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Aletheia

versão impressa ISSN 1413-0394

Aletheia  n.28 Canoas dez. 2008

 

ARTIGOS DE PESQUISA

 

Características de validade convergente e divergente de instrumentos de avaliação da personalidade com o Inventário de Estilos de Personalidade de Millon

 

Characteristics of convergent and divergent validity of personality evaluation instruments with the Millon Inventory of Personality Styles (MIPS)

 

 

João Carlos AlchieriI,*; Janaína Castro NúñezII,**; Clarissa Socal CervoIII,***; Cláudio Simon HutzIII,****

I Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Programa de Pós-graduação em Psicologia
II Universidad de Buenos Aires (UBA)
III Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Este estudo procura verificar as condições de validade nos aspectos convergentes e divergentes na estrutura de um inventário de personalidade, o Inventário Millon de Estilos de Personalidade (MIPS), e a relação com quatro instrumentos de características objetivas utilizados por psicólogos no Brasil, na verificação de aspectos da personalidade: Inventário Fatorial de Personalidade, Escala de Personalidade de Comrey, Escalas Beck e Questionário de Saúde Geral de Golberg. Participaram do estudo 4864 sujeitos dos sexos masculinos e femininos, com idades a partir dos 18 anos, domiciliados e distribuídos nas regiões norte e sul. Observou-se uma maior freqüência de fatores identificados na subescala Relações Interpessoais (MIPS), com 17 fatores do IFP (Desejabilidade social, Deferência, Afiliação, Dominância, Desempenho, Exibição, Agressão, Mudança e Autonomia) com valores que variaram de 0,30 a 0,44. Na validade divergente os fatores Retraimento, Vacilação, Discrepância, Submetimento, Controle e Insatisfação são diretamente associados ao incremento de pontos no BDI, uma possível relação quanto à expressão de sentimentos comuns de afeto depressivo.

Palavras-chave: MIPS, Millon, Validade divergente, Validade convergente.


ABSTRACT

This study seeks to verify the validity conditions of convergent and divergent aspects in the structure of a personality inventory, the Millon Inventory of Personality Styles (MIPS), and its relation with four of the objective characteristics instruments used by Brazilian psychologists in the verification of personality aspects: Factorial Personality Inventory (IPF), Comey Personality Scale, Beck Scale, and Golberg’s General Health Questionnaire. The basis of the study was 4864 individuals, male and female, aged 18 years or more, from the northern and southern regions of Brazil. The test results were distributed in four groups: the first and second to evalue the concurrent validity and the third and fourth to evalue the divergent validity. It was observed a greater frequency of factors identified in the Interpersonal Relations subscale of the MIPS, with 17 factors of the IPF (social desirability, deference, affiliation, dominance, fulfillment, exhibition, aggression, change and autonomy) with values from 0.30 to 0.44. As for divergent validity (BDI and MIPS), we identified a greater number of associated factors, with greater magnitude in the Interpersonal Relations subscale (–0.25 to 0.62), with content similarity. The values of the retreat, vacillation, discrepancy, submission, control and insatisfaction factors are directly associated with greater points on the BDI, demonstrating a possible relation as to the expression of common depressive affection feelings.

Keywords: MIPS, Millon, Divergent validity, Convergent validity.


 

 

Introdução

Apresentam-se os resultados referentes às análises de validade convergente e divergente do Inventário de Estilos de Personalidade de Millon (MIPS) com instrumentos objetivos muito utilizados por psicólogos brasileiros na avaliação de características da personalidade e respaldados pelo Conselho Federal de Psicologia (2003). O Inventário de Estilos de Personalidade de Millon (Alchieri, 2004) foi pareado com o Inventário Fatorial de Personalidade (IFP) e as Escalas de Personalidade de Comrey em aplicações coletivas. Da mesma forma empregaram-se dois testes amplamente utilizados no Brasil e com a anuência do CFP quanto as suas condições técnicas, o Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG) e o Inventário Beck de Depressão, para verificar a possibilidade de avaliação de efeitos falsos positivos quanto a expressão de anormalidade por parte dos respondentes quanto aos seus resultados.

