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Revista Brasileira de Psicanálise

versão impressa ISSN 0486-641X

Rev. bras. psicanál vol.54 no.4 São Paulo out./dez. 2020

 

OUTRAS PALAVRAS

 

Feminino pela experiência do enigma da vagina

 

The Feminine by the experience of the enigma of the vagina

 

Femenino por la experiencia del enigma de la vagina

 

Le féminin par l'expérience de l'énigme du vagin

 

 

Ronaldo Victer

Psicanalista didata da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro (SPRJ). Professor adjunto de psiquiatria da Universidade Federal Fluminense (Niterói, RJ)

Correspondência

 

 


RESUMO

O autor aborda o feminino como substantivo neutro, correspondendo ao estádio da vida mental do recém-nascido. Conceitua os termos feminino, feminina, feminilidade, mulher e mãe com especificidades diferenciadas, elaborando conceito próprio em torno do que denominou enigma da vagina. Segundo a observação, a aquisição cognitiva proporcionada pelo meio empático-cuidador moldaria a mente da menina em uma fonte imaginativa de crenças oriundas do enigma da vagina em teorias próprias. Também repensa o complexo de castração da menina.

Palavras-chave: feminino, vagina, enigma, prazer receptivo, psicossexualidade


ABSTRACT

The author approaches the feminine as a neutral noun, corresponding to the stage of the newborn's mental life. He conceptualizes the terms feminine, femininity, woman and mother with different specificities. He elaborates his own concept around what he called the enigma of the vagina. Cognitive acquisition provided by the empathic-caregiver, would mold the girl's mind into an imaginative source of beliefs arising from the enigma of the vagina in her own theories. The girl's castration complex is rethought.

Keywords: feminine, vagina, enigma, receptive pleasure, psychosexuality


RESUMEN

El autor desarrolla el femenino como un sustantivo neutral, correspondiente a la etapa de la vida mental del recién nacido. Conceptualiza los términos femenino, femenina, feminidad, mujer y madre con diferentes especificidades. Elabora su propio concepto en torno a lo que llamó el enigma de la vagina. La adquisición cognitiva proporcionada por el cuidador empático moldearía la mente de la niña en una fuente imaginativa de creencias que surgen del enigma de la vagina en sus propias teorías. El complejo de castración de la niña repensado.

Palabras clave: femenino, vagina, enigma, placer receptivo, psicosexualidad


RÉSUMÉ

L'auteur aborde le féminin comme un nom neutre, correspondant au stade de la vie mentale du nouveau-né. Il conceptualise les mots : féminin, féminité, femme et mère, à partir de spécificités différentes, en élaborant son propre concept autour de ce qu'il a appelé l'énigme du vagin. L'acquisition cognitive, fournie par l'empathie du soignant, ferait de l'esprit de la jeune fille une source imaginative de croyances issue de l'énigme du vagin dans ses propres théories. Le complexe de castration de la jeune fille est aussi repensé.

Mots-clés: féminin, vagin, énigme, plaisir réceptif, psychosexualité


 

 

Muitas vezes, sexualidade feminina tem a mesma conceituação psicanalítica que outros termos, como feminino, feminina, feminilidade, mulher e mãe. Às vezes empregados como sinônimos, às vezes distintos, às vezes controversos, às vezes fragmentados. A partir das duas últimas décadas do século XX, a compreensão a respeito do universo feminino passou a abarcar uma gama de especificidades (Fiorini, 2019; Holovko, 2008).

Longamente, a sexualidade da mulher foi configurada por paralelismo à sexualidade do homem, ou seja, a partir da ausência do pênis. É para essa configuração que o século XXI exige uma revisão. Freud desvendou os significados da sexualidade humana, destacou a sexualidade infantil, instituiu a terminologia psicossexualidade.

Todavia, as teorias da psicossexualidade feminina elaboradas por Freud despertaram grande oposição entre membros da comunidade intelectual, inclusive psicanalistas, em diversos momentos da história da psicanálise. A principal crítica baseia-se na persistência de Freud em tratar o desenvolvimento psicossexual da menina como o de um menino castrado: "Temos de reconhecer que a mulherzinha é um homenzinho". Torna-se mais intrigante a insistência de Freud na defesa de sua postura em relação ao falocentrismo, quando se lê no mesmo texto: "mas sim investigar a disposição bissexual infantil que surge na mulher" (1933/1968a, pp. 933-934). Então, um espaço crítico foi criado para rotularem a sexualidade feminina como continente negro (Fingermann, 2008).

