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Revista Brasileira de Psicanálise

Print version ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.52 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2018

 

OUTRAS PALAVRAS

 

Comunicação e intersubjetividade em D. W. Winnicott

 

Communication and intersubjectivity in D. W. Winnicott

 

Comunicación y intersubjetividad en D. W. Winnicott

 

Communication et intersubjectivité chez D. W. Winnicott

 

 

Cidiane Vaz Gonçalves; Andrea Seixas Magalhães; Terezinha Féres Carneiro

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Correspondência

 

 


RESUMO

As contribuições de D. W. Winnicott para a temática da comunicação são bastante originais e relacionam-se, sobretudo, à empatia, às experiências e vivências emocionais e ao silêncio. Neste trabalho, discute-se a noção de comunicação para Winnicott, tendo em vista suas propostas em relação à teoria da intersubjetividade. Para tanto, foram analisados artigos do autor em que ele aborda a temática da comunicação. Da investigação dos textos, emergiram categorias teóricas de análise, entre as quais, para a apresentação neste trabalho, foram selecionadas as seguintes: a comunicação na fase de dependência absoluta; a comunicação e o relacionamento com os objetos; dois tipos de não comunicação; e a comunicação nas propostas terapêuticas de Winnicott.

Palavras-chave: comunicação, Winnicott, intersubjetividade


ABSTRACT

D. W. Winnicott's contribution to communication is very original and it especially relates to empathy, to emotional experiences and perception, and to silence. In this paper, we discuss Winnicott's idea of communication by taking into consideration his propositions to the theory of intersubjectivity. To this end, we have analyzed Winnicott's articles whose subject matter is communication. Some theoretical categories of analysis emerged from the investigation of his work. We have selected few of them, as it follows: communication in the stage of absolute dependence; communication and the relationship with objects; two types of noncommunication; and communication in the therapeutic proposals of Winnicott.

Keywords: communication, Winnicott, intersubjectivity


RESUMEN

Las contribuciones de D. W. Winnicott para el tema de la comunicación son bastante originales y se relacionan, principalmente, con la empatía, las experiencias y vivencias emocionales y el silencio. En este trabajo se discute la noción de comunicación para Winnicott, teniendo en cuenta sus propuestas en cuanto a la teoría de la intersubjetividad. Para eso, fueron analizados artículos del autor en los cuales él aborda el tema de la comunicación. De la investigación de los textos, emergieron categorías teóricas de análisis, entre las cuales, para la presentación en este trabajo, fueron seleccionadas las siguientes: la comunicación en la fase de dependencia absoluta; la comunicación y el relacionamiento con los objetos; dos tipos de no comunicación; y la comunicación en las propuestas terapéuticas de Winnicott.

Palabras clave: comunicación, Winnicott, intersubjetividad


RÉSUMÉ

Les contributions de D. W. Winnicott à la thématique de la communication sont assez originales et elles sont en rapport surtout avec l'empathie, les expériences et les vécus émotionnels et le silence. Dans cette étude, on discute la notion de communication selon Winnicott, étant donné ses propositions liées à la théorie de l'intersubjectivité. Pour ce faire, on a analysé des articles de l'auteur dans lesquels la thématique de la communication a été abordée. De la recherche menée sur les textes ont émergé des catégories d'analyse théoriques, parmi lesquelles, pour la présentation de ce travail, ont été sélectionnées les suivantes: la communication dans la phase de dépendance absolue; la communication et le rapport avec les objets; deux genres de non communication; et la communication dans les propositions thérapeutiques de Winnicott.

Mots-clés: communication, Winnicott, intersubjectivité


 

 

Introdução

A temática da comunicação ocupa um lugar bastante privilegiado nos trabalhos de D. W. Winnicott, perpassando toda a sua obra. A perspectiva winnicottiana de comunicação mostra-se totalmente marcada pela intersubjetividade, ressaltada na máxima de que não existe essa coisa chamada bebê, uma vez que tanto o bebê quanto sua mãe só são concebidos por meio do viés relacional (Winnicott, 1951/2000b; 1970/2006c). A intersubjetividade é fundada, para o autor, a partir das trocas entre mãe e bebê, os quais, nos primeiros momentos, não podem ser compreendidos como sujeitos separados (Graña, 2008).