A avaliação psicológica voltou a ter importância e status enquanto atividade de atuação do psicólogo nas diversas áreas de ação, conforme demonstram as crescentes publicações internacionais, ou nacionais. A Comissão de Testes do Colégio Oficial de Psicólogos (COP) e a Comissão Européia sobre Testes da Federação Européia de Associações Profissionais de Psicólogos (EFPPA), em um recente relatório apontam diretrizes internacionais para o estabelecimento de políticas quanto ao uso dos testes psicológicos. Cabe destacar dentre os diversos aspectos apresentados, o papel de responsabilidade dos profissionais em promover a escolha adequada dos testes a serem usados, juntamente com sua qualidade e atualização (ITC, 2001).

Não mais se questiona a utilidade desta prática, que no país é privativa do psicólogo, e representa um aspecto da ciência psicológica na sociedade. A atualização de normas e procedimentos operacionais é uma constante nos diferentes paises, como na América do Norte, onde recentemente foi publicada uma revisão dos Standards for Educational and Psychological Tests (American Educational Research Association, American Psychological Association & National Council on Measurement in Education, 1999); tomada como referência dos parâmetros dos instrumentos utilizados na avaliação psicológica. No Brasil, na reunião da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPPEP) em 2000, o grupo de trabalho (GT) em avaliação psicológica discutiu a sistematização sobre os processos de avaliação da qualidade dos instrumentos comercializados. Todavia, mesmo com as resoluções do CFP (2001) e a ação de pesquisas em grupos no país, pouco foi desenvolvido na abordagem e na condução de processos de avaliação da validade concorrente e divergente dos instrumentos no Brasil. Assim sendo questiona-se, se os indicadores de validade do Inventário Millon (MIPS) apresentam equivalências compatíveis aos preceitos metodológicos (validade convergente e divergente) apresentados por testes de avaliação (Inventário fatorial de personalidade, Escalas de Comrey, Inventário Beck de depressão e Questionário de saúde geral) na avaliação da personalidade normal e patológica, de forma a assegurar seu uso no Brasil?

Caracterizaram-se os principais aspectos dos estudos de validade convergente e divergente, na tentativa de observância de indicadores seguros quanto ao uso dos inventários de personalidade, na avaliação psicológica de aspectos normais. Especificamente utilizaram-se os quatro instrumentos por seus aspectos metodológicos envolvidos na base teórica, ou seja, os Testes de Comrey e o Inventário Fatorial de Personalidade (Pasquali & cols., 1997). Através destes tem-se a representação de dois testes com aspectos metodológicos na avaliação da personalidade similares entre si, embora distintos teoricamente ao proposto por Millon (Alchieri, 2004). Outro aspecto que fundamentou o presente estudo é a ausência de análises de validade convergente que envolvesse os testes amplamente utilizados por profissionais, de forma a estabelecer um processo de equivalência para nortear seu uso. Os estudos de validade divergente foram conduzidos com dois instrumentos, o Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG) de Pasquali e cols. (1996) e o Inventário Beck de Depressão (BDI) adaptado ao Brasil por Cunha (2001).

 

Método

Instrumentos

Inventário Millon de Estilos de Personalidade (MIPS) – O Inventário Millon é composto de 180 itens, respondidos em uma escala dicotômica, preconizado para sujeitos de idade superior aos 18 anos. Contém 24 escalas agrupadas em 12 pares, representando as três áreas com cada um dos pares sendo composto por duas escalas justapostas (Aiken, 1997). O MIPS em sua composição inclui 165 itens pertencentes as 24 escalas, 5 itens da escala de consistência, 10 da escala de impressão positiva e 10 da escala de impressão negativa. O processo de seleção e avaliação dos itens foi elaborado por Millon através de um modelo interno-estrutural de validação dos itens das 24 escalas (Millon, 1994; 1996). Além das 12 escalas, o MIPS possui três indicadores de validade: a Impressão Positiva (IP), a Impressão Negativa (IN) e a Consistência (C). O primeiro está redigido com o propósito de identificar os sujeitos que tenham como intenção causar uma impressão demasiadamente favorável ao responder o teste. Por sua vez a escala IN pretende identificar as pessoas cuja resposta tende a ser relacionada com uma auto-percepção generalizadamente negativa. O ponto de corte que Millon propõe para considerar o sujeito como respondendo uma IP ou IN diferencia-se segundo o nível de instrução; para escolaridade alta o ponto de corte tanto da escala IP como IN é de 5 pontos ou mais em cada uma, enquanto que para uma escolaridade baixa fica em 4 ou mais para IP e 6 ou superior para IN. Assim, se um sujeito com nível de instrução alto apresenta 7 pontos na escala IN se interpretará como tendo uma autopercepção demasiada negativa de si mesmo. O Inventário, MIPS, procura descrever a dominância de um ou outro estilo e sua composição facetada tem como objetivo avaliar a personalidade normal, através das manifestações da conduta que estão de algum modo, relacionadas às metas que uma pessoa possui para sua vida e seu estilo particular em processar as informações que recebe do meio, resultando assim, em uma configuração dinâmica de interações.