Quando diz "investigar a disposição bissexual infantil que surge na mulher", Freud faz o leitor eventual e um interlocutor psicanalítico investigativo partirem do paradoxo de a mulher, enquanto ser adulto, ter disposição bissexual infantil. Induz à comparação com um adulto masculino, que por sua vez não teria disposição bissexual infantil.

 

Feminino

A primeira proposta neste trabalho será tratar o termo feminino como substantivo neutro, correspondendo ao estádio da vida mental humana do recém-nascido, uma precondição da existência que permaneceria ao longo da vida de todas as pessoas, estruturada como um alicerce.

Em uma condição pré-simbólica, o inconsciente do(a) bebê com o(a) cuidador(a), constrói-se um processo maturacional inexorável de intercâmbio mútuo, de contexto relacional, que seria capaz de proporcionar a incorporação - quer dizer, a penetração e a permanência como objeto mental - de algo efetivo do(a) cuidador(a) na estrutura mental do(a) bebê. É preciso entender incorporação no sentido freudiano, cuja função mental está além da ingestão alimentar - oral -, na sensação ampla de mamar. Por outro lado, o(a) cuidador(a), em ato responsivo e contínuo, assimilaria as reações do(a) bebê. Enquanto formação de uma díade, funcionaria num campo mental intercambiado por elementos pré-simbólicos e simbólicos, entremeado de elementos primários e adultos, oriundos, de um lado, de uma mente incipiente e, de outro, de uma mente desenvolvida, ambas configurando um processo fértil de transformação contínua maturacional, sucedendo por introjeção e identificação (Freud, 1905/1967f).

Para a díade, em especial para o(a) bebê, a experiência de calma integrativa torna-se fundamental para ocorrerem incorporações mentais e facilitar trocas mútuas estáveis entre os parceiros. Por parte do funcionamento mental de um(a) cuidador(a), o processo mental de introjeção funcionaria como uma forma profilática de manutenção às inevitáveis alterações da calma ambiental.

Neste ponto, introduz-se o conceito do feminino, como um substantivo neutro do psicológico e sem as características anatômicas definidoras de sexo. Assim, feminino excederia o conceito usualmente falado de gênero. Por que manter o termo formal feminino nessas condições? Não caberia outro termo? Por que insistir nele? Porque seria uma metáfora da primeiríssima experiência da estrutura mental do(a) bebê de acolher o mundo externo. Seria uma referência à capacidade básica do ser humano para criar - imaginação - objetos mentais transformadores de um mundo que o acolhe.

Na medida em que experiências de identificação se sucedem nas trocas ocorridas pela influência mútua de afetos, entre o(a) próprio(a) bebê e seus(suas) cuidadores(as), em um campo intersubjetivo da experiência, incluindo a nutrição, a harmonização e o adormecimento do(a) bebê, todas essas experiências constituir-se-ão como o protótipo feminino do desenvolvimento mental, contextualizado além da mente do bebê.

Reforçando o conceito do processo psicológico de identificação, encontra-se esta observação de Freud: "A identificação é conhecida na psicanálise como a manifestação mais remota de um laço afetivo com outra pessoa e desempenha um importante papel na pré-história do complexo de Édipo" (1921/1967e, p. 1145).

 

Feminina

Em oposição ao termo feminino, feminina adquire traços de adjetivação, pois se referiria a uma qualidade de desenvolvimento subjetivo que teria como fim um prazer receptivo corporal e que se configuraria numa função de passividade pessoal. Opostamente, no masculino haveria um prazer de penetração invacilante corporal, que se configuraria numa função ativante corporal pessoal e viril. Vale a advertência de não se deixar induzir por conclusões preconcebidas e tratar ativo e passivo como representantes de certos atributos: forte versus fraco, o que é valorizado versus o que é pejorado, o melhor versus o pior etc.

Não poderia prosseguir sem realçar a questão passivo versus ativo. Cabe dizer que essa questão foi tratada por Freud com a profundidade que merece, mas ainda hoje desperta controvérsias no campo psicanalítico e parece difícil ter clareza a seu respeito.

Em um dos seus artigos, Freud enfatiza, pela perspectiva impulsivista, "a transformação no contrário ... de um impulso da atividade à passividade. ... [São] exemplos os pares antitéticos sadismo-masoquismo e prazer visual-exibição" (1915/1967c, p. 1039). Em outro artigo, recoloca a questão buscando aplainar perspectivas psicológicas e biológicas para um melhor arremate, "masculino quer dizer ativo, como feminino quer dizer passivo", até chegar ao seguinte ponto: "A ciência vê nessa circunstância o sinal de uma bissexualidade, como se o indivíduo não fosse somente homem ou mulher, mas sempre ambas as coisas, alternativamente uma mais que outra" (1933/1968a, p. 932).

