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Revista Brasileira de Psicanálise

versão impressa ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.45 no.4 São Paulo out./dez. 2011

 

ARTIGOS TEMÁTICOS: CORPO

 

Figurabilidade em ato e flash corporal1

 

Figurability in act and body flash

 

Figurabilidad en acto y flash corporal

 

 

Luciane Falcão

Membro efetivo da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre SPPA

Correspondência

 

 


RESUMO

O autor propõe uma ampliação dos estudos sobre a figurabilidade psíquica por meio do que nomeia figurabilidade em ato e flash corporal. A primeira seria uma figurabilidade direta, atuada, um movimento da ordem do processo do id e apresenta um exemplo clínico desse movimento. O flash corporal seria outra forma de figurabilidade que poderia ser percebida por meio das sensações corporais, experimentadas pelo analista durante a sessão. Seria uma ampliação da rêverie materna que toma um caminho nomeado pelo autor de pré-figurabilidade.

Palavras-chave: figurabilidade; ato; flash corporal; psiquização.


ABSTRACT

The author proposes to expand the studies on psychic figurability by means of what she calls figurability in act and body flash. The first would consist of a direct figurability, acted out, a movement of the process order of the id. She presents a clinical example of this movement. Body flash would be another form of figurability that could be perceived by means of the body sensations experienced by the analyst during the session. It would be an expansion of the maternal reverie which takes a course that the author names pre-figurability.

Keywords: figurability; act; body flash; psychization.


RESUMEN

El autor propone una ampliación de los estudios sobre la figurabilidad psíquica a través de lo que denomina figurabilidad en acto y flash corporal. La primera sería una figurabilidad directa, actuada, un movimiento de orden del proceso del id y presenta un ejemplo clínico de este movimiento. El flash corporal sería otra forma de figurabilidad que podría ser percibida a través de las sensaciones corporales experimentadas por el analista durante la sesión. Sería una ampliación de la rêverie materna que toma un camino denominado por el autor de pre-figurabilidad.

Palabras clave: figurabilidad; acto; flash corporal; psiquización.


 

 

João é um paciente muito tímido, suas relações sociais são restritas e ele apresenta graves dificuldades nos relacionamentos íntimos. Ele tem uma personalidade neurótico-obsessiva, as sessões analíticas caracterizam-se por um estilo narrativo e repetitivo, fazendo com que eu me afaste seguidamente de suas verbalizações. Raramente traz sonhos para a análise.

Recentemente, pela primeira vez no tratamento, João conseguiu verbalizar uma transferência positiva. No início da sessão, falou de sua dificuldade de perceber seus sentimentos. Examinamos que isso também acontecia na análise. No entanto, mesmo empregando a negação ("não é porque eu não te ache interessante"), ele conseguiu expressar algo em relação ao outro.

Na sessão seguinte, João disse ter saído do meu consultório com raiva por ter expressado bons sentimentos em relação a mim. Porém, logo se deu conta de que era a primeira vez que falava de coisas boas e que era exatamente isso que buscávamos. Contou ter percebido imediatamente a raiva que sentiu. Mostrei-lhe a transformação do sentimento bom em raiva. Em seguida, ele fez uma associação com a mãe, sentada à cabeceira da cama, atrás, cuidando dele carinhosamente. A analista também está sentada atrás dele. Suas fantasias homossexuais também começam a surgir.

Algumas sessões depois, ele lembra um sonho:

Está deitado e tem medo de uma aranha. Fica paralisado. Não consegue mexer nenhuma parte do corpo. Acorda muito assustado, pensando que isso pudesse ter acontecido.

Na sessão seguinte, ele retomou o assunto e continuou a falar das experiências homossexuais, contando que praticava sexo oral e que o "homem" era ele, aquele que "era chupado". Perguntei-lhe o que nele seria parecido com a aranha. No mesmo instante em que lhe pergunto isso, falando do "veneno que a aranha lhe teria injetado" e que o teria imobilizado, sinto-me mal, culpada, porque me dou conta que o paciente não havia falado veneno; fui eu que pensei nisso e, num acting, digo veneno. Para minha grande surpresa, João afirmou que era isso, a aranha o tinha picado e o veneno o tinha imobilizado. Ele associa com a ejaculação.