Inventário Fatorial de Personalidade (IFP) – O instrumento é de origem nacional, de autoria de Luiz Pasquali, Maria Mazzarello Azevedo e Ivânia Ghesti, e editado pela Casa do Psicólogo Ltda., desde 1997. O IFP fundamenta-se no Edwards Personal Preference Schedull (EPPS) desenvolvido por Allem L. Edwards, e é baseado na teoria das necessidades básicas formuladas por Henry Murray e, em uma adaptação modificada do EPPS. É composto de 155 itens e visa avaliar o indivíduo normal em 15 necessidades ou motivos psicológicos: Assistência (As.), Dominância (Dom.), Ordem (Or.), Denegação (Den.), Intracepção (Int.), Desempenho (Dese.), Exibição (Ex.), Heterossexualidade (Het.), Afago (Af.), Mudança (Mud.), Persistência (Pers.), Agressão (Ag.), Deferência (Def.), Autonomia (Aut.) e Afiliação (Afi.). Há ainda duas escalas de verificação Validade (V) e Desejabilidade Social (DS). De acordo com os autores, o teste pode ser aplicado em sujeitos entre 18 e 60 anos de idade, sendo o material constituído por manual, caderno de aplicação, folha de resposta, folha de apuração, crivo e apuração. A aplicação pode ser individual e coletiva, e embora o teste seja aplicado sem limite de tempo, normalmente não deve passar de 45 min. A apuração dos resultados pode ser manual ou informatizada através de uma rotina descrita no manual. Foram listados os seguintes fatores como passíveis de serem obtidas correlações quanto ao MIPS, devido à semelhança conceitual e de conteúdo com os fatores relativos principalmente as Relações interpessoais: assistência, dominância, ordem, intracepção, desempenho, exibição, mudança, persistência, agressão, autonomia e afiliação.

Escalas de Personalidade de Comrey (CPS) – Elaborada por Andrew L. Comrey e adaptada no Brasil por Aroldo Rodrigues e atualizada por Flávio Costa em 1997, tem como indicação avaliar a personalidade do indivíduo normal e expressa por 8 fatores. As CPS são instrumentos do tipo verbal de auto-relato e pretende medir as principais características da personalidade. De fato, elas avaliam oito dimensões da personalidade, a saber: T – Confiança versus Atitude defensiva; O – Ordem versus Falta de compulsão; C – Conformidade social versus Rebeldia; A – Atividade versus Passividade; S – Estabilidade emocional versus Neuroticismo; E – Extroversão versus Introversão; M – Masculinidade versus Feminilidade, e P – Empatia versus Egocentrismo. O instrumento CPS contém ao todo 100 itens. Cada uma das oito escalas é composta por 20 itens e duas outras foram introduzidas para fins de controle: V – Escala de validade com oito itens e uma R – Escala de tendenciosidade da resposta com 12 itens. Em cada escala, a metade dos itens é formulada positivamente e a outra metade negativamente, objetivando controlar a possível tendenciosidade a um tipo sistemático de resposta. As oito escalas de personalidade medem traços de personalidade. A escala V verifica se o sujeito respondeu aleatoriamente ou mentiu; a escala R verifica se o sujeito tentou responder ao instrumento de uma forma socialmente desejável. Cada escala produz um escore padronizado em termos do escore T. Para a avaliação da validade convergente, planejou-se a correlação dos fatores do MIPS com as escalas Ordem, Conformidade social, Rebeldia; Atividade, Passividade; Extroversão, Introversão.

