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Revista Brasileira de Psicanálise

Print version ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.42 no.4 São Paulo Dec. 2008

 

RESENHAS

 

Resenha: Pablo de Carvalho Godoy Castanho1

Federação Latina de Associações de Psicanálise de Grupo

 

 

Linking, Alliances, and Shared Space: Groups and the Psychoanalyst

René Kaës

International Psychoanalysis Library, 2007

 

 

(…) it is not enough for the aim of psychoanalysis to be stated as “where Id was, there I [Je] shall be”; it is also necessary for I [Je] to extricate itself from the structuring and alientating formations of the group in order to come to terms with itself as heir of its history woven in intersubjectivity2. René Kaës

 

“Como a abordagem psicanalítica do grupo concerne a psicanálise?”

Esta foi a questão colocada pelo comitê de publicações da IPA (International Psychoanalytical Association) a René Kaës. O autor desenvolve sua resposta no livro Linking, Alliances, and Shared Space: Groups and the Psychoanalyst, que sintetiza e articula de modo rigoroso e rico elementos essenciais de sua longa, abrangente e influente pesquisa com grupos.3

Acredito que este livro seja um marco histórico por ao menos quatro razões. Primeiramente, cabe assinalar que o grupo sempre foi um tema controverso em psicanálise. Kaës nos relata alguns pontos dessa relação tensa, por exemplo, ao mencionar que Klein advertiu Bion para que renunciasse ao seu interesse pelos grupos (p. 9) ou ao comentar sobre a rejeição ao grupo no cenário psicanalítico francês dos anos 1960 (p. 30). N os exemplos, é a rejeição a priori do grupo como objeto de estudo da psicanálise que Kaës problematiza. Neste contexto, o convite feito pelo comitê de publicações da IPA é extremamente bem-vindo e talvez indicativo de um novo tempo de relações da psicanálise com a questão do grupo.

Em segundo lugar, cabe notar que as objeções ao grupo na psicanálise ajudaram na constituição de um campo institucional, profissional e científico relativamente independente. De fato, os psicanalistas que trabalham em grupos criaram suas próprias instituições, congressos e revistas científicas, o que levou uma parte significativa dos trabalhos em grupo a se afastarem de uma interlocução com a prática e com a teoria psicanalítica desenvolvidas a partir do tratamento individual. É verdade que este não foi o caso da escola francesa de grupos e, menos ainda, o de seu principal expoente: o autor do livro em questão, René Kaës. Como veremos, Kaës desenvolve seus conceitos em intensa colaboração com os psicanalistas de la cure. A retomada sistemática de Freud é uma das marcas de seu modo de trabalho. Mas vejamos que Kaës não se restringe ao pai da psicanálise: Piera Castoriadis- Aulagnier, André Green, Winnicott e tantos outros comparecem nas páginas do seu livro. Mas, ainda assim, a pergunta do comitê de publicações da IPA parece ter deixado marcas nesse trabalho de Kaës e são saborosos os momentos em que podemos ler frases como a da epígrafe desta resenha, que precisam e ilustram bem as contribuições de Kaës ao debate psicanalítico mais amplo.

O terceiro ponto que torna esse livro um marco histórico é o fato de constituir um apanhado geral do pensamento de René Kaës. Após mais de 16 livros publicados, esta oportunidade de vermos o autor revisitando sua obra e organizando em um conjunto único e sucinto os elementos essenciais de seu pensamento é extremamente bem-vinda.

