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Aletheia

versão impressa ISSN 1413-0394

Aletheia  no.43-44 Canoas ago. 2014

 

ARTIGOS EMPÍRICOS

 

Representações sociais sobre a psicologia e o psicólogo em universitários de uma faculdade privada de Rondônia, Brasil

 

Social representations of psychology and psychologist at private university of the Rondônia, Brazil

 

 

Cleber Lizardo de Assis; Géssica Alves de Souza Matthes

Faculdades Integradas de Cacoal - UNESC/RO

Endereço para contato

 

 


RESUMO

A Psicologia e o Psicólogo no Brasil ainda são marcados por diversos estereótipos sociais. A partir da Teoria das Representações Sociais, busca-se identificar as representações sociais sobre a Psicologia e o Psicólogo em sujeitos universitários de uma Faculdade Privada de Rondônia. Estudo quantitativo, com instrumento próprio e uma amostra de 110 sujeitos. Resultados: o psicólogo tem importância social, como um estudioso do comportamento, da mente, das emoções e dos relacionamentos humanos, com locus de trabalho na área da saúde, escolar, jurídica, organizacional e do trabalho, e clínica; visto como uma pessoa normal, embora "complicado", utilizando da dinâmica de grupo, escuta, testes e "conselhos" como instrumentos de trabalho; sobre a relação Psicologia-outros campos de saber, busca-se na religião, amigos e familiares a resolução de problemas, sem diferenciar bem a Psiquiatria da psicologia. Conclui-se que uma percepção do psicólogo e da psicologia vem se modificando diante de estereótipos e representações sociais tradicionais.

Palavras-chave: Representação Social, Psicólogo, Psicologia.


ABSTRACT

The Psychology and Psychologist in Brazil are still marked by many social stereotypes. From the Theory of Social Representations, we seek to identify the social representations of Psychology and Psychologist in university subjects a Private School of Rondônia. Quantitative study, with own instrument and a sample of 110 subjects; Results: psychologist has social importance, as a scholar of behavior, mind, emotions and human relationships with locus of work in health, education, legal, organizational and work, and clinic; seen as a normal person, although "complicated", using group dynamics, listening, testing and "advice" as working tools; on the relationship psychology-other fields of knowledge, we seek in religion, friends and family problem solving, without differentiating well Psychiatry of the Psychology; We conclude that a perception of psychologists and psychology has been changing the face of traditional stereotypes and social representations.

Keywords: Social Representation, Psychologist, Psychology.


 

 

Introdução

A Psicologia é uma profissão recente que vem conquistando mais espaço em campos de atuação e teorias, além de estar em constante crescimento e aprimoramento profissional no Brasil, desde sua regulamentação da Lei n° 4.119 de 27 de agosto de 1962 (Brasil, 1962), no entanto, ainda é uma profissão bastante estereotipada como ligada apenas à clínica e cujo profissional visto como um "médico de doido" entre outros. Tais estereótipos podem ser percebidos mesmo nesta região do Estado de Rondônia, onde o curso de psicologia tem sido ofertado e onde tem formado as primeiras turmas entre os anos de 2010 a 2012. Mas, como seria a representação social que o público universitário tem dessa profissão e profissional? Há elementos-comuns entre sua percepção e o chamado "senso comum"? Os diversos estereótipos tradicionais acerca desse profissional e profissão tem sofrido modificações?

Considerando que tem havido uma imagem social distorcida e equivocada junto ao público leigo e também de profissionais do ramo acerca do psicólogo e da Psicologia, (Mello, 1975; CFP, 1988; Carvalho & Kavano, 1982; Leme, Bussab & Otta, 1989, Weber, 1991; Weber, Rickli & Liviski, 1994), assim como carece de pesquisas sobre as percepções e modos de compreensão social sobre a psicologia na região norte do país (estado de Rondônia, em especial), justifica-se a necessidade de estudos sobre a representação social dessa profissão e profissionais.

Nesse sentido, objetiva-se identificar quais as Representações Sociais sobre a profissão Psicologia e o profissional Psicólogo em sujeitos universitários de uma Faculdade Privada de Cacoal-RO.

A psicologia no Brasil

No Brasil, a Psicologia passou a ser ensinada no início do século XIX, na Faculdade de Direito de São Paulo, como parte de uma mais abrangente "ciência do homem" e na década de 1930 é inserida no ensino superior, com a criação da primeira Universidade de Ensino Superior do País, a USP, em São Paulo, no ano de 1934, de forma que até o início daquele século "não havia no Brasil uma psicologia propriamente dita, com terminologia própria, um conhecimento definido ou uma prática reconhecida", mas "mesmo assim, era crescente o interesse da elite brasileira pela produção e aplicação de saberes psicológicos" (Pessotti, 1988, citado por Pereira & Neto, 2003, p.21). Daí surgiram os testes de inteligência, um maior interesse pela subjetividade e uma atração por estudos do comportamento humano e com forte influência/relação com o saber médico (Pereira & Neto (2003).

