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Aletheia

versão impressa ISSN 1413-0394

Aletheia  no.35-36 Canoas dez. 2011

 

ARTIGOS DE PESQUISA

 

A influência da raiva e da empatia sobre a satisfação conjugal

 

The influence of anger and empathy on the marital satisfaction

 

 

Camila Morais Ribeiro; Vanessa Dordron de Pinho; Eliane Mary de Oliveira Falcone

Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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RESUMO

O estudo avaliou a influência da raiva e da expressão de empatia no casamento sobre a satisfação conjugal. Participaram da pesquisa 120 pessoas casadas, com idades de 25 a 76 anos. Para avaliação foram utilizados três instrumentos de autoinforme: Questionário de Empatia Conjugal; Escala de Satisfação Conjugal e Inventário de Expressão de Raiva como Estado e Traço.Os resultados revelaram que houve correlação positiva entre empatia conjugal e satisfação conjugal (r = 0,48; p < 0,001), enquanto a raiva manteve correlação negativa com a satisfação conjugal (r = -0,30; p < 0,01). As análises de regressão múltipla indicaram que a expressão de empatia aumenta e a raiva disfuncional diminui a satisfação conjugal. Verificou-se também a influência das variáveis idade, sexo, tempo de casamento e número de filhos sobre a satisfação no casamento. Conforme os principais resultados, conclui-se que a empatia e a raiva são fatores que influenciam a satisfação conjugal.

Palavras-chave: Raiva, Empatia, Satisfação conjugal.


ABSTRACT

The study evaluated the influence of anger and expression of empathy in marriage on marital satisfaction. 120 married people participated (ages ranged from 25 to 76 years old). For evaluation, three self-report instruments were used: Marital Empathy Questionnaire, Marital Satisfaction Scale and State–Trait Anger Expression Inventory. The results revealed there was a positive correlation between marital empathy and marital satisfaction (r = 0.48, p <0.001), and a negative correlation between anger and marital satisfaction (r = -0.30, p <0.01). The multiple regression analyzes indicated that the expression of empathy increases the marital satisfaction and dysfunctional anger decreases it. Also, it was observed the influence of age, sex, duration of marriage and number of children on satisfaction in marriage. As the main results, we conclude that empathy and anger are factors that influence marital satisfaction.

Keywords: Anger, Empathy, Marital satisfaction.


 

 

Introdução

De acordo com as estatísticas nacionais, ocorre a cada ano o aumento progressivo do número de dissoluções conjugais (IBGE, 2011); fenômeno este que aponta para a dificuldade dos casais contemporâneos em permanecerem casados. Ao mesmo tempo, conforme indicam Norgren, Souza, Kaslow, Helga e Sharlin (2004), o espaço conjugal é um contexto que exerce grande influência sobre a qualidade de vida das pessoas, seja em termos de saúde física e mental, como também em termos da qualidade de outros contextos relacionais do indivíduo, tais como a família, o trabalho e as amizades.

A partir de tais considerações, ressalta-se a importância de se investigar fatores que possam contribuir ou interferir na qualidade conjugal. Com este propósito, o presente estudo buscou avaliar a influência da raiva e da empatia conjugal autopercebida sobre a satisfação conjugal.

O conceito de satisfação conjugal é caracterizado por sua subjetividade, o que torna difícil um consenso acerca de uma definição (Mosmann, Wagner & Féres-Carneiro, 2006; Norgren et al., 2004). De acordo com Norgren et al. (2004), a satisfação conjugal está relacionada a fatores que propiciam a intimidade, tais como o companheirismo e a afeição, e decorre do grau de equivalência entre aquilo que se espera de um relacionamento e aquilo que se vivencia nele. Já para Villa (2005), a satisfação conjugal pode ser compreendida como um conjunto do qual a interação com o cônjuge, os aspectos emocionais do parceiro e os aspectos práticos do casamento são constituintes.

Embora o estudo acerca da satisfação conjugal seja realizado com base em variados fatores, alguns autores parecem concordar sobre a importância que a comunicação assume na relação conjugal (Falcone & Ramos, 2005; Figueredo, 2005) e no quanto é importante ser capaz de resolver os problemas que surgem ao longo do casamento (Falcone & Ramos, 2005; Hernandez & Oliveira, 2003). Segundo Epstein e Schlesinger (2004), para lidar com as adversidades da relação, o casal precisa contar com recursos conjugais, os quais incluem habilidades colaborativas e de resolução de problemas, bem como habilidades de comunicação e fl exibilidade para mudar padrões na relação e enfrentar os problemas que surgem ao longo do casamento.

