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Revista Brasileira de Psicanálise

Print version ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.45 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2011

 

LANÇAMENTOS

 

Lançamentos

 

 

A psicanálise na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia

 

 

Diana Lichtenstein Corso e Mário Corso
Porto Alegre: Penso, 2011, 328p.

Essa obra parte da ideia de que a ficção é muito mais do que uma forma de diversão, é também o veículo por meio do qual se estabelece um cânone, um padrão imaginário. Os autores, que já haviam publicado Fadas no divã: psicanálise nas histórias infantis, psicanalistas da Associação Psicanalítica de Porto Alegre, lembram-nos como nossas histórias favoritas são decisivas para o que nos tornamos e como acabam sendo fontes de inspiração e identificação. Os leitores encontrarão instigantes abordagens sobre a subjetividade contemporânea, bem como conceitos psicanalíticos examinados de forma amena e agradável. Graças a linguagem clara e popularidade das histórias analisadas até mesmo leigos poderiam ver-se retratados nas conclusões derivadas do estudo dessas fantasias.

 

Sigmund Freud Obras completas volume 18

 

 

O mal-estar na civilização
Novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos [1930-1936]

Tradução: Paulo César de Souza
São Paulo: Companhia das Letras, 2010,492p.

Em continuidade à publicação das Obras Completas de Sigmund Freud, em vinte volumes, sob a coordenação de Paulo César de Souza, a editora Companhia das Letras colocou à disposição dos leitores brasileiros o volume dezoito contendo os trabalhos de Freud: "O mal-estar na civilização", "Novas conferências introdutórias à psicanálise", além de outros textos escritos entre 1930 e 1936. Dessa maneira, aqueles que tenham interesse em conhecer a obra de Freud, em tradução direta do alemão para o português e ter a possibilidade de estudar uma versão que não se restrinja à Standard Edition, vêem-se diante de uma importante e significativa oportunidade frente à apresentação desse volume.

 

Narrar, ser mãe, ser pai & outros ensaios sobre a parentalidade

 

 

Celso Gutfreind
Rio de Janeiro: Difel, 2010 (2ª Ed.), 256p.

Nesse livro o autor desempenha, com grande desenvoltura, o ofício de contador de histórias, ou, como ele próprio defende, o ofício de parentalizar à medida que postula a ideia de que o exercício da parentalidade está indissociavelmente ligado à narratividade, à construção de metáforas que se transmitem aos filhos dando sentido à existência. Seu texto nos "parentaliza" por vários caminhos, não só transmitindo os conceitos do campo da psicanálise e da clínica das relações iniciais entre pais e bebês, como também passando por contos, filmes, poemas e muito especialmente pelas próprias lembranças do autor como filho e como pai, além das histórias de seus pequenos pacientes e seus pais. O autor nos propõe que para tornar-se psicologicamente disponível como pai ou mãe é preciso estar em dia com sua própria história. No entanto, quando esse encontro com sua própria história está dificultado, lembra-nos que a análise, sendo um trabalho de narratividade, pode oferecer um espaço para a acolhida de uma história possível e a construção de outra que inclua a existência do filho, uma vez que a psicanálise e a narrativa têm em comum o objetivo de gerarem subjetividade.

 

Figuras da teoria psicanalítica

 

 

Renato Mezan
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010 (2a ed.), 323p.

Esse renomado autor apresenta-nos uma segunda edição, bastante revisada e ampliada, do livro original há muito esgotado, escrito há quinze anos. Essa obra postula que sob a face abstrata dos conceitos, sejam de âmbito da psicanálise ou não, à medida que não têm apenas um caráter denotativo, pode-se desenvolver a hipótese na qual continuam a pulsar as imagens que ancoram as operações do pensamento racional no solo movediço dos processos primários. Estes operam sobre fragmentos de imagens, recompondo e organizando-as de modo que formem cenas - nas quais os personagens interagem, opõem-se, aliam-se, atuando uns sobre os outros - formando assim nossos sonhos. Examinam-se noções psicanalíticas como "sedução", "originário", "pulsão" e outras mais, procurando investigar como se organizam as fantasias que subjazem a certos momentos de sua elaboração em autores como Freud, Stein, Le Guen e Laplanche, além de outros psicanalistas. À medida que aqui, o objeto de estudo são os escritos de analistas, discutindo como se estruturam conceitos teóricos, sugere-se a possibilidade de uma "clínica do texto", para a qual o livro deseja contribuir.

 

Resentimiento terminable e interminable Psicoanálisis y Literatura

 

 

Luis Kancyper
Buenos Aires: Lumen, 2010, 256p.

O autor direciona suas formulações reflexivas nesta obra para um afeto chave na experiência emocional: o poder do rancor, do ressentimento, da inquietude frente ao pesar interno resultante da execução de uma má ação. Os efeitos surpreendentes e devastadores desse poder, já assinalados por Heráclito de Éfeso e estudados por Elie Wiesel, o qual advertia sobre a progressiva escalada tanática engendrada no fogo da caldeira do ressentimento a partir do qual se atiçam a intolerância e a destrutividade na dimensão intersubjetiva, voltam a ser objeto deste instigante trabalho de Kancyper. Fica em relevo como o poder do estado afetivo do ressentimento "terminável e interminável" manifesta-se na clínica psicanalítica e nas obras literárias de Camus, Borges, Kafka e Márai. A obra mostra com maestria como a psicanálise tanto quanto a literatura, cada uma a seu modo, enfrentam a comum e fascinante tarefa de sondar os labirintos da natureza humana.

 

Adoção: vínculos e rupturas: do abrigo à família adotiva

 

 

Cynthia Peiter
São Paulo: Zagodoni, 2011, 128p.

A pesquisa clínica a partir do método psicanalítico vem expandindo seu campo de interesse toda vez que partindo da compreensão psicanalítica do psiquismo humano criam-se as condições para um diálogo interdisciplinar, afirmando-se mais uma vez seu potencial heurístico. Este é o caso da presente obra que nos cabe comemorar. O complexo percurso "do abrigo à família" é o tema fundamental investigado com abrangência de abordagem, determinação e rigor metodológico tanto nas considerações clínicas como nas reflexões teóricas. Trata-se de uma obra que a partir do olhar da clínica psicanalítica com crianças volta-se para o delicado momento vivido quando da transição do abrigo para a família adotiva. A autora, sempre se remetendo às angústias vividas pelas crianças na condição de adoção, dirige-se aos lutos ligados a figuras do passado e à necessidade premente da apropriação da família permeada por elementos de transicionalidade. Valendo-se do modelo psicanalítico inspirado em Winnicott, ampliado pelas contribuições de Green e Bleichmar, a partir do conceito de desamparo proposto por Freud, busca refletir sobre o cuidado com crianças em processo de adoção, tanto no que diz respeito aos profissionais envolvidos quanto aos pais adotivos.

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