A importância dada por Winnicott à intersubjetividade e ao ambiente para a construção da subjetividade e das possiblidades de comunicação pode ser considerada um aspecto que o distingue dos outros autores da Escola Inglesa de Psicanálise, como M. Klein e A. Freud. Apesar de Klein ter influenciado o pensamento de Winnicott, sobretudo no que diz respeito ao mundo interno, aos seus objetos e à fantasia, eles divergiam quanto ao efeito produzido pelo ambiente e à importância dada por ele às primeiras relações reais. Para o autor, o ambiente não é apenas experimentado pelo sujeito a partir de seus recursos internos: o ambiente é constitutivo, antecedendo-o.

A inclusão da questão da intersubjetividade no arsenal psicanalítico é historicamente recente e não se dá sem debates e divergências (Coelho Jr., 2012). Diante de uma comunidade psicanalítica que por décadas focalizou o funcionamento psíquico de um ponto de vista intrapsíquico, a passagem explícita do eixo de trabalho para a dimensão intersubjetiva produz muitas tensões. As divergências ocorrem, principalmente, pelo receio de que o uso indiscriminado do conceito retire a ênfase clínica e teórica da dinâmica intrapsíquica, dos conflitos do inconsciente e da sexualidade e a passe para "uma área etérea e pouco precisa da dimensão relational" (Coelho Jr., 2012, p. 8). Considerando que a aceitação da intersubjetividade no meio psicanalítico é bastante recente, podemos imaginar a resistência às concepções de Winnicott à época.

Além de formular uma teoria da comunicação atrelada à noção de intersubjetividade, Winnicott confere à capacidade de se comunicar outras características bastante peculiares. Ele concebe a comunicação fundamentalmente como uma comunicação silenciosa, sobretudo no início da vida (Winnicott, 1967/1975c). A primazia dada pelo autor à comunicação não recai sobre as palavras, mas sobre a empatia, sobre as experiências emocionais e sobre o silêncio.

Estendendo essas noções para o tratamento analítico, percebemos o impacto que elas imprimem na técnica psicanalítica. As ideias de Winnicott sobre a comunicação promovem mudanças importantes no manejo da técnica, que envolvem o uso do espaço terapêutico, incluindo as interpretações e o silêncio.

Seguindo esse viés, Coelho Jr. (2012) observa que Winnicott reafirma uma mudança de ênfase que já havia sido iniciada por Ferenczi e Balint, na década de 1940. Essa mudança seria caracterizada, de um lado, por transformações na técnica clássica - com a relevância dada à alteridade do analista, a inclusão da dimensão contratransferencial e as mudanças no trabalho interpretativo - e, de outro, por novas formulações teóricas, que passaram a abranger conceitos que indicavam a necessária inclusão do outro como objeto (externo) e como elemento constitutivo do psiquismo. Tal mudança abarcou também as formas de comunicação não verbal em análise, as angústias e os limites de pacientes borderline e a atenção aos períodos pré-verbais da infância.

Tendo em vista toda a riqueza e a complexidade que permeiam a noção de comunicação na obra de Winnicott e seus desdobramentos, este trabalho pretende discutir as concepções de comunicação na obra do autor. A fim de alcançar esse objetivo, a comunicação será abordada a partir de algumas categorias teóricas de análise, que emergiram de uma pesquisa sobre o conceito de comunicação na obra de Winnicott. As categorias com as quais trabalharemos são: a comunicação na fase de dependência absoluta; a comunicação e o relacionamento com os objetos; dois tipos de não comunicação; e a comunicação nas propostas terapêuticas de Winnicott.

 

A comunicação na fase de dependência absoluta

No artigo intitulado "Cordão: uma técnica de comunicação" (1960/1983b), Winnicott apresenta uma ideia do que seria para ele a principal função da comunicação: favorecer a ligação e a integração de elementos não integrados. Apesar desse entendimento sobre a função da comunicação, esta não se dá pelos mesmos meios, nem visando aos mesmos propósitos, ao longo do desenvolvimento humano. As capacidades psicológicas relacionadas ao amadurecimento se distinguem em termos do próprio desenvolvimento e da qualidade do ambiente, que pode ser mais ou menos facilitador. Nesse sentido, cabe apresentar o modo como a comunicação se estabelece na fase inicial do desenvolvimento emocional, chamada por Winnicott de fase da dependência absoluta.

