abdicado do propósito de dominar o conhecimento. Ela talvez tenha abdicado da possibilidade de que esse conhecimento seja uma forma de representação, ele próprio representação objetiva de leis que estão no mundo. Se essas leis dizem respeito a estruturas intelectuais com as quais nós entendemos e compreendemos, a psicanálise adquire um papel mais importante ainda nesse processo”.

Mas de que maneira avançar no teor dessa especificidade da psicanálise?

Como disciplina, apresenta-se com objeto próprio, para cuja investigação cria um método que visa, em seu horizonte mais amplo, produzir experiência poética. Tudo parece muito Unheimlich. Acontece que é mesmo, e talvez seja justo aí que a densidade da estranheza balize a ocorrência do tipo peculiar de conhecimento que persegue, jamais alcançado, apenas vislumbrado.

Ciência e técnica de um lado, poesia e imaginação de outro. Já que é tudo tão estranho, talvez não seja o caso de falar de lados, pois no momento da ocorrência desvanecem-se as fronteiras e a produção de metáforas “torna os conceitos sensíveis”, na feliz expressão de nosso entrevistado.

É que no confronto com a solidão do instante “a poesia vai até mais longedo que a ciência, pois ela aceita o que ele tem de trágico”, escreve Bachelard (Japiassu, 1976, p. 75)– e nos habilita para o embate com o desamparo, diz a psicanálise. Responderia o filósofo:

É preciso então que o saber se acompanhe de um igual esquecimentodo saber.O não-saber não é uma ignorância, mas um ato difícil de superação do conhecimento. É a esse preço que uma obra é a cada instante essa espécie de começo puro que faz de sua criação um exercício de liberdade (Bachelard, 1974, p. 352; grifo meu).

Se o poema é, “para alguns, a experiência do abandono; para outros, do rigor” (Paz, 1956/1982, p. 28; grifos meus), a situação analítica cria condições, justamente, para um abandonar-se à precisão de si, em um trabalho adois do qual pode emergir um processo alucinatório correlato ao trabalho do sonho, matriz exemplar de acesso ao infantil. Trabalho singular, na medida em que a psicanálise

não pode, de forma alguma, constituir-se em uma teoria da comunicação. Ela se instaura tecnicamente de uma ruptura da comunicação […] e isso tampouco significa que não exista, em um tratamento analítico, uma complexidade de modalidades de comunicação (Fédida, 1991, p. 20-21).

Pois nesse saber constituído na interpretação, é formulada

uma concepção de sujeito que funda esse campo de interpretação. No discurso freudiano, não existe sujeito sem que se considere, simultaneamente, a existência da interpretação, pois neste discurso o sujeito é, de fato e de direito, um intérprete (Birman, 1991, p. 14).

Portanto, a rigor, desde 1900, quando se poderia conferir ao “umbigo do sonho” um estatuto conceitual, é possível afirmar que a incompletude da interpretação não se deve a um desajuste do método, mas é próprio dele. Assim se coloca a questão da verdade no trabalho analítico: “[…] a interpretação nunca faz nada mais que imaginar, de acordo com o que o próprio analisando adivinha de seu inconsciente, fora de qualquer prova possível, a face oculta da coisa inconsciente que nenhum dos dois jamais verᔠ(Viderman, 1990, p. 63).

Portanto, a relação da produção do inconscientecom o próprio método interpretativoé fundamental, de modo que “só se pode saber o inconsciente pela inversão dos passos metodológicos que o descobrem, sendo que estes não implicariam a eficácia clínica se não se identificassem realmente, mas de forma invertida, com o próprio inconsciente” (Hermann, 1991, p. 101).

Não podemos nos esquecer, no entanto, que não só a concepção de interpretação não é unívoca no decorrer da obra freudiana, sofrendo as oscilações das inovações teóricas de seu percurso, como o mesmo ocorre com a produção psicanalítica pós-Freud. Pois, se “as palavras são o instrumento essencial do tratamento anímico” (Freud, 1890/1990, p. 115) e se o aparelho psíquico freudiano foi concebido em suas origens como um aparelho de linguagem (Freud, 1891/1977), é crucial nos reportarmos à gênese dos conceitos freudianos em sua relação com a filosofia da linguagem, de que se serviu Freud no início de suas pesquisas.

Nesse caso, importa enfatizar a presença do associacionismo nominalista de Stuart Mill, destacada pelo próprio Freud, (1891/1977), e quais os desdobramentos e impasses promovidos por essa influência.4Se construir uma psicanálise científica foi um projeto explícito de Freud, o que se pode supor é que esse anseio cientificista o leva a enunciar uma teoria sobre os atos irracionais fundada numa teoria da referência, em articulação com as concepções do filósofo.

Esse contexto teórico fundamenta uma noção de verdade enquanto correspondência, na qual se ampara a incessante busca pelas origens, embora o próprio corpo teórico freudiano fornecesse a apropriação de uma noção de verdade enquanto consistência interna.Mesmo o descentramento da consciência não impediu que o aparelho psíquico freudiano se nutrisse de representações, de modo que se produzisse o impacto metodológico trazido pela conceituação de pulsão de morte, que radicalizou o campo do irrepresentável.