Inventário de Depressão Beck (BDI) – As Escalas Beck (Cunha, 2001) são divididas em quatro medidas escalares que são o Inventário de Depressão (BDI), o Inventário de Ansiedade (BAI), a Escala de Desesperança (BHS) e a Escala de Ideação Suicida (BSI). Foram todas desenvolvidas por Beck e seus colegas no Center Cognitive Therapy (CCT) da Universidade de Pennsylvania, na Philadelphia, Estados Unidos. O BDI é a sigla pela qual é universalmente conhecido o instrumento para medida da intensidade da depressão, foi originalmente criado por Aaron Beck e seus colaboradores do Centro de Terapia Cognitiva em 1961 e revisado em 1979 a 1982. As Escalas Beck são indicadas para sujeitos entre 17 e 80 anos de idade, contudo, na literatura há registros de pesquisas cujas amostras incluíam sujeitos que se situavam aquém ou além desse período etário, principalmente com o BDI, BAI e o BHS. Não era intenção dos autores construírem um instrumento para diagnóstico de quadros específicos, mas sim, criar uma medida escalar com itens descritivos de atitudes e sintomas que podem ser encontrados em diferentes categorias nosológicas. Foi inicialmente desenvolvido para uso com pacientes psiquiátricos, passando a ser amplamente utilizado, tanto na área clínica como na de pesquisa e mostrando-se um instrumento útil também para a população geral, sendo indicado para avaliação do nível de intensidade da depressão e para triagem de sintomas depressivos. Trata-se de uma escala de auto-relato, de 21 itens, cada um com quatro alternativas, subentendendo graus crescentes de gravidade da depressão com escores de 0 a 3, sendo o escore total o resultado da soma dos escores individuais dos itens, permitindo assim a classificação de níveis de intensidade da depressão. Ou seja, obtêm-se o escore total do BDI, somando os escores de cada item correspondente as alternativas assinaladas pelos examinandos nos 21 itens. Cada grupo apresenta quatro alternativas que podem ter escore 0, 1, 2 ou 3. O maior escore possível é 63, porque, no caso de o examinando ter marcado mais de uma opção, se usa a afirmativa com a avaliação mais alta para calcular o escore total. Contudo, se o examinando indicou que deliberadamente está tentando perder peso, então, o escore desse item não é somado no escore total. Para Beck (Cunha, 2001), o BDI é indicado para sujeitos de 17 a 80 anos, embora cite a existência de pesquisas desenvolvidas aquém ou além dessa faixa etária. Com a versão brasileira foram desenvolvidos estudos com sujeitos de 12 a 17 anos e com sujeitos da terceira idade. Com relação à administração o vocabulário do BDI é adequado a um nível de leitura atingido em cinco anos escolares o equivalente a 5ª série. De acordo Cunha, (2001), a estimativa de tempo para realização do teste é de 5 a 10 minutos para forma auto-administrada em aproximadamente 15 minutos para administração oral, embora pacientes obsessivos possam levar até 30 minutos. Para auto-administração entrega-se o protocolo do BDI ao examinando e além de lhe solicitar que preencha as informações requeridas, deve-se ler em voz alta as instruções, que estão impressas na parte superior do protocolo.

Questionário de Saúde Geral (QSG) – O Questionário de Saúde Geral (QSG), (Pasquali, Azevedo & Ghesti, 1997) cujo nome no original era “General Health Questionnaire” (GHQ), foi desenvolvido para identificar a severidade do distúrbio psiquiátrico do respondente. O QSG é composto de 60 itens sobre sintomas psiquiátricos não psicóticos e são apresentados em um caderno e respondidos em uma escala de quatro pontos tipo Likert, numa folha de respostas em separado. A tarefa do respondente ao tomar o teste é de marcar um dos pontos da escala Likert para cada um dos itens do questionário. Os resultados obtidos definem estão o estado de saúde mental ou de desvio da saúde mental. A verificação das respostas do QSG é realizada conforme uma expressão padrão: dar aos pontos 1 e 2 da escala o valor 0 e aos pontos 3 e 4 o valor 1, resultando num escore máximo de 60 pontos. Para interpretação do escore no fator geral, o autor considera que quanto maior for este escore, maior será o nível de distúrbios psiquiátricos. O ponto de corte do sintomático vs. não sintomático, no sistema padrão de apuração, corresponde a faixa igual ou superior ao percentil 90, segundo resultados da amostra descrita por Pasquali e cols. (1996).

