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Revista Brasileira de Psicanálise

Print version ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.54 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2020

 

IDEAIS

 

Os ideais e a desilusão: a função das utopias

 

The ideals and the disillusion: the function of the utopias

 

Los ideales y la desilusion: la función de las utopías

 

Les idéaux et la désillusion: les fonctions de l'utopie

 

 

Alirio Torres Dantas Jr

Membro titular, didata e docente da Sociedade Psicanalítica do Recife (SPRPE)

Correspondência

 

 


RESUMO

O artigo defende que os ideais são instâncias psíquicas inexistentes e irrealizáveis. São herdeiros do Édipo e se originam da economia narcísica, estando ligados às nossas identificações. Nascidos das nossas desilusões, eles dão suporte à transformação delas em fantasias e ilusões de prazer que sustentam o ego diante das suas limitações. O homem contemporâneo vive entre seus desejos e idealizações e as limitações de sua existência. O ego e seu ideal são separados por uma distância maior. Utopias desempenham uma função análoga à dos sonhos, quando permitem a elaboração da experiência. E desempenham outra função, semelhante à do ideal do ego, porque sustentam uma identificação idealizada que nos permite investir novamente no mundo das coisas. Esses ideais nos trazem esperança para lidar com os sentimentos de desilusão.

Palavras-chave: ideal do ego, utopia, sonhos, elaboração, desilusão


ABSTRACT

The paper states that the ideals are inexistent psychical elements. They derive from the Oedipus complex, originated from the narcissistic economy and are linked to our identifications. Originated from our disillusions, they give support to their transformations in phantasies and illusions of pleasures which sustain the Ego in face of its limitations. Contemporary men spend a life between his desires that don't necessarily come true and his idealizations, besides the limitations of his own existence. Consequently, his Ego and its 'Ideal' are further apart. Utopias have a similar function as the dreams when they allow the experience to be worked on. They have another function, similar to the "Ideal of the Ego", because it supports the idealized identification which allows us to reinvest, once again, in the material world. These 'Ideals' bring us hope to deal with the disillusions feelings.

Keywords: ideal of ego, utopia, dreams, elaboration, disillusion


RESUMEN

El artículo sostiene que los ideales son instancias psíquicas inexistentes e irrealizables. Son herederos de Edipo y tienen su origen en la economía narcisista, estando vinculados a nuestras identificaciones. Nacidos de nuestras desilusiones, apoyan su transformación en fantasías y delirios de placer que sostienen al Ego frente a sus limitaciones. El hombre contemporáneo vive entre sus deseos e idealizaciones y las limitaciones de su existencia. El ego y su "ideal" están separados por una distancia mayor. Las utopías cumplen una función similar a la de los sueños, cuando permiten la elaboración de la experiencia. Y cumple otra función, similar a la del 'yo ideal', porque apoya una identificación idealizada que nos permite invertir nuevamente en el mundo de las cosas. Estos "ideales" nos dan la esperanza de lidiar con los sentimientos de desilusión.

Palabras clave: ideal del ego, utopía, sueños, elaboración, desilusión


RÉSUMÉ

L'article soutient que les idéaux sont des instances psychiques inexistantes et irréalisables. Ils sont héritiers d'Œdipe et sont issus de l'économie narcissique, et sont liés à nos identifications. Nés de nos désillusions, ils offrent du support à leur transformation en fantasmes et illusions de plaisir qui soutiennent le moi face à ses limitations. L'homme contemporain vit entre ses désirs et ses idéalisations, et les limitations de son existence. Le moi et son « idéal » sont séparés par une plus grande distance. Les utopies accomplissent une fonction similaire à celle des rêves, lorsqu'elles permettent l'élaboration de l'expérience. Et elles accomplissent une autre fonction, similaire à celle de « l'idéal du moi », parce qu'elles soutiennent une identification idéalisée qui nous permet d'investir à nouveau dans le monde des choses. Ces « idéaux » nous apportent de l'espoir pour faire face aux sentiments de désillusion.

Mots-clés: idéal du moi, utopie, rêves, élaboration, désir, désillusion


 

 

Este implacável anseio por um inatingível ideal de felicidade -
a "doença do ideal" - é a base das mais exaltadas realizações
e das mais degradantes formas de loucura humana.