Dentro desse contexto, alguns estudos vêm destacando a empatia enquanto uma habilidade de comunicação relacionada a casamentos satisfatórios (Figueredo, 2005; Oliveira, Falcone & Ribas, 2009; Sardinha, Falcone & Ferreira, 2009; Villa, 2005). Por outro lado, outros autores apontam a raiva como uma emoção que, quando não expressa de forma culturalmente aceitável, interfere negativamente nos relacionamentos interpessoais (Beck, 2003; Deffenbacher & Lynch, 1998; Dozier, 2004; Lipp, 2005; Mckay, Rogers & Mckay, 2001; Waldinger, Hauser, Schulz, Allen & Crowell, 2004).

Finchan e Horneffer (1996) apontam que, a partir da década de 1980, pôde-se observar um crescimento no interesse do estudo da influência dos sentimentos nas relações conjugais. Nesse sentido, segundo uma revisão feita por Waldinger et al. (2004), a expressão de sentimentos na interação de casais tem emergido como um importante fator de predição da estabilidade e satisfação com o casamento.

Ao que alguns estudos apontam (Fincham & Horneffer, 1996; Waldinger et al., 2004), sabe-se que a expressão não verbal é um fator mais relevante do que a comunicação verbal nos relacionamentos íntimos. Outro dado identificado em revisão de Fincham e Horneffer (1996) indica que casamentos permeados por maior vivência de afetos negativos do que positivos apresentam maior probabilidade de culminar em separação ou divórcio.

Na visão de Mckay et al. (2001), a frustração relaciona-se diretamente à excitação da raiva e sinaliza uma expectativa não correspondida. Nesse sentido, é possível considerar que existe uma estreita relação entre frustração e insatisfação conjugal, visto que em geral as relações satisfatórias são dimensionadas pela congruência entre o que se espera do casamento e o que se vivencia nele (Norgren et al., 2004). A raiva poderia emergir, então, como uma das possíveis formas de expressão de um casal insatisfeito.

De acordo com Lipp (2005), a raiva corresponde a um sentimento universal, que pode ser eliciado por distintos fatores (provocação, injustiça, maldade, frustração). Além disso, a autora sinaliza que a expressão de raiva pode ocorrer em diferentes direções: uma pessoa pode manifestar raiva em direção a outras pessoas ou a objetos, por meio de atos físicos ou verbais (raiva para fora); como também pode reprimir o sentimento de raiva em forma de mágoa (raiva para dentro); ou ainda, uma pessoa pode manejar sua raiva, lidando com aquilo que está sentindo de um modo mais proveitoso e adequado nas relações, em direção à solução do problema que ativou a raiva (controle da raiva).

Assim, embora tratando-se de uma emoção comum a todas as pessoas, existem formas variadas da expressão de raiva (Lipp, 2005), as quais sofrem influência dos padrões culturais e do processo de socialização que determina as condições em que o indivíduo pode expressar este sentimento (Matsumoto, Yoo & Chung, 2010). Um aspecto importante de tal constatação é que modos de expressão de raiva podem ser aprendidos, e, portanto, modificados. Isso é relevante ao considerar que a literatura aponta uma série de implicações negativas da expressão disfuncional ou inapropriada da raiva sobre a vida das pessoas, tais como: comprometimento da saúde do indivíduo (Lipp, 2005; Mckay et al., 2001; Williams, 2010); prejuízos na qualidade das relações interpessoais e familiares (Deffenbacher & Lynch, 1998); e num sentindo mais amplo, a expressão inadequada de raiva relaciona-se ao tema da violência em sociedade (Beck, 2003; Dozier, 2004).

Do que pôde ser observado na literatura, a vivência de afetos negativos, como a raiva, é prejudicial à relação. Contudo, tem sido considerado ainda mais importante, o modo como as emoções negativas são manejadas no contexto das relações conjugais. Conforme sinaliza Lipp (2005), o problema não reside na experiência da raiva em si, mas no modo como ela é expressa e na frequência e intensidade com que é experimentada. Sendo assim, tal ideia evidencia a importância do desenvolvimento de habilidades que favoreçam o diálogo e o entendimento das razões da outra pessoa, o que poderia ser obtido por meio da empatia (Beck, 2003; Falcone, 2000).

De acordo com a definição proposta por Falcone et al. (2008) "a empatia corresponde à capacidade de compreender, de forma acurada, bem como de compartilhar ou considerar os sentimentos, necessidades e perspectivas de alguém, expressando de tal maneira que a outra pessoa se sinta compreendida e validada" (p. 323). Esta definição é baseada em uma visão multidimensional da empatia, que inclui componentes cognitivos (identificar sentimentos e pensamentos da outra pessoa); afetivos (experimentar sentimentos de compaixão ou de consideração pelo estado do outro) e comportamentais (expressar, de forma verbal e não verbal, entendimento e validação do estado do outro) (Falcone et al., 2008).

