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Aletheia

versão impressa ISSN 1413-0394

Aletheia  no.31 Canoas abr. 2010

 

ARTIGOS DE ATUALIZAÇÃO

 

A influência das habilidades sociais no envolvimento de mães e pais com filhos com retardo mental

 

The influence of social skills on the involvement of mothers and fathers with their mentally retarded children

 

 

Alcides Cardozo; Adriana Benevides SoaresI

I Universidade Salgado de Oliveira (Universo/Niterói-RJ)

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

O estudo teve como objetivo comparar e correlacionar indicadores de habilidades sociais e do envolvimento de pais com filhos portadores de retardo mental. Participaram 27 casais com filhos portadores de retardo mental. Os pais responderam os questionários "Critério Brasil", "Qualidade da interação familiar na visão dos pais" e "Inventário de habilidades sociais" (IHS – Del Prette). Houve diferença significativa no "Inventário de habilidades sociais"; para o F1, enfrentamento e autoafirmação com risco, as médias dos pais foram superiores as das mães e para o F3, conversação e desenvoltura social, as médias das mães foram superiores as médias dos pais. As mães mostram-se mais envolvidas na educação dos filhos. Foram encontradas correlações entre cuidados dispensados aos filhos e assertividade e também entre expressão de sentimentos positivos e cuidados com o filho evidenciando a influência das habilidades sociais no envolvimento de pais com seus filhos.

Palavras-chave: Habilidades sociais, Envolvimento pais-filhos, Retardo mental.


ABSTRACT

This study aimed to compare and correlate indicators of social skills and the engagement of parents having children with mental retardation. The sample included 27 couples living with their children, with mental retardation. The parents answered the questionnaires "Criterion Brazil", "Quality of family interaction on parent viewpoint" and "Social Skills Inventory (IHS – Del Prette). There was significant difference in the "Inventory of social skills"; for F1, coping and self-assertion at risk, the average of fathers were higher than those of mothers, and for the F3, conversation and social performance, the averages of the mothers were higher than the average of fathers. Mothers are more involved in children education processes. Correlations were found between care provided to children and also between assertiveness and expression of positive feelings and care for the child. This shows the influence of social skills in engaging parents with their children.

Keywords: Social skills, Parents-children involvement, Mental retardation.


 

 

Introdução

Os estudos teóricos e as aplicações práticas dos conhecimentos relacionados às habilidades requeridas nas relações interpessoais identificam um campo teórico-prático chamado Treinamento de Habilidades Sociais (THS), composto de um rol de estratégias que podem ser aplicadas à superação de déficits de comportamentos e tem o objetivo de diminuir as dificuldades interpessoais e desenvolver comportamentos sociais mais competentes (Del Prette & Del Prette, 2005). O alicerce básico das relações sociais está na relação entre o indivíduo e o ambiente social. Pessoas socialmente habilidosas buscam interações sociais mais eficientes (Cia, Souza Pereira, Del Prette & Del Prette, 2006; Caballo, 2003).

Em diversos contextos onde as situações interpessoais ocorrem são esperados determinados desempenhos que requerem um vasto portfólio de habilidades sociais do indivíduo. É na infância principalmente que estes desempenhos são aprendidos (Del Prette e Del Prette, 1999).

A infância e a adolescência são períodos críticos e decisivos para se aprender habilidades sociais (Del Prette & Del Prette, 2002; Salvo, Mazzarotto & Löhr, 2005). Segundo esses autores, o ambiente familiar, o envolvimento e a participação dos pais na educação dos filhos são fundamentais, pois a família significa um dos contextos mais básicos e representativos da relação organismo-ambiente. As condições familiares de educação dos filhos (Garcia-Serpa, Del Prette & Del Prette 2006), chamadas práticas parentais, são entendidas como formas de relacionamento estáveis de comportamento que os pais realizam quando interagem com seus filhos. Del Prette e Del Prette (2004) e Bolsoni-Silva e Marturano (2008) propõem a análise dessas práticas parentais a partir do conceito de habilidades sociais educativas (HSE), e as definem como deliberadamente ligadas à promoção do desenvolvimento e a aprendizagem do outro.

A importância da qualidade da relação pais-filhos sobre o desenvolvimento das crianças é verificada por estudos diversos nos últimos anos, por exemplo, Gomide (2003) e Gomide, Salvo, Pinheiro e Sabbag (2005) correlacionam práticas educativas inadequadas a problemas no desenvolvimento cognitivo e social e ao desempenho acadêmico dos filhos.