CHRISTOPHER LASCH

O que sentimos aqui como beleza
um dia nos surgirá como verdade.

FRIEDRICH SCHILLER, Os artistas

Para além de qualquer crise sempre convivemos com o conflito entre os nossos sonhos e a realidade. O mundo das coisas opõe um importante limite aos nossos desejos. Desde a Antiguidade, o espaço da política constitui uma fonte inesgotável de frustrações às expectativas dos homens. A história ensina que a cada novo desafio construímos novas fantasias idealizadas do futuro. Somos, invariavelmente, frustrados pelas nossas próprias ações.

 

Os ideais e a cultura

Uma das nossas questões mais relevantes prende-se às transformações culturais que estamos testemunhando e à forma como essas mudanças influenciam o sujeito humano e a sua interação com a cultura. Nosso mundo não respeita nem reconhece o indivíduo em sua singularidade. Premido por um individualismo narcisista e dominado pela massificação, o indivíduo termina esmagado num lugar-comum.

Na definição simples e precisa de Herskovits (1973), cultura é o modo de vida de um povo, incluindo, portanto, os seus valores subjetivos. Uma sociedade não engloba necessariamente tais valores; existem, no reino animal, formas eficientes de organização social sem que haja subjetividade ou cultura. Em Psicologia de grupo e a análise do ego (1921/1969b), Freud sugeriu que os vínculos sociais do homem seriam sustentados pelos laços de identificação. Os valores comuns ao grupo e o investimento coletivo num mesmo objeto - pessoa, instituição ou ideia - permitiriam a todos os seus membros transferir para o grupo a defesa dos interesses individuais. Cada membro abre mão do seu próprio "impulso ao prazer" em favor do interesse coletivo - como se as catexias objetais cedessem lugar à identificação.

Para que uma sociedade funcione como grupo, é preciso que os seus valores ideais sejam compartilhados por seus membros e que esses valores se mostrem capazes de assegurar uma cota de satisfação aos indivíduos, dentro dos limites impostos pelas normas que possibilitam a coesão do grupo. Sem os vínculos identificatórios, o grupo retrocede às formas mais narcísicas de funcionamento.

Thomas Hobbes (1651/2003) estabeleceu os elementos estruturadores do que chamou contrato social. Como em seu estado natural os homens se colocariam numa guerra de todos contra todos, esse estado natural seria insustentável. A saída dessa situação desesperadora seria o estabelecimento de um contrato social, em que cada pessoa abriria mão de uma parte de suas demandas individuais em favor das demandas coletivas - em que a satisfação seria conquistada dentro de limites aceitáveis. Nesse contrato se criariam as instituições mantenedoras do pacto.

Creio que seja essencial destacar que esse contrato não é obra da natureza, mas resulta da vontade dos homens. É evidente que existem muitas limitações naturais, históricas e políticas a essa vontade. Como enfrentar tais limites, entretanto, é decisão humana. Em seu Tratado de economia política (1848/2004), Stuart Mill acentua que o crescimento da produção e da riqueza sofre restrições impostas pela natureza e pela tecnologia. A distribuição da riqueza, todavia, é resultado de uma escolha feita pela sociedade. Para ele, essa é a articulação entre a economia, que trata do crescimento da riqueza, e a política, que trata de sua divisão.

 

Os ideais e o ego

Freud (1914/1969d) considerava que, ao nascermos, damos o primeiro passo de um narcisismo autossuficiente para a descoberta dos objetos. A identificação é a herdeira do narcisismo primário. Ela substitui o projeto narcísico, abandonado em razão do seu fracasso, e articula a organização primitiva do Édipo. A frustração sentida pela criança diante do desejo da mãe por outro objeto quebra a sua onipotência e lhe impõe a presença de uma dupla alteridade. Ela reconhece o seu objeto pela desfusão, ao mesmo tempo que descobre a presença de um terceiro que incorpora a onipotência que acabara de perder. A criança atribui a esse ego ideal todas as qualidades de um self onipotente, apto a usufruir todos os prazeres que lhe são negados. Confere-lhe uma qualidade mítica, o phallus, signo do desejo de sua mãe - ou de seu objeto -, capaz de garantir um estado permanente de satisfação. Inicialmente, o ego ideal tem por origem a frustração da criança.

