SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.54 número2Sexualidade infantil: a percepção de professores de uma escola do município de Osório/RSOrientação à dominância social (SDO) e autoritarismo em adolescentes: Uma revisão sistemática índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Aletheia

versão impressa ISSN 1413-0394

Aletheia vol.54 no.2 Canoas jul./dez. 2021

http://dx.doi.org/DOI10.29327/226091.54.2-13 

DOI 10.29327/226091.54.2-13

RELATOS DE PESQUISA

 

Stress e estratégias de coping em estudantes universitários

 

Stress and coping strategies in university students

 

 

Mussa Abacar1,I; Gildo Aliante2,II; Júlio Frederico António3

IUniversidade Rovuma – Nampula, Moçambique
IIUniversidade Federal do Rio Grande do Sul

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Esta pesquisa avaliou o stress e as estratégias de coping em estudantes de uma universidade pública da região norte de Moçambique. Baseou-se na abordagem qualitativa e envolveu 28 estudantes de ambos os sexos, que cursavam o Curso de Licenciatura em Ensino de Filosofia, os quais responderam a uma entrevista semi-estruturada. A análise de conteúdo da informação coletada revelou a predominância de sintomas de stress de natureza psicológica e diversos estressores acadêmicos, nomeadamente: sobrecarga de matéria e de trabalhos acadêmicos, dificuldades financeiras e econômicas, dificuldades na assimilação da matéria, más relações interpessoais, situações familiares, má atuação dos docentes e insucesso acadêmico. Para gerenciar o stress percebido os estudantes recorrem basicamente às estratégias paliativas. Os achados enfatizam a necessidade de delineamento e implementação de políticas institucionais de promoção de saúde mental dos estudantes, centradas na prevenção de stress e no aconselhamento psicológico.

Palavras-chave: Estudante; Ensino superior; Saúde mental.


ABSTRACT

This research evaluated stress and coping strategies in students at a public university in northern Mozambique. It was based on a qualitative approach and involved 28 students of both sexes, who were attending the licentiate degree in teaching of Philosophy, who responded to a semi-structured interview. Content analysis of the collected information revealed the predominance of stress symptoms of a psychological nature and several academic stressors, namely: overload of material and academic work, financial and economic difficulties, difficulties in assimilating the material, poor interpersonal relationships, family situations, poor performance of teachers and academic failure. To manage perceived stress, students primarily resort to palliative strategies. The findings emphasize the need to design and implement institutional policies to promote students' mental health, centered on stress prevention and psychological counseling.

Keywords: Students; Mental health; Higher education.


 

 

Introdução

O stress constitui um dos problemas de saúde mental que afeta pessoas em vários contextos ocupacionais em quase de todo o mundo. A sua prevalência é alta e deveras preocupante (Lipp, Costa & Nunes, 2017). Murphy (2008) estima que o stress esteja a afetar um em cada três trabalhadores do mundo inteiro, sendo que o ritmo das mudanças que operam nos contextos modernos de trabalho pode propiciar um provável agravamento da doença, caso não sejam realizados esforços visando à prevenção. É assim que várias organizações internacionais promovem reuniões mundiais para a discussão de medidas preventivas que possam ser tomadas de modo a reduzi-lo (Lipp et al., 2017).

Obviamente, o stress não é um problema que só afeta os trabalhadores, como também os estudantes, pois o ambiente acadêmico é caracterizado por uma série de exigências que podem estar além das capacidades dos próprios alunos, bem como, estes podem enfrentar problemas e diversas dificuldades tanto de adaptação como socioeconômicas (Aliante, Abacar, Saquina & Aristides, 2019). Araújo et al. (2016) salientam que durante a fase de vida universitária, o distanciamento da casa dos pais e/ou dos familiares, a adaptação ao ambiente universitário, dificuldades financeiras, fraco desempenho acadêmico e os conflitos interpessoais são fatores que podem levar os estudantes a desenvolverem alguns transtornos mentais, como o caso do stress. Igualmente, a falta de tempo para estar com amigos/familiares e realizar atividades de lazer ou descansar, dificuldades existentes nas relações estabelecidas entre estudantes e professores são apontados como maiores preditores de stress nos estudantes pesquisados (Hirschet al., 2018).

O trabalho de Salomão, Abacar e Aliante (2018) sobre a satisfação acadêmica de estudantes de ensino superior em Moçambique, revelou que as variáveis "número de disciplinas reprovadas", "ano de frequência", "número de vezes em que o aluno reprovou", correlacionaram-se negativamente com a satisfação discente. Além do mais, os alunos pesquisados apontaram más condições físicas (falta de higiene nas salas de aulas e banheiros, insuficiência de salas, falta de equipamento audiovisual e ventiladores nas salas de aula); fraca preparação acadêmica dos professores, falta de domínio da língua inglesa e as práticas de avaliação como aspectos críticos da satisfação e estressores da vida acadêmica.

O termo stress significa, no caso vertente, um conjunto de respostas inespecíficas que surgem no organismo diante de qualquer situação que exija da pessoa esforça para adaptação, inclusive psicossocial (Limongi-França & Rodrigues, 2009). Desta forma, o stress surge quando as trocas (transações) pessoa / meio ambiente levam o indivíduo a perceber e sentir uma discrepância, que pode ser real ou não, entre as exigências de uma determinada situação e os recursos do indivíduo, ao real biológico, psicológico ou sistemas sociais. Portanto, para McShane e VonGlinow (2014) o stress constitui uma condição fisiológica e psicológica que prepara a pessoa para se adaptar às condições ambientais hostis ou nocivas.