Nesse último artigo, Freud propõe pensar feminilidade "tendo uma finalidade passiva", e complementa: "Não equivaleria a passividade", porque "pode ser necessária uma grande atividade para conseguir finalidade passiva". Ainda nesse artigo, a questão passivo versus ativo encaminha-se para a compreensão final da bissexualidade como sustentáculo dos argumentos psicanalíticos no tocante à feminilidade e à masculinidade - enfim, ser mulher e ser homem. Freud deu um toque espirituoso ao texto quando se referiu ao debate que travava com as psicanalistas sobre essa questão: "Não tínhamos dificuldades em evitar a indelicadeza. Apenas tínhamos de dizer: 'Isto não se aplica a vocês. Vocês são uma exceção neste ponto, são mais masculinas do que femininas'" (1933/1968a, p. 933).

Aqui, o primeiro conceito para repensar estaria em torno de prazer. Essa tarefa não incluirá percorrer a obra de Freud. Apenas apontar o conceito de princípio de prazer, incluindo o que o autor considerou prazer orgânico (Freud, 1915/1967c), embora isso represente correr o risco de não conseguir gerar um texto inteligível adequadamente.

Os primeiros momentos da relação maternal se iniciariam por um somatório de experiências complexas que se representariam como prazer, mas um prazer estruturado na passividade e moldado pela ação da maternagem, através do contato corporal do(a) cuidador(a), com caracteres sensuais incorporados pelo(a) bebê.

Passivo, como conceito associado ao feminino, legitimaria uma condição de prazer receptivo, ou seja, a calma e a integração no mundo subjetivo da criança. A experiência de o(a) bebê sentir prazer passivamente passaria a ter raízes profundas e permaneceria ao longo de sua vida de pessoa. A formação subjetiva advinda dessas experiências intersubjetivas teria caráter universal, o que reafirmaria o conceito de feminino, precursor do vigoroso prazer passivo.

É sempre bom advertir que, às vezes, a polissemia das palavras causa tropeços conceituais. Passivo não seria o mesmo que passividade − palavras sobre as quais Freud já advertia! Passividade deverá ser compreendida como o quê de atitude ou de propósito que uma pessoa teria para um fim, enquanto passivo restringir-se-ia ao sentido do prazer. Em determinada pessoa pode-se ter as duas facetas do fenômeno psíquico fundidas, porém nem assim se justificaria pensá-las sob a mesma perspectiva conceitual. Então, o prazer passivo poderá ou não gerar uma vigorosa atividade em determinada pessoa para continuar mantendo seu prazer passivo - questões também apontadas por Quadros e Paim Filho (2008).

A equação que se pretende traçar nestas linhas é a seguinte: prazer passivo seria o mesmo que prazer receptivo e se originaria desde as primeiras experiências intersubjetivas da tenra infância, através do vigor emocional inconsciente dos "princípios organizadores da experiência", cujo conceito é fundamental na teoria de sistemas intersubjetivos (Atwood et al., 1997); componentes inconscientes da subjetividade, oriundos da mutualidade emocional das complexas conexões com os(as) primitivos(as) cuidadores(as).

O entendimento psicanalítico do prazer receptivo tem o ponto nodal em Freud, quando ele descreve de forma desembaraçada a "existência de impulsos libidinais com fins passivos" - o que chamou de nosso problema. Ao mesmo tempo, ele levantou a hipótese da gênese bioquímica da sexualidade humana (Freud, 1931/1968b), determinado a percorrer o conceito psicanalítico da sexualidade estruturada em bases do prazer da libido. Em períodos bem anteriores, Freud realçou a ideia de partes erógenas que se intensificariam ou diminuiriam em certa parte do corpo por descargas oriundas da libido. Essa ideia transitou entre valorizar a libido por sintomas corporais, em sentido psicopatológico, exemplificado pela hipocondria, e valorizar o prazer corporal propriamente dito, que recairia na passividade (Freud, 1914/1967d). Ainda se poderia complementar dizendo aqui ausência da dor.

Consagra-se, portanto, a terminologia sexualidade feminina em vez de psicossexualidade feminina, embora essa última seja mais coerente numa ordem fisiológica. Há toda uma complexidade das experiências afetivo-emocionais e sensório-corporais - psicossexuais − a cada mudança do corpo, em que a sexualidade feminina se desenvolve. A cada faixa etária destaca-se menarca, menstruação, acréscimo das mamas, rompimento do hímen, mudanças gestacionais, parto natural ou cirúrgico, amamentação, menopausa com posteriores resquícios - considerando-se que todas essas mudanças do desenvolvimento psicossexual se dimensionam para além da fisiologia intrínseca, em um contexto das experiências de transformações pessoais.

