EDITORIAL

 

 

É com prazer que entregamos aos nossos leitores mais um número de Interações Estudos e Pesquisas em Psicologia. Isso acontece no momento em que concentramos todos os nossos esforços na preparação da revista em formato eletrônico. Para viabilizá-la recebemos subsídio do CNPq, já foram disponibilizados espaço, equipamentos e programas; contamos com a participação de bibliotecários especialmente treinados na Metodologia SciELO, que já iniciaram a marcação dos textos. Assim, esperamos poder em breve anunciar seu lançamento.

Houve um ajuste na editoria – a professora Ines Loureiro passou a editora adjunta e Lucia Ghiringhello assumiu como editora. A equipe trabalha de forma integrada e esse rodízio de funções beneficia a todos. Interações é produzida por uma equipe pequena, mas que não mede esforços visando seu aprimoramento, e em resultado a revista foi avaliada pela Comissão de Avaliação de Periódicos CAPES/ANPEPP e classificada pela terceira vez consecutiva, como “Nacional A”.

Este número inclui sete artigos e um ensaio que abordam temas diversos. O artigo Medicina Legal nas teses da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1830-1930): o encontro entre Medicina e Direito, uma das condições de emergência da Psicologia Jurídica traz uma contribuição importante para a História da Psicologia. As autoras Ana Maria Jacó-Vilela, Adriana Amaral do Espírito Santo e Vivian Ferraz Studart Pereira traçam o percurso histórico da Psicologia Jurídica, passando pela Medicina, Direito e Psiquiatria, esclarecendo os entrelaçamentos existentes entre essas áreas, e explicitando as influências recebidas do exterior.

Ainda no campo da Psicologia Social insere-se o texto Movimentos homossexuais: a constituição da identidade coletiva entre a economia e a cultura, no qual Frederico Viana Machado e Marco Aurélio Máximo Prado, a partir de duas experiências organizativas de movimentos homossexuais, questionam o campo da pesquisa dos movimentos sociais, sinalizando limitações e potencialidades de seu corpo teórico e metodológico, apontando novos caminhos, possibilitando uma compreensão mais significativa. Na interface entre a Psicanálise e a Psicologia Social situa-se o artigo O trabalho da ilusão: produção, consumo e subjetividade na sociedade contemporânea, elaborado por Isleide Arruda Fontenelle, que à luz do conceito de fetichismo reflete sobre os aspectos contemporâneos relacionados ao mundo do trabalho e do consumo.

Ana Lila Lejarraga é a autora do artigo Sobre a ternura, noção esquecida, que aborda um tema pouco explorado pelo campo psicanalítico, a ternura, discutindo sua importância para a reflexão acerca das relações amorosas e dos laços sociais na contemporaneidade, e as possíveis implicações para a prática clínica.

Notas sobre a dicotomia corpo-psique situa-se na tradição crítica. O autor, José Leon Crochík, discute posições referentes à dicotomia entre corpo e psique, construídas e sustentadas pela cultura e balizadas pela indústria cultural.

Em Uma clínica do sensível: a respeito da relação entre destituição subjetiva e primado do objeto, Vladimir Safatle discute o uso da destituição subjetiva em Lacan, contribuição importante para a apreensão do conjunto da obra desse autor.

Carla Faria Leitão, Rosane dos Santos Abreu, Ana Maria Nicolaci-da-Costa, no texto Profissionais à deriva: professores e psicoterapeuta na sociedade em rede, discutem como o uso das tecnologias da informação, e da internet em particular, por parte de alunos e pacientes, repercute respectivamente nos professores e terapeutas, a partir dos resultados de suas pesquisas.

Finalmente, na seção de Comunicações, Angel Rodriguez Kauth, no ensaio La caida del voto cautivo: personalizacion de la politica, aborda um tema extremamente atual, que é a questão das influências das tecnologias de comunicação de massa e o vazio das falas dos políticos profissionais

Enfim, esperamos que os diferentes temas e enfoques teóricos aqui abordados possam contribuir para as discussões e reflexões de nossos leitores.

COMISSÃO EDITORIAL