Ora, as reações de stress são naturais e até necessárias para a própria vida, e este assume grande importância no cotidiano do ser humano, influenciando a pessoa em todas as esferas do seu funcionamento (Nogueira & Gomes, 2014). Porém, sob algumas circunstâncias, as reações de stress podem se tornar prejudiciais ao funcionamento do organismo (Limongi-França & Rodrigues, 2009). Selye (1993) propôs dois tipos de stress: o eustress e distress. O eustress (euphoria + stress) significa o stress saudável, agradável e curativo. Em situação de eustress, o esforço de adaptaçãogera sensação de realização pessoal, bem-estar e satisfação das necessidades, mesmo que decorrentes de esforços inesperados, sendo, de acordo com Limongi-França e Rodrigues (2009), um esforço sadio na garantia de sobrevivência.

O stress em doses moderadas (eustress) fornece motivação e o aumento da produtividade; mas em doses excessivas (distress) resulta em destruição e desequilíbrio orgânico, prejudicando a qualidade de vida, atingindo a área social, da saúde e profissional (Lipp, 2004). A palavra distress contém o prefixo latino dis, que significa "mau ou ruim" e refere-se à tensão com rompimento do equilíbrio biopsicossocial por excesso ou falta de esforço, incompatível com tempo, resultados e realização. Desse modo, o distress traduz-se em resultados patológicos, negativos, destrutivos de eventos estressantes (Abacar, 2011). No contexto do presente trabalho, o termo stress é usado no sentido de distress, ou seja, como sinônimo do stress negativo.

O modelo de Lipp (2016) mostra que o desenvolvimento do stress é constituído por quatro fases nomeadamente: fase de alerta, de resistência, de quase-exaustão e de exaustão. A fase de alerta inicia quando um indivíduo se confronta com um estressor. O organismo se prepara para uma reação de luta ou fuga, que é essencial para a preservação da vida. Gera produtividade e criatividade no trabalho. Essa fase termina quando evento estressor desaparece ou a pessoa lida eficazmente com ele. E pelo contrário, a pessoa poderá passar para fase seguinte, a de resistência.

Na fase de resistência, o organismo tenta uma adaptação para restabelecer a homeostase. Nesta fase, as reações são opostas a aquelas que surgem na fase de alerta e alguns sintomas desaparecem, dando espaço a uma sensação de desgaste e cansaço. Também nesta fase, a criatividade e a produtividade voltam ao normal, mas às vezes o ser humano não consegue ter novas ideias.

Igualmente, na fase de resistência caracteriza-se por um aumento de córtex supra-renal, do baço e de todas as estruturas linfáticas, do número de glóbulos sanguíneos, úlceras no sistema digestivo, aumento de concentração de cloro na corrente sanguínea, além dos sintomas como irritabilidade, insônia, mudanças de humor e diminuição do desejo sexual (Limongi-França & Rodrigues, 2009). Se, nesta fase, a pessoa conseguir lidar com a situação estressora, dá-se um apaziguamento geral dos sintomas, mas se o problema prevalece o indivíduo poderá passar para a fase posterior (Ramos & Carvalho, 2008), a de quase-exaustão

Na fase de quase – exaustão ocorre um enfraquecimento da pessoa, que não se adapta e não resiste ao estressor. Nesta fase, a pessoa ainda consegue trabalhar, apesar do desgaste. Mas não cria nem tem ideias originais, caem drasticamente à criatividade e a produtividade. É uma fase caracterizada por muita ansiedade. As doenças que surgem na fase de resistência tendem a aumentar. Caso o estressor permaneça presente e o indivíduo não lidar com ele adequadamente, ocorrerá a fase de exaustão (Lipp, 2016).

Finalmente, na fase de exaustão a pessoa já sofre sintomas graves, pois o organismo exaure toda a reserva de energia que possuía, ocorre à exaustão psicológica em forma de depressão emocional. É caracterizada pelo aparecimento dos sintomas da primeira fase, além de outros associados, nomeadamente: insônia, problemas dermatológicos, estomacais, cardiovasculares, instabilidade emocional, apatia sexual, ansiedade aguda, inabilidade de tomar decisões, vontade de fugir de tudo, autodúvida e irritabilidade (Goulart & Lipp, 2008). Nesta fase, a pessoa pode não conseguir trabalhar, produzir e concentrar-se. A qualidade de vida do indivíduo fica prejudicada.

No quadro das abordagens de stress pode-se distinguir três tipologias: a) as que se focam nas causas; b) as que se cingem nas consequências; c) as que se focam no processo (Ribeiro & Marques, 2009). As primeiras designam-se por abordagem ambiental ou industrial, porque tratam o stress como uma característica do estímulo, como uma carga. Esta perspectiva considera que a fonte de stress está no acontecimento. Quanto mais intenso é o acontecimento maior o stress.

A segunda abordagem do stress é a biológica, focada numa resposta fisiológica não específica, ou seja, como uma síndrome que consiste em todas as alterações fisiológicas que ocorrem no sistema biológico quando este é afetado por um estímulo, ou por uma carga excessiva ou nociva. A terceira e última abordagem é a psicológica, focada na interação dinâmica entre o indivíduo e o meio e na avaliação subjetiva do stress que é feita pelo indivíduo. É a interação entre o meio ambientee o indivíduo que define o stress, ou seja, o indivíduo sente stress quando as exigências provenientes do meio ambiente excedem os recursos que o indivíduo dispõe (Lazarus & Folkman, 1984). Assim, o processo cognitivo que media a avaliação e o coping é central na experiência com o stress.