Sobre a influência da interação familiar no desempenho acadêmico dos filhos, Cia, Souza Pereira, Del Prette e Del Prette (2006) mencionam que o repertório de habilidades sociais gerais e mais pontualmente o de habilidades sociais educativas dos pais, pode determinar a qualidade do envolvimento destes com seus filhos e o tipo de prática que utilizam na relação com eles. Bolsoni-Silva, Del Prette e Del Prette (2000) e Kobarg, Sachetti e Viera (2006) entendem que pais, ao apresentarem dificuldades nas relações interpessoais, podem comprometer a qualidade dessas relações, além de, provavelmente, servir de padrões de comportamentos sociais inadequados para seus filhos.

Em uma revisão dos estudos sobre práticas parentais e problemas de comportamentos, Bolsoni-Silva e Marturano (2006) observaram que há uma tendência dos pais serem não sistemáticos no uso do reforço positivo para comportamentos pró-sociais e em punições efetivas para comportamentos indesejáveis. Consequentemente, "comportamentos coercitivos são diretamente reforçados pelos membros da família, o que leva a criança a utilizá-los" (Bolsoni-Silva e Marturano, 2002, p.227). Assim, quando a criança está em outros ambientes, passa a reproduzir o modelo aprendido, o que é entendido como indicador de problemas de comportamento, déficits ou excessos comportamentais que debilitam as interações da criança com seus colegas e adultos de seu convívio (Bolsoni-Silva e Del Prette, 2003).

As relações familiares despertaram o interesse dos pesquisadores, especialmente no que tange às práticas educativas, isto é, as formas utilizadas pelos pais para orientar o comportamento dos filhos (Reppold, Pacheco, Bardagi & Hutz, 2002; Kobarg, Sachetti & Viera, 2006). Segundo Gomide (2003) e Gomide, Salvo, Pinheiro e Sabbag (2005), em seu modelo teórico acerca das sete práticas educativas que compõem o estilo parental, uma é aqui especialmente relevante; a monitoria positiva. Essa prática se caracteriza pelo uso adequado de reforçadores sociais, pelo desenvolvimento da empatia e pela realização de contingências reforçadoras ou punitivas para o comportamento do filho. Assim se criam regras claras e punições para a desobediência das mesmas. A monitoria positiva define-se como um conjunto de práticas parentais que englobam atenção e conhecimento dos pais sobre onde seu filho está e sobre as tarefas realizadas por ele.

Cia e Barham (2006), em estudo que teve por objetivo identificar as condições de trabalho que influenciam na relação do pai com o filho, relatam que a ausência paterna ou uma interação inapropriada com o pai é considerada um fator significativo para o desenvolvimento infantil. Segundo as autoras, pesquisas têm demonstrado, de modo geral, a importância do pai em cuidar de seus filhos e das atividades domiciliares. Segundo Cia e Barham (2006), comportamentos de envolvimento por parte dos pais contribuem diretamente para diminuir a sobrecarga das mães, o que melhora o relacionamento mãe- filho. Ainda Cia e Barham (2006), apontam que, no relacionamento entre pai e filho, os pais indicaram que se comunicavam, cuidavam e participavam diariamente das diversas atividades dos filhos com alta frequência. Este relacionamento significativo entre pai e filho é, segundo Bolsoni-Silva, Del Prette e Del Prette (2000), capaz de levar a um bom desenvolvimento social infantil.

"O conceito de retardo mental destaca a necessidade do desenvolvimento das condutas adaptativas dessas pessoas, principalmente habilidades de relacionamento" (Barbosa & Del Prette, 2002, p.1). Segundo a American Association on Mental Retardation (AAMR, 2002), a definição de retardo mental indica uma incapacidade caracterizada por importantes restrições, tanto no funcionamento intelectual, quanto no comportamento adaptativo, expresso nas habilidades adaptativas conceituais, sociais e práticas. Essa incapacidade antecede os 18 anos. O critério diagnóstico do retardo mental indica que, no caso das dez condutas adaptativas, o indivíduo há de ter déficits em pelo menos três dessas condutas. Nesta lista aparecem categorias indicativas de comportamento (habilidades sociais, cuidados pessoais, comunicação), de condições (saúde, segurança) e de contextos de funcionamento do indivíduo (lazer e trabalho). Segundo Del Prette e Del Prette (2005), é fácil identificar, portanto, que além da categoria das habilidades sociais, outras habilidades mostram perfil também interativo das demandas sociais. Habilidades sociais, portanto, são fundamentais para os processos de adaptação social dos indivíduos nos vários contextos, para portadores ou não de necessidades educativas especiais.