 

Sensualidade feminina

Reagrupando conceitos, o da formação subjetiva da identificação primária (Freud, 1921/1967e) e o dos citados princípios organizadores da experiência (Atwood et al., 1997), seguindo a linha de desenvolvimento etário, dentro de um mundo de relações intersubjetivas com justaposições sensoriais em experiência primitiva, prenunciar-se-á a sensualidade - no caso, a sensualidade feminina. Algo que mobilizaria sensação corporal expressa em alegria do ligame de prazer com outra pessoa, que afloraria e continuaria na estrutura mental por tempo indeterminado.

Sensualidade, conceituada nos parâmetros do prazer receptivo, seria uma forma subjetiva do prazer, que ao mesmo tempo enlevaria e produziria uma fugaz sensação de bem-estar no outro e retornaria para si como um prazer suave de sentir-se junto de alguém. Representaria uma réplica afetiva dos primitivos sentimentos que foram experimentados com os(as) cuidadores(as) e moldaria significativamente uma qualidade de ser com traços da feminilidade. A sensualidade elevaria a percepção consciente na menina de não estar só, como fortaleceria a sensação de segurança relacional. Estimularia a vivência de integração em um mundo intersubjetivo. Entender-se-ia como parte funcional do mundo subjetivo de estar com o outro em caráter de permanência.

Poderíamos classificar como elementos funcionais do mundo subjetivo, de um lado, a sensualidade e, de outro, a erotização ou excitação sexual. Contudo, essa classificação englobaria faixas etárias muito largas. A sensualidade teria forte carga de prazer receptivo e se moldaria como qualidade receptiva feminina, desde a fase da infância. A erotização ou excitação sexual apresentar-se-ia na faixa etária da adolescência, como uma carga de energia ativa objetivada ao ato sexual. Quanto à erotização feminina, teria a força do imaginário em relação ao corpo ser desejado pelo outro numa excitação sexual. Ainda que a excitação sexual seja universal, haveria uma certa diferença, às vezes sutil, entre a excitação feminina e a masculina. Necessariamente, a diferença estaria no impositivo da masculinidade da penetração, já aludido. Nagera estabelece a diferença configurando-a como uma "posição verdadeiramente masculina (masculino-ativa) de especial significado ... quando o impulso de trespassar o objeto ... o clitóris da menina não é um objeto para efetuar essa impulsão" (1983, p. 62). Alizade (2008) discorre com algumas nuances conceituais semelhantes sobre os termos masculinidade e feminilidade.

Cabe advertir o leitor a não confundir as proposições assinaladas, ou seja, sensualidade e erotização ou excitação sexual, com um conceito adverso a elas, o de sedução. Portanto, a manifestação de sedução seria um resultado das experiências traumáticas que se sucederam com os(as) primitivos(as) cuidadores(as) para vencer a angústia da separação, isto é, experiências traumáticas numa faixa etária precoce que se cristalizariam em comportamentos expressivos de vencer a angústia de separação infantil. No fundo, comportamentos de sedução, que aparecem na faixa etária pós-período de latência do complexo de Édipo descrito por Freud, revelariam um desejo oculto de dominar impositivamente o(a) parceiro(a) para obter domínio imaginário e vir a ter uma calma através da descarga corporal da excitação. Advertir que o que está sendo elaborado nesta apresentação não se fundamenta na teoria da sedução, teoria aludida por outros autores freudianos. Mediante as experiências primitivas da sensualidade feminina, formar-se-ia uma qualidade especial da condição de ser feminina.

 

Feminilidade

A opção pelo termo feminina com o mesmo sentido de feminilidade corresponderia ao conjunto harmonioso de inúmeros momentos gestuais graciosos espontâneos e oriundos da estrutura de mundo subjetivo da experiência desde menina, ou seja, algo percebido pelo lado social das pessoas como disposição amorosa ao enlaçamento afetuoso, terno e difusamente orientado. O que se torna necessário entender, consequentemente, é que o conceito proposto de feminilidade resulta das experiências de mundo subjetivo da menina do prazer receptivo como característica inerente da estrutura mental feminina.

Antes de prosseguir, o complexo de Édipo deve ser admitido como marcador etário do desenvolvimento da psicossexualidade para que se conduzam as ideias por uma faixa etária, a pré-fálica. Por essa via etária, é preciso enfatizar um processo mental do mundo subjetivo em torno de 1 ano e meio e 3 anos de idade, como o período categórico de compreensão psicanalítica da psicossexualidade feminina.