O coping consiste em esforços que uma pessoa desenvolve para manejar ou lidar com as solicitações externas ou internas que são avaliadas por ela como excessivas ou acima de suas possibilidades (Lazarus & Folkman, 1984; Limongi-França & Rodrigues, 2009). Ou seja, o termo coping significa lidar com, enfrentar, encarar, ultrapassar, fazer face, dar resposta a reagir a ou adaptar-se a circunstâncias adversas.

O modelo clássico de Lazarus e Folkman (1984) divide as estratégias de coping em focalizadas no problema e na emoção. O coping focalizado no problema constitui-se no esforço despendido pelo sujeito para atuar na situação que deu origem ao stress, tentando removê-la. A função dessa estratégia é alterar o problema existente na relação entre a pessoa e o ambiente que está causando a tensão.

O coping focalizado na emoção é compreendido como um esforço para regular o estado emocional que é associado ao stress e reduzir a sensação física desagradável gerada. Trata-se de esforços para prevenir ou diminuir a ameaça, dano, perda, ou para reduzir o sofrimento associado. Portanto, o foco orientado no controlo das emoções pode ser de diversas formas (e.g. , falar com um confidente para desabafar e "aliviar" o peso do problema; fuga real ou imaginária da situação de stress; hobbies; meditação; descansar; massagens; fumar, ingerir bebidas alcoólicas e consumir drogas ilícitas).

O apoio social é outra categoria de coping apontada na literatura caracteriza-se pela interação social ou interpessoal. Assim, as estratégias de coping focalizadas no apoio social consistem na preferência de um indivíduo para obter simpatia ou ajuda, em termos cognitivos e afetivos, de outras pessoas em tempos de necessidade após um episódio de stress (Schwarzer & Knoll, 2007), sendo um recurso que pode ser derivado de fontes informais (e.g. , família, amigos e colegas da universidade) e de fontes formais como supervisores no local de trabalho ou docentes (Burchielli & Bartram, 2006). Pozo-Muñoz, Salvador-Ferrer, Alonso-Morillejo e Martos-Mendez (2008) apontam três funções de apoio social, que têm sido comummente distinguidas: emocional (sentimentos de apoio e segurança que o indivíduo recebe levando-o a acreditar que é amado e estimado), instrumental (ajuda concreta em termos materiais ou trabalho) e informacional (fornecimento de informações e conselhos que facilitam a tomada de decisão). Estas dimensões de apoio social são protetoras dos efeitos negativos do stress, pois podem reduzir os problemas percebidos em situações estressantes, protegendo o indivíduo da deterioração da saúde mental.

Assim, qualquer situação de stress exige o indivíduo a uma nova adaptação, mediante o emprego de uma ou mais estratégias de coping. Dai que este estudo guiou-se nas três abordagens de coping.

Como exposto anteriormente, os estudantes universitários são vulneráveis ao stress acadêmico. Desse modo, vários estudos realizados com amostras de estudantes universitários em diferentes países evidenciam níveis moderados ou elevados de stress neste grupo-alvo. Um estudo com amostra de estudantes brasileiros verificou que 64% dos participantes apresenta sinais de stress (Vieira & Schermann, 2015). Por seu turno, Lima, Soares, Prado e Albuquerque (2016) acharam uma incidência de stress em 60,09% da amostra.

Na mesma direção, outros autores (e.g., Cestari, Barbosa, Florêncio, Pessoa & Moreira, 2017; Costa, Maynart, Oliveira, Albuquerque & Correia, 2018; Estrela, Rezende, Guedes, Pereira & Souza, 2018; Querido,Naghettini, Orsini, Bartholomeu & Montie, 2016) identificaram uma prevalência de stress em estudantes brasileiros na ordem de 78,98%; 61,59%; 63,3% e 52% respectivamente. Destacam-se, igualmente, dois estudos brasileiros recentes (Costa et al., 2020; Preto, Souza, Sousa, Fernandes & Pereira, 2020), os quais apontaram que majoritariamente os estudantes pesquisados sinalizaram sintomas de stress da fase de resistência, com predominância de sintomatologia de natureza psicológico.

Apesar das evidências do problema de stress em estudantes aqui reunidas, as pesquisas sobre a temática na população estudantil moçambicana são escassas. Casambai e Aliante (2020), em revisão de literatura sobre o sofrimento psíquico de estudantes universitários moçambicanos, identificaram somente duas publicações científicas (i.e. , Aliante et al., 2019; Matsinhe, Cândido, Abacar & Aliante, 2020), consideradas como as pioneiras na área.

A pesquisa de Aliante et al. (2019) envolvendo 176 estudantes moçambicanos do ensino superior revelou que 154 (87,5%) participantes apresentaram sintomas de stress, dos quais 112 (63,6%) na fase de resistência, 33 (18,75%) de alerta e nove (5,15%) de exaustão, com sintomatologia predominantemente de natureza psicológica. Os achados de Matsinhe et al. (2020) demonstraram que 55% dos 300 estudantes moçambicanos envolvidos apresentaram sinais de stress, sendo 40% na fase de resistência, 13% na fase de exaustão e 2% na fase de alerta, com predomínio de sintomas de natureza psicológica.

Muito recentemente, num artigo publicado sobre vivências do stress e estratégias de coping em estudantes-trabalhadores de uma universidade pública em Moçambique, Abacar, Aliante, Aristides e Nicuane (2021), mostraram maior ocorrência de sintomas de stress nas fases de alarme e resistência, evidenciando-se sintomas psicológicos. Como se pode observar, a maioria dos estudos identificados visou avaliar os níveis e sintomas de stress, sendo necessária a compreensão dos fatores geradores em estudantes universitários. Além do mais, estes estudos envolveram estudantes da área de saúde e de psicologia, verificando-se escassez de pesquisas com amostra de estudantes de ciências sociais e filosóficas.