No âmbito conjugal, estudos e pesquisas anteriores indicam que a empatia é uma habilidade que promove o ajustamento marital (Falcone, 2000), possibilitando a compreensão e validação dos sentimentos do parceiro(a), bem como a expressão sensível de tal entendimento (Villa, 2005). A empatia, portanto, está associada positivamente à resolução dos conflitos conjugais (Falcone & Ramos, 2005), no sentido de viabilizar uma escuta sensível (Nichols, 1995) e uma boa comunicação entre os casais (Figueredo, 2005).

De acordo com os resultados obtidos em um estudo realizado por Oliveira et al. (2009), que visava avaliar especificamente a empatia conjugal, os autores encontraram que as pessoas cujos parceiros são empáticos tendem a ser mais satisfeitas com o casamento. Outro estudo, de Sardinha et al. (2009), revelou que a empatia se relaciona significativamente com a satisfação conjugal, de forma que, quanto maior o nível de empatia conjugal percebida no cônjuge, maior a satisfação com o casamento.

A partir da revisão da literatura, pôde-se verificar a influência da empatia e de sentimentos negativos sobre a satisfação conjugal. Os dados sugerem que a vivência de sentimentos negativos relaciona-se a casamentos insatisfatórios e que a manifestação de empatia está relacionada a casamentos satisfatórios. Contudo, não foram encontrados estudos nacionais que investigassem o papel da raiva e da empatia sobre a satisfação conjugal. Além disso, embora a literatura documente o papel da empatia na satisfação conjugal, os estudos têm se focado sobre a satisfação daquele que recebe a empatia e não daquele que a manifesta. A partir disso, o objetivo desta pesquisa consistiu em investigar a influência que a raiva e a expressão de empatia exercem sobre a satisfação conjugal.

 

Método

Amostra

Participaram deste estudo 120 indivíduos casados, com idades de 25 a 76 anos, residentes do Estado do Rio de Janeiro, sendo 60 homens e 60 mulheres. Para esta pesquisa, optou-se por utilizar uma amostra não-probabilística intencional, que conforme indicam Moura e Ferreira (2005), é a mais utilizada em estudos de natureza correlacional. Como critério de inclusão na amostra, os participantes deste estudo deveriam estar casados (ou morando juntos) com o mesmo cônjuge há pelo menos três anos, sendo primeiro casamento do indivíduo ou não; bem como apresentar escolaridade mínima correspondente ao Ensino Fundamental Completo. O tempo mínino de união conjugal de três anos foi estipulado para tentar evitar um possível viés sobre os resultados, por conta de casamentos muito recentes, os quais poderiam favorecer positivamente a satisfação conjugal.

Instrumentos

Além do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e de uma ficha com solicitação de dados pessoais e informações sociodemográficas, foram utilizados três instrumentos, um para avaliação da empatia conjugal, outro para avaliação da expressão de raiva e um terceiro para avaliar a satisfação conjugal.

Para avaliação da empatia, foi utilizado o Questionário de Empatia Conjugal / QEC (Oliveira et al., 2009), composto por 36 itens distribuídos da seguinte maneira: avaliação do componente comportamental da empatia (19 itens: 2, 4, 5, 8, 10, 11, 13, 16, 17, 19, 22, 23, 25, 26, 29, 31, 32, 34, 35); avaliação do componente cognitivo da empatia (12 itens: 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27, 30, 33, 36); e avaliação do componente afetivo da empatia (5 itens: 1, 7, 14, 20, 28). O QEC encontra-se disponível na versão masculina e feminina, onde a divisão dos itens para avaliar os componentes (cognitivos, comportamentais e afetivos) da empatia é mantida. O QEC foi construído para avaliar como o respondente percebe o comportamento do seu companheiro em relação a ele. Na versão adaptada para o presente estudo, os itens do instrumento foram modificados de forma a avaliar como o respondente se percebe em relação ao comportamento que ele dirige ao parceiro, com o propósito de avaliar a empatia conjugal autopercebida. Desse modo, por exemplo, o item 1 que encontra-se descrito da seguinte maneira na versão original: "Meu companheiro sente compaixão quando eu me mostro desesperançada" (versão feminina); passou a ser descrito como "Eu sinto compaixão quando meu companheiro mostra-se desesperançado".