Finalmente, assinalo que este é o primeiro livro de Kaës publicado em inglês. Em seu prefácio, Lewis Kirshner enfatiza a importância que essa publicação pode ter para reduzir a distância entre os psicanalistas de língua inglesa daqueles de língua francesa na atualidade. Gostaria de acrescentar também a importância que essa publicação em inglês assume dentro do campo das psicoterapias de grupo. Pela minha vivência institucional na Federação Latina de Associações de Psicanálise de Grupo (FLA PAG) posso identificar com clareza a enorme influência que o pensamento de Kaës tem nos trabalhos com grupo de orientação psicanalítica na América Latina. Por outro lado, a leitura de Kaës também atesta o lugar de destaque e a significante influência de autores como Pichon-Rivière e Janine Puget, dentre outros psicanalistas argentinos, no pensamento do autor. Minha experiência como membro da International Association for Group Psycotherapy and Group Processes (IAGP) revela que se o nome de Kaës não é completamente desconhecido dos anglófonos, suas ideias o são. Neste cenário, esse livro torna-se estratégico para a promoção do debate internacional, não só por aproximar psicanalistas e coordenadores de grupo de língua francesa e inglesa, mas porque pode aproximar, indiretamente, a produção latinoamericana do debate internacional.

A leitura do material em inglês pode ter contribuído para o “aroma” de novidade que encontrei nesse livro. As opções de tradução aliadas ao elogio do autor ao tradutor permitiram-me um contato renovado com alguns conceitos. A preferência em traduzir lien por link e porte-parole por speech-bearer, por exemplo, permitiram colocar o conceito em novas redes de palavras sugerindo diferentes nuanças. Quem sabe poderei avaliar melhor o efeito da tradução sobre minha leitura quando da publicação da edição brasileira desse texto. Aqueles leitores, cuja curiosidade já foi despertada, certamente gostarão de saber que, conforme informação do próprio Kaës, já está acertada com as Edições Loyola a publicação do livro em português. Neste caso, a tradução será feita a partir da versão em francês, intitulada Un singulier pluriel.

Após estas considerações gerais, parece-me proveitoso oferecer ao leitor uma visita breve a cada um de seus capítulos.

 

Na Introdução e no primeiro capítulo, Kaës apresenta a questão do grupo em psicanálise permitindo ao leitor uma melhor contextualização de seu trabalho. Neste momento, Kaës define o objetivo da psicanálise como o de “(…) liberar a psique de seus impedimentos” e afirma que “A psicanálise de grupo faz parte desta tarefa: seu objetivo é afrouxar os laços intersubjetivos que são fonte de distúrbios no vínculo e nos sujeitos do vínculo”4 (p. 19). Esta afirmação está ligada ao que apresenta como a especificidade do seu trabalho teórico. Diz Kaës: “Eu tentei descobrir como a psique individual é formada, transformada ou alienada através das várias modalidades dos vínculos intersubjetivos (…)” (p. 1).

Ao apresentar alguns marcos da elaboração psicanalítica sobre os grupos, Kaës sublinha a preocupação dos primeiros pesquisadores em estabelecer a especificidade da realidade psíquica do grupo e criar elementos técnicos que viabilizassem uma psicoterapia de grupo. Porém, para ele: “As primeiras teorias do grupo foram teorias nas quais o sujeito do inconsciente desaparece, junto com o que o singulariza, ou seja, seus desejos, sua história, seu lugar na fantasia inconsciente, a idiossincrasia dos impulsos, afetos, representações e suas repressões” (p. 27).

No segundo capítulo, intitulado “O problema epistemológico do grupo na psicanálise”, Kaës expressa sua visão de que nosso conhecimento do inconsciente é correlativo ao dispositivo que utilizamos para abordá-lo. Assim como a psicanálise com crianças e com psicóticos transformaram e alargaram o campo do conhecimento psicanalítico, deveríamos esperar algo semelhante de uma abordagem psicanalítica dos grupos. Kaës irá ainda explicitar e discutir pontos importantes como a questão dos objetivos da psicanálise e do estatuto da realidade psíquica nos grupos.

O capítulo três, “O grupo como situação psicanalítica”, aprofunda-se na questão dos elementos necessários para um método psicanalítico de grupo. As funções psíquicas do dispositivo, da situação e do enquadramento são analisadas. As pesquisas de Bleger sobre o assunto são um ponto de partida que ilustra bem o modo pelo qual Kaës retoma e aprofunda questões abertas por psicanalistas argentinos.