A partir das considerações anunciadas, foi delineado este estudo cujo objetivo foi de avaliar o stress e as estratégias de coping em estudantes de uma universidade pública da região norte de Moçambique. O estudo foi guiado pelas seguintes questões de investigação: i) Que situações do ambiente acadêmico propiciam a ocorrência de stress nos estudantes do curso de Licenciatura em Ensino de Filosofia? ii) Que estratégias de coping os estudantes recorrem para amenizar o stress do ambiente acadêmico? iii) Que ações devem ser levadas a cabo para prevenir e/ou combater o stress n o meio acadêmico?

 

Método

Este estudo é de natureza transversal, exploratória e de abordagem qualitativa. O estudo envolveu 28 estudantes do curso de Licenciatura em ensino Filosofia que estudam em uma universidade pública localizada em Nampula - Moçambique, no período de setembro e outubro de 2018. O projeto de pesquisa foi aprovado pela Direção de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Pedagógica, com parecer (Nª Rfª 06/DPEE/UPN/2018).

Posteriormente foi solicitada a autorização para a realização da pesquisa junto à coordenação do curso estudado por meio de uma carta de que constavam os objetivos, a metodologia e relevância social e científica, e que foi respondida favoravelmente. Finalmente, a coordenação do curso acompanhou os pesquisadores nas turmas para apresentá-los aos estudantes. A equipe da coleta de dados explicou as pretensões da pesquisa, os benefícios e riscos em participar da mesma.

A coleta de dados deu-se por meio de um guião de entrevista semi-estruturado elaborado pelos autores. A entrevista semi-estruturada constitui recurso mais adequado para a obtenção de informações que pertencem ao universo do entrevistado, indo além do solicitado pelo pesquisador. Foi definido um calendário para a realização das entrevistas com os alunos que consentiram em participar do estudo. As entrevistas decorreram em uma das salas e foram realizadas pelo primeiro e último autor deste trabalho, e tiveram uma duração média de 40 minutos. Todas as entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas na íntegra.

Foram cumpridos todos os procedimentos éticos vigentes em Moçambique e na universidade estudada, nomeadamente o consentimento livre e esclarecido, o anonimato, a confidencialidade dos dados e a proteção dos sujeitos de possíveis danos psicológicos. Caso algum participante se sentisse desconfortável durante a realização da pesquisa, teria o devido acompanhamento pelo primeiro autor que tem formação em Psicologia. E, em caso grave, seria encaminhada ao Grupo de Estudos em Saúde e Trabalho (GEST) do Laboratório de Pesquisas em Psicologia da Universidade Pedagógica, Delegação de Nampula (atual Universidade Rovuma), que conta com diversos profissionais com formação em Psicologia.

A análise de dados foi feita com auxílio da técnica de análise de conteúdo temático-categorial. Trata-se de um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando a obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens (Bardin, 2016).

A utilização da análise de conteúdo prevê três fases fundamentais, pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados – a inferência e a interpretação. No caso concreto desta pesquisa, na pré-analise foram escutadas as entrevistas e atribuídos os códigos para cada entrevistado. A cada participante foi lhe atribuído um código com letra "E", seguido de um algarismo (i.e., E1, E2, E3.......E28).

A fase de exploração do material consistiu na escuta aprofundada das falas dos participantes, sua transcrição integral e categorização. Emergiram quatro categorias de análise: a) sintomatologia de stress, b) fatores de stress acadêmico, c) estratégias de coping e, d) propostas dos entrevistados sobre ações para prevenção e combate do stress no meio acadêmico. Por fim, a fase de tratamento dos resultados (a inferência e a interpretação) consistiu no tratamento de dados em tabelas com frequências simples, o que permitiu verificar os mais pontuados pelos participantes, de modo a fazer inferências.

 

Resultados

Essa parte destina-se a apresentação e discussão dos resultados da pesquisa obtidos. Inicialmente é caracterizado o perfil sociodemográfico dos participantes e seguidamente são apresentados os resultados em função das categorias de análise, nomeadamente: manifestações do stress, fatores de stress, estratégias de coping e ações de prevenção de stress acadêmico na ótica dos entrevistados.

Perfil dos participantes

Participaram da pesquisa 28 alunos, dos quais 19 do sexo masculino e nove do sexo feminino, com idades variadas entre 20 a 60 anos. Destes, 13 frequentavam o 1º ano, cinco estavam no 2º ano, oito no 3º ano e dois no 4º ano. Em termos de estado civil, 22 eram solteiros e seis eram casados ou em união de fato.

Sintomatologia de stress nos estudantes

Para identificar os sintomas ou manifestações de stress mais recorrentes nos participantes lhes foi perguntado o que eles sentiam quando estivessem estressados. Algumas respostas à essa questão estão agrupadas no Tabela 1.

 

 

A leitura dos resultados da Tabela 1 ilustra a ocorrência de sintomas de stress de natureza física e psicológica, com predominância dos últimos. Os sintomas físicos apontados são dores de cabeça, de ombro, de peito, nuca e os psicológicos são: nervosismo, irritação, falta de apetite, desanimo, falta de concentração.

Fontes de stress nos estudantes

Com objetivo de identificar os aspectos do ambiente acadêmico que propiciam a ocorrência do stress nos estudantes pesquisados, estes foram solicitados a mencionar as situações ligadas a vida e ambiente acadêmico que os mesmos achavam de desfavoráveis para sua saúde mental. As verbalizações obtidas estão exemplificadas na Tabela2, que segue.