Segundo Pereira e Neto (2003), enquanto a psicologia desenvolvia um conhecimento especializado e conquistava um mercado consumidor de seus serviços, começaram a ser elaborados anteprojetos para a regulamentação da profissão e no dia 27 de agosto de 1962 foi aprovada a Lei nº 4.119, que regulamentou a profissão de psicólogo, ano em que foi emitido o Parecer 403 do Conselho Federal de Educação (Brasil, 1962), estabelecendo o currículo mínimo e a duração do curso universitário de Psicologia. Já num aspecto profissional, de acordo com o Catálogo Brasileiro de Ocupações (Conselho Federal de Psicologia 2008), as áreas de atuação do Psicólogo são a Psicologia Clínica, Psicologia do Trabalho, Psicólogo do Trânsito, Psicólogo Jurídico, Psicólogo Educacional, Psicólogo do Esporte, Psicólogo Social e Professor de Psicologia (Ensino Superior), no entanto, há diversas áreas de inserção atual da Psicologia e que não estão citadas nesse Catálogo.

Representação social da psicologia e do psicólogo

Sem nos aprofundar na história rica e fecunda da Psicologia no país, importa apresentar sucintamente o marco teórico-conceitual para, em seguida, fazer uma breve exposição do que tem se configurado em "representações sociais" da Psicologia e do Psicólogo no Brasil. Para o criador dessa Teoria das Representações Sociais, Moscovici (2012, p.37):

Essas representações, que são partilhadas por tantos, penetram e influenciam a mente de cada um, elas não são pensadas por eles; melhor, para sermos mais precisos, elas são repensadas, recriadas e reapresentadas.

O conceito de Representação Social designa um conhecimento específico do senso comum, relacionado a uma forma de pensamento social, produzido e partilhado nas relações que as pessoas estabelecem entre si. Dessa forma, o profissional da Psicologia, é visto socialmente como sujeito integrado à comunidade, mas também contribui com o seu fazer cotidiano e para essas inter-relações que forjam o estabelecimento de Representações Sociais acerca de seu papel e de sua prática, o que é reconstruído de forma dinâmica entre o conhecimento científico e o chamado "senso comum" (Sancovschi, 2007; Lahm & Boeckel, 2008; Araújo, 2008; Arruda, 2002).

Já para Borsezi (2006), a representação social constitui-se através de diversas mediações realizadas de diferentes formas, como os meios de comunicação de massa, principalmente os televisivos, por pessoas que já utilizaram os serviços de um Psicólogo, por exemplo. É neste "lugar" social que se formam as representações sociais que são apropriadas pelo discurso científico, a partir da análise do discurso sobre "os outros" ou sobre fenômenos como profissões – alvo deste estudo. Ou seja, este pressuposto de apropriação sugere que um discurso pode ser agrupado e estudado, de acordo com as verbalizações dos sujeitos sobre algo/alguém.

Nesse sentido, adotamos alguns estudos sobre a RS da Psicologia/Psicólogo para nosso comparativo, tal como em Praça e Novaes (2004, p.2), numa pesquisa realizada em 1999, com 375 alunos de graduação na área da saúde, sobre a sua visão em relação a prática do profissional de psicologia, onde a maioria das respostas revela como objeto de estudo da Psicologia o comportamento e os fenômenos psicológicos; como local/área de trabalho, evidenciou-se um alto índice que apontou o hospital, a escola, a clínica e o presídio; em relação ao objetivo Profissional, revelou um maior percentual em melhorar a qualidade de vida; no item Instrumento do Psicólogo, o maior índice referiu-se a ouvir, aplicação de entrevistas, testes e dinâmicas de grupo; na categoria Características do Psicólogo, o maior índice foi de respostas observador, equilibrado e confiável; na categoria Credibilidade do Trabalho, as respostas mostraram uma representação altamente positiva em relação ao profissional de psicologia; já em relação à Imagem da Psicologia e do Psicólogo, a subcategoria "De médico, psicólogo e louco todo mundo tem um pouco", mostra um índice percentual de 37,9% para os estudantes de outros cursos e, para os de Psicologia, 14%, considerando que, nessa subcategoria está presente a representação de que o psicólogo é "maluco", equiparando psicólogo e louco, apontando certa forma de contradição em relação aos dados encontrados na categoria "características do psicólogo" onde aquele profissional é visto como "observador, equilibrado e confiável."

Já Weber, Paiva e Biscaia (2005)1 realizaram uma pesquisa em que foram comparados os dados de Weber (1991), com o objetivo de identificar a imagem que se tem do Psicólogo e da Psicologia em uma amostra de 400 pessoas de ambos os sexos com idade entre 18 e 60 anos, indicando: Sobre o objeto e a natureza da Psicologia, predominaram respostas como "tipo de conhecimento" (43,3%), "ciência (15,5%) e 31,8% não conseguiram definir a Psicologia, o que comparando com a pesquisa de Weber (1990) percebeu-se um declínio no número de pessoas que definem a psicologia como ciência, de 29,1% em 1990 para 15,5% dos participantes em 2002.