Participantes

O participaram deste estudo 4.864 adultos, de idades a partir dos 18 anos, domiciliados e distribuídos nas regiões norte (Roraima), e região sul (Rio Grande do Sul). As regiões foram tomadas tendo em vista a conveniência de obtenção das respostas dos protocolos da mesma forma que possibilitou também uma maior diversidade sócio-cultural. Os resultados dos testes foram distribuídos em quatro grupos: o primeiro e o segundo para avaliação da validade concorrente (convergente) e o terceiro e quarto para avaliação da validade divergente.

Validade convergente

O primeiro grupo foi avaliado pelos instrumentos IFP e o MIPS, aplicados a 4504 pessoas com a seguinte distribuição de sexo e escolaridade; para o sexo feminino (N=865), sendo nível fundamental (n=10), Médio (n=817) e superior (n=38). Para o sexo masculino (N=3639), destes 74 possuíam o nível fundamental, 3535, o nível médio e 30 o superior.

O segundo grupo, avaliado pelo MIPS e o Comrey (CPS) foi composto por 260 participantes conforme a descrição quanto ao sexo e a escolaridade; o sexo feminino (N=75), sendo nível médio (n=34) e superior (n=41). O sexo masculino com 185 participantes estava dividido em dois grupos com o mesmo nível de instrução 109 no ensino médio e 76 no superior.

Validade divergente

O terceiro grupo foi avaliado com a Escala de Beck para Depressão (BDI) e o MIPS, sendo composto por pessoas de escolaridade fundamental dos sexos masculino (n=35) e feminino (n=14).

O quarto grupo respondeu ao MIPS e o QSG e foi composto por 38 participantes, cujo sexo (feminino n=24, destes sendo 10 de nível médio e 14 de nível superior de escolaridade); o sexo masculino (n= 12) tinha 05 com nível médio e 7 com nível superior de escolaridade.

Procedimento

A aplicação dos instrumentos em todos os grupos foi conduzida por psicólogos em na sua maioria professores universitários de disciplinas de avaliação psicológica. As aplicações foram conduzidas em sessões coletivas com no máximo de 50 participantes dos sexos masculinos e femininos por sala. As instruções semelhantemente ás apresentadas no primeiro estudo, possibilitaram aos sujeitos responderem o inventário MIPS imediatamente após, ou antes, ao outro instrumento, (IFP, CPS, BDI e QSG) sem tempo determinando.

Uma vez que os inventários tiveram a aplicação realizada através dos seus cadernos originais e em folhas de leitura óptica, os resultados obtidos foram imediatamente processados na devolução dos protocolos pelos participantes. Uma vez verificados os resultados, estes foram tabulados e digitados em uma base de dados possibilitando assim, sua análise agrupada, com os resultados do Inventário de Estilos de Personalidade. Os resultados dos quatro testes forma corrigidos através de aplicativos informatizados, elaborados conforme as orientações dos manuais (IFP, CPS e QSG) ou desenvolvidos a partir do manual (BDI) sendo comparados em avaliações tradicionais para certificar-se da exatidão dos resultados.

 

Resultados

Validade convergente

IFP e MIPS

A verificação dos resultados referentes ao teste IFP (Tabela 1) permite identificar o número de fatores, cuja magnitude da correlação fosse média ou mesmo elevada, tomando-se como limite um coeficiente de r > 0,30. A maior freqüência de fatores semelhantes aos dois instrumentos pode ser identificada na subescala Relações interpessoais, com 17 fatores (Desejabilidade Social, Deferência, Afiliação, Dominância, Desempenho, Exibição, Agressão, Mudança e Autonomia) cujos valores variaram de 0,30 a 0,44. A significância das correlações foi significativa (0,001) embora com uma magnitude média e fraca. Salienta-se que os valores com maiores correlações possuíam uma expressão teórica semelhante ao conteúdo dos fatores para ambos os testes, por exemplo, nos fatores Dominância x Controle; Afiliação x Comunicabilidade. A escala Metas motivacionais foi a que apresentou um menor número de fatores associados ao IFP (5), mas com igualdade de conteúdo verificado (Assistência x Proteção; Afiliação x Proteção, e Individualismo x Autonomia), com valores de r oscilando de 0,10 a 0,38.