De acordo com o autor, no início, não é possível pensar num bebê com um self diferenciado do self da mãe, uma vez que o que marca os momentos iniciais do desenvolvimento é a fusão entre o lactente e sua mãe. Assim, para o bebê, a mãe e ele compõem uma mesma unidade. Para a mãe, essa fusão é possível pelo estado de preocupação materna primária, através do qual ela consegue acolher as comunicações de seu bebê e atendê-lo no tempo adequado (Winnicott, 1969/1994c).

A preocupação materna primária foi pensada por Winnicott como um estado psiquicamente regredido da mãe, no qual ela é capaz de estar sensível e atenta aos sinais que lhe comunicam as necessidades biológicas e narcísicas de seu bebê, o que lhe permite atendê-las no tempo e na forma adequados. Dessa maneira, podem-se evitar possíveis mal-entendidos na comunicação que originam a ausência ou a perda da mutualidade (Graña, 2008; Winnicott, 1969/1994c).

A comunicação no início da vida é basicamente uma comunicação silenciosa, favorecida pela preocupação materna primária e pela experiência de mutualidade. Segundo Winnicott (1963/1994b), nas fases iniciais do desenvolvimento, a comunicação silenciosa se relaciona com o aspecto subjetivo dos objetos. Essa comunicação precisa, porém, ser facilitada pelo ambiente ou pelo apoio do ego da mãe ao ego imaturo do lactente.

A comunicação silenciosa pode ser observada na experiência da amamentação, e tem, para Winnicott (1968/2006a), uma importância vital nas primeiras trocas, vistas como as primeiras comunicações entre mãe e bebê. Entretanto, a amamentação não se limita à ingestão de leite e à satisfação das necessidades físicas do bebê: constitui verdadeiras experiências emocionais, que acompanharão a atividade alimentar. Durante a amamentação, é enfatizado o papel da troca de olhares entre mãe e bebê, que torna a comunicação um fato inegável. Graña (2008) afirma que, embora os bebês sejam alimentados pelas mães, a comunicação entre mãe e bebê só acontece efetivamente a partir do estabelecimento de uma situação de alimentação mútua, reforçando o caráter intersubjetivo dessas primeiras trocas.

O conceito de comunicação silenciosa é introduzido por Winnicott na década de 1960, no artigo "Comunicação e não comunicação levando ao estudo de certos opostos" (1963/1983a), e será aprofundado em outros dois importantes escritos: "O papel de espelho da mãe e da família no desenvolvimento emocional" (1967/1975c) e "A comunicação entre o bebê e a mãe e entre mãe e bebê, comparada e contrastada" (1968/2006b). Nesses textos, Winnicott enfatiza a primazia da empatia e do silêncio para a comunicação, para além das verbalizações, destacando ainda esses aspectos em relação ao tratamento analítico (Graña, 2008).

Nos momentos iniciais, a forma de a mãe se comunicar silenciosamente com o bebê se faz pura e simplesmente pela garantia que ela oferece de sua presença enquanto mãe-ambiente. De modo semelhante, a forma de o bebê se comunicar com a mãe reside no fato de permanecer vivo, de mostrar para a mãe que o seu seio e o seu alimento foram suficientes para garantir-lhe a sobrevivência. Nesse sentido, observamos como a comunicação entre mãe e bebê, ainda que sem palavras, assume vital importância para a dupla (Winnicott, 1968/2006b).

De acordo com Winnicott (1969/1994c), mãe e bebê chegam à mutuali-dade de maneiras diferentes, pois a mãe já foi um bebê, ao passo que o bebê o é pela primeira vez. Dada a dependência do bebê, essa mutualidade mostra-se subordinada à capacidade que a mãe tem de adaptar-se às necessidades do recém-nascido através da sustentação (holding), que envolve tudo o que ela faz no cuidado com o bebê. A perturbação no estabelecimento da comunicação nessa fase primitiva da relação mãe-bebê pode ocorrer quando não existe o ambiente facilitador.

