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Aletheia

versão impressa ISSN 1413-0394

Aletheia vol.49 no.2 Canoas jul./dez. 2016

 

RESENHA

 

Prevenção de infecção do sítio cirúrgico

 

 

Maria Linda Petry de Oliveira Otaviano; Roberta Gnatkowski Bauer Cunha; Solange Machado Guimarães

Universidade Luterana do Brasil

Endereço para contato

 

 

As infecções de sítio cirúrgico (ISC) ocorrem após procedimentos invasivos nas camadas superficiais ou profundas, representando problemas sérios para a saúde hospitalar. Entre as mais frequentes estão as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). A ISC varia de acordo com cada paciente, tempo de cirurgia e potencial de contaminação. A ISC foi estabelecida como indicador epidemiológico, utilizado como indicador de qualidade, sendo 20% de todas as IRAS, aumentando os custos com a saúde.

O livro Prevenção de Sítio Cirúrgico está dividido em dez capítulos que retratam os mecanismos para prevenção de ISC. No capítulo um, de autoria de Alessandra Santana Destra e Angela Figueiredo Sola, descreve-se a fisiopatogenia da ISC, que evidencia uma patogênese única, demonstrando que o ato cirúrgico já desencadeia vários processos sistêmicos que facilitam o processo infeccioso. Em contrapartida, esse processo também já promove a epitelização precoce. A contaminação microbiana durante o procedimento cirúrgico é um precursor da ISC, determinada por dose de contaminação bacteriana, virulência das bactérias e a resistência do paciente. Este capítulo ainda traz o potencial de contaminação das cirurgias e os critérios de diagnósticos de ISC.

O capítulo dois, de autoria de Fernanda de Souza Spadão e Isabel Cristina Vilela Soares Oshiro, traz como prevenir a ISC, incluindo a recomendação do preparo do paciente, como o banho pré-operatório, a tricotomia, a descontaminação nasal e o preparo do cólon. Conforme a Organização Mundial da Saúde, a partir da evidência de vários estudos, recomenda-se banho com sabão comum antes do ato cirúrgico. A tricotomia deve ser realizada somente se necessário e com tricotomizadores. Para a descontaminação nasal e o preparo do cólon, é necessário o uso de descontaminante, se indicado.

O terceiro capítulo, de autoria de Maura Salaroli de Oliveira e Larissa Cavassin, traz as recomendações de prevenção de ISC no centro cirúrgico. A antissepsia cirúrgica das mãos ainda gera controvérsias, demonstrando que a higienização das mãos com álcool é tão eficaz quanto a escovação com clorexidina, iodopovidona e álcool. A Anvisa, porém, ainda recomenda a escovação cirúrgica. Descreve também como deve ser a paramentação cirúrgica, preparo do paciente conforme a RDC, AORN, SHEA e ANVISA. Evidencia como realizar a circulação da sala, temperatura, glicemia, oxigenação, técnica cirúrgica e o uso de drenos.

O quarto capítulo, de autoria de Eliane Molina Psaltikidis, refere que o processamento de produtos para saúde requer profissionais de enfermagem capacitados para que haja segurança no uso dos materiais estéreis, que consiste na premissa principal para a prevenção de ISC. Aborda os principais fundamentos para processamento desses materiais e como inspecioná-los.

O capítulo quinto, de autoria de Vinícius Ponzio e Juliana Oliveira da Silva, aborda, de maneira geral, a profilaxia antimicrobiana perioperatória, que tem por finalidade evitar ou prevenir o desenvolvimento da ISC após o ato operatório. Aborda-se, nesse capitulo, a antibioticoprofilaxia melhor empregada conforme o nível de evidência.

