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Revista Brasileira de Psicanálise

versão impressa ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.54 no.3 São Paulo jul./set. 2020

 

HISTÓRIA DA PSICANÁLISE

 

Um olhar sobre Virgínia Leone Bicudo1

 

About Virgínia Leone Bicudo

 

Sobre Virgínia Leone Bicudo

 

Un regard sur Virgínia Leone Bicudo

 

 

Carlos Cesar Marques Frausino

Membro da Sociedade de Psicanálise Brasília (SPBSB). Mestre pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Editor da revista Alter, da SPBSB (2013-2017)

Correspondência

 

 


RESUMO

Neste ensaio, o autor entrecruza a trajetória profissional de Virgínia Leone Bicudo, promotora de iniciativas de institucionalização e divulgação da psicanálise no país e autora de um estudo sociológico pioneiro acerca das relações raciais no Brasil urbano e contemporâneo, e aspectos da constituição sociopolítica e cultural da sociedade brasileira.

Palavras-chave: racismo, psicanálise, modernismo, sociologia, pioneirismo


ABSTRACT

It is about an essay that interconnects Virginia Leone Bicudo's career path, promoting psychoanalysis institutionalization initiatives in Brazil and the author of sociological studies, pioneer in race relations about the racism present in Brazil, both urban and contemporaneous, besides aspects of sociopolitical and cultural establishment in Brazilian society.

Keywords: racism, psychoanalysis, modernism, sociology, pioneer


RESUMEN

Se trata de un ensayo que entrecruza la trayectoria profesional de Virginia Leone Bicudo, promotora de iniciativas de institucionalización y divulgación del psicoanálisis en Brasil y autora del estudio sociológico pionero en el tema de las relaciones raciales sobre el racismo presente en Brasil, urbano y contemporáneo, con aspectos de la constitución sociopolítica y cultural de la sociedad brasileña.

Palabras clave: racismo, psicoanálisis, modernismo, sociología, espíritu pionero


RÉSUMÉ

Il s'agit d'un essai qui entrecroise la trajectoire professionnelle de Virginia Leone Bicudo, promotrice d'initiatives d'institutionnalisation et de diffusion de la psychanalyse au Brésil, et autrice d'une étude sociologique pionnière dans les rapports raciaux concernant le racisme urbain et contemporain présent au Brésil, et encore les aspects de la constitution sociopolitique de la société brésilienne.

Mots-clés: racisme, psychanalyse, modernisme, sociologie, expérience pionnière


 

 

 

Mas é esta a grande dificuldade - interrompeu o Psicólogo.

- Podemos nos mover pelo Espaço em todas as direções,

mas não podemos fazer o mesmo no Tempo.

H. G. WELLS

Virgínia Leone Bicudo, além de exercer o ofício de psicanalista, foi educadora sanitária, visitadora psiquiátrica, socióloga, professora universitária, divulgadora científica e protagonista de diversas iniciativas no plano da institucionalização, da divulgação e da interiorização da psicanálise no Brasil.

A sua história é a biografia de uma mulher incomum, dotada de profunda sensibilidade para compreender a condição humana e suas mazelas, com uma intensa e singular capacidade de transformar suas experiências em iniciativas e reflexões.

 

As origens

Virgínia nasceu em 1910, na cidade de São Paulo, e faleceu em 2003.

Seu pai, Theófilo Júlio Bicudo, nascido de ventre livre, era afilhado de Bento Augusto de Almeida Bicudo, fazendeiro e produtor de café, liderança política estadual e um dos fundadores de O Estado de S. Paulo, do qual recebeu apoio para a sua educação na cidade de São Paulo, onde trabalhou e ascendeu profissionalmente na empresa de Correios e Telégrafos.2

A avó paterna de Virgínia, Virgínia Júlio, nasceu escrava e foi posteriormente alforriada, e a mãe de Virgínia, Giovanna Leone, era imigrante italiana. Assim, Virgínia Leone Bicudo recebeu o nome da avó e os sobrenomes da mãe e do padrinho do pai.