Entretanto, é evidente que esse nominalismo corresponde a uma das vertentes filosóficas que inspiraram Freud, com certeza a mais estreita em termos de seu potencial heurístico e claramente em desacordocom as posições teórico-metodológicas tão bem condensadas, já em 1900, por meio da metáfora do “umbigo do sonho”. Essa tensão parece atravessar todo o percurso freudiano, pois 25 anos depois encontramos estas palavras em tom conformado: “Não temos mais remédio, senão nos familiarizarmos com essa polissemia dos sonhos” (Freud, 1925/1990, p. 131, grifo meu).5

No entanto, se a idéia de referente se articula à busca pela gênese do sintoma–perspectiva nunca abandonada totalmente por Freud–, é pela ênfase na plasticidade polissêmica das palavras que se manteve o interesse pela originalidade freudiana.

É nesse ponto que nos interessam particularmente os assinalamentos de Vogt relativos às contribuições da filosofia analítica da linguagem, que oferece ângulos de acesso interessantes para a construção das noções de sujeito, inconsciente, desejo, intenção e consciência, sendo um dos caminhos possíveis para desembaçar os obstáculos criados pela perspectiva representacional.

Sob a ótica da filosofia analítica, trata-se menos de definir o inconsciente do que de persegui-lo em sua operação, pois importa caracterizá-lo como uma atividade.Também é possível falar do sujeito prescindindo de qualquer referente, mas reportando-se às palavras ou proposições que o definem, pois o sujeito é concebido como um efeitoda linguagem, e o que interessa é ocupar-se dos efeitos da fala nooutro, dando destaque à sua propriedade contextual.

Também é interessante como a proposta de que dizer é fazer(Austin, 1990) nos permite tratar com mais desenvoltura a recorrente oposição representação e força, que já consumiu muita tinta na literatura psicanalítica.

Se a linguagem é ação e a fala um ato lingüístico desenvolvido na interlocução com o meio, será sempre intencional, visando um objeto, e animada por uma tensão, necessária para que se realize. A característica de ser performativaé, portanto, algo próprio à linguagem e não um acessório opcional (Bezerra, 1994).

Essas questões demarcam a importância dos estudos pertinentes ao campo da história e da epistemologia da psicanálise na formação dos psicanalistas, pois permitem problematizar os fundamentos da clínica freudiana e fornecem instrumentos para abordar a produção psicanalítica pós-Freud. Aqui se observa facilmente o ganho mútuo da presença da psicanálise na universidade, pela abertura aos vários domínios do conhecimento que, por princípio, essa deve favorecer e pela contribuição que a psicanálise traz para as outras áreas nas quais comparece como objeto de investigação e como disciplina complementar dos currículos.

Pois já estamos longe da maneira com que Freud encarava a inserção da psicanálise na universidade, expressa em 1919 em seu texto “Sobre o ensino da psicanálise na universidade”.

Embora não haja dúvidas de que a situação analítica é a matriz privilegiada da pesquisa psicanalítica, a relação da psicanálise com a universidade tem sido visivelmente incrementada entre nós, especialmente na última década. As conseqüências de sua legitimidade nos cursos universitários e da valorização do estudo da psicanálise nos moldes acadêmicos não só têm repercussão nos órgãos de fomento à pesquisa, como, além de recém-graduados, têm atraído psicanalistas provenientes das várias filiações teóricas, que se beneficiam dos parâmetros norteadores da pesquisa na instituição acadêmica ao lhes oferecerem uma ambientação privilegiada para ordenar e sistematizar seu patrimônio acumulado de experiência clínica. Reciprocamente, esses estudos fortalecem a função primordial da universidade, produzir conhecimento alinhado às demandas concretas, em suas vertentes de ensino, pesquisa e extensão.

Essa circulação de conhecimento tem se revelado muito promissora e converge para uma pluralidade de pesquisas na área, desenvolvidas nos inúmeros laboratórios de psicanálise, que destacam a psicanálise em suas conexões– por exemplo, com o direito, a literatura, a educação, a neurociência e com as várias especialidades da clínica médica, articuladas à emergência, na contemporaneidade, de distintas formas de sofrimento psíquico que se reportam ao corpo biológico.

Os resultados desses empreendimentos podem ser observados na literatura e, mais especificamente, no portal de teses e dissertações da capes– interfaces que estimulam a psicanálise a delinear melhor seus contornos identitários como corpo teórico-metodológico e a criar repertórios de comunicação que viabilizem contatos com outras áreas. Essa questão é crucial, na atualidade, desde que cabe aos psicanalistas não se deixarem intimidar pelo apelo de financiamentos para projetos de pesquisa que não se coadunam às peculiaridades de seu próprio método de produzir conhecimento.

Nesse contexto, creio que não se trata de fazer divulgação da psicanálise, mas de ter como perspectiva a extensão do saber psicanalítico para onde uma demanda de escuta se configure, de modo que seu método seja convocado. Penso que as contribuições de Françoise Dolto e de Winnicott são, nesse sentido, exemplares.