A avaliação da raiva foi realizada através do Inventário de Expressão de Raiva como Estado e Traço / S.T.A.X.I. (Spielberger, 1992). Trata-se de um instrumento composto por 44 itens, que avaliam a raiva por meio de oito subescalas, dispostas da seguinte maneira:

Estado de raiva: intensidade da raiva no momento da aplicação do teste (10 itens); Traço de raiva: tendência do indivíduo a experimentar raiva (10 itens); Temperamento: subescala do Traço de raiva que avalia a propensão do indivíduo a experimentar raiva sem provocação específica (4 itens); Reação de raiva: subescala do Traço de raiva que avalia a expressão de raiva do indivíduo frente a alguma injúria (4 itens). As demais subescalas do S.T.A.X.I. avaliam a direção da expressão do sentimento de raiva. São elas: Raiva para dentro: repressão do sentimento de raiva, ou o direcionamento da raiva para si mesmo (8 itens); Raiva para fora: expressão da raiva em direção aos outros ou a objetos (8 itens); Controle da raiva: manejo da expressão de raiva (8 itens); Expressão da Raiva: subescala que fornece uma medida global da expressão de raiva, e que é composta pelas subescalas Raiva para dentro, Raiva para fora e Controle da raiva (total de 24 itens).

A medida de satisfação conjugal foi obtida através da Escala de Satisfação conjugal (Dela Coleta, 1989). Esta escala foi adaptada para a população brasileira por Dela Coleta (1989), a partir de um instrumento originalmente mexicano (Escala de Satisfação Conjugal de Pick de Weiss e Andrade Palos, 1988). Refere-se a um questionário de autoinforme que contém 24 itens, com três opções de respostas que variam desde "eu gostaria que fosse muito diferente", até "eu gosto de como tem sido".

Os itens da escala encontram-se organizados em três subescalas que avaliam os seguintes aspectos da satisfação conjugal: a) interação conjugal (itens 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 21); b) aspectos emocionais (itens 11, 12, 13, 14, 18); c) aspectos estruturais (itens 9, 15, 16, 17, 19, 20, 22, 23, 24).

A subescala de interação conjugal avalia a forma como a pessoa se percebe satisfeita com os comportamentos do cônjuge, tais como a comunicação do casal e a frequência de certos comportamentos na interação do casal. A subescala de aspectos emocionais avalia a forma como a pessoa se percebe satisfeita com a maneira pela qual o cônjuge expressa sentimentos dentro da relação. E a subescala de aspectos estruturais avalia a forma como a pessoa se percebe satisfeita com o modo pelo qual o cônjuge estabelece e cumpre regras na convivência conjugal.

Procedimentos de Coleta e Análise de Dados

A pesquisa iniciou-se após aprovação do Conselho de Ética da instituição da qual as autoras fazem parte (parecer nº. 068/2009). Foi utilizada uma amostra de conveniência com base na rede social das pesquisadoras e colaboradores da pesquisa, de modo que fossem contatados possíveis participantes que atendessem aos critérios para inclusão na amostra, isto é, pessoas casadas há pelo menos 3 anos, com escolaridade a partir do ensino fundamental completo.

As pessoas que aceitaram participar do estudo, receberam um envelope com os instrumentos de pesquisa, além da ficha do participante e do TCLE, que continha informações sobre a pesquisa. Os participantes podiam optar por responder na hora ou levar o material para casa e devolver ao pesquisador em uma data combinada, sendo que a maioria das pessoas preferiu levar os instrumentos para responder em casa. Foram distribuídos cerca de 250 envelopes contendo os instrumentos do estudo, dos quais retornaram 120 satisfatoriamente preenchidos, que foram utilizados nas análises da pesquisa. O tempo de aplicação do material da pesquisa, compreendendo a distribuição e o recolhimento dos instrumentos, foi de aproximadamente três meses.

Os dados dos participantes foram computados e analisados estatisticamente por meio do software SPSS – Statistical Package for the Social Sciences (versão 17). Inicialmente, foram obtidos os dados descritivos da amostra e foi extraída a consistência interna de cada instrumento para a amostra estudada. Posteriormente, foram realizadas as seguintes análises: Teste t, a fim de analisar possíveis diferenças de gênero da amostra; Correlação de Pearson, para analisar a relação entre as variáveis (raiva, empatia conjugal e satisfação conjugal); e Regressão linear múltipla, com o objetivo de compreender o efeito das variáveis raiva e empatia conjugal (variáveis explicativas) sobre a variável satisfação conjugal (variável critério).

 

Resultados

A Tabela 1 apresenta os dados descritivos da amostra em termos de sexo, escolaridade, status da relação (primeiro casamento ou não), idade, tempo de casamento e número de filhos.