Se referindo ao objeto da Psicologia, a maioria das respostas referiu-se a "pessoa/ser humano/personalidade" (37,5%), "funções mentais e sentimentos" (27%) e 16,5% não sabiam definir o objeto da Psicologia. Comparando com a pesquisa de 1990, o maior resultado se referia às funções mentais e o segundo objeto mais citado foi o "comportamento humano", o que nos mostra uma significativa diferença. (Weber, Paiva e Biscaia, 2005).

Sobre a definição do Psicólogo ("quem é e o que faz o Psicólogo?"), 53,3% consideraram o Psicólogo um profissional, 34,8% não souberam especificar e 12% o definiram como uma pessoa qualquer ou um amigo, diferente da pesquisa de 1990, onde o Psicólogo era visto como uma pessoa qualquer e nesta de 2002 já é visto como um profissional (Weber, Paiva e Biscaia, 2005). De forma relacionada, sobre "o que faz um Psicólogo?", 55% dos entrevistados apontaram como função, "ajudar, conversar e orientar o cliente", "tratar a saúde mental" (16%) e "resolver problemas" (8,6%), diferente da pesquisa de 1990, onde a maior frequência de respostas foram em relação a "tratar de saúde mental e problemas mentais" (21,5%) e "ajudar/conversar/orientar" (20,5%).

Outros elementos e categorias dessa pesquisa não serão abordados aqui, mas segundo Weber, Pavei e Biscaia (2005), pode-se perceber com essa pesquisa que, tanto em 1990 quanto em Weber (1991), a Psicologia é considerada uma profissão, mas poucos a consideram como ciência, cabendo à categoria de Psicólogos lutar para mudar essa realidade de como somos vistos por pessoas leigas.

Já a pesquisa de Leme, Bussab e Otto (2008), em relação ao campo de representação ou imagem, investigou-se o que os sujeitos entendem do trabalho do Psicólogo, por categorias aproximativas como "guia espirituais" e "confidentes". Na primeira parte, identificou-se que a maior incidência de respostas recai na aproximação em relação às profissões: aqui obteve-se respostas como "é médico de louco", onde a aproximação é com a psiquiatria, "exerce uma função assistencial" e ainda, numa aproximação com a Psicanálise, respostas do tipo "a imagem de um paciente deitado no divã contando sua vida", seguida pela dos guias espirituais; ocorreram ainda, além de uma "mistura de pai-de-santo com profissionais de segunda categoria", "o público leigo imagina o Psicólogo como um bruxo", "um mago com poderes de resolver problemas a curto prazo" e com igual frequência, a imagem do pai, amigo e do conselheiro (Leme, Bussab e Otto, 2008). O psicólogo ainda foi rotulado como "um profissional do blábláblá, e ainda por cima atuando apenas com a elite", mas também como "alguém não tão necessário a sociedade, um capricho ou privilégio para algumas poucas pessoas" (Leme, Bussab e Otto, 2008, p.5). O emprego do rotulo "charlatão" traz a ideia de cobranças ilegítimas ao cobrar pelo serviço prestado ("um charlatão que cobra caro pelo que aprendeu numa faculdade fácil"). Segundo Leme, Bussab e Otto (2008), essa categoria de resposta está ligada ao preconceito e desconhecimento em relação ao Psicólogo.

Já no âmbito geográfico de nosso estudo, no contexto da região Norte do país foi criado o Conselho Regional de Psicologia, com a Resolução do CFP n° 005/11, onde instituiu o CRP-20: "Art. 1 o – Fica criado o Conselho Regional de Psicologia da 20 a Região, de sigla CRP-20, com jurisdição nos estados de Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima, e com sede na cidade de Manaus – AM." (Conselho Federal de Psicologia, 2011). Dessa forma, em Rondônia o curso de psicologia é ofertado em faculdades privadas e pública das cidades de Cacoal, Pimenta Bueno, Rolim de Moura e Vilhena, Ariquemes e na Capital Porto Velho e, nesse contexto, objetiva-se verificar as percepções e representações sociais sobre essa ciência e profissão em universitários dessa região do país.

 

Método

Participaram da pesquisa 110 sujeitos de ambos os sexos (55 homens e 55 mulheres), com idade acima dos 18 anos, estudantes de uma faculdade privada da cidade de Cacoal/RO, escolhidos aleatoriamente a partir dos cursos: Administração, Ciências Contábeis, Economia, Biomedicina, Engenharia Ambiental e Arquitetura.

Os critérios para a seleção e aplicação do instrumento excluem estudantes de psicologia e pessoas que fizeram ou fazem atendimento psicológico com psicólogo, por serem considerados pelos pesquisadores, de menor contato direto e permanente com esse profissional. Para a determinação estatística da amostra, foi feito um cálculo para a configuração do tamanho da amostra com base na estimativa da proporção populacional da referida faculdade2.

Foram elaborados e aplicados os seguintes instrumentos: 1) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; 2 – Formulário Estruturado autoaplicativo em Escala Likert, com questionário sociodemográfico integrado, criados pelos autores (em anexo).