"A expressão necessidades educativas especiais pode ser utilizada para se referir a crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua elevada capacidade ou de dificuldades para aprender... O termo surgiu para evitar os efeitos negativos de expressões utilizadas no contexto educacional, como deficientes, excepcionais, subnormais, infradotados, incapacitados etc., para se referir as pessoas com deficiências cognitivas, físicas, psíquicas e sensoriais... tem o propósito, de deslocar o foco do aluno e direcioná-lo para as respostas educacionais que eles requerem, evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que possam interferir na sua aprendizagem e escolarização" (Parâmetros Curriculares Nacionais, 2001; p.23). Uma dessas direções é o desenvolvimento de habilidades sociais que "embora não solucionem o problema orgânico ou mental, podem diminuir seus efeitos psicológicos, especialmente na comunicação com pessoas não deficientes, maximizando a condição de vida e de socialização" dessa clientela (Del Prette & Del Prette 2005, citado por Godoy, 2007, p.5).

Segundo Paniagua (2004), ter um filho é uma das realidades mais significativas para um pai. As relações afetivas entre pais e filhos são extremamente fortes. Nunes (2003) e Nobre, Montilha e Temporini (2008) em seus estudos sobre as famílias com filhos com deficiência, descreve os conflitos presentes nas relações e os indicadores de problema no seio familiar. Estes autores indicam que esses conflitos não surgem como resultado direto da deficiência, mas da desadaptação à essa nova realidade.

Segundo Paniagua (2004) desde o instante em que os pais tomam conhecimento da existência de uma deficiência, uma forte angústia os acompanha durante toda a vida pois se preocupam com o presente e o futuro da criança. Muitas vezes, a criança com deficiência necessita mais cuidados físicos, bem como mais tempo de interação, situações lúdicas assistidas e estudo acompanhado.

Glat e Duque (2003), em uma pesquisa qualitativa com dezesseis pais de filhos com necessidades especiais, concluíram que a preocupação com a incerteza do futuro de seus filhos foi um ponto relevante nesse estudo. As autoras viram que essa preocupação faz com que os pais se dediquem a dar a seus filhos uma educação que, principalmente, possa propiciar competências que garantam maior independência e autonomia possível na vida adulta. Nesse estudo as autoras concluíram também, que apesar dos pais viverem suas angústias, desespero e depressão no contato próximo e cotidiano com seus filhos, eles tiveram inúmeras ocasiões de compensação; conseguiram vencer as crises, amando e convivendo com seus filhos, apesar de todos os problemas e dificuldades.

Hanson (2003) estudou famílias em que filhos com Síndrome de Down participaram de um programa de intervenção na infância, o qual foi reavaliado vinte e cinco anos depois. Os dados mostraram que os pais percebem as características positivas da criança, considerando, por exemplo, como uma dádiva as experiências prazerosas do desenvolvimento de seus filhos.

Feitosa (2003), em sua pesquisa sobre a relação família-escola, sugere que os pais participem ativamente das decisões relacionadas à educação de seus filhos, buscando conhecer as suas dificuldades acadêmicas e a necessidade de instalações específicas para o desenvolvimento adequado das capacidades destes indivíduos.

Segundo Cia, D'Affonseca e Barham (2004), são poucos os estudos que permitem identificar como e qual é a qualidade do relacionamento entre pais e filhos no Brasil. Além disso, sustentam que o papel do pai se encontra em reestruturação, sendo frequentemente encontradas famílias em que tanto o pai quanto a mãe trabalham fora, o que tem levado a uma nova concepção do papel paterno.

Cia, D'Affonseca e Barham (2004) estudaram, em uma amostra de cinquenta e oito pais e filhos do ensino fundamental, o impacto da qualidade do relacionamento entre estes pais e seus respectivos filhos no desempenho acadêmico. Neste estudo puderam verificar que quanto mais frequente a comunicação entre pais e filhos e maior a participação dos pais nas atividades dos filhos, maior também os escores das crianças em escrita e leitura e melhor seus desempenhos acadêmicos.

Em uma outra pesquisa, que teve como objetivo comparar e correlacionar indicadores do repertório de habilidades sociais e do envolvimento dos pais na educação dos filhos, Cia e cols. (2006b) apontam que os relatos informados pelos cônjuges indicam responsabilidades em atividades diferentes. Por exemplo, os pais se preocupavam com maior frequência em propiciar distração fora de casa aos filhos e as mães em estabelecer rotinas de ir para cama e de hábitos de higiene. Esta diferença de participação e envolvimento dos pais (mãe e pai) nos cuidados com os filhos é semelhante aos encontrados nos trabalhos de Bertolini (2002) em que há uma divisão razoavelmente estruturada de atividades, com o homem se ocupando da parte social e de lazer e as mães com os cuidados referentes ao domicílio.