 

 

A consistência interna dos instrumentos utilizados nesta pesquisa foi calculada a partir dos resultados do coeficiente Alfa de Cronbach, sendo possível verificar que os instrumentos apresentaram boa confiabilidade para a amostra analisada: ESC (0,91); QEC (0,84); e S.T.A.X.I. (0,81).

Quanto às diferenças de resultados entre os gêneros, dos aspectos que apresentaram significância estatística, verificou-se que na amostra estudada, os homens se perceberam como mais empáticos do que as mulheres no contexto conjugal (p < 0,05). Em relação à satisfação conjugal, os homens se declararam mais satisfeitos do que as mulheres com a Interação Conjugal (p < 0,001), e também mais satisfeitos com os Aspectos Estruturais do casamento (p < 0,01). Já no que diz respeito à raiva, as mulheres apresentaram níveis maiores de Traço de Raiva (p < 0,05) e Reação de Raiva (p < 0,01) do que os homens. Os homens, por sua vez, apresentaram maiores níveis de Controle da Raiva do que as mulheres (p < 0,01). Não houve diferença significativa entre os gêneros para as demais subescalas do estudo.

A fim de verificar a correlação entre as medidas, foi realizado o cálculo da correlação de Pearson de acordo com os escores gerais das medidas de empatia conjugal, raiva e satisfação conjugal, onde é possível observar que a empatia conjugal teve correlação positiva, moderada e significativa com a satisfação conjugal (r = 0,48; p < 0,001), enquanto a raiva manteve correlação negativa e significativa com a satisfação conjugal (r = -0,30; p < 0,01).

Na análise das correlações entre os fatores do Questionário de Empatia Conjugal, do S.T.A.X.I. e da Escala de Satisfação Conjugal (Tabela 2), constatou-se que a empatia conjugal se correlacionou significativamente com os três fatores da satisfação conjugal, apresentando maior correlação com os Aspectos Estruturais.

 

 

Em relação à raiva, o fator Estado de Raiva correlacionou-se negativa e significativamente com os fatores Interação Conjugal e Aspectos Emocionais, porém não significativamente com o fator Aspectos Estruturais da satisfação conjugal. Os fatores Traço de Raiva e Raiva para Fora correlacionaram-se negativa e significativamente com todos os fatores da satisfação conjugal. O fator Controle da Raiva correlacionou-se significativamente apenas com o fator Interação Conjugal e de forma positiva. Finalmente, o fator Raiva para Dentro não se correlacionou significativamente com nenhum dos fatores da Escala de Satisfação Conjugal.

Quanto à correlação entre os fatores da raiva e a empatia conjugal, observa-se que, assim como no caso da satisfação conjugal, todos os fatores da raiva estão relacionados negativamente com a empatia conjugal, exceto o Controle da Raiva. Para a amostra analisada, os fatores que apresentaram correlações negativas e significativas com a empatia conjugal foram: o Traço de Raiva (r = -0,23; p < 0,05), o Temperamento (r = -0,19; p < 0,05), a Reação de Raiva (r = -0,18; p < 0,05), e Raiva para Fora (r = -0,23; p < 0,05). Já o Controle da Raiva, apresentou correlação positiva e altamente significativa com a empatia conjugal (r = 0,28; p < 0,01). Os fatores Estado de Raiva, Raiva para Dentro e Expressão de Raiva não apresentaram correlações significativas estatisticamente com a empatia conjugal.

Para avaliar o efeito das variáveis explicativas (empatia conjugal e raiva), bem como algumas variáveis descritivas (idade, sexo, escolaridade, tempo de casamento, status da relação, número de filhos) sobre a variável critério (satisfação conjugal), foi utilizado o teste da regressão linear múltipla. Dessa maneira, optou-se por realizar esta análise em duas etapas, quais sejam: a) os efeitos das variáveis descritivas sobre cada um dos fatores da satisfação conjugal (Tabela 3); b) os efeitos da empatia conjugal e dos fatores da raiva sobre cada um dos fatores da satisfação conjugal. A seguir são apresentados os resultados encontrados para cada fator da satisfação conjugal.

 

 

Com relação à Interação Conjugal, considerando as variáveis sóciodemográficas, pode-se conferir que, juntas, elas foram responsáveis por 14% da variância da satisfação com a Interação Conjugal (F(6, 113) = 4,28); p < 0,01). Destas, o sexo foi a variável que explicou a maior variância na Interação Conjugal, seguida pelo número de filhos. As outras variáveis não apresentaram significância quando consideradas isoladamente.