 

 

Vê-se, na Tabela 2, os fatores ou fontes do stress percebidos nos estudantes. Em ordem decrescente de frequência, os fatores mais apontados pelos entrevistados são: a) sobrecarga de matéria ou de trabalhos acadêmicos, b) dificuldades financeiras e econômicas, c) situações familiares, d) atuação dos professores e, e) dificuldades na assimilação da matéria.

Estratégias de coping usadas pelos estudantes

Com objetivo de identificar as estratégias de coping, os alunos foram solicitados a explicar como conseguem obter o controlo da situação de stress. As categorias de respostas encontradas são visualizadas na Tabela 3.

 

 

A análise da Tabela 3 permite observar dois tipos ou estratégias de coping empregues pelos participantes. Assim, para lidar com stress percebido, uns recorremàs estratégiasde coping focalizadas na emoção, cujo foco costuma ser mais orientado no controlo das emoções (e.g. , escutar música, assistir televisão) e outros preferem o apoio social (procurar conversa ou desabafar com um amigo ou familiar).

Estratégias de prevenção do stress acadêmico na percepção dos estudantes

No seguimento das entrevistas, foram consultados os participantes sobre o que deveria ser feito de modo a prevenir ou minimizar o stress acadêmico. A Tabela 4 ilustra algumas verbalizações dos entrevistados.

 

 

Com base na Tabela 4, observam-se as estratégias ou ações de prevenção do stress propostas pelos participantes. Elas se dividem em individuais (i.e. , viver um ambiente de harmonia e calma, programação das tarefas reservando sempre um período de repouso) e organizacionais (i.e., formação matéria de stress, ou seja, incorporação de conteúdos de saúde mental na formação dos alunos, formação de professores em matéria relações interpessoal).

 

Discussão

Os resultados deste estudo indicam que os estudantes entrevistados apresentam sinais de stress, sendo os sintomas de natureza psicológica os mais predominantes. Este achado corrobora com os de uma revisão de literatura de Benavente e Costa (2011), que concluiu que dos 13 artigos analisados, a maioria apontava a frequência de sintomas psicológicos em estudantes de enfermagem, ou seja, cinco revelaram a prevalência de manifestações psicológicas, quatro manifestações fisiológicas e outros quatro ambos os sintomas. A revisão de literatura conduzida por Bardagi e Hutz (2011) evidenciou igualmente, a predominância de sintomas de stress de natureza psicológica em estudantes.

Também estudos com amostra de estudantes brasileiros identificaram que parte da população investigada apresentava stress, com predominância de sintomas psicológicos (e.g. , Costa et al., 2018; Costa et al., 2020; Querido et al., 2016; Preto et al., 2020) o que encontra respaldo com os resultados obtidos neste estudo. As pesquisas de Aliante et al. (2019), Matsinhe et al. (2020), com amostras de estudantes universitários em Moçambique, corroboram com os resultados obtidos, ao indicar que a maioria dos estudantes pesquisados apresentava stress, com predominância de sintomas de natureza psicológica. Contrariamente a este e os estudos mencionados, outra pesquisa observou a prevalência de sintomas físicos em relação aos sintomas psicológicos (e.g. , Assis, Silva, Lopes, Silva & Santini, 2013, Castro, 2017).

As principais fontes de stress académico nos estudantes pesquisados são: sobrecarga de matéria ou de trabalhos acadêmicos, dificuldades financeiras/econômicas, situações familiares e atuação dos professores. Resultados similares foram encontrados por Abacar et al. (2021), os quais apontaram os seguintes principais fatores de stress acadêmico em estudantes-trabalhadores moçambicanos: sobrecarga dos trabalhos acadêmicos, elevadas taxas de mensalidades, insucesso acadêmico, dificuldades financeiras para custear as despesas acadêmicas, dificuldades na assimilação da matéria e escassez de material didático.

O estudo de Oliveira et al. (2014) concluiu que as situações estressoras em estudantes foram atividades acadêmicas, relações interpessoais, âmbito social e pessoal. Os achados de Martins et al. (2017) vão na mesma direção: as situações geradoras de stress em estudantes foram a falta de competência, a relação com supervisor e colegas, a sobrecarga, impotência e incerteza. Por sua vez, Cestari et al. (2017) observaram a preocupação de custeio dos estudos como elemento associado aos altos níveis de stress em estudantes.

Na pesquisa de Moretti e Hübners (2017), a expressiva maioria considerou que a quantidade de provas e os trabalhos aplicados são o que mais interferem negativamente nos níveis de stress. Outros agravantes decorrem da mesma causa, foram: o acúmulo de matéria, a desorganização da grade curricular, a metodologia tradicional usada pelos docentes e a escassez de tempo para as atividades acadêmicas. Finalmente, a revisão de literatura de Souza, Caldas e De Antoni (2017) sobre fontes de adoecimento em estudantes concluiu que desempenho ruim, falta de apoio emocional como estressores que interferem na degradação da saúde mental dos alunos.

Quanto às estratégias de coping, os achados desta pesquisa apontam que os participantes recorrem basicamente às focadas na emoção. Na verdade, as estratégicas focadas na emoção parecem ser as mais preferidas por estudantes universitários, conforme revelam diversos estudos (e.g., Abacar et al., 2021; Hirsch et al., 2015; Zonta, Robles & Grosseman, 2006).

