Na edição inaugural da revista Estudos de Psicologia afirmávamos que era o nossso intenso,com a publicação da mesma,"abrir um espaço para a divulgação da produção de conhecimento de tantos quantos pensam a Psicoligia - em todos os seus aspectos e modalidades, áreas e abordagens teórico-metodológicas". Além disso, era "nosso compromisso estimular a indispensável interlocução com os demais campos do conhecimento-condição para que a Psicologia possa evoluir no sentido de uma real compreensão do homem, evitando a fragmentação do saber em disciplinas estanques".

Ao atingirmos, com esta edição (v.2, n.2), dois anos de circulação, cremos que seja possível fazer um balanço dos resultados.

Publicamos, nesses quatro números, 36 artigos originais de autores de 11 instituições brasileiras (PUCRS, PUCSP, UFC, UFF, UFPB, UFRGS, UFRN, UFSCAR, UNB, UNESP, USP) e duas contribuições internacionais (Canadá e Chile, além de uma tradução inédita, de Ignácio Martín-Baró); 4 entrevistas com expoentes da psicologia brasileira, 8 comunicações de estudantes de graduação e pós-graduação, e 6 resenhas de obras de destaque no cenário editorial brasileiro – além da republicação de dois textos.

Introduzimos debates (como a discussão entre a Psicologia e a Psicanálise) e organizamos dossiês (sobre a Questão do Menor e da Psicologia Ambiental). Em cada uma das edições, tivemos ao menos um texto de área correlata à Psicologia.

Passando em retrospectiva esses quatro números, temos certeza de termos conseguido cumprir os nossos objetivos: criar (mais) um local para divulgação dos conhecimentos produzidos entre nós e abrir um espaço para debates sobre questões relevantes da psicologia e áreas afins. Conseguimos a proeza de respeitar a periodicidade da revista, aliando-a a uma apresentação de qualidade, conforme as avaliações feitas pelos nossos pares.

Esse trabalho de editoração, realizado no Brasil em condições pouco favoráveis, somente foi possível graças ao esforço de um conjunto de pessoas. Assumindo o risco de omissão, por esquecimento, arrolo ao menos algumas dessas pessoas: seguramente, os membros da comissão editorial e toda a equipe que vem trabalhando na revista; a diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFRN, Zeneide Ferreira Alves, que tem viabilizado, do ponto de vista material, a publicação da revista; a administração da universidade, em especial, a Pró-Reitoria da Extensão, à qual a editora da UFRN (EDUFRN) está vinculada; os membros do Conselho Científico; os consultores que garantiram a qualidade do material publicado elaborando pareceres sobre os artigos enviados (César Ades, Cynthia de Medeiros Pereira, Dagmar Zibas, Elza M. do Socorro Dutra, Herculano Ricardo Campos, Jorge Castella Sarriera, Liomar Costa Queiroz, Marco Antonio de Castro Figueiredo, Maria da Conceição Almeida Moura, Maria Emília Yamamoto, Maria Gercileni C. de Araújo, Maria Lúcia Boarini, Mônica F. B. Correia, Orlando Amadeo Bueno, Rosalina Carvalho da Silva e Sylvia Leser de Mello) e, sobretudo, aos nossos colaboradores, que nos honraram, confiando-nos os resultados de suas investigações.

Esperamos poder continuar este trabalho com os mesmos cuidados que fizeram com que a revista tivesse, nos eventos de que participamos, a acolhida calorosa que tivemos.

 

Neste número, publicamos trabalhos de Sílvia Koller e Nara Bernardes, sobre o desenvolvimento moral pró-social, de Áderson Costa Jr. e Célia Zannon, que discutem questões metodológicas sobre o tema desnutrição e desenvolvimento comportamental; de Wagner Andriola, sobre avaliação do raciocínio verbal em secundaristas; de Antônio Cabral Neto, sobre o evolver da categoria democracia. O dossiê deste número é dedicado a um campo de investigações e de aplicações que apenas recentemente chega ao Brasil: a Psicologia Ambiental. Os quatro textos que o compõem, de autoria de Emilio Moyano, Gleice Elali, Clarisse Carneiro e Pitágoras Bindé, e José Pinheiro, são apresentados, em detalhes, pelo último, o coordenador do dossiê.

O entrevistado deste número é o conhecido psicólogo Paulo Rosas, nascido no Rio Grande do Norte e radicado, há anos, em Pernambuco. Paulo Rosas nos descreve a sua trajetória pessoal/profissional, o seu contato com personagens da Psicologia brasileira, e discute questões polêmicas que fazem parte do cotidianos dos psicólogos.

Resenhamos duas obras bastante atuais e controvertidas: O erro de Descartes, de Damásio (resenha de Carlos Tomaz e Lilian Giugliano) e A inteligência emocional, de Goleman (por Mônica Correia). Além disso, uma comunicação breve de Ana Regina Moreira, que tece considerações sobre a consciência na perspectiva fenomenológica de Merleau-Ponty, e informes de eventos dos quais participamos. Esperamos que o leitor continue encontrando, nas páginas desta revista, elementos que possam contribuir para a reflexão acerca das questões contemporâneas.

 

Para efeito de esclarecimento e orientação dos leitores e colaboradores, apresentamos, na página seguinte, o esquema do nosso processo de trabalho (inspirado no padrão da American Psychologial Association).