Como é possível ver, a relação entre pais e filhos é fruto de um conjunto de expectativas compartilhadas e o envolvimento dos pais com seus filhos é importante para o desenvolvimento físico e mental dos filhos (Cia e Barham, 2006). Os pais são também exemplos de conduta para seus filhos daí a importância de se mostrarem habilidosos na resolução de problemas e no trato com as situações cotidianas. No caso de pais que tem filhos com deficiência mental as habilidades sociais servem, além de tudo, de recursos para o enfrentamento dos pais e são favorecedoras do envolvimento com filhos (Del Prette e Del Prette, 2005).

Considerando a importância das habilidades sociais dos pais (pai e mãe) para o envolvimento e a qualidade na relação educativa de filhos com retardo mental e os estudos escassos focalizando especificamente as habilidades sociais educativas e a participação de cada cônjuge na educação das crianças com deficiência, esta pesquisa objetivou: (1) comparar os indicadores do repertório de habilidades sociais de pais e mães de filhos com retardo mental (2) comparar os indicadores do envolvimento na educação dos filhos de pais e mães de filhos com retardo mental e (3) correlacionar os dois conjuntos de medidas.

 

Método

Participantes

Participaram desta amostra vinte e sete pais e vinte e sete mães morando juntos e com um filho diagnosticado com retardo mental, matriculado em instituição para pessoas com deficiência, com idade cronológica entre sete e quatorze anos. A idade dos cinquenta e quatro respondentes variou de trinta a sessenta anos, sendo que, a grande maioria (83%) esteve entre trinta e cinquenta anos. Todos os respondentes eram casados, tendo a grande maioria, (74%) entre dois e três filhos. O grau de escolaridade dos pais caracterizou uma amostra de 79,6% entre os anos iniciais completos do ensino fundamental e o superior incompleto. Considerando o nível socioeconômico das famílias, a amostra caracterizou-se por 48,1% da classe C e 51,9/ da classe D, segundo o critério Brasil (Ibope, 2000).

A coleta de dados ocorreu em uma sala da FUNLAR (Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula), localizada no bairro de Vila Izabel na cidade do Rio de Janeiro. Escolheu-se este local, pois, a instituição, na qual estão matriculados os filhos desses casais, realiza vários encontros com as famílias, abordando tanto aspectos sociais como psicopedagógicos, o que facilitaria a coleta dos dados, além de criar e fortalecer vínculos com seus membros.

Instrumento

Critério de Classificação Econômica Brasil (Ibope, 2000): divide a população em grupos de consumidores a partir da sua capacidade de consumo (que resulta em classes socioeconômicas), sendo possível classificá-la em sete diferentes grupos: A1, A2, B1, B2, C, D e E. A capacidade de consumo é verificada por tabela cuja pontuação é maior quanto mais itens e em maior quantidade a família possuir (ex.: automóvel; empregada mensalista) somando a pontuação referente ao grau de instrução do chefe da família. Os dados do Critério Brasil foram pontuados de acordo com a tabela proposta pelos autores, com maior pontuação indicando maior nível socioeconômico (mais próximo de A1) do respondente.

Questionário da Qualidade da Interação Familiar na Visão dos Pais (Cia, D'Affonseca & Barham, 2004) adaptado especialmente para esta pesquisa.

Além da folha de rosto para a identificação dos dados sociodemográficos, é dividido em três partes: (1) Habilidades sociais educativas dos pais para com os filhos: escala de comunicações (verbais e não verbais) entre pai e filho, segundo o pai, com 21 itens e a pontuação variando entre 1 (nunca) a 6 (uma vez por dia); (2) Participação dos pais nas atividades escolares, culturais e de lazer dos filhos: escala de participação com 14 itens e a pontuação variando entre 1 (nunca) a 6 (todos os dias); (3) Participação dos pais nos cuidados de seu filho: escala de participação com 7 itens e a pontuação variando entre 1 (nunca) a 6 (todos os dias). Foi calculado o Alpha de Cronbach para cada fator do instrumento. Para avaliar a qualidade da consistência interna utilizou-se a classificação proposta por Hill & Hill (2002) que considera acima de 0,9 excelente; entre 0,8 e 0,9 bom; entre 0,7 e 0,8 razoável; entre 0,6 e 0,7 fraco e abaixo de 0,6 considerado inaceitável.