O projeto identificatório deve permitir que as qualidades necessárias à obtenção do prazer, presentes nesse ser mitológico, sejam incorporadas ao ego, tornando-se o seu ideal do ego. O ideal do ego aparece como substituto da perfeição narcísica primária (Freud, 1914/1969d). Mas trata-se de um substituto separado do ego por uma ruptura que o homem procurará abolir. Para Chasseguet-Smirgel (1992) o homem é um animal doente à procura de um tempo perdido. Ser homem é conviver com a nostalgia de sua perfeição arcaica, um tempo em que ele imaginava ser, ele mesmo, o seu próprio ideal.

O ideal do ego não é uma instância psíquica realizável, mas uma nostálgica herança dessa onipotência perdida. Tolerar a castração fálica é imprescindível para assegurar ao ego alguma eficácia.

 

As utopias: idealizações e desilusões

A palavra utopia designa outra expressão nostálgica de nossa alma. Um país imaginário, onde um governo organizado da melhor maneira proporciona ótimas condições de vida a um povo equilibrado e feliz. Essa ilha, descrita por Thomas More (1516/1999) como o local de uma vida social e política perfeita, terminou por representar, de modo amplo, situações ideais em que vigorem normas ou instituições políticas altamente aperfeiçoadas. Mas também significa o ideal inexistente, as fantasias e os projetos irrealizáveis (Ferreira, 1975; The new international Webster's comprehensive dictionary, 1996). Em sentido original, utopia é a expressão do ideal inexistente, a síndrome do lugar nenhum, a doce herdeira dos nossos sonhos e das nossas desilusões.

Eu creio que a utopia permite uma articulação muito simpática e apropriada entre a idealização no campo da sociedade e a função intrapsíquica dos ideais. Nos dois campos o ideal define um lugar perfeito e harmônico, onde reina o equilíbrio e a felicidade. Nos dois campos essa perfeição pertence a um tempo ou a um lugar jamais vividos. O sentimento dominante é o da nostalgia, e o destino inevitável será uma desilusão. Nas duas situações há clara referência à experiência de uma perda, em cujo lugar se constrói uma demanda em direção ao idealizado.

Alexis de Tocqueville (1856/1989), no calor das desilusões da Revolução Francesa, descreveu esse estado de alma se referindo à construção, acima da sociedade real, de uma sociedade imaginária, na qual tudo parecia simples e coordenado, uniforme, equitativo e conforme a razão. Perdeu-se o interesse pelo que era, para pensar no que podia ser, e enfim se viveu pelo espírito nessa cidade ideal que os escritores haviam construído.

 

A função das utopias

O confronto da realidade com as utopias não pode destruí-las. Utopias são como sonhos, vicejam livres de contradição e de coerência no espaço construído pelo desejo. Não sonhamos por causa das experiências vividas na realidade. Sonhamos pela realização de nossos desejos. Sonhamos para elaborar a frustração vivida. O sonho é ilusão, enquanto a realidade é desilusão. Frustrados nesses sonhos, os homens costumam oscilar entre movimentos pendulares de acomodação à realidade e de exaltações idealizadas. Parafraseando Heine, é possível dizer que os homens que constroem utopias românticas são maus carcereiros de ideias e se abrem ao choque contra o mundo real. Porque a estruturação do sujeito humano não pode prescindir de suas idealizações. O superego, que nasce do ideal do ego e que o contém, é também o veículo desses ideais, pelos quais nos avaliamos, que nos estimulam e cuja exigência por uma perfeição sempre maior nos esforçamos por cumprir.

As utopias têm uma importante função no mundo interno e no mundo social, onde se exerce o poder político. Como nos sonhos, elas permitem que as experiências vividas sejam elaboradas. Satisfatórias ou decepcionantes, essas experiências precisam ser digeridas e incorporadas ao aparelho de pensar por meio de representações carregadas de significado emocional. Mediante essas representações carregadas de emoção, a pessoa pode discriminar a experiência e transformar a desilusão em nova identificação. Novas utopias, novos sonhos asseguram ao homem que ele pode transcender a sua impotência e fragilidade pela vinculação a um outro ideal.