Analisando os efeitos dos fatores da raiva e da empatia conjugal, constatou-se que em conjunto, eles foram responsáveis por 16% da variância da satisfação com a interação no casamento, onde apenas a empatia conjugal foi capaz de influenciar significativa e positivamente a satisfação com a Interação Conjugal (β = 0,30; t = 3,36; p < 0,01).

Quanto aos Aspectos Emocionais, as variáveis sociodemográficas explicaram 5% deste fator da satisfação conjugal (F(6, 113) = 2,23; p < 0,05). O sexo e a idade afetaram significativamente a satisfação com os Aspectos Emocionais. Já o tempo de casamento, influenciou de forma significativa e positiva os Aspectos Emocionais.

A raiva e a empatia conjugal tiveram influência de 17,5% sobre os Aspectos Emocionais (F (8,11) = 4,16; p < 0,001). O QEC afetou positiva e significativamente os Aspectos Emocionais (β = 0,30; t = 3,41; p < 0,01), enquanto a Reação de Raiva influenciou negativa e significativamente esse fator (β = -0,69; t = -2,59; p < 0,05).

No que concerne aos Aspectos Estruturais da satisfação conjugal, quando consideradas as variáveis sociodemográficas, estas tiveram um efeito de 6% (F (6,113) = 2,43; p < 0,05). Das variáveis descritivas, apenas o sexo apresentou influência significativa sobre os Aspectos Estruturais.

As variáveis empatia conjugal e raiva explicaram 19,8% da variância da satisfação em seus Aspectos Estruturais (F (8,111) = 4,67; p < 0,001), onde somente a empatia apresentou influência significativa sobre este fator (β = 0,40; t = 4,58; p < 0,001).

 

Discussão

Esta pesquisa se propôs a investigar a influência dos fenômenos da empatia conjugal e da raiva sobre a satisfação conjugal. A partir dos resultados obtidos, podemos sugerir, de maneira geral, que a expressão de empatia na relação conjugal está diretamente relacionada à satisfação no casamento. Além disso, a experiência e a expressão da empatia na relação conjugal influem na satisfação com o casamento. Desse modo, os dados sugerem que o fato de uma pessoa ser empática no contexto conjugal repercute positivamente para que esta se sinta satisfeita com os comportamentos do cônjuge (aspectos interacionais), com a maneira pela qual o cônjuge expressa sentimentos dentro da relação (aspectos emocionais) e com o modo pelo qual o cônjuge estabelece e cumpre regras na convivência conjugal (aspectos estruturais).

Considerando o primeiro fator da medida de satisfação conjugal (interação conjugal), tal achado é congruente ao se levar em conta que a comunicação é uma dimensão fundamental da interação da díade (Figueredo, 2005), e, portanto, os modos pelos quais os cônjuges expressam seus sentimentos e pensamentos no casamento irão repercutir na satisfação com o relacionamento. Dessa maneira, uma pessoa que é empática no casamento, provavelmente estará mais disposta a tentar compreender as razões de seu companheiro(a), ouvindo com sensibilidade e respeito (Oliveira et al., 2009), o que terá efeitos positivos sobre a forma como o outro cônjuge responde a essa interação (Figueredo, 2005). Como resultado, vemos uma linha de reciprocidade, onde a empatia manifestada por um dos cônjuges promove mais sentimentos de satisfação, assim como a manifestação de comportamentos também gratificantes para o seu par (Nichols, 1995). Além disso, a própria experiência da empatia promove a satisfação pessoal, uma vez que componentes da empatia, tais como o altruísmo, favorecem um senso de autoconfiança e promovem sentimentos gratificantes para o próprio indivíduo (Falcone et al., 2008).

Em relação aos Aspectos Emocionais, a empatia pode colaborar para a percepção de satisfação na medida em que ser empático envolve processos cognitivos subjacentes tais como a autoconsciência, a flexibilidade mental, a consciência do outro e a regulação de emoções (Decety & Jackson, 2004). Uma vez que a correta interpretação das situações, dos gestos e da fala do outro dependem dos mecanismos citados, o fato da pessoa ser empática no casamento repercute no modo como ela percebe as situações do contexto conjugal, tendo relação com os modos pelos quais ela experimenta certos sentimentos, e, portanto com a forma como avalia o casamento (Beck, 2003; Dozier, 2004; Falcone, 2000).

Quanto à satisfação com os Aspectos Estruturais, os quais dizem respeito aos modos pelos quais o cônjuge estabelece e cumpre regras na relação conjugal, é plausível que este seja um aspecto que demande constante diálogo entre o casal, no sentido de se chegar a um entendimento comum. Com isso, Falcone (2000) aponta que, por meio da empatia, as pessoas se tornam mais dispostas e flexíveis ao diálogo, tornando possível um acordo entre as partes.