A Escala Likert consiste em um tipo de escala psicométrica, usada habitualmente em questionários e é utilizada em pesquisas de opinião, especialmente em pesquisas quantitativas, e se harmonizou com a natureza de nosso problema investigado, de modos que a associamos às categorias de análise de cunho qualitativo, permitindo um cruzamento metodológico quantitivo e qualitativo, viabilizando a apreensão das representações sociais do sujeito.

Para a coleta de dados, foram elaboradas as seguintes categorias e suas respectivas frases evocativas criadas pelos pesquisadores a partir das pesquisas supracitadas e que serviram para que o sujeito manifestasse sua opinião e percepção a respeito da profissão Psicologia e do profissional Psicólogo:

Categoria 1 – Importância e Credibilidade Profissional:
A Psicologia e o Psicólogo tem importância na sociedade
A Psicologia e o Psicólogo são importantes para a saúde mental das pessoas

Categoria 2 – Atribuições do Psicólogo:
O Psicólogo estuda e trata o comportamento humano
O Psicólogo estuda e trata a mente humana
O Psicólogo estuda e trata das emoções humanas
O Psicólogo estuda e trata dos relacionamentos humanos
O Psicólogo contribui para a saúde mental e qualidade de vida humana
O Psicólogo serve para resolver problemas que o psiquiatra não resolve

Categoria 3 – Áreas de Atuação do Psicólogo:
O Psicólogo atua na clínica
O Psicólogo atua na área da saúde
O Psicólogo atua na área educacional
O Psicólogo atua na área social
O Psicólogo atua na área organizacional e do trabalho
O Psicólogo atua na área jurídica
O Psicólogo atua na área esportiva

Categoria 4 – Características e Imagem Social do Psicólogo:
O Psicólogo é uma pessoa bem resolvida emocionalmente
O Psicólogo é uma pessoa que compreende os problemas humanos
O Psicólogo é uma pessoa "complicada"
O Psicólogo é uma pessoa liberal
Sobre a expressão: "psicólogo é coisa para doido"
Sobre a expressão: "de psicólogo e louco, todo mundo tem um pouco"

Categoria 5 – Formas e Modos de Trabalho do Psicólogo:
O Psicólogo utiliza da escuta em seu trabalho
O Psicólogo utiliza de testes em seu trabalho
O Psicólogo utiliza de dinâmicas em seu trabalho
O Psicólogo utiliza de conselhos em seu trabalho

Categoria 6 – Relação Psicologia e Outros Campos de Saber:
A religião resolve os problemas em que a psicologia atua
A psiquiatria resolve os problemas em que a psicologia atua
A própria pessoa resolve os problemas em que a psicologia atua
A filosofia resolve os problemas em que a psicologia atua
Amigos e familiares resolvem problemas em que a psicologia atua

A coleta de dados ocorreu de forma coletiva, em sala de aula, durante o período noturno e com a duração média de 20 minutos, após uma apresentação da proposta da pesquisa e orientação de preenchimento do instrumento.

Em relação à análise dos dados, foram tratados de forma quantitativa, por frequência simples, sem correlação de idade, gênero, curso e outras categorias que poderão ser analisadas em estudos posteriores, seguido de produção de gráficos no programa Excell for Windows.

 

Resultados e discussão

Para a elaboração dessa seção, retomamos a noção de "Representação social" postulada por Moscovisci (2012, p.37), especialmente quando a concebe como produto partilhado por sujeitos sociais, de modos que tais representações dinâmicas se "penetram e influenciam" na mente de cada indivíduo, seja na dimensão do pensamento e da prática cotidianas, o que a torna dinamicamente recriada a partir da interação social.

Nesse sentido, ao abordarmos esse tipo de conhecimento específico do "senso comum", devemos relacioná-lo às interações e trocas sociais que ocorrem entre a própria ciência psicológica e o contexto social em suas múltiplas dimensões (tipos de grupos sociais, recortes geográfico, de gênero e formação etc), de modos que, ao explorar a forma como se concebe o profissional Psicólgo e a sua ciência/profissão Psicologia, devemos saber que a partir dessas inter-relações se forjam o estabelecimento das Representações Sociais acerca de seu papel e de sua prática, num processo permanente e dinâmico de reconstrução entre o conhecimento científico e o chamado "senso comum" (Sancovschi, 2007; Lahm & Boeckel, 2008; Araújo, 2008; Arruda, 2002).

Portanto, os dados aqui coletados e analisados referem-se a um restrito recorte contextual e de público com suas respectivas particularidades representacionais sobre o Psicólogo e a Psicologia, mas que devem ser consideradas portadoras de elementos que podem apontar certos conjuntos de sentidos que compõe o discurso social sobre essa ciência e seu profissional num contexto maior.