Tal como aconteceu na infância, o fracasso do investimento narcísico e a descoberta da castração não levam o homem ao vazio do nada. Ele não estaciona na frustração porque as novas idealizações, as novas utopias, permitem que ele se reencontre na esperança. Nesse sentido, a utopia desempenha uma função análoga à dos sonhos, quando possibilita a elaboração da experiência. E desempenha outra função, semelhante à do ideal do ego, porque sustenta uma identificação idealizada que nos permite investir novamente no mundo das coisas. Sem a esperança que esses ideais inatingíveis nos trazem, seria muito mais difícil lidar com o desequilíbrio constante com que o mundo de objetos, tão contraditório e cambiante, nos leva a reviver os sentimentos de desilusão.

Experimentamos um período de desilusão da utopia socialista, também marcada por anseios de igualdade e fraternidade, que alimentou os sonhos de algumas gerações. Essa utopia chocou-se contra as limitações do chamado socialismo real, visto como incapaz de sustentar as idealizações prometidas. Por outro lado, e de modo muito semelhante, outra revolução - tecnológica - introduzia novas formas de produção e acumulação de riqueza. Novamente se falou no fim da história, um tempo em que todas as ideologias teriam sido superadas e todas as utopias teriam sido sufocadas pelo pragmatismo da realidade.

É certo que a Revolução Industrial, no seu conjunto, significou uma mudança fundamental na sociedade. Na obra Industry and empire (1968/1999), Eric Hobsbawm observa que a Revolução Industrial, em suas diversas fases, desconstruiu os antigos estilos de vida, deixando as pessoas livres para descobrir ou criar outros novos, se soubessem ou se pudessem; mas raramente ela lhes indicou como fazê-lo.

 

Desilusão e nostalgia: o movimento romântico

O romantismo surgiu dos anseios e das expectativas estimuladas pela Revolução Francesa e trouxe em seu seio um redemoinho de imaginação utópica, sonhos idealizados e nostalgia. Emergiu como uma oposição ao classicismo ilustrado, com seu rigor e com seu pragmatismo. Do seu berço, a Revolução Francesa, o romantismo nutriu-se da realidade e da possibilidade. Mas foi também dominado pelo desejo e pela fantasia, governado pelos ideais, amargando uma constante desilusão.

Como movimento social e estético, o romantismo abraçou como nenhum outro o ideal utópico. Parecia nutrir-se da instabilidade entre a ilusão e a desilusão. Inútil dizer qual era o melhor estímulo, porque no domínio do humano uma não aparece desacompanhada da outra. A nostalgia também constituiu parte importante, e até acentuou as cores mais fortes dessa espécie de imaginário da instabilidade (Saliba, 2003).

Em 1836, Alfred de Musset sintetizava desta forma a desilusão e a utopia, o lugar nenhum presente naqueles dias: "Toda a doença do século presente provém de duas causas ... tudo o que era deixou de ser, tudo o que será não é ainda" (citado por Saliba, 2003, p. 26). Parece irresistível considerar a sua atualidade!

Não constitui nada novo, portanto, ver-nos confrontados, em nossos anseios idealizados de poder, por argumentos do mais puro pragmatismo para mostrar a inviabilidade desses ideais, por causa dos limites impostos pelo mundo real.

De um quase retorno ao ponto de partida, como era definido primitivamente o termo revolução, desenvolveu-se a energia e o vigor da representação utópica, na estética ou na política. A partir da Revolução Francesa, toda a política, em seu sentido mais abrangente, passou a traduzir-se num constante e insistente apelo aos ideais. As representações e as imagens, mas sobretudo as ideias decorrentes delas, desempenharam um papel extraordinário na transformação completa da sociedade, da história e do pensamento de uma época que tem raízes profundamente fincadas em nosso tempo.1 Tanto a definição do papel do indivíduo na sociedade - a cidadania - quanto a democracia moderna têm origem nas ilusões e desilusões dessa revolução. Não do seu êxito ou do seu fracasso, mas da enorme e dinâmica série de eventos que viraram o mundo de cabeça para baixo, apenas para revirá-lo de cabeça para cima novamente, sempre em função das circunstâncias sociais e dos determinismos2 do momento histórico.