 

Enigma da vagina

Para Freud, "a vagina, peculiaridade feminina, ainda é ignorada pelos dois sexos" (1933/1968a, p. 934). O advérbio ainda, embora tenha um valor temporal, diz respeito ao processo mental que se desenvolve com rapidez pela intensidade transformadora na menina a partir de 1 ano e meio de idade. Por que não no menino também? A resposta é que, a partir dessa faixa etária, a menina, às voltas com seu corpo, "descobre" uma abertura nele, um orifício, diferente de sua boca e de seu ânus. Já reconheceria a abertura de sua boca para alimentar-se, para introduzir comida e objetos ou para chupar dedo. O orifício do ânus seria compreendido como o canal para sair do interior de seu corpo algo que o(a) cuidador(a) poderia aceitar ou não, uma coisa expelida, defecada. O outro orifício, a abertura entre as pernas, na frente do corpo, não teria nenhuma função inteligível ou apreensível imediatamente. Para a menina, nessa idade, seria algo incompreensível e "sob suspeição".

A menina começaria a sentir que há, nessa parte inferior do seu corpo, quando tocado com a mão, um orifício de certa tessitura, sensível, estreito, fundo e vazio. A primeira ideia, obtusa e mal definida, perceberia uma parte oca de si, e que possivelmente deixaria a menina em estado de atenção. Por conseguinte, nessa experiência instalar-se-ia um impacto mental digno de um enigma: o enigma da vagina. A necessidade de solução do enigma geraria uma velocidade de elaboração mental bem acima da de um menino na mesma faixa etária, porque ele estaria aquém dessa experiência. No menino, essa situação se instalaria somente em sua fase fálica propriamente, ou seja, na faixa etária entre 5 e 6 anos de idade, caracterizada como fase edipiana.

O enfoque inaugural da psicossexualidade da menina na fase pré-fálica e do menino na fase fálico-edipiana seria assinalado pelo enigma da vagina. O contexto de cada um conduziria a uma experiência a fim de obter resposta abstrata à pergunta: o que é isto? Do ponto de vista semântico, a pergunta seria: o que é vagina? Para que serve a vagina? O enigma da vagina embutiria o caráter teleológico que redundaria no maior mistério para a criança, porque não seria decifrado com a mesma rapidez que os enigmas das mitologias. Seria um tipo de enigma que se decifraria através de outros enigmas, como o enigma da gravidez e o enigma do nascimento de um bebê.

Ademais, o sentido preponderante da experiência da sensopercepção pré-simbólica em um mundo subjetivo infantil seria marcado pela incompletude. O enigma da vagina constituiria um enigma corporal, cujo deciframento viria da sensopercepção acompanhada por explicações imaginativas dos(as) cuidadores(as) contumazes da menina. O envolvimento relativo às fantasias psicossexuais dos(as) cuidadores(as) orientaria para a estabilidade da menina, ou não. Dependendo dessa aquisição cognitiva proporcionada pelo meio empático-cuidador, ajustada à faixa etária, o significado atribuído à concretude da vagina moldaria a mente da menina em uma fonte imaginativa de crenças, por ter transformado a angústia oriunda do enigma da vagina, primordialmente, em teorias próprias.

A necessidade básica do mundo interior de uma menina, nessa faixa etária, seria encontrar significado para a parte oca de seu corpo. Qualquer que seja a explicação, tendo lógica consensual ou não, porém dando algum sentido para a menina, redundaria em calma interior por dispersar a sensação primária da angústia. Para obter a calma, seria mais importante aquela explicação oriunda de um meio empático com experiências de segurança afetiva do que propriamente o sentido lógico contido na eventual explicação dada por um(a) cuidador(a). A calma que pudesse advir serviria para ela mesma, como prova objetiva da experiência de ser amada. Opostamente, na continuação da angústia, haveria o desassossego que representaria a experiência de não se sentir amada.

As experiências dessa idade significariam os primeiros aportes de um processo de consciência sobre sua dependência emocional e física ao mundo que a cerca, enquanto para o menino, já em uma faixa etária posterior, na fase fálica, as proporções enigmáticas deverão seguir para o lado oposto ao da menina, para uma autossuficiência por negação da angústia de castração do pênis.