Concordamos e defendemos a importância do psicólogo/psicologia tal como aparece em destaque em Weber, Paiva e Biscaia (2005, p.3) que ainda ressaltam ser a Psicologia muito mais complexa do que o "senso comum" faz crer, defendendo, nesse sentido, um maior conhecimento de suas possibilidades e seus limites enquanto área de conhecimento e profissão, bem como entender que as subdivisões ocorrentes não são rígidas nem estáticas, mas estão como que entrelaçadas e sempre em movimento, assim como o ser humano. Esse entrelaçar, supomos, ocorre entre o saber social e a ciência, bem como da interação entre a ciência psicológica e o social. Vamos agora aos dados e sua discussão com a literatura pertinente3:

Em relação à Categoria Importância e Credibilidade Profissional, os sujeitos concordam de forma quase unânime (n=104, figura 1) que o psicólogo tem importância na sociedade, sendo o mesmo padrão de resposta que inclui a sua importância na saúde mental das pessoas (n=102, Figura 2), o que aponta um certo conhecimento desta profissão e sua possível contribuição social. Essa importância atribuída ao profissional e à ciência psicológica pode ser atribuída, por complementaridade categórica, à alta frequência de concordância de seu papel junto à atuação junto à saúde mental das pessoas, reconhecida pela maioria quase absoluta (n=102, Figura 2).

 

 

 

Em relação à Categoria – Atribuições do Psicólogo, a maioria compreende que o Psicólogo é um profissional que estuda e trata diversos fenômenos humanos, tais como o "comportamento humano" (n=103, Figura 3), as "emoções humanas" (n=99, Figura 4), a "mente humana" (n= 92, Figura 5), os "relacionamentos humanos" (n=87, Figura 6), o "Psicólogo contribui para a saúde mental e qualidade de vida humana" (n= 86, Figura 7). No entanto, importante salientar que a frase evocativa "O Psicólogo serve para resolver problemas que o psiquiatra não resolve" obteve um índice maior de dúvida (n=45, Figura 8), acima dos dois níveis de concordância (n= 42, Figura 8), o que nos permite inferir que os sujeitos não diferenciam bem a especificidade dessas duas profissões, posto que ambas podem tratar de questões humanas apontadas acima.

 

 

 

 

 

 

 

Os resultados nessa categoria reforçam os resultados da pesquisa de Praça e Novaes (2004, p.15 e 16), em que a representação social da psicologia está associada às questões do comportamento e ao funcionamento psíquico, envolvendo emoções e patologias.

Para Weber, Pavei e Biscaia (2005), se referindo à pesquisa realizada em 1990, constatou-se que o objeto mais citado pela população referia-se às funções mentais ou da alma e sua atuação resumia-se à manutenção da saúde mental. Esses mesmos autores, numa pesquisa de 2005, o objeto mais citado foi o "ser humano". A partir disso, pode-se perceber que a conceituação do objeto da psicologia atribuído pela população na verdade se refere a diversos objetos, ou seja, embora lato sensu, a psicologia tem como "fim maior' o ser humano, sabemos que possui um objeto multifacetado em torno desse humano, sendo que ainda não se pode excluir as dimensões social, política, cultural e religiosa. Já para Tourinho, Carvalho Neto e Neno (2004, p.1), após realizar uma discussão sobre os múltiplos objetos e, portanto, olhares e práticas da Psicologia, "o sucesso de cada abordagem psicológica depende, em alguma medida, do reconhecimento do caráter multifacetado do campo da Psicologia e da capacidade de responder de modo consistente e integrado às diferentes demandas sociais que definem esse campo".

Em relação à Categoria 3 – Áreas de Atuação do Psicólogo, os sujeitos se mostram bem informados em relação ao locus de trabalho do psicólogo, em termos de áreas de atuação profissional, sendo a que obteve o maior índice de concordância, a área da educação (n=96, Figura 9), seguido da área social (n=94, Figura 10), área da saúde (n=93, Figura 11), área organizacional e do trabalho (n= 88, Figura 12), área clínica (n= 73, Figura 13), área esportiva (n= 71, Figura 14) e área jurídica (n= 57, Figura 15). Importante salientar que a área clínica como área de atuação do psicólogo apareceu com um alto índice de dúvida (n=32), bem como um nível médio de dúvida sobre a área jurídica (n=38) e a área esportiva (n=26).

 

 

 

 

 

 

 

 

Importante destacar ainda que, segundo a percepção dos sujeitos pesquisados, os dados coletados parecem contradizer aquilo que aponta a literatura pesquisada sobre as áreas de maior atuação do psicólogo no Brasil e que indicavam ser a área clínica aquela que mais absorve o profissional (Weber, Pavei & Biscaia, 2005).

Por haver um alto índice de dúvida em relação a atuação na área clínica e um maior índice de concordância com a área da educação, seguida da área social, saúde, organizacional e do trabalho, esportiva e jurídica, talvez possamos inferir que essas diversas áreas mais "sociais" e "públicas", bem como as chamadas "emergentes" tem ganhado visibilidade e destaque para tais sujeitos pesquisados, o que lhes favorece maior contato profissional nesses espaços, diferente de sua procura na própria clínica. No entanto, tal hipótese poderia ser verificada em estudos posteriores, mas importa salientar que após 10 anos daquela pesquisa referida acima, pode ter havido uma mudança sobre a representação social sobre o psicólogo e sua área de atuação.

