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Interações

versión impresa ISSN 1413-2907

Interações v.9 n.17 São Paulo jun. 2004

 

EDITORIAL

 

 

É com prazer que entregamos ao público mais um número de Interações. Neste ínterim, a revista foi novamente classificada como “Nacional A” pela Comissão Capes/Anpepp. Um dos principais indicadores do movimento ascensional da revista é o aumento expressivo do número de artigos que nos têm sido submetidos, provenientes de todos os Estados do país e também do exterior. Em virtude deste aumento no fluxo editorial, decidimos empreender algumas modificações pontuais em nosso modo de funcionamento: a partir do próximo número, a revista contará com um “Comitê Editorial” composto pelo editor-responsável e por dois editores-adjuntos, de modo a agilizar os trâmites envolvidos ao longo de todo o processo de produção do periódico. Também estaremos realizando um esforço para aumentar o número de artigos por número, o que requer alguma redução no tamanho dos artigos (que passa a ser de, no máximo, 20 laudas).

O número que o leitor tem em mãos abre com um artigo de Luís Cláudio Figueiredo e Nélson Coelho Júnior, no qual a noção de matrizes é utilizada para conferir inteligibilidade ao campo onde convivem e se mesclam diferentes concepções de intersubjetividade. Um artigo que certamente se tornará um “clássico” na literatura sobre o tema.

A seguir, o professor Kester Carrara aborda a questão das interações sociais a partir do contextualismo de Stephen Pepper. O trabalho nos pareceu especialmente oportuno porque aponta para uma ampliação do compromisso ético-social por parte dos analistas do comportamento.

Em “Encarnação da subjetividade/subjetivação da carne”, Luciana Motta e Tania Rivera percorrem os paradoxos que envolvem a relação alteridade/corpo. Com base em um referencial psicanalítico, as autoras articulam, em um diálogo sensível, um fragmento da clínica infantil com uma obra do desenhista alemão Hans Bellmer.

O trabalho seguinte expõe os dados de uma pesquisa sobre formação e a atuação do psicólogo vinculado às Unidades Básicas de Saúde no município de Natal. O grupo de autores encabeçado por Isabel Fernandes de Oliveira posiciona-se criticamente em relação aos dados constatados, que mostram o predomínio das práticas psicoterapêuticas curativas e de uma visão psicologizante dos problemas sociais em detrimento dos princípios que norteiam o Sistema Único de Saúde.

“Doce, pirâmide ou flor” é o sugestivo título de nosso quinto artigo que, com base nas contribuições de Vigotski, discute o processo de produção de sentidos em um grupo de sujeitos a quem foi proposta uma atividade estética em uma situação formal de ensino/aprendizagem. O reconhecimento de si como capaz de produzir criativamente algo que gera múltiplos sentidos é sublinhado como um dos efeitos importantes da proposta lançada por Andréa Zanella e demais autoras.

A dislexia infantil é alvo da revisão de literatura efetuada por Jerusa Salles e colegas. As dificuldades definicionais e a diversidade etiológica são os pontos que organizam o percurso pelo referencial teórico da Psicologia e Neuropsicologia Cognitivas.

Por fim, Viviane Santos e Liliana Costa apresentam um estudo sobre o papel da Justiça, bem como sobre as representações de que é alvo, a partir de um caso de violência sexual em família. Dentre outros aspectos, o artigo nos alerta para a importância da atuação do psicólogo no âmbito do Poder Judiciário.

As resenhas, como de costume, focalizam livros sobre temas centrais em nosso campo; desta feita, o corpo próprio tomado como objeto de intervenções radicais e as dinâmicas identitárias que permeiam a prática do professor.

Assim, uma vez mais, Interações acredita estar contribuindo para a disseminação do conhecimento na área da Psicologia – cujo caráter variado e heterogêneo talvez seja nosso bem mais precioso.

 

COMISSÃO EDITORIAL