Ferenczi seguiu as mesmas propostas de Freud ao considerar a psicossexualidade da menina e do menino a partir da fase fálica, e não se deixou levar por ideias diferentes que pareciam tender a germinar em sua obra, como se pode notar no seguinte trecho:

Sob a forma de uma identificação imaginária durante o coito com o homem, detentor do pênis, sob a forma de uma sensação vaginal sugerindo a posse de um pênis ("pênis oco") ou de uma identificação com a criança que traz dentro de seu corpo. (1990, p. 32)

Em outra passagem, Ferenczi denotou a importância do período pré-fálico da psicossexualidade infantil:

De acordo com a nossa concepção, o dente é, em última análise, um pênis arcaico (Urpenis), a cujo papel libidinal a criança deve renunciar no momento do desmame. Por conseguinte, não é o dente que é o símbolo do pênis, mas é o pênis, mais tardiamente desenvolvido, que é o símbolo do instrumento de penetração mais antigo, o dente. (p. 28)

Sem precisar sair do tema propriamente dito, merece destaque a compreensão do jogo metafórico apontado pelas palavras de Ferenczi, a fim de preceituar como a menina e o menino buscariam decifrar o enigma da vagina. Ambos buscariam decifrá-lo a partir de suas experiências alinhadas com a concretude de seu corpo.

Mais uma vez vale dizer que a menina, cronologicamente antes do menino, aventaria hipóteses de resolução do enigma, por um esforço árduo de limitação de interpretação e de compreensão integrada às trocas intersubjetivas, esforço que surgiria perante a abstração do para quê da vagina. Surgiria uma espécie de protótipo intelectual das perplexidades, que se intensificaria numa sensação de estupefação e indefinição das coisas, a angústia e a ausência de prazer. O dinamismo mental do mundo subjetivo da menina, num curtíssimo prazo de tempo, traria de volta experiências do prazer passivo, cujo prazer se disporia sobre a feição receptiva de um prazer, o prazer receptivo. Assim, a menina poderia desenvolver, desde a fase pré-fálica, a concretude do prazer receptivo em graus copiosos.

O mundo subjetivo da menina, ao avançar funcionalmente para a fase fálica, catalisaria as experiências das partes corporais do prazer, por simultaneidade, gerando um prazer receptivo vigorosamente passivo. Ao mesmo tempo, ao expandir-se pelas sensações da boca, dos lábios, da língua, do perianal, das partes crurais, da vulva, do clitóris e das mamas, transformaria subjetivamente cada uma dessas partes corporais em zonas erógenas com o passar da idade.

A maturidade natural viria pela demonstração da menina de possuir certo estado mental vinculado ao conhecimento das coisas diárias, em uma ordem contextualizada de amadurecimento psíquico mais apurado que o do menino. Freud fez duas observações sobre isso, ambas com traços de surpresa. Uma delas a respeito de uma carta enviada por uma senhora americana, sobre a filha de 4 anos de idade que disse "saber" que uma mulher estava grávida e ia ter "um menino". Para Freud, a menina quis dizer: "'Sei que os meninos crescem nas mães.' Por isso, é indubitável que a menina queria comunicar uma nova parte de seus conhecimentos sobre a origem dos meninos" (1920/1967a, p. 1194). A outra observação, em um artigo posterior: "Também a impressão de que a menina é mais inteligente e viva que o menino de igual idade e que se abre mais ao mundo exterior e leva a cabo cargas mais intensas das coisas" (1933/1968a, p. 934).

Além de serem testemunhos que ajudam a corroborar a observação de que a menina se antecipa ao menino na elucidação do enigma da vagina, evidenciam que podem ser apreciados por qualquer pessoa sem requisitar teorias psicanalíticas. Caberia acrescentar que as chamadas intuições femininas devem sua origem a essas experiências infantis, a elas inerentes.

Conforme os recursos mentais habilitados de uma menina, junto aos(às) cuidadores(as), em torno do enigma da vagina de então, e em face da integração do mundo subjetivo através dos princípios organizadores da experiência, por um somatório inconsciente a menina teria teoricamente três possibilidades: "a) a que leva à cessação de toda a sua vida sexual; b) a que leva a uma desafiadora superênfase de sua masculinidade; c) os primeiros passos no sentido da feminilidade definitiva" (Freud, 1931/1968b, p. 524).

É importante lembrar que Freud manteve seu modelo impulsivista de compreensão psicanalítica, o que equivale a dizer que exclui o elemento teórico de intersubjetividade, cuja definição mais simples se refere ao que ocorre entre duas mentes em um campo intersubjetivo. Por sua vez, esses arranjos tomariam um dos caminhos do contexto psicossexual referido antes, uma regulação interativa pré-simbólica na origem psicossexual.