A comunicação silenciosa entre mãe e bebê se fundamenta na confiabilidade que a mãe transmite ao infante à medida que permanece atenta a ele, protegendo-o das intrusões da realidade externa quando ele ainda não tem ferramentas para isso (Winnicott, 1969/1994c). Essas intrusões produzem rompimentos na linha da vida do bebê, constituindo traumas. O trauma é definido pelo autor como aquilo contra o qual um indivíduo não tem defesa organizada, seguido por um estado de confusão, acompanhado por uma reorganização das defesas primitivas (Winnicott, 1969/1975d, 1969/1994c). Para Winnicott, a consequência da capacidade de comunicação mútua entre mãe e bebê inclui a possibilidade de o bebê avançar no desenvolvimento ou, tendo necessidade, regredir com a segurança de poder contar com um ambiente empático, vivenciando a onipotência e a criação, em vez de vivenciar um cair sem fim, que caracteriza as angústias impensáveis.

Em 1967, no mencionado artigo "O papel de espelho da mãe e da família no desenvolvimento emocional", Winnicott apresenta outra nuance da comunicação entre mãe e bebê. Segundo o autor, apesar de a mãe ter o papel de espelho para o bebê, pois ao vê-la ele pode ver a si mesmo refletido no olhar dela, esse reflexo só será efetivo se, de fato, o bebê existir emocionalmente para a mãe e puder ser realmente visto por ela. Sobre o papel de espelho da mãe, Graña (2007) ratifica a impossibilidade de a mãe ser um espelho neutro para o bebê. Segundo o autor, o bebê passa a se ver através do que vem da mãe, de sua história e de suas projeções; além disso, a mãe é incapaz de apreender direta e totalmente o ser do bebê. Observa-se que, para além das idealizações, a adaptação entre a mãe e o bebê é sempre incompleta.

A ausência de um ambiente suficientemente bom produz falhas na comunicação inicial entre mãe e bebê e leva ao que Winnicott (1963/1983a) chamou de opostos e fracassos da comunicação. Para Winnicott, as situações patológicas envolvendo a não comunicação reativa podem ser observadas, por exemplo, nos casos de esquizofrenia infantil e no autismo. Nessas situações, vemos a falha da sustentação das comunicações entre a dupla mãe-bebê e os prejuízos para o desenvolvimento do lactente e para a relação entre ambos (Laznik, Maestro, Muratori & Parlato, 2005). Caso as primeiras experiências de comunicação não sejam bem-sucedidas, o bebê se verá às voltas com a experiência da ansiedade impensável ou arcaica, experimentará um estado de confusão aguda ou conhecerá a angústia da desintegração, a desorientação e o isolamento completo por não existirem formas de comunicação (Santos, 1999; Winnicott, 1951/2000c, 1969/1994c).

A comunicação inicial, marcada pela fusionalidade e pela mutualida-de, cede lugar, se sustentada pelo holding materno, ao relacionamento com os objetos. A princípio, esse relacionamento envolve os objetos subjetivos; depois, os objetos objetivamente percebidos e os objetos transicionais. Nesse sentido, podemos discutir como se dá o relacionamento do bebê com esses objetos e em que medida ele favorece a capacidade de comunicação do lactente.

 

A comunicação e o relacionamento com os objetos

Segundo Winnicott (1963/1983a), o ato de comunicar-se está ligado fundamentalmente ao relacionamento com objetos. Entretanto, essa capacidade para relacionar-se com objetos não surge naturalmente com a maturação, na medida em que depende também da qualidade da provisão ambiental oferecida. Verifica-se que, até que o bebê possa relacionar-se com objetos, ele precisará contar com um ambiente que sustente para ele essa possibilidade, apresentando os objetos no tempo adequado para ele poder criá-los. Certamente, essa prontidão da mãe-ambiente só é possível se uma comunicação mútua entre eles tiver se estabelecido.

As experiências emocionais iniciais são marcadas pela área da onipotência, na qual o bebê cria os objetos com a ajuda do próprio ambiente facilitador, que os dispõe para que possam ser criados. A experiência de onipotência envolve um paradoxo: o bebê está criando o que está lá para ser encontrado. Essa operação, muito mais que projetiva, é criativa por parte do bebê, mas depende de forma absoluta do ambiente facilitador. Embora o objeto deva ser encontrado para que possa ser criado, a ênfase incide na criação do objeto, e não meramente na descoberta. Enquanto predomina a onipotência criativa do bebê, as comunicações se estabelecem basicamente com os objetos subjetivos e de maneira silenciosa.