Os nomes, de certa maneira, estão dispostos em uma linha evolutiva: da escrava Virgínia ao cidadão Bicudo, tendo como elo o imigrante Leone (Gomes, 2013).

 

Contexto sociocultural

Nas primeiras décadas do século XX, o Brasil estava em ebulição e iniciou o seu processo de urbanização e industrialização. Eclodiu algo que estava latente, induzindo a desorganização dos poderes instituídos e uma nova articulação de forças políticas regionais. Iniciou-se um vigoroso êxodo rural, com o fluxo imigratório para o Brasil; a ascensão sociopolítica das classes médias; a metamorfose do Estado brasileiro e sua inserção na dinâmica societária; e a profunda mutação no quadro de valores e comportamentos vigentes (Draibe, 1985; Fausto, 1972; Novaes, 1998).

Nesse quadro, a cidade de São Paulo, o principal núcleo urbano brasileiro, não possuía identidade, mas em razão da centralidade na dinâmica do complexo cafeeiro vivia um verdadeiro frenesi, com as características de um país subdesenvolvido (Sevcenko, 1992).

Um olhar mais cuidadoso ao cotidiano da cidade e à sua constituição registra que era movida pelo novo e pelo arcaico. As pessoas tinham interesse por tudo aquilo que era pautado pela ideia de modernidade e de vida cosmopolita. Era uma sociedade que demandava o novo, buscava explicações para o presente e não via o passado como referência para o futuro.

Esse contexto era extremamente fértil para o conhecimento e a difusão das ideias freudianas como vetor de possível compreensão dos movimentos em curso. É quando ocorre o encontro das ideias freudianas com o movimento modernista na cidade de São Paulo. O grande fato foi a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, experiência estética que marca e sintetiza a intensa transformação na capital paulista e no Brasil (Bosi, 1985; Gonçalves, 2012).

No bojo dessas mudanças socioculturais, ocorrem mudanças no papel das mulheres na nova sociedade urbana. Elas reivindicaram o direito de voto e a participação na vida pública, além de novas posturas no âmbito urbano, fora da vida cotidiana do lar. Virgínia, entre outras, foi um exemplo de mulher que ocupou novos espaços nessa sociedade imersa em uma transformação estrutural (Maluf & Mott, 1998; Rocha & Haudenschild, 2004).

A história de São Paulo, da psicanálise e das transformações urbanas do início do século xx está associada à história de Virgínia.

 

Socióloga, psicanalista

A vida profissional de Virgínia foi multifacetada, com vários ofícios e profissões novas. Em quase todas, ela foi pioneira. Tornou-se socióloga quando a profissão estava se institucionalizando, e psicanalista quando o ofício estava se iniciando no Brasil (Abrão, 2010).

Virgínia Bicudo iniciou a sua análise em 1937, com a psicanalista alemã Adelheid Lucy Koch, formada no Instituto Psicanalítico de Berlim, recém-chegada da Alemanha (1936).

Ainda nas primeiras décadas do século passado, Durval Marcondes, com outros médicos e intelectuais, fundou em 1927 a Sociedade Brasileira de Psicanálise, em São Paulo, com vida efêmera, e em 1928 a Revista Brasileira de Psychanalyse, que teve apenas um número. A presença de Koch é resultado do trabalho de Durval Marcondes junto à Associação Psicanalítica Internacional (ipa) para a institucionalização da psicanálise em São Paulo (Oliveira, 2005; Sagawa, 1994, 2001).

Bicudo, com Marcondes, Darcy de Mendonça Uchôa e Flávio Dias, integra o grupo que dará início à trajetória da edificação da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP). Posteriormente, integraram-se ao grupo, como candidatos, Frank Philips, Lygia do Amaral e outros.

Em uma fotografia hipotética com os fundadores da SBPSP, destaca-se que a primeira pessoa a deitar em um divã no Brasil, e possivelmente na América Latina, foi uma mulher negra, não médica, filha de pai negro e de mãe imigrante italiana; alguém que se interessou pela sociologia e depois pela psicanálise como caminhos para ampliar o seu entendimento acerca de questões raciais e de sua própria vida.