O estudo de Hirsch et al. (2015) realçou que quanto mais dificuldades o estudante vivencia durante sua formação acadêmica, mais se utiliza de estratégias de coping do tipo negação do problema. Nesse tipo de estratégia, o estudante nega a existência do problema, ignorando e escondendo seus sentimentos, afastando-se das pessoas, por meio de uma estratégia de negação, que favorece o abandono passivo da situação e submissão ao problema.

Embora Dell'Aglio (2003) entende que o coping focalizado nas emoções pode minimizar o sofrimento provocado por estressores, Sowmya (2010) contra-argumenta ao referir que este pode agravar a situação de stress. Em consonância com o primeiro autor, essa estratégia de coping consiste em ações como ignorar ou contornar a situação e, finalmente, aliviar os sintomas de sofrimento emocional, por meio do aumento da tolerância para eventos negativos ou a estabilização do equilíbrio emocional.

Os participantes deste estudo sugerem o desenho e implementação programas de gestão e prevenção de stress quer a nível individual, quer a nível organizacional. No entanto, ainda que estes reconheçam a necessidade de fortalecer boas práticas de saúde a nível individual como forma de preveni-lo, é de capital importância a melhoria das condições do processo de ensino e aprendizagem, o fortalecimento dos serviços de assistência estudantil aos mais necessitados (i.e. , atribuição de bolsas de estudos) e a melhoria das relações interpessoais.

Cresce, gradualmente, a necessidade das instituições desenvolverem iniciativas para administrar o stress, direcionando os alunos para um apoio psicossocial. Nesse processo, serão avaliados os pontos críticos e possíveis estressores enfrentados pelo estudante, desde o que diz respeito ao curso até à sua vida socioeconômica, disponibilizando uma equipe multiprofissional que tende a garantir tanto o seu acesso a uma formação académica de qualidade quanto à permanência e o apoio necessário no decorrer da graduação (Moretti & Hübners, 2017). A realidade mostra que o uso combinado das duas estratégias de gerenciamento e prevenção de stress (i.e. , focadas no indivíduo e na organização) constitui o meio mais eficaz (Constantino, Souza, Assis & Correia, 2013).

 

Considerações Finais

Este estudo teve como objetivo de avaliar o stress e as estratégias de coping em estudantes de uma universidade pública da região norte de Moçambique. Os resultados permitem assinalar que a atividade acadêmica dos estudantes propícia a ocorrência de stress, o que afeta a sua saúde e bem-estar, qualidade de vida e desempenho acadêmico. E porque os alunos recorrem às estratégias de coping que não ajudam a remover de uma vez por todas a fonte de stress, há necessidade de desenvolvimento de programas que visem à manutenção de estratégias de coping mais eficazes diante de situações adversas dentro do contexto acadêmico (i.e., coping com foco no problema).

Uma vez que o combate ao stress não é apenas responsabilidade do aluno, convém salientar que, no plano institucional, sejam desenvolvidas ações de prevenção e intervenção. Um dos perigos da ausência de medidas de prevenção e intervenção é a cronicidade do stress no contexto acadêmico dos estudantes. Destarte, os resultados deste estudo podem orientar aos gestores da instituição de ensino estudada a melhorarem os aspectos considerados estressantes, bem como na compreensão do fenômeno de stress, de forma a contribuir para o delineamento de programas preventivos e/ou interventivos nos estudantes, com vista a melhorar a saúde física e mental.

A respeito disso, alguns estudos (e.g. , Costa et al., 2020; Pereira et al., 2019; Vieira & Schermann, 2015) propõem o incentivo das atividades de prevenção através da promoção de políticas institucionais para que os acadêmicos desenvolvam repertório de manejo e prevenção do stress. Tais ações de prevenção podem ser operacionalizadas por meio de criação de espaços institucionais para a discussão e a solução dos problemas enfrentados pelos estudantes alunos são necessários para que a experiência acadêmica seja vivenciada não de forma isolada, mas como um processo que envolve os alunos e também os professores e a instituição como um todo (Bardagi & Hutz, 2011).

Por fim, resta mencionar que a pesquisa envolveu estudantes de uma instituição de ensino universitário, o que sugere a realização de mais estudos na área para melhor compreensão da realidade vivida pelos estudantes. Para apoiar essa proposta, futuros estudos podem examinar as relações entre os fatores de stress, estratégias de coping e variáveis sociodemográficas e acadêmicas. E de modo a ampliar o conhecimento sobre stress nos estudantes no contexto universitário moçambicano e sugerir formas de prevenção e intervenção mais efetivas, afigura-se necessário que investigações futuras sejam baseadas em design quantitativo e com amostra maior, envolvendo a maioria ou a totalidade das universidades públicas em Moçambique.

 

Referências

Abacar, M. (2011). Stress ocupacional e o bem-estar de professores do ensino básico em escolas moçambicanas. (Dissertação do Mestrado). Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto, Porto.         [ Links ]

Abacar, M., Aliante, G. Aristides, C. L., & Nicuane, Z. da S. (2021). Vivências do stress e estratégias de coping em estudantes-trabalhadores de uma universidade pública em Moçambique. RECIMA21 - Revista Científica Multidisciplinar, 2 ( 6), 1-17.         [ Links ]

Aliante, G., Abacar, M., Saquina, B. H., & Aristides, C. L. (2019). Stress em estudantes de graduação em uma universidade pública da região norte de Moçambique. Trabalho En(Cena), 4 ( 2), 465-484.         [ Links ]

Araújo, K. J. S., Silva, A. M., Silva Júnior, G. M. N., Carrijo, J. B., Caixeta, L. F., & Bagasra, A. (2016). Sofrimento mental: avaliação em uma universidade americana. Revista Educação em Saúde, 4( 2), 64-71.         [ Links ]

Assis, C. L., Silva, A. P. F., Lopes, M. S., Silva, P. C. B., & Santini, T. O. (2013). Sintomas de estresse em concluintes do curso de psicologia de uma faculdade privada do norte do País. Mudanças – Psicologia da Saúde, 21( 1), 23-28.