A passagem do relacionamento com objetos subjetivos para o relacionamento com os objetos objetivamente percebidos depende em grande medida das frustrações do bebê, mediadas pelo ambiente, que evidenciam a existência de um mundo que é não eu. Conforme o objeto deixa de ser apenas subjetivo para ser percebido objetivamente, a criança, gradativamente, deixa a área de onipotência como totalidade da experiência vital. A criança pequena é capaz de resolver essa tarefa à medida que seu ambiente lhe permite a aplicação de dois mecanismos psíquicos que servem à elaboração afetiva da nova experiência: a destruição e o relacionamento com os fenômenos transicionais (Castilho, 2012).

As ações destrutivas representam em si ações oportunas, pelas quais o bebê experimenta de modo inconsciente se o objeto, afetivamente, pertence a uma realidade influenciável. O bebê não agride a mãe para objetivá-la; ele a objetiva como resultado da sobrevivência da mãe às suas agressões. Se a mãe sobrevive aos ataques destrutivos sem revidar, ele pode, então, se deslocar para um mundo no qual existem outros sujeitos. Nesse sentido, se a mãe suporta seus atos destrutivos como pessoa capaz de resistência, ele se torna capaz, através da integração de seus impulsos agressivos, de amá-la de modo mais realístico, e não apenas a partir de fantasias narcísicas de onipotência. Esse ponto de vista afasta Winnicott da teoria que tende a conceber a realidade externa somente em termos dos mecanismos projetivos do indivíduo. Considerando-se que o objeto possa ser constantemente destruído e sobreviver, o sentimento de externalidade contribui para a constância objetal. Seguindo esse caminho, o objeto pode, doravante, ser usado, e não apenas criado.

Castilho (2012), ao comentar o papel da mãe em relação aos ataques destrutivos do filho, afirma que a agressividade envolvida nessa situação requer que ela compreenda as fantasias e os desejos destrutivos de seu filho como algo que vai contra os interesses dela e que, por isso, só compete a ele, como pessoa já autonomizada. Assim, se um primeiro passo nessa delimitação recíproca for bem-sucedido, a mãe e a criança poderão perceber-se como dependentes uma do amor da outra sem ter de fundir-se simbioticamente.

Além das relações estabelecidas entre os objetos subjetivos e os objetos objetivamente percebidos, cabe destacar um novo tipo de relacionamento objetal que se dá com o objeto transicional. Esse relacionamento representa a primeira experiência não eu da criança, capaz de favorecer as intermediações entre o mundo interno e o externo. Na teoria winnicottiana, o conceito de objeto ou fenômeno transicional recebe três usos diferentes: como um processo evolutivo, como uma etapa do desenvolvimento vinculada às angústias de separação e às defesas contra elas e como um espaço dentro da mente do indivíduo. Em termos de comunicação, os objetos transicionais ganham evidência, sobretudo, por tratarem de um domínio intermediário, que envolve um intrincado diálogo entre os objetos subjetivos e os objetos objetivamente percebidos (Winnicott, 1971/1975a, 1971/1975b).

Na medida em que o objeto é subjetivo, é desnecessário que a comunicação com ele seja explícita, pois se trata de um objeto que é fruto da criação onipotente do infante. Quando o objeto passa a ser objetivamente percebido, a comunicação pode, então, ser explícita ou muda. De acordo com Winnicott, nesse processo, aparecem duas coisas novas: o uso e o prazer individual de variados modos de comunicação e o self individual que não se comunica, ou o núcleo pessoal do self, que é verdadeiramente isolado (Winnicott, 1963/1983a).

Segundo o autor, a comunicação não silenciosa, que surge a partir do relacionamento com os objetos, é qualitativamente distinta daquela dos primeiros momentos, uma vez que nos primórdios a fusão domina a cena e ainda não há no bebê um self diferenciado. Nesse primeiro momento, a comunicação é implícita para a dupla, e comunicar-se, nesse caso, significa simplesmente continuar a existir e continuar a se desenvolver de acordo com os processos pessoais de maturação (1963/1983a, 1963/1994b).