Essa mudança na percepção dos sujeitos pode ser atribuída ainda ao próprio fazer do psicólogo na atualidade, deixando como locus exclusivo a clínica e atuando especialmente junto às políticas públicas, em espaços sociais e institucionais como CRAS, CREAS, CAPS e outros dispositivos, como fruto de uma nova postura social e política da Psicologia engendrada a partir da década de 1990, em que "a profissão foi sendo construída, ou melhor, inventada pelos psicólogos" de modos que "foram sendo inauguradas práticas e novos campos, tornando a Psicologia uma profissão de interesse social." (Bock, 2011, p.1)4.

Em relação à Categoria 4 – Características e Imagem Social do Psicólogo, a subcategoria "O psicólogo é uma pessoa que compreende os problemas humanos" teve alta frequência de concordância (n= 80, Figura 16), ao mesmo tempo que apareceram nas subcategorias "O psicólogo é uma pessoa bem resolvida emocionalmente", uma frequência de concordância (n=39, Figura 17) bem próxima da frequência de resposta "tenho dúvida" (n= 37, Figura 17), além uma alta frequência de discordância (n=34, Figura 17); Somando isso à frequência de discordâncias e dúvidas relacionadas as subcategorias "O Psicólogo é uma pessoa "complicada", onde a maior parte dos sujeitos tiveram dúvidas ou não souberam responder (n= 36, Figura 18), além de um nível expressivo de concordância (n=32, Figura 18), parece apontar que, mesmo não sendo uma pessoa "bem resolvida emocionalmente" e "complicada", é também aquele que compreende as pessoas que trata.

 

 

 

 

Na subcategoria "O psicólogo é uma pessoa liberal", para os sujeitos há uma frequência maior de discordância (n= 42, Figura 19) que o de concordância (n=30, Figura 19), sendo que a maioria teve dúvida sobre essa condição (n=33, Figura 19).

 

 

Valendo-se de frases populares relacionadas à imagem social do psicólogo, em relação à subcategoria "Sobre a expressão: ´de psicólogo e louco, todo mundo tem um pouco" a concordância (n= 46, Figura 20) ficou bem próxima da discordância (n= 43, Figura 20), mas na subcategoria "Sobre a expressão: ´psicólogo é coisa para doido" a frequência maior foi a discordância (n= 70, Figura 21).

 

 

 

Esses resultados apontam uma possível "evolução" do que o público leigo pensa sobre o psicólogo e sua função, demonstrando também que o psicólogo é visto como uma pessoa "normal" (mesmo que "complicado" e não "bem resolvido emocionalmente") e se constitua num profissional que possa compreender o sujeito e lhe ajudar na sua saúde mental, o que não se reduz a tratar de 'doido', confrontando certo estereótipo de que psicólogo tem bola de cristal ou que não comete erros (Bock, 2000, citado por Praça & Novaes, 2004, p.2). Com isso também pode-se dizer que o psicólogo é gente com potencialidades e fragilidades humanas como os sujeitos dos quais se trata.

Tais considerações podem ser verificadas na pesquisa de Weber, Pavei e Biscaia (2005) que discutem haver erroneamente na população uma imagem distorcida e estereotipada em relação ao psicólogo, de modos que no referido estudo, os autores consideram que os resultados derrubaram alguns mitos de grande parte do imaginário social que ainda considera o psicólogo como "médico de loucos" ou que acha que "ninguém precisa procurar um psicólogo".

Na penúltima categoria 5, sobre Formas e modos de trabalho do Psicólogo a frequência de respostas dos sujeitos parece apontar um certo entendimento por parte dos leigos sobre os instrumentos de trabalho utilizados pelos psicólogo, sendo as maiores concordâncias: "O Psicólogo utiliza de técnicas de dinâmica de grupo em seu trabalho" (n= 80, Figura 22), "O Psicólogo utiliza da escuta em seu trabalho" (n= 76, Figura 23), "O Psicólogo utiliza de testes em seu trabalho" (n=75, Figura 24), com o destaque na subcategoria "O Psicólogo utiliza de conselhos em seu trabalho" com uma alta frequência de concordância (n= 83, Figura 25), o que nos remete a certo imaginário persistente de que uma das atribuições do psicólogo é a de ser conselheiro.

 

 

 

 

 

A prevalência de "conselhos" como modo de atuação do psicólogo ainda permanece forte não apenas em sujeitos sem contato direto com aquele profissional, mas ocorre também em estudantes de psicologia, o que se constitui num forte elemento imaginário que persiste no tempo. Já as "técnicas de dinâmicas de grupo" como métodos/formas de atuação do psicólogo, apareceram como destaque e atribuímos isso a uma maior visibilidade da atuação do psicólogo junto aos diversos grupos e organizações e, talvez, a uma postura mais social e menos individualizante, embora a imagem do "aplicador de teste" ainda perdure de acordo com a percepção dos sujeitos, o que pode ser atribuído em grande parte à tradição que marcou o nascimento da psicologia e sua inserção no Brasil, onde marcadamente emergiu como ciência atrelada à psicometria, forjando um imaginário social acerca de seus métodos. (Bock, 2011).