Bardagi, M. P., & Hutz, C. S. (2011). Eventos estressores no contexto acadêmico: Uma breve revisão da literatura brasileira. Interação Psicológica, 15( 1), 111-119.         [ Links ]

Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.         [ Links ]

Benavente, S. B. T., & Costa, A. L. S. (2011). Respostas fisiológicas e emocionais ao stress em estudantes de enfermagem: revisão integrativa da literatura científica. Acta Paulista de Enfermagem, 24( 4), 571-6.         [ Links ]

Burchielli, R., & Bartram, T. (2006).Like an iceberg floating alone: A case study of teacher stress at a Victorian primary school. Australian Journal of Education, 50( 3), 312-327.         [ Links ]

Castro, V. R. (2017). Reflexões sobre a saúde mental do estudante universitário: estudo empírico com estudantes de uma instituição pública de ensino superior. Revista Gestão em Foco, e.9, 380-401.         [ Links ]

Cassambai, A. F. C., & Aliante, G. (2020), Sofrimento psíquico em estudantes moçambicanos do ensino superior. Revista Científica Suwelani, 3( 2), 147-160.         [ Links ]

Cestari, V. R. F., Barbosa, I. V., Florêncio, R. S., Pessoa, V. L. M. P., & Moreira, T. M. M. (2017). Stress em estudantes de enfermagem: estudo sobre vulnerabilidades sociodemográficas e acadêmicas. Acta Paulista de Enfermagem, 30( 2), 190-6.         [ Links ]

Constantino, P., Souza, E. R. de, Assis, S. G. de & Correia, B. S. C. (2013). Burnout aspects of physical and mental health conditions. In S. Bährer-Kohler (Ed.), Burnout for Experts: Prevention in the Context of Living and Working (pp. 89-98). Basel, Switzerland: Springer.         [ Links ]

Costa, C. R. B., Maynart, W. H. C., Oliveira, L. B., Albuquerque, M. S. C., & Correia, D. S. (2018-set./dez.). Stress entre estudantes de graduação em enfermagem: Associação de características sociodemográficas e acadêmicas. Saúde e Pesquisa, 11( 3), 475-482.         [ Links ]

Costa, D, S., Medeiros, N. S. B., Cordeiro, R. A., Frutuoso, E. S., Lopes, J. M., & Moreira, S. N. T. (2020). Sintomas de depressão, ansiedade, estresse em estudantes de medicina e estratégias institucionais de enfrentamento. Revista Brasileira de Educação Médica, 44( 1), 1-10.         [ Links ]

Dell'Aglio, D. B. (2003). O processo de coping em crianças e adolescentes: adaptação e desenvolvimento. Temas em Psicologia da SBP, 11( 1), 38-45.         [ Links ]

Estrela, Y. C. A., Rezende, A. C. C., Guedes, A. F., Pereira, C. O., & Sousa, M. N. A. (2018). Stress e correlatos com características de saúde e sociodemográficas de estudantes de medicina. Revista CES Médica, 32( 3), 215-225.         [ Links ]

Goulart Júnior, E., & Lipp, M. E. N. (2008). Estresse entre professoras do ensino fundamental de escolas públicas Estaduais. Psicologia em Estudo, 13( 4), 847-857.         [ Links ]

Hirsch, C.D., Barlem, E. L., Tomaschewski-Barlem, J. G., Lunardi, V. L., & Oliveira, A. C. (2015). Preditores do estresse e estratégias de coping utilizadas por estudantes de Enfermagem. Acta Paulista de Enfermagem, 28( 3), 224-9.         [ Links ]

Hirsch, C. D., Barlem, E. L. D., Almeida, L. K., Tomaschewski-Barlem, J. G., Lunardi, V. L., & Ramos, A. M. (2018). Fatores percebidos pelos acadêmicos de enfermagem como desencadeadores do stress no ambiente formativo. Texto Contexto de Enfermagem, 27( 1), 1-11.         [ Links ]

Lazarus, R., & Folkman, S. (1984). Stress appraisal and coping. NewYork: Springer.         [ Links ]

Lima, R. L., Soares, M. E. C., Prado, S. N., & Albuquerque, G. S. C. (2016). Stress do estudante de medicina e rendimento acadêmico. Revista Brasileira de Educação Médica, 40( 4), 678-684.         [ Links ]

Limongi-França, A. C., & Rodrigues, A. L. (2009). Stress e Trabalho: uma abordagem psicossomática (4ª. ed.). São Paulo: Altas.         [ Links ]

Lipp. M. E. N. (2004). Stress emocional: esboço da teoria de "Temas de Vida". In M. E. N. Lipp (Org.), O stress no Brasil: pesquisas avançadas. (pp. 17-30). Campinas: Papirus.         [ Links ]

Lipp. M. E. N. (2016). O Stress do professor frente ao mau comportamento do aluno. In D. C. Fava (Org.), A prática da Psicologia na escola (pp.351-372). Belo Horizonte: Artesâ         [ Links ].