O primeiro fator obteve valor do Alpha de Cronbach de 0,872 e foi classificado como bom, o segundo fator obteve valor de 0,823 e também foi classificado como bom; o terceiro fator obteve 0,845 considerado também como bom. O questionário "Qualidade da Interação Familiar na Visão dos Pais" como um todo obteve (0,926) e foi classificado como excelente.

Inventário de Habilidades Sociais, (Del Prette & Del Prette, 2001), é um instrumento de autorrelato, composto por trinta e oito itens que descrevem situações de interação social em diferentes contextos (trabalho, lazer e família). Solicita-se ao respondente que estime a frequência com que reage a uma situação descrita em cada item, em uma escala tipo Likert que varia de 0 (nunca ou raramente) a 4 (sempre ou quase sempre) e avalia cinco fatores: (a) enfrentamento e autoafirmação com risco; (b) autoafirmação na expressão de sentimento positivo; (c) conversação e desenvoltura social; (d) autoexposição a desconhecidos e situações novas; (e) autocontrole da agressividade. Trata-se de um instrumento aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia, com estudos psicométricos que atestam suas qualidades de validade e confiabilidade. Apesar do instrumento ter sido validado para estudantes universitários (Bandeira, Costa, Del Prette, Del Prette & Gerk- Carneiro, 2000) diversas pesquisas têm utilizado o mesmo instrumento para identificar habilidades sociais em adultos, inclusive pais, mães e cuidadores (Bolsoni-Silva, Brandão, Versuti-Stoque & Rosin-Pinola, 2008; Bolsoni-Silva, Silveira & Marturano, 2008; Bolsoni-Silva, Silveira & Ribeiro 2008).

Procedimentos de coleta de dados

Uma vez explicado os objetivos e mostrando desejo de participarem do estudo, os pais assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Só a partir daí, receberam o instrumento Qualidade da Interação Familiar na Visão dos Pais (Cia, D'Affonseca & Barham, 2004) adaptado e as orientações quanto ao seu preenchimento levando em conta seu relacionamento com seu filho com retardo mental. Em seguida foi aplicado o IHS-Del Prette (2001) que foi respondido em separado pelos respondentes.

Com o objetivo de documentar as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas envolvendo seres humanos, dispostas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, o presente projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 156/2007.

 

Resultados

Os resultados são apresentados de forma a contemplar três conjuntos de resultados: comparações dos escores de habilidades sociais entre mães e pais com filhos com retardo mental; comparações dos escores quanto ao envolvimento de mães e de pais com filhos com retardo mental; correlação entre os escores de Habilidades Sociais e de Envolvimento dos casais na educação de filhos com retardo mental.

Comparações entre os escores de habilidades sociais de mães e pais com filhos com retardo mental

Para avaliar se as mães de filhos com retardo mental são mais habilidosas socialmente do que os pais destes mesmos filhos<, utilizou-se o teste t para amostras dependentes, comparando-se as médias dos pais e mães dos filhos com retardo mental nas variáveis de habilidade social conforme mostra a Tabela 1.

 

 

A Tabela 1 mostra que houve diferenças significativas no Fator 1, Enfrentamento e Autoafirmação com Risco, com os pais obtendo escores superiores aos das mães (t = 3.292; p = 0.003). Este fator reúne onze itens que retratam situações interpessoais e está ligado a uma classe de habilidade social chamada assertividade que envolve enfrentamento em situação de risco de reação indesejável do interlocutor, com controle de ansiedade e expressão apropriada do sentimento, desejos e opinião. Ela implica tanto na superação da passividade, quanto no autocontrole da agressividade e de outras reações não habilidosas (Del Prette & Del Prette, 2005). Por outro lado, conforme mostra a Tabela 1 observaram-se diferenças significativas no Fator 3, Conversação e Desenvoltura Social, com as mães obtendo escores superiores aos dos pais (t = -3.132; p = 0.004). Este fator reúne sete itens sobre situações interpessoais, demanda traquejo social na conversação o que supõe conhecimentos das normas de relacionamento do dia a dia e comportamentos razoavelmente padronizados inerentes aos encontros sociais breves e ocasionais. Estão ligados à classe de habilidade social de Civilidade, que expressa cortesia e algumas habilidades de conversação como apresentar-se, despedir-se e agradecer utilizando formas delicadas de conversação (Del Prette & Del Prette, 2005).