Digo-lhe: "Tua ejaculação mata? Te imobiliza?" Esse é um momento da análise que permite examinar as fantasias destrutivas em relação à mulher.

A reação do paciente é imediata: "Não, de jeito nenhum, é prazer..." Mas ele conta que suas raras relações sexuais são muito breves. "Não que eu tenha ejaculação precoce", diz ele.

Nas semanas seguintes, abordamos mais sua necessidade de estar com o pai. Vimos quanto ele era ligado a esse pai e que o fato de não conseguir se aproximar das mulheres estava ligado a um sentimento de traição para com o pai. Falamos de sua ideia de se sentir às vezes como a mulherzinha do pai. Esse paciente tem um lado cruel e, identificado com esse pai agressivo, exerce sua crueldade com as mulheres, escondendo-se ao mesmo tempo detrás de uma máscara de pobre coitado.

Esse material clínico nos permitiria refletir sobre vários vértices, mas pretendo tratar aqui da questão da figurabilidade e, neste caso, de uma figurabilidade em ato.

Penso que, no exemplo apresentado, o veneno é um flash alucinatório que não passa pela imagem, e sim diretamente pelo meu ato quando falo do veneno. Trata-se de uma figurabilidade direta, atuada. É um movimento da ordem do processo do id. Para o paciente, em fantasia, quem possui o veneno é a mãe. Fiquei muito surpresa por ter criado o veneno. No entanto, por meio da figurabilidade, conseguimos compreender que o paciente também se identificava com a mãe que mata.

É importante destacar que a figurabilidade não se define somente pelos órgãos dos sentidos. A imagem não é necessária para alcançar uma figurabilidade. Uma nova inteligibilidade decorrente de outras causas inconscientes apresenta-se no material sob uma forma de organização diferente daquela que, até então, era percebida no tratamento. Isso dá ao paciente a possibilidade de ter acesso ao material que ainda lhe era inacessível e favorece novas aberturas ao processo analítico.

Podemos tentar estabelecer aqui uma distinção entre essa figurabilidade e alguns conceitos, principalmente o da rêverie materna, de Bion (1962), e o do pictograma, de Aulagnier (1975). Consideramos que essa figurabilidade a que nos referimos (Botella & Botella, 2001) apresenta algumas diferenças em relação ao conceito de rêverie (Bion). A figurabilidade passa pelo inconsciente do analista. É preciso que haja uma ruptura que permita que nos separemos da palavra do paciente para penetrarmos em nosso próprio inconsciente, o que dará acesso àquilo que, até então, não teve representação para ele. É como se o analista se alimentasse de seu próprio inconsciente para poder alimentar o inconsciente do paciente. Neste sentido, e seguindo a reflexão dos Botella, considero a figurabilidade como um flash alucinatório (Botella & Botella, 2001) que atinge o analista com tamanha brutalidade que intercepta seu pensamento. Algo se impõe à mente do analista, a que este pode ter acesso por vias diferentes: pela via auditiva, pela via visual, pelo ato (o veneno), pela sensação corporal. No exemplo apresentado, o veneno é o que falta na imagem do sonho, e eu o crio. Assim, a figurabilidade apresenta-se como um sinal que o analista busca, fundando e mediando uma nova via de acesso àquilo que ainda não é psíquico ou, poder-se-ia dizer, levando a encontrar o que não pôde ser pensado pelo paciente. Ela se torna produtiva à medida que indica ao analista um caminho que ele possa seguir na sessão. Podemos considerá-la como um sinal de alerta e, ao mesmo tempo, como sendo uma deformação de algo, tal o que acontece no sonho: quando há figurabilidade na sessão, é mais o afeto do que a imagem que nos dá a chave de alguma coisa, em consonância com a pesquisa dos Botella.2