Eu me interessei muito cedo por esse lado social. Não foi por acaso que procurei psicanálise e sociologia. Vejam bem o que fiz: eu fui buscar defesas científicas para o íntimo, o psíquico, para conciliar a pessoa de dentro com a de fora. Fui procurar na sociologia a explicação para questões de status social. E na psicanálise, proteção para a expectativa de rejeição. Essa é a minha história. ... Para não ser rejeitada, tirava nota boa na escola. Desde muito cedo, desenvolvi aptidões para evitar a rejeição. Você precisa tirar nota boa, ter bom comportamento e boa aplicação, para evitar ser prejudicada e dominada pela expectativa de rejeição, diziam meus pais. Por que essa expectativa? Por causa da cor da pele. Só pode ter sido por isso. Eu não tive na minha experiência outro motivo. (Bicudo, 2000, p. E4)

Em 2020, oito décadas depois do registro dessa cena, a psicanálise está se espraiando e se interiorizando pelo Brasil. A presença das mulheres é uma marca nas nossas Sociedades e Institutos e na direção das nossas instituições. Outra Virginia, a argentina Virginia Ungar, é presidente da ipa, a primeira mulher a presidir a instituição; Maria Cristina Fulco, uruguaia, é presidente da Federação Psicanalítica da América Latina (Fepal); e Cíntia Xavier de Albuquerque é presidente da Federação Brasileira de Psicanálise (Febrapsi).

Por sua vez, a formação psicanalítica de leigos (não médicos e não psicólogos), traço distintivo dos institutos de psicanálise das Sociedades de São Paulo e Brasília, passou a ser discutida pela comunidade psicanalítica e aceita por outras Sociedades no Brasil e na América Latina.

No entanto, mesmo após oitenta anos, a questão racial é algo que marca nossas instituições, com a baixa presença de negros. Em 2014, Nosek afirmou: "Ainda hoje é absoluta exceção encontrarmos negros ou mulatos em nossos institutos de formação. Tampouco nos escandalizamos com essa raridade, que também não consta da preocupação de nenhum instituto" (p. 267).

Em 2020, Paim Filho e Cidade reafirmam enfaticamente esse traço das nossas Sociedades e dos nossos Institutos:

Somos o país que tem a maior população negra fora do continente africano, 56% da população brasileira - realidade conhecida e desconhecida. Contudo, isso não se reflete em nossas instituições. Seria a psicanálise uma prática de branco para brancos? O racismo segue fazendo história em nossas casas psicanalíticas? Acreditamos que sim, seja por omissão, conivência ou indiferença. ... Não esqueçamos que o racismo envolve a questão de delimitar territórios, de marcar fronteiras, que visam fazer do conterrâneo negro e negra um estrangeiro. Até quando?

Em 1938, Virgínia também foi a única mulher na turma de oito formandos do curso de sociologia na Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo.

Em 1945, na mesma instituição, defendeu a dissertação de mestrado Estudo de atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo.3 Um trabalho pioneiro! Os resultados da pesquisa questionavam visões vigentes e hegemônicas que postulavam a existência de uma harmonia racial no Brasil, ou ainda que a discriminação era resultado de uma questão de classe social. Virgínia colocou em xeque as posições de seu próprio orientador, Donald Pierson, a respeito desses fenômenos.

Por meio da intersecção entre sociologia, antropologia e psicologia social, Virgínia teceu uma ampla pesquisa acerca das relações sociais na cidade de São Paulo, que destaca a mobilidade social e o preconceito de cor como traços de relevo na dinâmica da cidade.

O trabalho ainda pode ser lido como percursor da interseccionalidade como perspectiva analítica, dado o fato de sugerir que as dinâmicas raciais no Brasil também estão articuladas a questões de gênero e classe.