Lipp, M. E. N., Costa, K. R. S. N., & Nunes, V. O. (2017). Stress, qualidade de vida e estressores ocupacionais de policiais: Sintomas mais frequentes. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 17( 1), 46-53.         [ Links ]

Martins, C., Campos, S., Duarte J., Martins, R., Moreira, T., & Chaves, C. (2017). Situações indutoras de Stress e Burnout em estudantes de enfermagem nos ensinos clínicos. Revista Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, 5, 25-32.         [ Links ]

Matsinhe, M. C. E., Cândido, A. M., Abacar, M., & Aliante, G. (2020). Sintomas de stress em estudantes moçambicanos do curso de Psicologia. Mudanças – Psicologia da Saúde, 28( 2), 1-9

McShane, S. L.,& Von Glinow, M. A. (2014). Comportamento organizacional: Conhecimento emergente, realidade global, (6.ª ed.). Porto Alegre: AMGH.         [ Links ]

Murphy, L. R. (2008). Mental Capital and Wellbeing: Making the most of ourselves in the 21s t century. The Government Office for Science.         [ Links ]

Moretti, F. A., & Hübner, M. M. C. (2017). O estresse e a máquina de moer alunos do ensino superior: Vamos repensar nossa política educacional? Revista de Psicopedagogia, 34( 105), 258-67.         [ Links ]

Nogueira, J. M., & Gomes, A. R. (2014). Compreender o estresse no esporte: Contribuição das perspectivas transacionais sobre a adaptação humana. In J. M. Montiel, D. Bartholomeu & M. S. Andrade (Eds.),Perspectivas em aprendizagem humana ( pp. 57-82). São Paulo: Memnon Edições.         [ Links ]

Oliveira, L. A., Ferreira, J. S., Godinho, R. L. P., Alves, É. A., Silva, P., Santos S. R., & Passos, J. P. (2014). Estresse nos acadêmicos de enfermagem de uma universidade pública. Arquivo de Ciências de Saúde, 21( 2), 118-123.         [ Links ]

Pereira, R. R., Faciola, R. A., Ramos, M. F. H., Silva, S. S. C., Pontes, F. A. R., & Ramos, E. M. L. S. (2019). Estresse e características resilientes em alunos com deficiência e TFE na UFPA. Psicologia: Ciência e Profissão 2019, 39, e180093, 1-16.

Pozo-Muñoz, C., Salvador-Ferrer, C., Alonso-Morillejo, E., & Martos-Mendez, M. J. (2008). Social support, burnout, and well-being in teacher professionals: contrast of a direct and buffer effect model. Ansiedad y Estré, 14( 2-3), 127-141.         [ Links ]

Preto, V. A., Souza, A. L. T., Sousa, B. O. P., Fernandes, J. M., & Pereira, S. S. (2020). Associação entre fatores pessoais e ambientais com o estresse recente em estudantes de enfermagem. Research, Society and Development, 9 ( 6), e113962572, 1-16.

Querido, I. A.,Naghettini, A. V., Orsini, M. R. C. A., Bartholomeu, D., & Montiel, J. M.(2016). Fatores associados ao estresse no internato médico. Revista Brasileira de Educação Médica, 40( 4), 565-573.         [ Links ]

Ramos, S. I. V. &Carvalho, A. J. R. (2008).Nível de stresse e estratégias de copingd os estudantes do 1º ano do ensino universitário de Coimbra. Psicologia, 1-17.         [ Links ]

Ribeiro, J. P., & Marques, T. (2009). A avaliação do stresse: a propósito de um estudo de adaptação da Escala de Percepção de Stresse. Psicologia, Saúde &Doenças, 10 (2), 237-248.         [ Links ]

Salomão, I. F. C. S., Abacar, M., & Aliante, G. (2018). Satisfação acadêmica em estudantes de ensino superior: Um estudo no curso de graduação em ensino básico da Universidade Pedagógica-Delegação de Nampula. Revista Brasileira de Ensino Superior, 4( 1), 24-42.         [ Links ]

Seyle, H. (1993).Historyof stress concept. In L. Goldberg & S. Briznitz (Eds.), Hand book of stress. Theoretical and clinical aspects. New York: The Free Press.         [ Links ]

Schwarzer, R., & Knoll, N. (2007) ' Functional roles of social support within the stress and coping process: A theoretical and empirical overview'. International Journal of Psychology, 42( 4), 243 – 252.

Souza, M. R., Caldas, T. C. G., & De Antoni, C. (2017).Fatores de adoecimento dos estudantes da área da saúde: uma revisão sistemática. Revista Psicologia e Saúde em Debate, 3 ( 1), 99-126.         [ Links ]

Sowmya, K. R. (2010). Stress level: Assessment and Alleviation. SCMS Journal of Indian Management, 7( 1), 76-83.         [ Links ]

Vieira L. N., & Schermann, L. B. (2015). Estresse e fatores associados em alunos de psicologia de uma universidade particular do sul do Brasil. Aletheia, 46, 120-130.         [ Links ]

Zonta, R., Robles, A. C. C., & Grosseman, S. (2006). Estratégias de enfrentamento do estresse desenvolvidas por estudantes de medicina da Universidade Federal de Santa Catarina. Revista Brasileira de Educação Médica, 30, 147-153.         [ Links ]

 

 

Endereço para correspondência
E-mail:aliantegildo@yahoo.com.br

Recebido em: março de 2020
Aceito em: julho de 2021

 

 

1 Mussa Abacar: Psicólogo e Pedagogo. Doutor em Psicologia Cognitiva pela Universidade Federal de Pernambuco. Professor da Faculdade de Educação e Psicologia na Universidade Rovuma – Nampula, Moçambique.
2 Gildo Aliante: Planificador, Administrador e Gestor Educacional. Doutorando do PPG em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Bolsista de CAPES.
3 Júlio Frederico António: Psicólogo. Mestre em Administração e Gestão da Educação pela Universidade Pedagógica - Moçambique.

Creative Commons License