Para Bion, a "capacidade de rêverie da mãe é o órgão receptor da coleta de sensações que o bebê experimenta, pelo seu inconsciente, em relação a si mesmo" (Bion, 1962, p. 134). Pensamos que a rêverie poderia fazer parte do trabalho de figurabilidade, mas a diferença está no fato de que este trabalho precisa dos mesmos elementos do sonho para figurar-se. A figurabilidade requer esse flash, que não é necessário para a rêverie. A figura-bilidade é definida como um processo particular que está no cerne do trabalho do sonho, assim como o deslocamento, a condensação e a elaboração secundária (Botella e Botella, 2001). Embora não tenha dado muita importância à figurabilidade, Freud explica que ela favorecerá a condensação e a criação de novas unidades (esta ideia já está presente em 1900, depois em "Totem e tabu" (1913/1977d) e, mais tarde, em "Esboço de psicanálise" (1938/1977a). Entendemos que o conceito de rêverie de Bion não implica necessariamente a presença da imagem.

Piera Aulagnier foi uma das primeiras, em psicanálise, a empregar o termo figurabilidade, a partir das noções de pictograma e linguagem pictural (Aulagnier, 1975). De seu ponto de vista, o pictograma como imagem de coisa, imagem sensorial, modo de representação próprio do primário, entre pulsão de ver e pulsão epistemofílica, em que a figuração acontece como modo de acesso à nomeação. A noção de figurabilidade restringe-se a dois usos: um em que ela é idêntica à imagem de coisa, e o outro que a integra num desenvolvimento genético em que o visual antecede o acústico, a visão antecede o conhecimento. Daí a possibilidade de nomeação. A imagem sensorial é a primeira referência possível da representação. Para Piera Aulagnier, é preciso encontrar palavras que tornem figuráveis. Apesar de sua preocupação com a prática, a diferença entre sua concepção e aquela do trabalho de figurabilidade psíquica estaria no fato de que esta se opõe àquela do trabalho do sonho, sendo, portanto, diferente. A noção de figurabilidade em Piera Aulagnier é marcada por uma teoria essencialmente construída com base em sua experiência e no estudo das organizações psicóticas (Botella & Botella, 2001, p. 64).

Em relação ao exemplo do veneno, poderíamos dizer que é um sinal de que algo acontece. E esse movimento possibilitou uma transformação, pois há a moção pulsional que contém a energia que desencadeou o movimento. Eu diria mesmo que o ato do analista permitiu sair de uma situação tóxica da relação com a mãe. Ele permitiu que o veneno saísse, e essa transformação talvez possa ser pensada como uma injeção de esperma fertilizado. É essa transformação pelo ato que vai possibilitar o desenvolvimento psíquico e uma relação a dois. Eu diria ainda que esse veneno é também o resultado de um trabalho a dois, de uma associatividade a dois. Isso significa que a palavra veneno é uma palavra-afeto que faz a mediação de outras construções. Nesse sentido, há então um jogo, um cenário, personagens.

Gostaria de lembrar que no mesmo sentido César e Sara Botella afirmam que:

a via regrediente, e, por conseguinte, a figurabilidade, é um movimento fundamental da mente para ter acesso àquilo que é irrepresentável no paciente. Em outras palavras, podemos entender que se trata do trabalho de pôr em pensamentos, après coup, um acontecimento que não pôde ser pensado, que ocorreu, portanto, sem ter deixado traços mnésicos, apenas uma inscrição em oco. (Botella & Botella, 2001).

Pacientes com falhas importantes nas primeiras experiências relacionais têm seguramente seu psiquismo estruturado com dificuldades de representação dessas falhas, que se tornam irrepresentáveis. Quando conseguimos ver imagens (ouvir ou agir) por meio da figurabilidade, podemos ser mais permeáveis aos nossos pacientes. Se isso acontece, o paciente também tem a possibilidade de evacuar alguma coisa e reinvestir suas lembranças. É então que nos tornamos um duplo, penetrando em seu mundo interno por meio da imagem. Quando isso ocorre, o paciente aceita o movimento de identificação e prolonga suas associações. O recurso à imagem permite seguir o fio do potencial alucinatório (Winnicott, 1975). De acordo com este raciocínio, podemos pensar que um movimento, uma relação e, portanto, um reinvestimento de si mesmo podem tomar o lugar do silêncio dos objetos. Disso resulta uma figura comum à representação e à percepção (Green, 1993). A regrediência do pensamento do analista permite introduzir na sessão uma inteligibilidade da relação de dois psiquismos que funcionam em estado regressivo. É o trabalho em duplo, cuja realização revela aquilo que, já existindo no analista em estado não representável, como negativo do trauma, pode finalmente alcançar a qualidade de representação (Botella e Botella, 2001).