As três possibilidades citadas, igualmente, começariam pela angústia perante a abstração do enigma da vagina, que refletiria a experiência da falta. Falta que seria uma sensação genuína da experiência subjetiva do desamparo primitivo, afetivo e emocional. Significaria inquietude e sensação de ausência de prazer. Momentos de estranheza. A inquietude cessaria quando reaparecesse o vigor do prazer passivo, cuja experiência proporcionaria sensação de prazer com o feitio receptivo, ou seja, a do prazer receptivo.

Porém, se a incapacidade de integrar angústias gerasse um maior vigor do prazer passivo, e a menina não conseguisse imprimir um novo modo, as experiências reforçariam a tendência a permanecer atrelada ao prazer passivo. Então, as experiências intersubjetivas com os(as) cuidadores(as) frustrantes, sem que houvesse procedimento subjetivo assegurador de tranquilidade, da calma acolhedora, não conduziriam a menina a ultrapassar psicologicamente sua fase pré-edípica. Por causa dos arranjos peculiares e singulares de mundo subjetivo, o processo psicossexual levaria à cessação de toda a sua vida sexual. Posteriormente, na idade adulta, ela forjaria um modus vivendi que acabaria secundarizando sua atividade sexual e formaria uma conduta pessoal de relações pessoais de submissão incontestável.

A segunda possibilidade aventada antes se daria por uma profunda frustração de não se sentir integrada aos afetos dos(as) cuidadores(as), reagindo de forma continuada como se quisesse afirmar, defensivamente, desde cedo, a não existência do prazer receptivo. Significaria dizer que os princípios organizadores da experiência, juntamente com os modos tipificados de compreensão dos(as) cuidadores(as), orientar-se-iam para moldar um mundo subjetivo de ampla negação, que incluiria a própria angústia gerada pelo enigma da vagina, o que agravaria a experiência da falta, de imediato, desdobrando-se em inquietação. Paradoxalmente, a angústia despertada tenderia a ser aplacada por um processo defensivo de negação da dependência afetiva e emocional aos(às) cuidadores(as). Apesar de crescer corporalmente, a experiência de crescimento da menina teria os contornos de uma experiência traumática, cuja maturação psicossexual ficaria pendente na condição de eclodir o prazer receptivo na fase fálica. Senão, e sem a primazia do prazer receptivo na vida evolutiva da psicossexualidade, a menina tenderia a resolver essa angústia do enigma da vagina, que levaria a uma desafiadora superênfase de sua masculinidade num contexto contínuo da vida.

Quanto à terceira possibilidade, os primeiros passos no sentido da feminilidade definitiva corresponderiam às primeiras experiências integrativas da psicossexualidade da menina ou às primeiras experiências de triunfo sobre a angústia oriunda do enigma da vagina. Seriam as experiências de elaboração ao ultrapassar momentos confusos da sensação de concretude da falta e do desamparo. Os instantes da feminilidade expressiva viriam pelas experiências de compreensão afetiva e empática com os(as) cuidadores(as). Experiências de troca que demarcariam o mundo subjetivo da menina, subsequentemente enlaçadas com o prazer receptivo, influiriam nos primeiros elementos da conscientização e do sentido intelectual do para quê da vagina. Cabe realçar que, na passagem etária da faixa pré-fálica para a fálica, entre 1 ano e meio e 4 anos de idade, a menina, ao sentir-se o centro das atenções dos(as) cuidadores(as), irradiará autoafirmação por se sentir valorizada e reconhecida por ter "algo", um algo invisível, um tanto abstrato, mas que ela localiza em si por semelhança a uma mulher adulta grávida. Como se assim ela, menina, sentisse igualdade de ter um "algo" - órgão - que gesta bebê, embora ainda sem a clareza cognitiva de um adulto.

 

Exibicionismo

Reforçar as explicações dos diversos matizes relacionados com a passividade - a qual contorna a experiência corporal prazenteira feminina - através dos textos de Freud é fundamental para as nossas conclusões. É preciso entender no contexto da feminilidade a sensação de perceber-se como foco da concentração visual de outrem sobre seu corpo, nomeada por Freud de exibicionismo: "Na mulher, a tendência exibicionista passiva está dominada por reação do pudor social, mas sempre haverá uma porta de fuga aos caprichos da moda" (Freud, 1905/1967b, p. 866).

Ao discorrer neste trabalho sobre o matiz de passividade da exibição corporal, exclui-se a exibição intelectual premeditada de certa pessoa adulta que quer se fazer notada. Estas elaborações teóricas procuram repensar a exibição corporal prazenteira inserida em uma ordem passiva.