Para que a comunicação se torne explícita, é preciso que a criança passe pela experiência da não comunicação simples, que consiste tão somente em repousar. É da não completude da comunicação silenciosa que surge a necessidade da comunicação verbal. Em outras palavras, é preciso que o silêncio seja elaborado, para que dele possa surgir a comunicação não silenciosa. Quanto ao outro oposto da comunicação silenciosa, "a não comunicação ativa ou reativa" (Winnicott, 1963/1983a, p. 171), o autor pensou em seus desdobramentos positivos e negativos.

 

Dois tipos de não comunicação

Ao abordar o tema da comunicação, Winnicott ressalta a importância do direito a não se comunicar, direito caro, uma vez que protege quanto às fantasias de ser infinitamente explorado, devorado, engolido, ou que simplesmente funciona como defesa diante da fantasia de ser descoberto. Essas considerações apontam a importância de ter um espaço para o segredo, questão também abordada por Aulagnier (1979). Para Winnicott, a comunicação teria dois opostos, a saber: a não comunicação simples e a não comunicação ativa ou reativa. Os dois opostos apresentam aspectos positivos e negativos.

Os desdobramentos negativos estão relacionados às patologias que incluem a negação da comunicação, como o autismo, em que a comunicação verbal não se desenvolve de forma satisfatória. Pode-se considerar que, nos casos de não comunicação ativa ou reativa, de alguma forma, o ambiente facilitador para o desenvolvimento emocional teria falhado, e pode-se reconhecer uma divisão (splitting) nas relações objetais da criança. Com uma parte da mente, o lactente passa a se relacionar com o objeto como este se apresenta e, para esse propósito, desenvolve o que Winnicott denomina de falso self ou self submisso. Com a outra parte, o lactente se relaciona com o objeto subjetivo ou com fenômenos simples, derivados das experiências corporais, sendo estes dificilmente influenciados pelo mundo percebido objetivamente (Winnicott, 1971/1975b). Cabe destacar que o sentimento de existência surge na base de um estado não integrado, que não é observado nem recordado pelo indivíduo e que se perde, a menos que seja observado e espelhado de volta por alguém em quem se confia, que retribui a confiança e atende à dependência relacional (Winnicott, 1971/1975b). A comunicação com os objetos através de um falso self não carrega consigo o que o autor descreve como sensação de ser real; não é uma comunicação verdadeira porque não envolve o núcleo do self, aquele que poderia ser chamado de verdadeiro.

Winnicott (1963/1983a) também observou que a negação da comunicação está no fundamento de um desdobramento positivo, essencial para a construção da sensação de ser real e para o desenvolvimento das expressões artísticas e culturais. Em outras palavras, pode-se dizer que a comunicação com objetos subjetivos é um fenômeno normal, que nos acompanha durante a vida e nos dá a sensação de ser real. Desse modo, na saúde, Winnicott considera que a comunicação silenciosa ou secreta com objetos subjetivos, que favorece a sensação de ser real, deve assumir o controle periodicamente para restaurar o equilíbrio. Portanto, existe um tipo de não comunicação que representa um aspecto saudável do diálogo entre a mãe e o bebê e que perdura ao longo da vida, pois é a não comunicação que se conecta com o núcleo do verdadeiro self, que se mantém isolado. Sobre esse ponto de vista, Ogden (2002) ratifica o pensamento winnicottiano afirmando que é tão importante para o paciente saber que é livre para estar em silêncio quanto para falar. De acordo com o autor, privilegiar a fala sobre o silêncio, a revelação sobre a privacidade, a comunicação sobre a não comunicação, parece ser tão não analítico quanto privilegiar a transferência positiva, a gratidão e o amor em vez da transferência negativa, da inveja e do ódio.