Enquanto a empatia promove satisfação conjugal, a forma inadequada de experimentar e expressar a raiva também se relacionaram, nesse estudo, à insatisfação conjugal. A correlação de Pearson demonstrou que o Controle da Raiva foi o único fator que se correlacionou positivamente à satisfação com a Interação Conjugal, sugerindo que indivíduos capazes de controlar e manifestar a raiva adequadamente são mais satisfeitos no casamento. Uma vez que o controle diz respeito à dimensão funcional da raiva, este achado é concordante com a concepção de Lipp (2005) de que o problema não está na presença da raiva, mas no modo e na frequência com a qual ela é expressa nas relações interpessoais. Assim, a tendência a sentir e expressar raiva de forma disfuncional, presente nos padrões interpessoais de indivíduos que apresentam baixa tolerância às frustrações interpessoais, impulsividade, ou que costumam ruminar sobre as insatisfações com os comportamentos dos outros, parece estar relacionada com a insatisfação no casamento.

Entretanto, o teste de regressão linear múltipla indicou que apenas a Reação de Raiva manteve influência significativa e negativa sobre a satisfação com os Aspectos Emocionais do casamento. Assim, reagir com raiva no contexto de um relacionamento íntimo pode levar a outra pessoa a experimentar o mesmo sentimento, uma vez que as emoções tendem a ser contagiosas (Goleman, 2006), dando início a um ciclo de respostas emocionais negativas de ambos os parceiros (Beck, 2003). A frequência aumentada desse ciclo é concordante com estudos que constataram carência de trocas afetuosas em relacionamentos permeados pela vivência de raiva (McKay et al., 2001), estando essa condição relacionada à percepção de insatisfação conjugal (Waldinger et al., 2004).

No que diz respeito às relações entre empatia conjugal e raiva, os resultados desta pesquisa nos levam a duas constatações. Primeiro, a disposição pessoal a fi car irritado, a reagir com raiva frente a eventos adversos e a manifestar a raiva nas relações interpessoais (ou dirigi-la a objetos), relaciona-se de maneira inversa à experiência de empatia, uma vez que ser empático inclui a capacidade de regular as próprias emoções (Decety & Jackson, 2004), e está associado a um repertório de comportamentos prossociais (Falcone, 2000), tais como o diálogo, e o exercício de compreensão e entendimento das razões do outro.

Em segundo lugar, a capacidade de controlar a raiva, que implica no manejo adequado da forma como esta é expressa, está positivamente relacionada à expressão de empatia conjugal. Tal achado é coerente com os resultados do estudo de Falcone, Bussab e Ferreira (2009), no qual a empatia é descrita como uma habilidade moderadora da raiva. Dessa maneira, respondendo a um dos objetivos de nossa investigação, encontramos que a empatia relaciona-se de maneira inversa aos níveis da raiva disfuncional, e positivamente à expressão adequada de raiva (controle da raiva).

Assim, os resultados sugerem que a empatia atua como mediadora da satisfação conjugal em duas vias: aumentando as interações positivas entre os casais, e reduzindo o impacto de emoções negativas, como a raiva, no curso das interações entre os parceiros. Uma vez que a empatia pode funcionar como uma habilidade moderadora da raiva (Falcone, 2008), ela repercute positivamente sobre a satisfação conjugal.

De acordo com o teste de regressão linear múltipla, as mulheres apresentaram maior insatisfação com o casamento nas três dimensões analisadas, algo que é condizente com os achados de uma pesquisa realizada por Fehr, Baldwin, Collins, Patterson e Benditt (1999), onde as mulheres relataram insatisfação em diversos aspectos da vida conjugal. Para esses autores, homens e mulheres encaram o casamento de formas distintas, onde no caso feminino, o relacionamento íntimo assume uma maior dimensão em relação aos aspectos de realização pessoal e autoestima. Nesse sentido, as mulheres tenderiam a se sentir mais insatisfeitas por valorizarem mais o contexto conjugal do que os homens.

O número de filhos se correlacionou inversamente à satisfação com a interação conjugal, um achado que é congruente com os resultados de uma pesquisa realizada por Sardinha et al. (2009). Isto talvez se justifique pelas mudanças ocorridas no casamento, onde este passou a ser centrado muito mais no individualismo do que na constituição da família (Jablonski, 2009). Com o aumento do número de fi lhos, a satisfação com os aspectos da interação com parceiro tende a diminuir, já que o tempo e a dedicação investidos no cônjuge devem dividir espaço com a dedicação à criação dos filhos. Tais condições podem também demandar maior esforço para compreender e considerar as expectativas do cônjuge.