 

O sujeito humano e a crise de valores sociais

No artigo "Reflexões para os tempos de guerra e morte", Freud lembra que acolhemos as ilusões porque elas nos poupam de sentimentos desagradáveis e nos permitem em troca gozar de satisfações; "portanto, não devemos reclamar se, repetidas vezes, essas ilusões entrarem em choque com alguma parcela da realidade e se despedaçarem contra ela" (1915/1969c, p. 317).

O mundo moderno, dominado pela virtualidade da imagem, tenta tornar viável o impossível. Nesse mundo não há lugar para nada que seja diferente do idealizado. Contudo, esse é um caminho muito perigoso, porque não há, na experiência humana, qualquer equivalência ao ideal. Tornar o ideal do ego mais próximo e verossímil tornará maiores as exigências impostas ao ego. A frustração inevitável cuidará de impor as mais pesadas desilusões, fazendo ser progressivamente maior a distância que separa o ego do seu ideal.

Nada disso, porém, é novo. Como qualquer outro sonho, o progresso também é idealizado enquanto meio capaz de garantir a felicidade. Nos seus ideais, os homens buscam encontrar um estado de felicidade e perfeição que somente foi experimentado, por breve tempo, nas fantasias onipotentes e no pensamento mágico infantis. Eles procuram o que nunca tiveram movidos pelo angustiante conflito entre os seus desejos e as suas realizações. Espremido entre as suas expectativas e as suas limitações, o indivíduo equilibra-se entre o seu sofrimento e a perda dos seus ideais.

Reforçar as exigências ideais ao ego não constitui um caminho eficaz de trazer ao homem a sua satisfação. Nada existe na nossa vida que sustente a ilusão arcaica da onipotência infantil nem a experiência de uma vida utópica. Como disse Freud (1930/1969a), aquilo que chamamos de felicidade resulta de uma satisfação súbita, e não seria possível de ser experimentado senão de forma episódica.

Lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída
Entrar no acaso e amar o transitório.

carlos pena filho, "A solidão e sua porta"

 

Referências

Chasseguet-Smirgel, J. (1992). O ideal do ego (F. Vidal, Trad.). Artes Médicas.         [ Links ]

Ferreira, A. B. H. (1975). Novo dicionário da língua portuguesa. Nova Fronteira.         [ Links ]

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Freud, S. (1969b). Psicologia de grupo e a análise do ego. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 18, pp. 18-184). Imago. (Trabalho original publicado em 1921)        [ Links ]

Freud, S. (1969c). Reflexões para os tempos de guerra e morte. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 14, pp. 311-341). Imago. (Trabalho original publicado em 1915)        [ Links ]

Freud, S. (1969d). Sobre o narcisismo: uma introdução. In S. Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud (J. Salomão, Trad., Vol. 14, pp. 85-121). Imago. (Trabalho original publicado em 1914)        [ Links ]

Herskovits, M. J. (1973). Antropologia cultural: man and his works (M. J. Carvalho & H. Bichels, Trads., Vol. 1). Mestre Jou.         [ Links ]

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Vico, G. (1999). A ciência nova (M. Lucchesi, Trad.). Record. (Trabalho original publicado em 1725)        [ Links ]

 

 

Correspondência:
Alirio Torres Dantas Jr
Avenida Domingos Ferreira, 4371, sala 802
51020-040 Recife, pe
Tel.: 81 3325-0788
aliriodantasjr@terra.com.br

Recebido em 23/12/2020
Aceito em 30/12/2020

 

 

1 Curiosamente, a Revolução Francesa também marca o fim do poder exercido por direito divino e o início daquele exercido por escolha do homem. O apelo a valores ideais tem um efeito legitimador sobre os que exercem esse poder.
2 Relembrando o determinismo histórico de Giambattista Vico (1725/1999), penso que precisamos conhecer as circunstâncias dessa crise tão amplamente quanto possível; caso contrário, estaremos condenados a reagir a ela, reproduzindo-a, em vez de transformar essas circunstâncias.

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