 

A comunicação nas propostas terapêuticas de Winnicott

A comunicação nas propostas terapêuticas de D. W. Winnicott encontra-se direcionada, sobretudo, para pacientes denominados pré-edípicos, cujas questões de tratamento incluem ansiedades primitivas relacionadas à continuidade da vida, à sobrevivência ou à identidade. Esses pacientes não puderam contar com uma mãe-ambiente suficientemente boa e, por isso, desenvolveram defesas severas, como o falso self, para sobreviver às mais diversas agonias relativas ao cair sem fim, ao despedaçar-se, ao ser devorado e à desesperança quanto a poder se comunicar. As propostas técnicas de Winnicott para esses casos baseiam-se no reconhecimento da importância do ambiente inicial; da empatia como a base da comunicação não verbal, possível graças à experiência da mutualidade; da presença sem severidade; da regressão para a dependência; do holding analítico, do brincar e do silêncio (Outeiral, 2001).

Em termos de comunicação, Winnicott (1963/1994b) afirma que a base de seu tratamento é o silêncio. Sobre isso, Coelho Jr. e Barone (2007) dizem que a autenticidade e a vitalidade do espaço terapêutico pensado por Winnicott derivam da manutenção do paradoxo entre comunicar-se e não se comunicar no diálogo psicanalítico. As ideias de Winnicott sobre o setting analítico oferecem, em vez de um código rígido de regras técnicas, uma teoria sobre como criar um campo de comunicação real entre o analista e o paciente. Esse campo de comunicação contempla um lugar para a privacidade como uma de suas características mais essenciais. Winnicott (1962/1983c) ressalta que, quando a comunicação é abordada durante o tratamento, esta só se estabelece a partir da posição na qual a neurose (ou a psicose) de transferência coloca o analista. Dessa maneira, a comunicação, na neurose, será marcada por elementos mais organizados, relacionados ao conflito edípico, e na psicose será marcada por fenômenos de natureza mais primitiva, abalizada pela fusão e pelo uso massivo de mecanismos identificatórios introjetivos e projetivos (Outeiral, 2001).

O analista no trabalho terapêutico pode assumir para o paciente algumas características de objeto transicional, pois representa o princípio de realidade, ao mesmo tempo que pode vir a ser para ele um objeto subjetivo (Winnicott, 1963/1983a). Segundo Winnicott, trata-se de algo extremamente significativo, pois a comunicação com o paciente se mantém apenas enquanto o analista consegue assumir o lugar de um objeto subjetivo. Nesse sentido, cabe destacar a importância de o analista vivenciar a regressão com o paciente, ao mesmo tempo que conserva um ego observador, análogo à condição da mãe quando envolvida pela preocupação materna primária. Caso o analista não se atente a esse fator, correrá o risco de lançar o paciente em profunda desesperança pelo medo de não poder se comunicar (Fernandes, 2010).

Para Winnicott (1954-1955/2000a, 1960/1983b), alguns pacientes necessitam da regressão para reexperienciar a fusão e a dependência com o analista, uma vez que tais experiências não foram bem-sucedidas inicialmente. O propósito da regressão não é prover uma experiência emocional corretiva, mas permitir ao paciente deparar-se com situações emocionais que possam ser vividas e, consequentemente, integradas. Essa é a fase mais desafiadora para analistas e pacientes, devido à dor sofrida por ambos e à raiva dirigida ao analista (Forlenza Neto, 2008). Assim, a regressão só pode ser vivenciada se houver, por parte do analista, disposição interna para suportar e conduzir sem retaliar a experiência de indiferenciação e caos do paciente, agora compartilhada contratransferencialmente.

No espaço terapêutico, deve haver lugar para a experiência da confiabilidade, comunicada pela aceitação das ideias e das sequências de pensamento aparentemente desconexas, sem a presunção de um fio significante. Esse espaço pressupõe, por parte do analista, a aceitação do caos e do absurdo, sem uma tentativa de organização pela interpretação, que nada mais seria que uma defesa. A consequência da negação do caos é o abandono pelo paciente da área do absurdo, devido à desesperança de comunicá-lo. Winnicott (1971/1975a) afirma que, mais importantes que qualquer verbalização, são certas experiências que ocorrem dentro das sessões. De acordo com Graña (2008), Winnicott se mostra particularmente atento ao fator tempo e temeroso quanto à violência da interpretação, a qual poderá transformar-se de movimento de libertação pessoal em uma prática doutrinária alienante.