Esse estudo vai ressaltar que o preconceito de cor impera diante dos preconceitos de classe e de raça no funcionamento da sociedade brasileira urbana contemporânea.

Mais uma ação pioneira de Virgínia com a sua dissertação: no Brasil, até a primeira metade do século xx, os trabalhos acadêmicos de ciências sociais eram provenientes de homens, brancos e negros, e de algumas poucas mulheres, mas nenhuma negra; a exceção foi a dissertação de Virgínia. O estudo dela também inova ao conjugar categorias de classe, gênero e cor na produção acadêmica das ciências sociais no Brasil (Braga, 2016; Gomes, 2013).

Assim, o trabalho de Bicudo, em conjunto com outros da Escola Livre de Sociologia e Política, está em sintonia com as atuais reflexões sobre o tema, o que revela o seu protagonismo e a sua atualidade nas pesquisas a respeito das relações raciais no Brasil, apesar do seu longo esquecimento pela comunidade acadêmica (Maio, 2010).

Se Virgínia foi a primeira mulher negra a deitar no divã na América Latina, outro homem negro foi um dos pioneiros nos estudos de Freud no Brasil: Juliano Moreira (1873-1933), que pavimentou o caminho para as ideias de higiene mental, às quais Virgínia se dedicou ao longo de décadas, como educadora sanitária e visitadora psiquiátrica (Eizirik, 2018; Gomes, 2013).

Bicudo também se dedicou à ampliação da presença da psicanálise no ambiente cultural e socioeconômico. Na década de 1950, liderou um programa de rádio em São Paulo, escreveu uma série de artigos semanais em jornal de grande circulação e editou o livro Nosso mundo mental (1956), que reúne parte dos artigos publicados no periódico (Abrão, 2010).

Utilizando-se desses meios de comunicação de massa, divulgava o saber psicanalítico por intermédio de orientações relacionadas a educação infantil e questões emocionais vividas no cotidiano. O trabalho de Bicudo não se restringia apenas a uma aplicação do saber psicanalítico produzido até então na Europa; era também uma leitura da psicanálise em sintonia com as demandas da população brasileira.

Entre 1955 e 1960, já analista didata, viveu em Londres, onde fez uma nova análise, participou de atividades na Clínica Tavistock e no Instituto de Psicanálise de Londres, e teve estreito contato com o grupo kleiniano, com Bion, com a própria Melanie Klein, e com ecos das Controvérsias e das ideias e obras do Grupo de Bloomsbury (Moretzsohn, 2013; Teperman & Knopf, 2011).

Em Londres e em São Paulo, esteve imersa em um ambiente multicultural, constituído por críticos ao funcionamento das respectivas sociedades e que influenciaram profundamente as artes plásticas, a literatura, a psicanálise, a economia, a política etc.

Ao voltar de Londres, Virgínia Bicudo iniciou um novo ciclo na sua vida.

Divulgou as ideias kleinianas e bionianas; estruturou e foi diretora do Instituto da SBPSP por um longo período; promoveu o lançamento do Jornal de Psicanálise em 1966, com o objetivo de divulgar o trabalho dos candidatos e analistas do Instituto da SBPSP; incentivou o relançamento da Revista Brasileira de Psicanálise em 1967 (Galvão, 1976); incluiu no Instituto a formação de analistas de crianças e adolescentes (Bicudo, 1988; Perestrello, 1992).

Ressaltava a necessidade de a formação dos psicanalistas ser multidisciplinar e imersa na tradição humanista. Enquanto diretora do Instituto, postulou que algumas áreas do conhecimento deveriam estar presentes na formação dos psicanalistas.

Segundo Barcellos (1976), que analisou atas das reuniões da spbsp, em 2 de março de 1966 a então a diretora do Instituto "Prof.ª V. Bicudo sugeriu introduzir [n]o curriculum do curso teórico de psicanálise dez (10) disciplinas de cultura geral: antropologia, religião, filosofia, arte, mitologia, psicoterapia de grupo, psicanálise de crianças, genética aplicada ao homem, neurofisiologia, metodologia científica". A proposta não se desenvolveu.