Em relação à Categoria 6 – Relação Psicologia e Outros Campos de Saber, as respostas para as afirmações: "A religião resolve os problemas em que a psicologia atua" teve frequência de concordância maior (n= 41, Figura 26), embora quase a mesma frequência tenha dúvida (n=35, Figura 26), ou seja, a grande maioria de sujeitos preferem procurar na religião a solução para seus problemas psíquicos, enquanto uma grande parcela tenha dúvida sobre o que procurar, o que parece também ignorar a função que cabe à psicologia em seu diferencial da religião.

 

 

Na subcategoria "A psiquiatria resolve os problemas em que a psicologia atua" a frequência de concordância (n=38, Figura 27) foi menor que a de dúvida (n=43, Figura 27), parecendo sinalizar certa indiferenciação entre essas duas categorias profissionais; Na subcategoria "A filosofia resolve problemas em que a psicologia atua", prevaleceu uma alta frequência de dúvida (n=44, Figura 28) em relação às outras opções, apontando ainda uma possível indiferenciação desses dois campos de saberes.

 

 

 

Já na subcategoria "A própria pessoa resolve os problemas em que a psicologia atua", a maior parte dos sujeitos tinha dúvidas (n=38, Figura 29), enquanto aparece um nível similar de concordância (n=35, Figura 29), o que parece apontar que, apesar de considerar importante o papel do psicólogo, ainda se tem dúvida de procurá-lo para resolver seus problemas. Aliás, amigos e familiares tiveram a maior frequência de concordância (n=48, Figura 30) quando se afirmou na subcategoria "Amigos e familiares resolvem problemas em que a psicologia atua", embora diante de um alto índice de dúvida (n=32, Figura 30).

 

 

Nesta categoria pode-se observar que os entrevistados ainda encontram na religião ou em outros saberes a resolução de seus problemas, não dando exclusividade ao Psicólogo, o que, de certa forma, ocorre pelo fato da proximidade histórica de funções que as pessoas atribuem ao psicólogo e que se aproxima de demais papéis como de líderes religiosos, médicos, amigos, (Sarriera & Ribeiro, 1997, citado por Censi, 2006). Nesse sentido, é importante ressaltar que na pesquisa de Weber (1991), a maior parte da amostra não conseguiu definir psicologia ou não a consideram como ciência, o que pode influenciar na descredibilidade do profissional psicólogo.

Assim, pode-se entender que, a partir da representação social do psicólogo apontadas nas frequências de respostas dos sujeitos, ao trabalhar sob influência do modelo médico e sacerdotal, os processos de ancoragem e objetificação auxiliam na construção da representação social da psicologia, pois os sujeitos ancoram o desconhecido, o distante e não familiar, em algo que conhecem, ou seja, o trabalho do médico, sendo que tal lógica pode ser aplicada ao sacerdote, a outras categorias profissionais que guardam similaridades e de certa forma ao amigo.

O próprio fazer do psicólogo, devido aos múltiplos objetos, teorias e metodologias que fundam a sua ciência e profissão, vão marcando sua identidade multifacetada e produzindo uma representação social também diversificada na sociedade, na academia e no próprio meio psi, de modos que, "os discursos e fazeres dos psicólogos repercutem crenças, desconfianças, interesses, projetos, necessidades e expectativas socialmente enraizadas" (Tourinho et al., 2004, p.23).

 

Conclusão

A Psicologia como uma ciência e profissão tem conquistando mais espaço social, profissional e político, estando, portanto, em constante aprimoramento no Brasil, desde que ganhou oficialidade em 27 de agosto de 1962, entretanto, nesses cinquenta anos ainda não produziram uma plenitude de compreensão sobre seu papel e natureza junto à sociedade, ao chamado "senso comum", mesmo que este seja um público universitário. Caberia indagar se tal "plenitude" será alcançada um dia, posto que uma representação social de qualquer fenômeno, seja de uma profissão e de seu profissional, modificam de forma dinâmica no próprio campo científico-profissional e na interação social.

Podemos concluir, tomando por base nos dados junto aos 110 sujeitos de ambos estudantes universitários de uma faculdade privada de Cacoal-RO, que a representação social da Psicologia enquanto ciência e do Psicólogo enquanto profissional, possui os seguintes traços constitutivos: há um reconhecimento da importância do profissional psicólogo e de sua ciência, especialmente no cuidado da saúde mental; em relação às atribuições do psicólogo, este estuda e trata as emoções humanas, a mente humana, os relacionamentos humanos, no entanto, os sujeitos não diferenciam bem a especificidade da Psicologia em relação a outros conhecimentos e disciplinas, como a Psiquiatria, a Filosofia e a Religião.