A meu ver, algumas boas figurabilidades do analista estão ligadas a falhas graves da mãe, mobilizando nele, por conseguinte, aspectos muito fortes. Crianças que sofrem de graves deficiências têm carências que não foram preenchidas no período edípico. Isso me conduz à hipótese de que carências graves da mãe na vida primitiva do bebê oferecem uma maior possibilidade de figurabilidade no analista.

 

Flash corporal

Nesse sentido, penso que outra forma de figurabilidade poderia ser percebida por meio das sensações corporais experimentadas pelo analista durante a sessão e que chamarei de flash corporal. Muito comuns nas psicoterapias pais-bebê, elas poderiam ser concebidas, num primeiro momento, como identificações histéricas com o bebê. Porém, prefiro pensar que tais sensações corporais ou atos corporais correspondem àquilo que o bebê não pode pensar por meio da palavra: ele não dispõe da palavra, mas tem o corporal. O analista poderia identificar sinais daquilo que está se formando inadequadamente no psiquismo no momento em que sente algo corporalmente durante a sessão. Proponho entendermos isso como uma ampliação da rêverie materna que toma um caminho que poderia ser chamado de pré-figurabilidade. Trata-se de um flash corporal que poderia ser compreendido como um sinal de alarme que, ao chamar a atenção do analista, lhe permitiria pôr em palavras. Tais palavras são certamente aproximativas, mas servirão mesmo assim para construir uma explicação na criança. E mesmo aproximativa, a explicação teria a virtude de se tornar uma verdade histórica, uma realidade que, apesar de ter acontecido, nunca existirá no psiquismo do sujeito. Penso que nos aproximamos aqui de Coblence (2009) quando diz:

apagamento da mente, representações fora de jogo, onipotência dos afetos, passagem pelo corpo tanto do paciente como do analista. Pois, sofrendo o golpe, repetido à revelia do paciente, o analista é atingido em seu próprio corpo, também à sua revelia. (p. 106)

As análises mostram que certos pacientes têm dificuldade de nos relatar seus sonhos, ou porque não se lembram deles (permanecem recalcados), ou porque não podem relacioná-los com a palavra para poderem examiná-los. No caso de João, nos primeiros 3 ou 4 anos de análise, ele trouxe poucos sonhos. No entanto, eu tive seguidamente - o que chamava a atenção - muitas figurabilidades e as usava como elementos do processo. Na evolução do tratamento desse paciente, isso se inverteu. O paciente começou a trazer sonhos com muita frequência. Houve semanas em que ele se lembrava até mesmo de dois ou três sonhos que nos mostram como seu psiquismo pode agora fazer trabalhar suas fantasias. Mais uma vez, esse aspecto também estaria de acordo com Françoise Coblence (2009), que diz em relação a uma paciente num processo de análise: "deixo de dormir, ela começa a sonhar". De minha parte, digo: meu sono me permitiu, me conduziu também e me abriu a porta para as figurabilidades. E quando o paciente começou a expressar seus sonhos, deixei de produzi-las.

Tomemos o exemplo do que aconteceu com João em sessão e que, de certa maneira, revela o terror de um paciente. Uma série de detalhes o leva, pela primeira vez no tratamento, a um movimento positivo de amor (amor de transferência) pela analista. Com uma personalidade esquizoide, João suporta mal esse movimento e precisa começar a negar a realidade dessa transferência positiva. Uma situação que se torna um pesadelo porque essa relação com a analista é muito difícil e inaceitável. Ele teve então um pesadelo, um pavor: foi despertado, aterrorizado, por uma aranha ameaçadora e, durante um tempo, não sabia se era real ou não. Por muito tempo, não percebia que se tratava de um sonho.