Segundo Virgínia, a prática psicanalítica deve ser ricamente subsidiada por outras áreas do conhecimento para apreender a dor da alma humana.

O fator isolamento [do psicanalista] como defesa também é anacrônico e restritivo no sentido de não contar com as vantagens de um trabalho em concerto interdisciplinar. Freud pensou psicanaliticamente sobre assuntos referentes a biologia, arte, religião, antropologia, sociologia. Dessa abertura mental, os psicanalistas foram retirando-se cada vez mais, com uma atitude restritiva com repercussões até na seleção de candidatos, limitando-a quase que exclusivamente aos médicos. Quanto aos prejuízos desse isolamento de casta, nos defrontamos com um acervo de conhecimentos desprovidos de uma sistemática metodológica e com a perda de colaboração de elementos capazes de valiosas contribuições. (Bicudo, 1976, p. 72)

Em 1970, Bicudo estava no Distrito Federal, onde iniciou a formação da primeira turma de candidatos de Brasília, que dará origem à futura Sociedade.

A fundação da Sociedade de Psicanálise de Brasília foi outro dos seus legados institucionais. Constituiu-se em um vetor da interiorização e difusão da psicanálise no Brasil, país de dimensões continentais, em que a psicanálise ficou historicamente concentrada em três cidades: Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, embora atualmente esteja presente em outras localidades do interior do país (Bicudo, 1989; Castro, 2017; Silva, 2017).

Na constituição desse novo núcleo de psicanálise, inovou institucionalmente no funcionamento dos Institutos no âmbito da ipa. O deslocamento do analista didata da cidade sede do seu Instituto (São Paulo) ao local de residência dos seus analisandos (Brasília) para a análise de formação e a instituição da análise didática condensada foram dispositivos criados por Virgínia (Castro, 2017).

As preocupações com a difusão da psicanálise continuaram em Brasília. Criou a revista Alter. Lançada em outubro de 1970, a publicação perdura até os dias de hoje como veículo de divulgação da produção dos membros e candidatos da SPBSB e da comunidade psicanalítica.

Além da intensa atuação editorial, idealizando e fundando dois periódicos de psicanálise, Virgínia foi uma fértil autora nas suas profissões e ofícios. A dedicação à escrita e à publicação foi uma das suas características. Na psicanálise, é autora de uma vasta produção bibliográfica, com artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais com assiduidade e volume incomparáveis aos da maioria dos psicanalistas de sua época e contemporâneos. No entanto, não há uma sistematização dos seus trabalhos publicados e apresentados em congressos.

Ela inscreveu seu nome na história da cultura brasileira e da psicanálise. Ao longo de sua vida profissional, estudou as relações interpessoais, culturais e intrapsíquicas, e viveu e estudou como poucos a discriminação de classe, de gênero, de cor e de raça.

 

Referências

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Correspondência:
Carlos César Marques Frausino
Edifício Liberty Mall
SCN, quadra 2, bloco D, torre B, sala 1028
70712-903 Brasília, DF
carlosfrausino@gmail.com

Recebido em 9/11/2020
Aceito em 16/11/2020

 

 

1 Trabalho apresentado na atividade Olhares sobre Virgínia Leone Bicudo, em 21 de outubro de 2020, realizada pela Diretoria Científica da Sociedade de Psicanálise de Brasília (SPBSB), em homenagem a Virgínia Leone Bicudo pelos 50 anos da fundação da SPBSB. Aspectos deste texto estão em Frausino (2019, 2020).
2 A cultura do café, eixo dinâmico da economia no final do século XIX e no começo do século XX, estava concentrada no estado de São Paulo, o que atribuía aos proprietários das fazendas produtoras um forte poder político. A cultura do café, apesar de ser uma atividade rural, engendrava um vigoroso núcleo urbano - a cidade de São Paulo -, com conexões para além do Brasil (Cano, 1981; Silva, 1986).
3 Ver Bicudo (2010).

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