Em relação à percepção sobre as áreas de atuação da psicologia, a área clínica já não é tão predominante como em alguns anos, apresentando um maior índice de concordância com a percepção da presença profissional na área da educação, área social, da saúde, organizacional e do trabalho, esportiva e jurídica, talvez por serem áreas mais "sociais" e "públicas", o que pode favorecer um maior contato com o profissional e que aponta uma nova face social da Psicologia engendrada nas três últimas décadas. Esse mesmo público leigo vê o psicólogo como uma pessoa "normal" (e mesmo que "complicado" e não "bem resolvido emocionalmente") e como um profissional que pode compreender o sujeito e lhe ajudar na sua saúde mental, o que não se reduz a tratar de 'doido', tal como apontam certos estereótipos ("psicólogo é para louco", por exemplo).

Em relação às formas e métodos utilizados, para os sujeitos pesquisados, o psicólogo utiliza de técnicas de dinâmica de grupo, da escuta, de testes e de conselhos em seu trabalho, sendo que essa última representação nos remete à persistência de um imaginário desse profissional como conselheiro.

Já em relação à especificidade da atuação da Psicologia, especialmente em relação a outros saberes ou campos, seja a religião, a psiquiatria, a própria pessoa, os amigos e a família, foram apontados como possíveis solucionadores dos problemas dos sujeitos, embora haja uma afirmação da importância da Psicologia, mas sob algumas dúvidas sobre sua efetividade, o que pode indicar um possível desconhecimento ou indiferenciação entre esses elementos e saberes.

A referente pesquisa abrange apenas uma pequena amostra da população universitária da região de Cacoal-RO, embora significativa estatisticamente sobre o público da faculdade escolhida, com o objetivo de verificar a visão desse público leigo para com o profissional psicólogo e com própria profissão de psicologia. Nesse sentido, destacamos o alcance da pesquisa para o âmbito local e micro-regional, mas também seu limite e a não pretensão de grandes generalizações para outros contextos e públicos; apontamos e defendemos, portanto, a necessidade de novas investigações que investiguem tanto a mesma categoria de sujeitos, como outras categorias profissionais, com recorte de gênero, estrato socioeconômico e geografia, de modos a obtermos um quadro mais amplos sobre as representações sociais sobre a Psicologia e o Psicólogo.

Finalmente, entendemos que, para ser reconhecida pelo público em geral, pode ser necessário uma maior divulgação desta ciência e profissão, com o incentivo das universidades, dos Conselhos de classe e dos próprios profissionais em realizar pesquisas e campanhas que favoreçam o conhecimento e a credibilidade do saber psicológico, além de trabalhos que desmistifiquem as diversas imagens e estereótipos do profissional Psicólogo e da ciência/profissão Psicologia.

Importa salientar, finalmente, que a Psicologia é uma ciência ainda jovem e uma profissão mais jovem ainda e, portanto, em construção no país, tornando-se cada vez mais conhecida e importante na dinâmica social, embora carregada de estereótipos e incompreensões, até que, enfim, possa se tornar numa "ciência da vida cotidiana".

 

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Endereço para contato
E-mail: kebelassis@yahoo.com.br

Recebido em agosto de 2014
Aceito em janeiro de 2015

 

 

Cleber Lizardo de Assis: Mestre em Psicologia/PUC-MG, Professor das Faculdades Integradas de Cacoal-UNESC/RO; Doutorando em Psicologia, USAL/AR.
Géssica Alves de Souza Matthes: Graduanda em Psicologia pelas Faculdades Integradas de Cacoal- UNESC/RO.
1 Por limitação e escopo desse trabalho, recomendamos ao leitor uma leitura integral das duas pesquisas.
2 A fórmula para cálculo do tamanho da amostra para uma estimativa confiável da proporção populacional (p) é dada por: n – número de indivíduos na amostra; Z – valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado; p – proporção populacional de indivíduos que pertence a categoria que estamos interessados em estudar; q – proporção populacional de indivíduos que não pertence à categoria que estamos interessados em estudar (q = 1 – p); E – margem de erro ou erro máximo de estimativa. Identifica a diferença máxima entre a proporção amostral e a verdadeira proporção populacional (p): Grau de confiança de 95% e margem de erro de 5%; A UNESC tem 2062 alunos e 152 de psicologia Logo: q = 152/2062 = 0,073 e p = 0,926. Total de indivíduos da amostra:n = [(1,96)^2 (0,073)*(0,926)]/(0,05)^2 n = 104,92 ou seja, 105 pessoas
3 Legenda para as imagens gráficas desta seção: Vermelho= discordo totalmente, Amarelo= discordo parcialmente, Marrom= tenho dúvidas, Verde= concordo parcialmente e Azul= concordo totalmente
4 Foge ao escopo deste trabalho, realizar uma discussão sistemática sobre os fatores sociais e políticos que marcam essa mudança na identidade da Psicologia brasileira, especialmente, a partir da democratização do país, da emergência dos movimentos sociais, da pulsação da Psicologia Social e Comunitária e outros fatores. Para tal reflexão, remetemos ao leitor os textos de Bock, Ferreira, Gonçalves, & Furtado, (2007) e Bock (2011)

 

ANEXOS

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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