No sexto capítulo, de autoria de Danivea Bongiovanni Poltronieri Munhoz, Fernando Gatti de Menezes, Julia YaekoKawagoe, Maria Emília Gaspar Ferreira Del Cistia e Maria Fatima dos Santos Cardoso, retratam-se as recomendações para o cuidado no pós-operatório na prevenção de ISC. Essa etapa é crucial para a continuidade do cuidado, sendo que a ocorrência da ISC compromete o sucesso do tratamento cirúrgico. Evidenciam-se as recomendações do controle da glicemia, normotermia e a oxigenação adequada no pós-operatório. Também se explicam um pouco a cicatrização da ferida cirúrgica e os tipos de curativos utilizados. Um ponto importante nesse capítulo é que ele faz referência à educação continuada das equipes e dos familiares.

O capítulo sétimo, de autoria de Geraldine Madalosso, traz subsídios para a avaliação da ocorrência de ISC, fornecendo critérios que podem ser utilizados pelo SCIH para monitorar as ISC através de indicadores institucionais, trazendo um aporte de conteúdo de forma simples e eficaz para realizar esses indicadores e como conduzi-los para melhorar a assistência.

O oitavo capítulo, de autoria de Maria Clara Padoveze, traz os aspectos gerais das microbactérias de crescimento rápido (MCR), que são tratadas como problema de saúde pública no Brasil e compreendem uma variedade de espécies e uma ampla diversidade de síndromes clínicas, em que são feitos controles epidemiológicos (laboratorial e clínico). A adoção de práticas seguras mostrou-se mais eficaz na prevenção com os processos de esterilização e desinfecção dos materiais para impedir a formação de biofilme e, consequentemente, a contaminação do material e do paciente.

O Centro Cirúrgico é a área do hospital onde se reúnem elementos físicos e tecnológicos destinados às atividades cirúrgicas, recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata dos pacientes, sendo referida no capítulo nove, de autoria de Simone Maria Marciano Montoro Garcia. Descreve-se toda a estrutura física e de recursos humanos necessária para a implantação do Centro Cirúrgico, bem como o papel de cada profissional dentro do Centro Cirúrgico.

O capítulo décimo, de autoria de Cristiane Schmitt, evidencia parâmetros para a garantia da qualidade em prevenção da ISC, uma das principais complicações cirúrgicas com 20% de todas as IRAS e o dobro de risco de morte. Esse valor se estima devido ao aumento de cirurgias nos últimos anos, sendo que 11% das patologias requerem alguma intervenção cirúrgica. Em todo o capítulo são demonstradas formas de prevenção da ISC. Entretanto o grande desafio é a seleção das práticas a serem seguidas e qual indicador para monitorar a assistência cirúrgica deve ser considerado, aconselhando-se seguir alguns em particular.

 

Referência

APECIH. (2017). Prevenção de Infecção do Sítio Cirúrgico. 4.ed. revisada e ampliada. São Paulo. 200p.         [ Links ]

 

Endereço para contato
Maria Linda Petry de Oliveira Otaviano
Rua Boa Vista, n° 381
Gravataí, CEP: 94015000
Fone: (51) 991559988
E-mail: lindaolipe@yahoo.com.br

Recebido em novembro de 2017
Aprovado em dezembro de 2017

 

 

Maria Linda Petry de Oliveira Otaviano: Residente Multiprofissional da Universidade Luterana do Brasil, graduada em enfermagem pela Universidade Luterana do Brasil, Rua Boa Vista, n° 381, Gravataí, CEP: 94015000, (51) 991559988.
Roberta Gnatkowski Bauer Cunha: Residente Multiprofissional da Universidade Luterana do Brasil, graduada em enfermagem pela Universidade Luterana do Brasil, Av. Porto Alegre, n° 710 , Esteio, (51) 985767545.
Solange Machado Guimarães: Enfermeira Doutora em Administração, tutora e coordenadora da Residência Multiprofissional do Adulto e Idoso – ULBRA. Avenida da Cavalhada, nº 4530, apto702, CEP: 91740000, Porto Alegre, (51) 993351427.

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