Comparações entre os escores de envolvimento das mães e pais com filhos com retardo mental

Quanto ao envolvimento das mães e pais de filhos com retardo mental na educação dos filhos, os dados foram avaliados pelo teste t para amostras dependentes, comparando as médias dos pais e mães dos filhos com retardo mental nas variáveis de envolvimento na educação dos filhos. Para tanto se investigou a frequência das respostas dos pais e mães nos três fatores de Habilidades Sociais Educativas de Comunicação, Participação (Escola, Cultura e Lazer) e Participação (Cuidados) do QIFVP. A Tabela 2 mostra as médias das respostas dos respondentes em que claramente nota-se que as médias das mães são bem superiores aos dos pais.

 

 

Foram observadas, conforme os dados da Tabela 2, diferenças significativas no fator referente às Habilidades Sociais Educativas de Comunicação (Verbais e Não Verbais), com as mães obtendo escores superiores aos dos pais (t = -5.028; p = 0.000). No fator referente à Participação (Escola / Cultura / Lazer), também as mães obtiveram escores superiores aos dos pais (t = -6.695; p = 0.000), bem como no fator referente à Participação (Cuidados), em que mais uma vez as mães obtiveram escores superiores aos dos pais (t = -8.833; p = 0.000). Tais evidências apontam que mães de filhos com retardo mental são mais envolvidas na educação dos filhos do que os pais destes mesmos filhos.

Correlações entre os escores de habilidades sociais e de envolvimento dos casais na educação de filhos com retardo mental

Para verificar se casais com maiores escores de habilidades sociais são aqueles que demonstram maior envolvimento na relação com os filhos com retardo mental, utilizou-se o teste de correlação linear de Pearson, buscando-se correlação positiva entre escores de habilidades sociais e envolvimento na educação dos filhos.

Como se observa na Tabela 3, apenas os fatores Autoafirmação na Expressão de Sentimento Positivo (F2-Habilidades Sociais) e Participação (Cuidados) do QIFVP apresentaram uma associação positiva e significativa (r = 0.296; p = 0.030). Por outro lado, os fatores Enfrentamento e Autoafirmação com Risco (F1-Habilidades Sociais) e Participação (Cuidados) apresentaram uma associação negativa e significativa (r = -0.282; p = 0.039). As demais correlações não foram significativas. O que podemos constatar, de acordo com as evidências expressas pela análise estatística, é que casais que têm grande facilidade de expressar seus sentimentos positivamente são aqueles que demonstram maiores cuidados com seus filhos com retardo mental e ainda que casais que se envolvem nos cuidados pessoais de seus filhos são aqueles que têm mais dificuldade de enfrentarem assertivamente as dificuldades de seus filhos evidenciando a influência das habilidades sociais no envolvimento de pais com seus filhos.

 

 

Discussão

Quanto ao primeiro conjunto de resultados, comparações entre os escores de habilidades sociais de mães e pais com filhos com retardo mental, verifica-se que em relação ao Fator 1, enfrentamento e autoafirmação com risco em que os pais (homens) apresentam escores bem superiores de assertividade em relação aos das mães. Cia, Pamplin e Del Prette (2006), em seus estudos sobre comunicação e participação pais-filhos afirmam que, pais que se comportam assertivamente com os filhos estão monitorando os próprios comportamentos garantindo práticas educativas eficientes, sem negligência e coerção. Desta forma, com este monitoramento, estariam sendo modelos assertivos para seus filhos. Pode-se, supor, que no caso de crianças com retardo mental, este modelo de pai, melhoraria muito os repertórios de comportamento de autonomia de seus filhos, bem como os avanços nas relações interpessoais. No Fator 3, conversação e desenvoltura social, em que as mães obtiveram médias significativamente superiores às dos pais e está ligado as habilidades sociais de civilidade, Cia, Souza Pereira, Del Prette e Del Prette (2007), identificando e analisando o repertório de habilidades sociais de mães, concluíram que este fator, efetivamente, é importante para incentivar os filhos a participarem de atividades, tanto no colégio como em outros contextos. Relatam ainda as autoras que a comunicação com os filhos normalmente é entremeada por sentimentos positivos e é vital que estes sentimentos sejam manifestados tanto de forma verbal quanto não verbal. Neste sentido, corroborando os dados verificados neste estudo, as mães estariam, provavelmente, ajudando seus filhos com retardo mental, fazendo uso da comunicação não verbal, com a intenção de minimizar déficits nesta área.