O capítulo quatro, “Trabalho clínico psicanalítico na situação de grupo”, introduz uma solução narrativa extremamente engenhosa. N ele Kaës nos contará com detalhes um caso clínico de grupo. N os capítulos que se sucedem, ele retornará a esse mesmo exemplo, oferecendo uma compreensão ampla do próprio caso e oferecendo ao leitor uma visão ilustrada e articulada dos múltiplos conceitos apresentados no livro.

Há também alguns elementos teóricos importantes nesse capítulo, como o que trata do “Acesso à fantasia individual e ao processo de subjetivação”. Como pode se encontrar nos capítulos posteriores, Kaës atribui enorme importância às fantasias originárias no processo e no manejo dos grupos. Elas são, por excelência, as fantasias inconscientes capazes de organizar os processos e formações psíquicas nos grupos. O interessante – neste exemplo clínico – é como o trabalho com as fantasias originárias abre as vias para um processo de subjetivação, ou seja, há um momento no qual Kaës identifica o movimento de alguns sujeitos do grupo de encontrarem as especificidades da fantasia de cada um e do lugar que ocupam nelas. Aqui o trabalho vincular teria operado nas “amarras” comuns permitindo não uma homogeneização do sujeitos, mas justamente criando a possibilidade para a singularização.

No capítulo cinco, “O grupo como uma formação intrapsíquica: grupalidade psíquica e grupos internos”, Kaës recua um passo em relação à discussão do caso clínico para analisar a semelhança, por assim dizer “morfológica”, entre a realidade intrapsíquica e o grupo. O modelo psicanalítico do psiquismo do sujeito individual seria, para Kaës, um modelo grupal. Devemos notar que, aqui, Kaës suspende a ideia de que o termo grupo se refere a um conjunto de pessoas, pensando-o como aquilo que implica ligação e desligamento entre elementos. É neste sentido que pode propor o psiquismo como um grupo de processos e formações psíquicas. O leitor pode se perguntar da utilidade de uma leitura tão extensa do termo grupo. Aconselho paciência para que possa acompanhar as consequências deste modo de pensar em toda sua força. Afinal, este raciocínio facilita a identificação que Kaës faz de alguns processos e formações psíquicas que são exigidos e mobilizados pelas configurações vinculares (grupo, casal, família e instituições). Para ele, são esses elementos que também permitem e organizam os espaços psíquicos comuns e partilhados nos grupos. Eles são denominados “grupos internos”.

A proposta do “Aparelho psíquico grupal”, inicialmente feita por Kaës em 1976 e retomada no capítulo seis, talvez possa ser fonte de maus-entendidos. Ao ouvir o termo, muitas pessoas podem pensar que se trata de ver o grupo como uma espécie de indivíduo postulando instâncias como Ego, Id e Superego no mesmo. Porém, não é disto que se trata. O aparelho psíquico grupal de Kaës é povoado por processos e formações psíquicas de outra ordem. São os aparelhos psíquicos dos sujeitos individuais que formam este aparelho psíquico grupal, em função das demandas requeridas pelo vínculo. Demandas que, como a renúncia à satisfação direta dos fins pulsionais postulada por Freud, são necessárias para a existência do sujeito.

O sétimo capítulo tratará do processo associativo nos grupos. O estatuto da regra da associação livre no grupo já foi o foco de um extenso estudo do autor em La parole et le lien (1994) no qual o subtítulo, “o processo associativo nos grupos”, indica uma dupla compreensão da questão: se faz tanto o estudo dos processos de associação verbal em um grupo como dos processos de associação entre os membros do grupo. A perspectiva de que há uma relação dos laços entre os sujeitos e dos laços entre as falas e palavras em um grupo, revela muito da visão de Kaës sobre a questão.