 

 

CPS e MIPS

Em relação às Escalas de Comrey observaram-se resultados muito inferiores e aquém ao esperado para os 10 fatores; somente na escala V verificou-se resultados mais pronunciados (r > –0,30), sendo as demais inferiores a 0,30 (positivo ou negativo), conforme Tabela 2.

 

 

Todos os valores foram negativos, de – 0,30 a –0,48 evidenciando uma correlação inversa, relacionadas em um número maior de fatores à subescala Relações interpessoais, como exemplo Concordância x Escala V, Abertura x Escala V, e Extroversão x Escala V. A verificação dos conteúdos dos fatores da escala V. torna possível relacionar os conteúdos teoricamente como inversos os descritos pelo MIPS.

Na subescala Estilos cognitivos, segunda em número de fatores associados (2), os fatores Introversão e Sensação foram relacionados à Escala V com magnitudes negativas de –0,38 e –0,53 respectivamente.

Observa-se que os resultados do estudo, quanto à validade convergente, embora com valores aceitáveis entre fatores para ambos os testes, mostram-se insatisfatórios no que tange a apresentação de semelhanças entre os instrumentos objetivos de avaliação da personalidade normal. Mesmo que o conceito de validade na elaboração de instrumentos de medida psicológica (Pasquali, 2003) seja amplo permitindo também a verificação fatorial do teste, a representação do constructo e da teoria que embasa o modelo, a validade empírica, quanto á concordância com outros testes, é igualmente importante. A necessidade de preservar o modelo teórico e a expressão de concordância com outros testes assegura o uso de um teste associado com outros instrumentos, na medida em que amplia o poder de identificação das características e, concomitantemente, da avaliação.

Um aspecto a salientar é a inexistência de estudos de validade convergente com instrumentos em uso no Brasil, de forma a assegurar aos profissionais a demonstração de um grau de concordância entre as avaliações. Nos dois instrumentos utilizados, IFP e CPS, os estudos dos autores e revisores, limitavam-se aos propostos pelo modelo original do teste. Sem nenhum dado quanto a uma possível relação entre ambos os instrumentos utilizados na avaliação do MIPS, foi impossível verificar uma possível associação entre determinadas variáveis. Sem estes dados, somente foi possível assinalar uma relação teórica entre os conteúdos dos fatores analisados, procedimento limitado pela expressão teórica distinta dos testes.

Validade divergente

BDI e MIPS

Foram utilizados instrumentos cuja capacidade de identificar sinais e sintomas de ansiedade, depressão, tensão, presença de distúrbios psicossomáticos e ideação suicida inviabilizariam uma expressão adaptada, normal, a personalidade dos participantes. Muito embora a freqüência de participantes na avaliação clínica fosse menor que as demais modalidades, era importante para estabelecer a presença dos sintomas descritos acima.

Na Tabela 3 são apresentados os resultados na relação entre os testes BDI e MIPS quanto aos resultados brutos dos fatores. É possível identificar (Tabela 3) que um maior número de fatores associados em uma maior magnitude, encontra-se no MIPS na subescala Relações interpessoais (–0,25 a 0,62), cuja descrição quanto ao conteúdo é igualmente possível de ser relacionada. Os valores dos fatores Retraimento, Vacilação, Discrepância, Submetimento, Controle e Insatisfação são diretamente associados ao incremento de pontos no BDI, demonstrando uma possível relação quanto a expressão de sentimentos comuns em depressão. Na subescala Estilos cognitivos, embora com magnitudes menores, há uma relação positiva com a Preservação (0,65) e negativa (–0,54) com Abertura. Nos fatores das Metas motivacionais Introversão e Intuição, observaram-se valores mais constantes (0,40 e 0,43), respectivamente. Os resultados não permitem identificar uma descrição sintomatológica compatível com o quadro clínico de Depressão, mesmo nos pacientes atendidos ambulatorialmente para hemodiálise. Assim que a associação entre os valores obtidos pelo BDI pode ser tomada como a expressão de sentimentos de cunho depressivos e sua relação com MIPS é possível, dada as expressões destes sentimentos em pessoas normais, como sendo ubíquos nas diversas relações interpessoais.

 

 

QSG e MIPS

O uso do QSG como instrumento de avaliação da validade divergente permitiu que se pudessem, em um amplo leque, verificar vários sinais e sintomas de distintos quadros. Identicamente ao BDI, o grupo de participantes não era composto por indivíduos comprometidos, mas em atividade laboral que caracterizava a normalidade.