Para o segundo conjunto de resultados, comparações entre os escores de envolvimento das mães e pais com filhos com retardo mental, os dados deste estudo demonstram que as mães relataram alta frequência nos indicadores de envolvimento com seus filhos com retardo mental através do Questionário Qualidade da Interação Familiar na Visão dos Pais (Cia, D'Affonseca & Barham, 2004). Segundo Cia e cols (2007), esses indicadores favorecem ao desenvolvimento infantil saudável, especialmente o desenvolvimento socioemocional, abrangendo também aspectos cognitivos e desempenho acadêmico. Por esses estudos, os autores concluem que o envolvimento das mães na educação de seus filhos é importante, ainda mais, diante da fase de transição em que as crianças da amostra se encontram (começo do ensino fundamental). Segundo as autoras, nesta fase, a adaptação ao ambiente escolar, que exige novas relações necessitando também de novas regras de comportamento moral e social, vão levar os pais a um maior envolvimento com seus filhos (Del Prette & Del Prette, 2005).

Transportando esses resultados para os estudos de famílias de filhos com retardo mental, verifica-se a mesma preocupação das mães com os cuidados das crianças. Apesar da ênfase que se deve dar aos processos de interação social (Araújo, 2006; Riches, 1996), os cuidados que as mães têm, principalmente no tocante à higiene, à alimentação, assistência médica, acordar e cuidar de madrugada (as médias mais altas, Tabela 2) são constantes mesmo na faixa etária bem acima das idades de crianças em início do ensino fundamental com desenvolvimento normal. A responsabilidade das mães por aspectos que são fundamentais no desenvolvimento da autonomia de seus filhos em famílias de crianças com retardo mental, ainda é bem maior do que a responsabilidade dos pais (homens). Embora os modelos atuais de paternidade demonstrem uma participação (cuidados) mais próxima com os filhos, ideias, crenças e comportamentos tradicionais do papel do pai e da mãe, permanecem enraizados no núcleo das famílias (Rangel, 2006), principalmente nos contextos familiares de crianças com retardo mental.

Segundo Rapoport e Piccinini (2006) a experiência de ser mãe traz muitas mudanças, especialmente para a progenitora, que deve se adaptar a esta nova realidade de acordo com suas características pessoais e com a sua capacidade de pedir e aceitar apoio de outras pessoas. Quanto mais a mãe se sente apoiada socialmente mais ela está pronta para responder a situações de estresse, entretanto muitas mães não conseguem pedir ajuda ou até mesmo aceitá-la e algumas ainda têm maior dificuldade em dividir os cuidados do bebê, mesmo tendo uma rede de apoio à disposição para ajudá-la.

Segundo Navarini e Hirdes (2008), mulheres que experienciam a maternidade de filhos com retardo mental tem a necessidade de integrar à doença a vida diária, utilizando capacidades adaptativas tais como lidar com as tarefas objetivas e subjetivas de ter um filho portador de um transtorno mental, o estigma e outros sentimentos subjacentes. Muitos familiares sentem culpa, mas transcendem isso uma vez que estão voltados para preocupação com o bem-estar do filho.

Segundo Pereira, Dessen e Pereira Silva (2005), recentemente, o relacionamento conjugal estaria sendo identificado como um fator preponderante para a qualidade das relações que os pais mantêm com os seus filhos. Segundo as autoras, a convivência entre cônjuges, quanto às formas de comunicação e estratégias para resolver os problemas, estariam influenciando a formação de estilos parentais de cuidados dos filhos e suas relações. No que tange às situações de conflito, Dessen e Braz (2005) relatam que seus estudos estão em consenso com a literatura em que mães insatisfeitas tendem a compensar seus filhos sendo mais ativas e envolvendo-se mais com suas crianças. Por outro lado, pais realizam condutas negativas e de intrusão em relação aos seus filhos, afastando-se do convívio mais direto, apesar de viverem na mesma casa. É possível que no caso da amostra de pais e mães de filhos com retardo mental isto esteja ocorrendo, principalmente, com relação ao estresse vivenciado pelo pai, oriundo das dificuldades financeiras, e pelo fato de ter um filho com retardo mental. Afinal, os afetos e as representações familiares que existiam anteriormente ao nascimento deste filho, se degradam gerando uma crise de identidade neste pai (Glat & Duque, 2003). Segundo Glat e Duque (2003), tudo aquilo que era tido como certo é colocado em questão e é desqualificado. Por outro lado, o envolvimento das mães de filhos com retardo mental, principalmente com relação aos cuidados, levou-a a caminhar a procura de tratamento para seus filhos. Miltiades e Pruchno (2001) realizaram um estudo com mães de filhos adultos com deficiência e chegaram à conclusão que essas mulheres permanecem vivendo contextos de cuidado e de responsabilidades pela vida de seus filhos, assumindo assim características de cuidadoras perenes. Estão sempre procurando manter as diversas formas de tratamento, em infindáveis negociações com as instituições de reabilitação ou redes de apoio. Em função dessa demanda, pode-se supor que tenham adquirido habilidades de traquejo na conversação, o que supõe conhecimento das regras e normas de relacionamento, o que ratificaria os resultados desse estudo, quando da verificação dos indicadores do repertório de habilidades sociais da amostra de mães de filhos com retardo mental.