Mas o que aconteceu na sessão, apesar de mim, a analista? Naquele momento, não recorri à interpretação da aranha como o órgão sexual da mãe (isso aparecerá alguns anos depois); ouvi as associações do paciente. Ele contou o sonho e o medo que lhe deu, antes de abordar a homossexualidade: quando era adolescente, havia um garoto da turma que todos sodomizavam. Escutei isso e, na sessão seguinte, cometi um erro técnico, me enganei, dizendo-lhe: "Quando você falou do veneno injetado pela aranha". Ora, percebi que o paciente não havia falado de veneno. O que aconteceu comigo? Cometi um erro técnico e introduzi algo que não existia no paciente. Por quê? Não houvera imagem de uma figura-bilidade, mas a inteligibilidade por meio de uma espécie de figurabilidade atuada, e a ideia do veneno escapou. Um sonho como esse me fez pensar no efeito repetido dos sonhos de criança. Talvez possamos pensar que o que conta é a capacidade da criança de criar uma imagem aterrorizante que representará um estado de sofrimento e terror sem conteúdo e impossível de buscar. Com a palavra veneno, criei a ideia do aterrorizante, de algo que provavelmente ainda não fazia parte do psiquismo do paciente. Isso equivale a um estado de pânico. Quando fala do desamparo (hilflosigkeit), Freud evoca o bebê desesperado que não pode falar, que berra, se debate e não pode criar nenhuma representação. E num dado momento, ele consegue encontrar no sonho uma imagem universal para explicar o terror sem nome, o que já é por si só um progresso. Hoje, penso que, ao ter pronunciado a palavra veneno, não fiz uma interpretação real de um conteúdo, mas ofereci a inteligibilidade de algo que será aproveitado pelo paciente, do irrepresentável da relação primitiva com a mãe.

 

Referências

Aulagnier, P. C. (1975). La violencia de la intepretaçao: del pictograma al enunciado. Buenos Aires: Amorrortu.         [ Links ]

Bion, W. (1962). Uma teoria sobre o pensar. In W. Bion, Estudos Psicanalíticos Revisados. (pp. 127-137). Rio de Janeiro: Imago.         [ Links ]

Botella, C. et S. (2001). La Figurabilitépsychique. Suisse: Delachaux et Nestlé         [ Links ].

Coblence, F. (2009). La vie d’âme. Psyché est corporelle, nen sait rien. 70 Congrès des Psychanalystes de Langue Française. Bulletin de la SPP.

Freud, S. (1977a). Esboço de psicanálise. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. (Vol. 23, pp. 165-1237). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1938)        [ Links ]

Freud, S. (1977b). História de uma neurose infantil. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. (Vol. 17, pp. 13-153). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1918)        [ Links ]

Freud, S. (1977c). A interpretação dos sonhos. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. (Vols. 4 e 5). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1900)        [ Links ]

Freud, S. (1977d). Totem e tabu. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. (Vol. 13, pp. 13-193). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1913)        [ Links ]

Green, A. (1993). Le Travail du Négatif. Paris: Minuit.         [ Links ]

Winnicott, D. (1975). O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago.         [ Links ]

 

 

Correspondência:
Luciane Falcão
R. Gen. Couto de Magalhães, 1155/902
90540-130 Porto Alegre, RS
Tel: 51 3222-6001
lufalcao@terra.com.br

Recebido em 1.8.2011
Aceito em 27.10.2011

 

 

1 Este artigo foi apresentado no Ateliê sobre o Ato - 70o Congresso de Psicanalistas de Língua Francesa, realizado em Atenas, em maio de 2010 e publicado originalmente na Revue Française de Psychanalyse, LXXIV (5), 2010.
2 Baseio-me nos estudos de César Botella e Sara Botella, principalmente no livro La Figurabilitépsychique (2001), Delachaux et Nestlé, Suíça.