O quanto é importante para uma menina de 3 a 4 anos de idade sentir-se reconhecida pelo(a) cuidador(a) adulto(a) em relação à beleza de seus bailados acrobáticos! Enquanto para um menino de mesma idade a presença autoafirmativa seria pelo reconhecimento de sua força muscular "super-humana". Repete-se um conceito formulado por Kohut (1988), segundo o qual o desenvolvimento psicológico se processa na relação self-selfobjeto de um "saudável exibicionismo", quando houver resposta selfobjeto especular como presença autoafirmativa para a criança. A menina alongaria o prazer de exibir-se, que se constituiria como substância fundamental na qualidade de feminilidade.

No contexto mental do menino, o enigma da vagina despertaria medo à castração, em face da própria imagem visual da vagina como prova da castração. A experiência imaginária do período etário infantil perante a incisão representaria o sentimento de medo de que os(as) cuidadores(as), a partir da fase fálica, o castrassem em uma ordem da concretude, corporalmente. No contexto da menina, o enigma da vagina, com toda a complexidade a partir da fase pré-fálica, é o de deparar-se com uma face do medo, a de não formar vínculo pessoal, ou seja, representaria o medo em uma ordem da abstração à impotência pessoal.

Por essa via apresentada, o conceito do complexo de castração da menina proposto por Freud deveria ser reconsiderado. Sob outra perspectiva, castração para a menina não seria a ausência do pênis, mas a conclusão percebida da dependência afetiva e emocional a outro ser humano. A angústia de castração na menina estaria em um contexto de mundo subjetivo com conscientização dúbia de sempre precisar do outro, algo que se desdobraria ao longo dos anos em uma permanente busca de provar a si própria sua potência psicossexual para formar vínculos afetivos duradouros, a fim de ultrapassar a angústia.

Repensar a potência psicossexual feminina provoca o enfrentamento de embates conceituais que estão em ebulição. Bem a propósito, cumpre lembrar a formulação feita por Helene Deutsch de mulher feminina:

Essas mulheres são ... companheiras ideais para a vida dos homens; ... colaboradoras ideais ... muito felizes nesse papel. ... Grande parte da intelectualidade da mulher é compensada pela perda de importantes qualidades femininas. ... Todas as observações convergem para o fato de que a mulher intelectual é masculinizada etc. (citada por Roith, 1989, p. 65)

Tal argumentação tem instigado polêmica social, pessoal e de pouco consenso para a psicologia profunda.

 

Mulher

Abordar conceitualmente a mulher incluiria algo além da condição sexual inerente; incluiria um foco nas experiências modificadas ao longo da vida, desde menina e estando agora na faixa etária adulta; incluiria sua própria percepção da potência sexual enquanto solidez de suas construções dos relacionamentos em conjunção com suas atitudes em torno da sexualidade; incluiria um valor ao gozo gestacional ou do útero, além do gozo vaginal; incluiria o prazer de amamentar diretamente com as mamas; incluiria a assunção do desejo sexual na menopausa como prova de anulação à conotação biologista da sexualidade da mulher.

Porquanto referir-se à mulher somente pelo gênero sexual seria falar apenas de um "lado da moeda". As experiências pessoais adquiridas configurariam o modo de ser adulto com uma função perceptiva fugaz da atração sexual sobre si. Um quê simultâneo de rápidos raciocínios autorreferenciais (não importa se coerentes ou não). Um conjunto funcional de capacidade mental receptiva que se traduziria no mito popular do sexto sentido da mulher. Talvez a sabedoria popular confira algum respaldo às conclusões expostas neste trabalho, na medida em que o mito aponta para as experiências receptivas da mulher em sua estrutura duplamente sensível: a da sensualidade feminina e a da sexualidade feminina. Freud aprofundou esse tema complexo, mas estreitou conclusões à sombra do que denominou "o enigma da feminilidade" e "o enigma da mulher" (1933/1968a, pp. 933 e 941).

Por fim, uma compreensão conceitual de mãe como fonte de prazer das primeiras experiências fusionais reafirmaria o protótipo feminino do prazer receptivo. Winnicott aproxima o foco dessa compreensão: "o relacionamento especializado da mãe, o qual poderia ser descrito com uma palavra comum: devoção" (1988, p. 135). Entender a maternidade como ápice de uma relação de compromisso na qual o feminino exerceria sua máxima função de acolhimento e de gestação de outro ser significa afirmar a maternidade como estado ativo da franca experiência subjetiva do prazer receptivo.

 

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Correspondência:
Ronaldo Victer
Rua Gavião Peixoto, 124/1204
24230-101 Niterói, RJ
rvicter@id.uff.br

Recebido em 21/2/2020
Aceito em 21/1/2021

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