Conforme Winnicott (1960/1983b), as verbalizações são feitas basicamente por dois motivos: o primeiro diz respeito à criação de um espaço de proteção ao self incomunicado do paciente; o segundo objetiva tirar o analista de uma posição onipotente. Vemos assim, destacada por Winnicott, a importância de não compreender tudo, de permitir ao paciente um espaço de segredo, em que possa manter-se incomunicável. Essa postura traz uma premissa ética que envolve o respeito ao outro, pois, ainda que entenda as bases do sofrimento do paciente, não cabe ao analista tolher a possibilidade de o paciente ser criativo e de chegar aos próprios insights. O autor enfatiza ainda que, numa consulta terapêutica, o momento significativo é aquele em que a criança (ou o adulto) surpreende a si mesma, e não o momento de uma interpretação arguta por parte do analista. Para Winnicott (1960/1983b, 1968/1994d), as interpretações devem ser econômicas, a fim de não se tornarem ensinamentos e doutrinação, longe da espontaneidade e da criatividade do verdadeiro espaço analítico. O crescimento obtido pelo tratamento analítico envolve a capacidade de brincar do paciente e, consequentemente, do analista (Winnicott, 1971/1975b). Segundo o autor, a brincadeira é uma forma de comunicação em psicoterapia e está a serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros (Winnicott, 1954/1994a).

Winnicott (1971/1975b) afirma que, quando um paciente não pode brincar, o psicoterapeuta tem de atender a esse sintoma principal antes de interpretar fragmentos de conduta, pois brincar exige a vivência de confiabilidade. Caso a confiança não tenha sido experimentada no percurso histórico do sujeito, a análise, a partir da transferência, poderá favorecê-la, permitindo uma reatualização das situações de controle onipotente, criação e holding. Se a confiabilidade é uma experiência entre a mãe e o bebê e, na análise, o sujeito pode ficar sozinho na presença de alguém, adquire-se tranquilidade de que a pessoa a quem se ama é digna de confiança e permanece disponível quando é lembrada, após ser esquecida.

Para o autor, a comunicação a partir da brincadeira pode se dar à medida que a presença do analista, como espelho, conceda ao ato de brincar a qualidade de comunicação. De acordo com Winnicott (1971/1975b), o brincar é universal, mas as crianças brincam com mais facilidade quando a outra pessoa está livre para entrar na brincadeira. Essa observação nos remete imediatamente ao trabalho analítico que deve ser feito com os próprios analistas, a fim de que não apenas consigam brincar, mas permitam a seus pacientes, sejam eles adultos ou crianças, vivenciar as experiências criativas e comunicativas que o brincar possibilita (Graña, 2010).

 

Considerações finais

As ideias de D. W Winnicott sobre a comunicação fundamentam-se no entendimento de que, mais importante do que aquilo que pode ser dito, é o que pode ser vivido nas experiências compartilhadas. Trata-se de uma concepção de comunicação em que pequenas sutilezas se mostram mais significativas que interpretações argutas do analista.

Winnicott parte do material mais primitivo, mais recôndito, e nem por isso menos complexo, uma vez que exige do analista sensibilidade e capacidade de suportar angústia, fusão, caos e desagregação, preservando contudo uma parte saudável. Até que as palavras tenham lugar, Winnicott nos ensina que muito já foi comunicado através dos atos, dos gestos ou, simplesmente, da manutenção da vida.

O conceito de comunicação na obra de Winnicott se desloca do lugar comum das palavras e passa para o terreno das experiências compartilhadas em silêncio, assinaladas apenas no momento oportuno, de modo que favoreçam o crescimento pessoal. Essa concepção sobre a comunicação traz contribuições importantes em termos não apenas teóricos, mas também técnicos, visto que subverte a ideia clássica de interpretação psicanalítica, centrada na palavra. Tal perspectiva nos remete ao poeta Mário Quintana, que diz que as palavras são borboletas mortas espetadas no papel, uma vez que há experiências que nunca poderão ser traduzidas em palavras. Além disso, ao abordar os espaços comuns entre mãe e bebê, Winnicott abre caminhos para o desenvolvimento posterior de uma clínica psicanalítica voltada às famílias, aos grupos e às instituições, em que predominam espaços comuns e partilhados.

 

Referências

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Recebido em 14.11.2016
Aceito em 24.08.2017

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