O tempo de casamento influenciou significativamente a satisfação com os Aspectos Emocionais. Esse resultado é condizente com uma pesquisa realizada por Norgren et al. (2004), a qual indica que indivíduos casados há muito tempo são capazes de manter a satisfação no casamento, manifestando interesse pelo cônjuge, amor e amizade, bem como compartilhando objetivos e valores. Entretanto, no presente estudo, a idade dos participantes apresentou correlação inversa com os Aspectos Emocionais. Pode-se considerar que com o passar dos anos, as pessoas se transformam de acordo com suas experiências de vida, o que repercute em mudanças também sobre a forma de pensar, sentir e agir dentro da relação conjugal, requerendo dos cônjuges um contínuo processo de adaptação. Dessa forma, tais resultados, em conjunto, indicam que se os casais possuem habilidades para lidar com as transformações inerentes da vida, o tempo não constitui um fator que compromete a satisfação no casamento. O mais importante parece ser a forma como os casais lidam com as mudanças decorrentes do tempo.

Constatou-se nessa amostra que os homens se perceberam mais satisfeitos com os fatores da Interação Conjugal e dos Aspectos Estruturais do casamento, além de se revelarem mais empáticos na relação conjugal. As mulheres, por sua vez, apresentaram maiores níveis de Traço de Raiva e Reação de Raiva, enquanto os homens apresentaram maiores níveis de Controle da Raiva. Tais resultados confirmam a falta de unanimidade nos estudos sobre diferenças de gênero, tais como os de Baron-Cohen (2004), e de Mestre, Samper, Frías e Tur (2009), onde o primeiro realizou uma revisão sobre o tema apontando os fatores que repercutem para as diferenças de manifestação de empatia entre homens e mulheres, e o segundo apontou como resultados de sua pesquisa que as mulheres seriam mais empáticas do que os homens.

Parece plausível que homens e mulheres possuem maneiras diferentes de lidar com a relação conjugal, na medida em que as mulheres tendem a perceber aspectos do casamento de forma mais insatisfatória do que os homens (Fehr et al., 1999). Entretanto, esses achados devem ser considerados com cautela, uma vez que seriam necessários mais estudos com diferentes metodologias para se chegar a um resultado conclusivo.

O fato das mulheres apresentarem maiores níveis de certos fatores da raiva, também pode estar vinculado à dupla jornada de trabalho feminina e a re-divisão de tarefas dentro de casa (apenas 15% das mulheres da amostra se declararam donas de casa), o que, segundo Jablonski (2007), muitas vezes se dá de maneira conflitiva, por conta da relutância masculina em participar de tarefas domésticas. Dessa maneira, talvez seja demandado muito mais esforço das mulheres em manifestar empatia no casamento do que dos homens, já que elas lidam constantemente com o cansaço e o estresse relacionados aos cuidados com a casa, com os filhos, com o trabalho, e com a própria relação conjugal.

 

Considerações finais

Os resultados desta pesquisa sugerem que a empatia, manifestada no contexto conjugal, exerce influência sobre a satisfação com o casamento, ao passo que a raiva disfuncional colabora para a percepção de insatisfação com certos aspectos da vida conjugal. Neste sentido, chama atenção o fato da expressão funcional da raiva se associar positivamente com a interação conjugal, indicando não só a necessidade de formas mais adaptativas de expressão de raiva nas relações interpessoais, como também demonstrando que a raiva pode motivar interações mais proveitosas ao estimular as pessoas a buscarem soluções para os seus problemas. Assim, a empatia aparece enquanto uma alternativa que permite dirigir a raiva no contexto das relações íntimas de forma mais apropriada, promovendo mais qualidade nas interações entre os cônjuges, um achado importante a ser considerado na prática clínica com casais. Uma vez que a empatia pode funcionar como um ingrediente moderador da raiva na relação conjugal, sugere-se que esta habilidade seja desenvolvida como um recurso favorecedor da comunicação entre casais.

Entretanto, a complexidade dos fenômenos investigados indica a necessidade de estudos posteriores com diferentes metodologias, de modo a obter mais confirmações desses resultados.

 

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Endereço para contato
E-mail: milapsic@hotmail.com

Recebido em outubro de 2010
Aceito em agosto de 2012

 

 

Camila Morais Ribeiro: Psicóloga. Mestre em Psicologia Social pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Vanessa Dordron de Pinho: Psicóloga da Fundação de Saúde de Angra dos Reis. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Mestre em Psicologia Social pelo mesmo programa.
Eliane Mary de Oliveira Falcone: Docente da graduação e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).