Kaës compreende bem as profundas mudanças que o conceito e a prática da associação livre devem sofrer em situação grupal. O autor postula que cada fala no grupo se dá no ponto nodal entre duas cadeias associativas: Uma própria do sujeito individual referente à sequência de suas falas e portadora das marcas de seu inconsciente. A outra cadeia diz respeito às falas proferidas no grupo portadoras das marcas do inconsciente através do trabalho dos organizadores psíquicos grupais.

As referências de Kaës a Bakhtine nos levam a pensar o caráter dialógico e polifônico de todas as comunicações, constituindo assim um caminho interessante para pensarmos a livre associação nos grupos.

Se o sujeito individual está no ponto de encontro destas duas cadeias associativas, será no capítulo oito que poderemos compreender melhor este lugar misto, por meio do conceito de funções fóricas. Aquele que realiza uma função fórica expressa algo “do” grupo que deve ser reconhecido e operado como tal. Muitos reconhecerão na descrição que Kaës faz de sua concepção, elementos do conceito de portavoz de Pichon-Rivière. Kaës reconhece o parentesco entre os conceitos, mas devemos atentar para o que o seu conceito de funções fóricas possui de único.

A primeira distinção é uma questão de nomenclatura. Kaës subdividirá a categoria de funções fóricas em porta-ideais, porta-sonhos, porta-voz (porte-parole), porta-sintoma etc. Já Pichon-Rivière não opera este tipo de distinção; seu conceito de portavoz possui a mesma extensão das partições que o conceito de funções fóricas de Kaës abarca a fala, os sonhos, os sintomas etc.

Se ambos os conceitos de funções fóricas e de portavoz permitem a articulação entre o sujeito individual e os processos do grupo, Kaës o potencializa como elemento que delimita e separa estas duas esferas. A ideia de que o portavoz ocupa seu lugar no cruzamento entre exigências do processo grupal e exigências do sujeito em sua singularidade, já estava em Pichon-Rivière. Porém, a reflexão mais detalhada sobre a parte do sujeito nesse processo é uma inovação de Kaës. O autor propõe a fórmula: “O sujeito que cumpre uma função fórica escolhe ser escolhido”. Como o sujeito opera esta escolha? Veremos em Kaës que isto se dá a partir de processos intrapsíquicos inconscientes. Ao longo da página 173, acharemos referências interessantes sobre o narcisismo, o masoquismo, a rivalidade etc., como elementos atuantes nesse mecanismo.

Outra distinção fundamental entre os conceitos diz respeito à influência de Piera Castoriadis-Aulagnier no pensamento de Kaës. Ao pensar seu porte-parole, Kaës recorre à Piera aproximando sua função nos grupos à função da mãe frente ao infans (aquele que não fala). Para Kaës, o porte-parole não é apenas aquele que anuncia algo, ele traria aos membros do grupo o acesso ao significante, ali onde ele não podia ser encontrado. Seria, ainda, tal como a mãe o é, portador de uma fala que não é sua, mas que transmite uma lei que lhe transcende, como a fala do analista ao propor as regras de funcionamento do setting.

Dentre as funções fóricas, o conceito de porta-sonhos nos ajuda na passagem para o capítulo nove, sobre a “Polifonia dos sonhos”. Aqui novamente o capítulo se refere a uma obra de Kaës La polyphonie du revê (2002). A questão dos espaços psíquicos comuns e partilhados em relação ao sonho é certamente mais um tema controverso. Kaës sabe bem da importância da leitura intrapsíquica conferida ao sonho na constituição da psicanálise. Em nenhum momento o autor nega o caráter pessoal da experiência do sonho, mas propõe que ele possui também uma dimensão intersubjetiva. Um caminho curioso em sua abordagem do assunto é a referência aos estudos da relação dos sonhos dos analistas e seus pacientes e, mais particularmente, aos sonhos ocorridos durante a sessão analítica.