Para o terceiro conjunto de resultados, correlações entre os escores de habilidades sociais e envolvimento de casais na relação com os filhos com retardo mental, considerando a relação entre os cinco fatores que fazem parte da escala de habilidades sociais e as medidas do envolvimento entre cônjuges e seus filhos com retardo mental, pôde-se verificar que a assertividade (F1) dos casais estabelece uma relação inversa com o nível de cuidados atribuídos ao filho.

Segundo os estudos de Cia e cols. (2006a), culturalmente no Brasil, ambos os pais têm liberdade de expressarem seus direitos e a mostrarem para seus filhos que eles têm também direitos e deveres. Quanto mais os casais se envolvem com os cuidados de seus filhos mais parecem não se utilizarem da assertividade talvez por interpretarem que seus filhos não estão aptos a corresponderem às exigências sociais e cognitivas de outros indivíduos sem deficiência mental.

Quanto ao F2, autoafirmação na expressão de sentimento positivo, correlacionou-se significativamente de forma positiva com o fator Cuidados quando avaliaram o envolvimento de ambos os pais com seus filhos. De fato, segundo Cia e cols. (2006a), espera-se que mães e pais expressem sentimentos positivos como carinho, cuidado e atenção durante suas relações com seus filhos com retardo mental, melhorando a qualidade do relacionamento.

 

Considerações finais

Este estudo procurou investigar se as habilidades sociais dos pais (pai e mãe) se relacionam com o envolvimento na educação dos filhos com retardo mental. Utilizou-se uma amostra de 27 famílias com pais e mães casados e vivendo sob o mesmo teto, com a grande maioria optando por ter três filhos, sendo um deles com idade variando entre 7 e 14 anos, matriculados na Funlar, diagnosticados com retardo mental.

Encontrou-se como principais resultados que em geral os pais são mais assertivos que as mães e as mães tem melhores habilidades de conversação e desenvoltura social que os pais. As mães são mais envolvidas do que os pais de filhos com retardo metal tendo uma maior participação na educação, na participação das atividades escolares, lúdicas e culturais e nos cuidados de seus filhos.

Verificou-se também que existe correlação positiva entre expressão de sentimentos positivos e cuidados dedicados aos filhos e correlação negativa entre assertividade e cuidados dedicados aos filhos, ou seja, as mães se envolvem mais com seus filhos tanto nos cuidados pessoais quanto da educação e os pais são mais assertivos e normatizadores da conduta dos filhos.

Este trabalho permitiu entender melhor a influência que as habilidades sociais podem ter para o envolvimento dos pais com seus filhos ainda que a amostra tenha sido pequena devido ao fato de se encontrarem muitos casais que viviam com seus filhos e suas companheiras e não eram casados, ou que casados, não eram pais biológicos, mas que se diziam participantes e envolvidos com seus filhos nos diversos ambientes partilhados. Nesse sentido, ficaram impossibilitados de participarem da amostra e isso se apresentou como uma limitação do estudo assim como o uso de um instrumento ainda não normatizado.

A investigação da dinâmica familiar e o estresse enfrentado pelos pais de crianças com retardo mental mostraram a existência de fatores interessantes que carecem de intervenções que possam possibilitar o favorecimento de um ambiente acolhedor e de melhor qualidade do suporte parental. Também ao minimizar o estresse parental, isso estaria indo no sentido da melhoria da qualidade de vida desses pais e a condução da criança ao seu potencial máximo.

O encontro com os pais que desenvolvem não apenas o papel de provedor, mas principalmente, participantes das atividades escolares, culturais e de lazer, educando e dividindo atividades de cuidado da criança, interagindo adequadamente, brincando, estimulando, favorecidos com um bom repertório de habilidades sociais, visualiza um caminho aberto para investigações com a figura do pai.

 

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Endereço para correspondência
E-mail: alcidescardozo@yahoo.com.br

Recebido em março de 2009
Aprovado em agosto de 2009

 

 

Alcides Cardozo: mestre em Psicologia pela Universidade Salgado de Oliveira.
Adriana Benevides Soares: professora doutora em psicologia; Docente da Universidade Salgado de Oliveira e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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