Apresentam-se os resultados (Tabela 4) da análise de correlação entre os fatores dos dois testes, onde os maiores graus de associação estão situados entre os subtestes do QSG, em concordância com os autores (Pasquali & cols., 1997). Quanto aos fatores do MIPS é possível verificar relações idênticas entre as subescalas, com dois fatores do QSG (Distúrbios do Sono e Distúrbios Somáticos), apresentando magnitudes de –0,36 a 0,34.

 

 

Conceitualmente alguns dos fatores demonstram relação (Retraimento x D. Sono x D. Somáticos), embora aos demais não fosse possível estabelecer uma associação, mesmo com níveis de significância expressivos.

É possível caracterizar os resultados referentes à validade divergente como sendo esperados e interessantes, com correspondências teóricas do modelo de Millon (1996) e as descrições dos fatores dos instrumentos utilizados. No entanto, se para a validade divergente os resultados foram dentro do esperado e até previsto, o mesmo não ocorreu com a validade convergente.

Com uma descrição conceitual (Alchieri, 2007) dos fatores é possível verificar certa relação destes entre si, mas com magnitudes meramente aceitáveis. Por hora, estes resultados podem ter um caráter restritivo ao uso comercial do MIPS, mas futuros estudos podem atender as solicitações e os modelos necessários para sua ampla utilização (CFP, 2003). Os resultados permitem que se avaliem as análises quanto a validade do MIPS em comparação a outros testes disponíveis no mercado, e assim ampliar o conjunto de resultados dos testes acessíveis ao profissional.

Por outro lado, quando se verificam os dados referentes às análises dos atuais testes comercializados no Brasil (Alchieri, Noronha & Primi, 2003) constata-se que nos dois testes de avaliação da personalidade, não foram realizadas análises semelhantes as aqui demonstradas quanto ao estabelecimento da validade convergente. Os demais autores (Sánchez & Garcia, 2001) em seus trabalhos de adaptação do MIPS para América Latina, estabeleceram indicadores e critérios para as avaliações da validade, sem que tivessem tomado instrumentos para caracterizar o modelo teórico. Estes aspectos remetem a uma questão que perpassa a evolução da avaliação psicológica (Anastasi & Urbina, 2000) e acompanha o desenvolvimento dos testes: para o estabelecimento da validade de um teste, o mais importante é a equivalência dos resultados encontrados na medida ou a possibilidade deles respaldarem a validade interna de uma teoria?

Através dos resultados torna-se necessário repensar a sistemática metodológica quanto ao estabelecimento de procedimentos para avaliar a validade com base na proposta teórica do autor. Estratégias metodológicas que levem em consideração a avaliação da teoria por critérios semelhantes podem estabelecer, além dos dados, uma análise mais detalhada da abrangência teórica.

 

Conclusões

O objetivo do presente conjunto s foi verificar os principais aspectos quanto à manutenção de resultados de uma teoria de personalidade através de procedimentos metodológicos utilizados para adaptar e validar o uso do Inventário Millon de Estilos de Personalidade (MIPS).