 

Referências

Austin, J. L. (1990). Quando dizer é fazer. Porto Alegre: Artes Médicas.

Bachelard, G. (1974). A poética do espaço.Col. Os pensadores. Vol. 38. São Paulo: Abril.

Bezerra Jr., B. (1994). Descentramento e sujeito, versões da revolução coperniciana de Freud. In J. F. Costa (org.), Redescrições da psicanálise. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

Birman, J. (1991). Freud e a interpretação psicanalítica. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.

Fédida, P. (1991). Nome, figura e memória. São Paulo: Escuta.

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Freud, S. (1989). La interpretación de los sueños. In S.Freud, Obras completas. Vol. 4. Buenos Aires: Amorrortu. (Trabalho original publicado em 1900.)

______ (1990). Tratamiento psíquico (tratamiento del alma). In S. Freud, Obras completas. Vol. 1. Buenos Aires: Amorrortu. (Trabalho original publicado em 1890.)

______ (1989). Algunas notas adicionales a la interpretación de los sueños en su conjunto. In S. Freud, Obras completas. Vol. 19. Buenos Aires: Amorrortu. (Trabalho original publicado em 1925.)

______ (1990). Debe enseñarse el psicoanálisis en la universidad? In S. Freud, Obras completas. Vol. 17. Buenos Aires: Amorrortu. (Trabalho original publicado em 1919.)

Herrmann, F. (1991). Andaimes do real. São Paulo: Brasiliense.

Herrmann, F. (2004). Da clínica extensa à alta teoria. Meditações clínicas. Quarta meditação: a intimidade da clínica. [material de aula] Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.

Japiassu, H. (1976). Para ler Bachelard. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

Lebrun, G. (1977). L’idée d’épistémologie”. Manuscrito, n. 1, Unicamp.

Loffredo, A. M. (1999). Em busca do referente, às voltas com a polissemia dos sonhos: a questão em Freud, Stuart Mill e Lacan. Psicologia USP, 10(1):169-197.

Loffredo, A. M. (2006). Parábolas freudianas: as narcísicas feridas e o arqueólogo. Jornal dePsicanálise, 39(70):289-308.

Mezan, R. (2002). Interfaces da psicanálise. São Paulo: Companhia das Letras.

Monzani, L. R. (1991). Discurso filosófico e discurso psicanalítico. In B. Prado Jr. (org.), Filosofia da psicanálise. São Paulo: Brasiliense.

Paz, O. (1982). O arco e a lira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. (Trabalho original publicado em 1956.)

Viderman, S. (1990). A construção do espaço analítico. São Paulo: Escuta.

 

 

Endereço para correspondência
Ana Maria Loffredo
Instituto de Psicanálise Durval Marcondes da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo SBPSP
Rua Padre Bento Dias Pacheco, 33– Pinheiros
05407-070– São Paulo SP – Brasil
Tel.: 55 11 3815-0833
E-mail: analoffredo@usp.br

Recebido em 20.3.2008
Aceito em 8.4.2008

 

 

1Docente do Instituto de Psicologia da USP, doutora em psicologia clínica; membro fi liado do Instituto de Psicanálise Durval Marcondes da SBPSP.
2Só para lembrar desse trecho tão conhecido, presente num momento inaugural: “A mim mesmo me parece estranho que as histórias clínicas que escrevo se lêem como contos e delas está ausente, como se diz, o selo da seriedade científi ca. Devo-me consolar por isto, considerando que a responsável por este resultado é a própria natureza do tema e não qualquer preferência pessoal; é que o diagnóstico local e as reações elétricas não cumprem um papel importante no estudo da histeria, ao passo que uma exposição em profundidade dos processos anímicos como a que estamos habituados a receber do poeta me permite, através da aplicação de um pequeno número de fórmulas psicológicas, obter alguma forma de intelecção sobre o curso de uma histeria” (Freud e Breuer, 1895/1990, Estudos sobre a histeria, p.174; grifos meus).
3Em A interpretação dos sonhos, Freud se refere a um trecho de uma carta de Schiller a um amigo que se lamentava por sua criatividade estar bloqueada: “E em uma mente criativa, parece-me, a razão retirou sua guarda das portas; assim as idéias se precipitam […] e então – só então – ela pode dominar com a vista o grande conjunto e modelá-lo. Vós, senhores críticos, […] sentis vergonha ou temor frente a esse delírio momentâneo, passageiro, que sobrevém a todos os criadores genuínos e cuja duração maior ou menor distingue o artista pensante do sonhador. Daí vossas queixas de esterilidade, porque desprezais as idéias muito rapidamente e as selecionais com excessivo rigor” (Friedrich Schiller, trecho de seu epistolário com Körner, carta de 1/12/1788, citada por Freud, 1900/1989, p. 124).
4A esse respeito, ver Loffredo 1999.
5Desenvolvo essas idéias em Loffredo 2006.

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