O capítulo dez trará um de seus conceitos mais importantes, o de “Alianças inconscientes”. Kaës apresentará suas ideias a partir de dois livros de Freud: Em Totem e tabu, irá buscar a aliança selada pelos irmãos para a morte do pai primordial e então a aliança que o transforma em totem. Em O mal-estar na civilização, nos lembrará da renúncia à satisfação direta dos fins pulsionais como exigência para a constituição do sistema psíquico e da civilização.

Mas tomando esses exemplos paradigmáticos, Kaës opera uma transformação importante ao aplicá-los na análise de alguns vínculos específicos. Seu conceito se multiplica e se especifica com o pacto denegativo, os contratos e pactos narcísicos, a comunidade de recusa, dentre outras possibilidades. Para Kaës, não só os laços fundadores da civilização e do sujeito são explicados pelo conceito de alianças inconscientes; todos os vínculos o são. Isto significa que todos os vínculos são sustentados por algo que permanece fora do campo da consciência e, assim, a presença do negativo é constitutiva dos processos vinculares para ele.

O conceito de alianças inconscientes procura assim dar conta do estatuto do inconsciente nas configurações vinculares (Kaës, 1976). Elas são produtoras do inconsciente, uma vez que são elas mesmas inconscientes no sentido de que os sujeitos desconhecem o que os une.

O capítulo onze, “Sujeito do inconsciente, Sujeito do vínculo” remete ao seu trabalho de de 1993, Le groupe et le sujet du groupe. Nele, Kaës retomará os conceitos de sujeito, subjetivação e “assujeitamento” para modular melhor sua proposta de que o sujeito do inconsciente é o sujeito do vínculo. São retomados elementos dos capítulos precedentes que cristalizam as propostas do autor. Em seguida, o breve Epílogo retoma pontos mais gerais de todo o percurso.

Se a prática de grupos terapêuticos é muitas vezes criticada por uma tendência totalizante e homogeneizante, Kaës nos mostra que este trabalho pode ser realizado de outro modo. A própria estrutura de suas ideias e de seu texto trabalha abrindo novos caminhos e possibilidades. Mesmo em se tratando de um livro que resume boa parte de seu percurso, apresentando assim muitas de suas conquistas intelectuais, podemos terminar sua leitura instigados por continuar a aventura de lidar com os novos problemas e novas possibilidades que se apresentam à psicanálise através da prática de grupo.

 

Referencias

Kaës, R. (1993). Le Groupe et le Sujet du Groupe. Élements pour une théorie psychanalytique du groupe. Paris: Dunod.        [ Links ]

_____ (1994). La parole et le lien. Processus associatifs dans les groupes. Paris: Dunod.        [ Links ]

_____ (2000). L’appareil psychique groupal. Paris: Dunod. (Trabalho original publicado em 1976)

_____ (2002). La Polyphonie du Revê. Paris. Dunod.        [ Links ]

 

 

1 Vice-Presidente da Federação Latina de Associações de Psicanálise de Grupo (FLAPAG), Mestre em Psicologia Social (USP), Doutorando em Psicologia Clínica (PUC-SP), Professor, Supervisor e Coordenador de Curso do Centro de Formação e Assistência à Saúde (CEFAS), Campinas.
2 (…) não é suficiente que a finalidade da psicanálise seja expressa como ‘onde havia Id, o Eu [Je] estará’; é também necessário que o Eu [Je] se extraia das formações estruturantes e alienantes do grupo para que possa tornar-se herdeiro de sua história tecida na intersubjetividade.” (p. 13, tradução nossa)
3 Gostaria de declarar minha dívida à profa. dra. Maria Inês Assumpção Fernandes (USP) com quem aprendi a ler e desfrutar os trabalhos de René Kaës.
4 Esta e as demais traduções são de minha autoria.

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