No Brasil constata-se que grande parte das dificuldades na área de avaliação psicológica não reside somente na ausência de novos testes, mas com problemas relacionados ao desconhecimento por parte dos profissionais, dos aspectos metodológicos (fidedignidade, validade e padronização) da elaboração de testes psicológicos, quer sejam eles nacionais ou importados. Nesse sentido, os pressupostos descritos por Hambleton (1996), sobre os cuidados com testes construídos e utilizados em outras culturas, sinalizam com a prudência, uma das maiores dificuldades atuais sendo endossados por instituições científicas internacionais (ITC, 2001). Empregaram-se para a avaliação da validade, testes aceitos pelo CFP (2004) quanto as suas condições técnicas. Os resultados referentes às análises de validade convergente e divergente do Inventário de Estilos de Personalidade de Millon (MIPS) com instrumentos objetivos (IFP, CPS, QSG e BDI) empregados por psicólogos brasileiros na avaliação de características da personalidade e respaldados pelo Conselho Federal de Psicologia (2003). Observou-se uma maior freqüência de fatores identificados na subescala Relações interpessoais (MIPS), com 17 fatores do IFP (Desejabilidade social, Deferência, Afiliação, Dominância, Desempenho, Exibição, Agressão, Mudança e Autonomia) com valores que variaram de 0,30 a 0,44. A significância destas correlações foi alta (0,001) embora a magnitude fosse de valores médios e fracos. Salientou-se que os valores com maiores relações tinham uma expressão conceitual diretamente relacionada e eram semelhantes ao conteúdo dos fatores para ambos os testes, por exemplo, Dominância versus Controle; Afiliação versus Comunicabilidade. Na escala Metas motivacionais verificou-se um menor número de fatores associados ao IFP (5) com igualdade de conteúdo (Assistência versus Proteção; Afiliação versus Proteção e Individualismo versus Autonomia), e obtendo com valores de r, que oscilavam de 0,10 a 0,38. Escalas de Comrey observou-se resultados muito inferiores e aquém ao esperado para os 10 fatores; somente a escala V verificou-se resultados mais pronunciados (r>–0,30), sendo todos os valores negativos, tornando sustentável de relacionar os conteúdos teoricamente com o MIPS, de –0,30 a –0,48, evidenciando uma correlação inversamente proporcional e relacionada com a subescala Relações interpessoais (Concordância versus Escala V, Abertura versus Escala V, e Extroversão versus Escala V). Os resultados referentes à validade convergente mostram-se razoavelmente satisfatórios no que tange a apresentação de semelhanças entre os instrumentos objetivos de avaliação da personalidade normal comercializados atualmente.

Quanto à validade divergente (BDI e MIPS) identificou-se um maior número de fatores associados, em uma maior magnitude na subescala Relações interpessoais (–0,25 a 0,62), com semelhança do conteúdo. Os valores dos fatores Retraimento, Vacilação, Discrepância, Submetimento, Controle e Insatisfação são diretamente associados ao incremento de pontos no BDI, demonstrando uma possível relação quanto à expressão de sentimentos comuns de afeto depressivo. Para a subescala Estilos cognitivos, verificou-se uma relação positiva com Preservação (0,65) e negativa (–0,54) com Abertura, ao passo que os fatores em Metas motivacionais, Introversão e Intuição, foram mais constantes (0,40 e 0,43).

Quanto aos fatores do MIPS em relação ao QSG, demonstraram-se relações entre os subtestes Distúrbios do Sono e Distúrbios Somáticos, apresentando magnitudes de –0,36 a 0,34. Conceitualmente fatores como Retraimento versus D. Sono versus D. Somáticos estabelecem relação conceitual com níveis de significância expressivos. Podem-se caracterizar os resultados referentes à validade divergente como sendo previsíveis e tendo correspondências ao modelo de Millon (1996).

Sucintamente, os resultados apontam para a necessidade de utilização mais criteriosa quanto aos procedimentos metodológicos na adaptação e tradução de testes, levando em consideração a influência marcante de fatores como a base teórica do instrumento, os aspectos referentes a versão e tradução dos itens, a verificação da pertinência de validade de constructo, a existência de possíveis repercussões culturais ao modelo em análise, verificação de propostas condizentes a diversidade cultural, distinções quanto a escolaridade, gênero e modalidade da avaliação para a composição dos participantes do estudo e a possibilidade de estabelecimento de critérios compatíveis ao modelo teórico da avaliação.

Mantém-se ainda a questão quanto à validade concorrente entre os principais instrumentos psicológicos brasileiros, tendo em vista a inexistência de estudos que fundamentem um embasamento e correspondência de resultados a fim de serem, com segurança, utilizados pelos profissionais no país. Novos estudos são necessários para dimensionar as limitações de uso simultâneo de testes psicológicos na avaliação da personalidade.

 

Referências

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Endereço para correspondência
E-mail: jcalchieri@gmail.com

Recebido em dezembro de 2006
Aceito em março de 2008

 

 

* João Carlos Alchieri: psicólogo, doutor em Psicologia do Desenvolvimento (UFRGS), professor no Programa de Pós-graduação em Psicologia (UFRN).
** Janaína Castro Núñez: psicóloga, mestranda em Psicologia (UBA).
*** Clarissa Socal Cervo: psicóloga, mestre e doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento (UFRGS).
**** Cláudio Simon Hutz: psicólogo, mestre e doutor em Psicologia (University of Iowa), professor no Programa de Pós-graduação em Psicologia (UFRGS).

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