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Estudos de Psicologia (Natal)

Print version ISSN 1413-294XOn-line version ISSN 1678-4669

Estud. psicol. (Natal) vol.26 no.4 Natal Oct./Dec. 2021

http://dx.doi.org/10.22491/1678-4669.20210035 

10.22491/1678-4669.20210035

PSICOLOGIA SOCIAL DO TRABALHO

 

Normalidade no trabalho sob o olhar da psicodinâmica do trabalho: uma revisão integrativa

 

Normality at work from the perspective of work psychodynamics: an integrative review

 

Normalidad en el trabajo desde la perspectiva de la psicodinámica del trabajo: una revisión integrativa

 

 

Jane Pereira AraújoI; Lêda Gonçalves de FreitasII

IUniversidade de Brasília
IIUniversidade Católica de Brasília

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Objetiva este estudo identificar na literatura científica evidências de pesquisas realizadas sobre normalidade no trabalho, utilizando como aporte teórico a psicodinâmica do trabalho. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, utilizando publicações disponíveis nas bases de dados eletrônicas de psicologia e de saúde no Brasil durante o período de 2009-2018. A amostra foi composta por 314 estudos, dentre teses, dissertações e artigos. Os resultados demonstram que não foram encontrados estudos que abordam exclusivamente a normalidade em psicodinâmica do trabalho. Evidenciou-se a baixa frequência do uso do termo normalidade, indicando que esse conceito não é abordado isoladamente, podendo estar vinculado a outros aspectos da psicodinâmica do trabalho, como sofrimento no trabalho, estratégias de defesa e reconhecimento. Ressalta-se a importância de aprofundamento dos estudos sobre o tema, sugerindo buscas ampliadas, incluindo pesquisas internacionais, para fins de comparação.

Palavras-chave: normalidade; trabalho; psicodinâmica; revisão.


ABSTRACT

This study aims to identify the scientific literature evidence of research carried out on normality at workplace, using the work psychodynamics as theoretical support. An integrative literature review was made, by searching for scientific productions available in the electronic databases in the areas of psychology and health in Brazil, during the period of 2009-2018. The sample consists of 314 studies, including theses, dissertations, and articles. The results demonstrate that no studies were found that approach the concept of normality in work psychodynamics exclusively. It was evidenced the low frequency of the use of the term normality, indicating that this concept is not approached in isolation, and may be related to others aspects in the workplace psychodynamics, such as suffering at work, defense strategies and recognition. The importance of further studies on the topic is emphasized, suggesting expanded quests, including international research, for comparison purposes.

Keywords: normality; work; workplace; psychodynamics; review.


RESUMEN

Este estudio tiene como objetivo identificar en la literatura científica evidencias de investigaciones realizadas sobre la normalidad en el trabajo, utilizando la psicodinámica del trabajo como soporte teórico. Se realizó una revisión integrativa de la literatura, utilizando las publicaciones disponibles en las bases de datos electrónicas de psicología y salud, en Brasil, durante el período 2009-2018. La muestra estuvo formada por 314 estudios, entre tesis, disertaciones y artículos. Los resultados demuestran que no se encontraron estudios que aborden exclusivamente la normalidad en psicodinámica del trabajo. Se evidenció la baja frecuencia del uso del término normalidad, indicando que este concepto no se aborda de forma aislada, pudiendo estar vinculado a otros conceptos de la psicodinámica del trabajo, como sufrimiento en el trabajo, mecanismos de defensa y reconocimiento. Se resalta la importancia de profundizar en los estudios sobre el tema, sugiriendo búsquedas ampliadas, incluyendo investigaciones internacionales, con fines de comparación.

Palabras-clave: normalidad; trabajo; psicodinámica; revisión.


 

 

Vive-se uma profunda mutação no mundo do trabalho na contemporaneidade. A hipermodernidade (Han, 2017) interfere diretamente nos comportamentos sociais e, consequentemente, potencializa a angústia do homem contemporâneo. Em meio às crises, às mudanças de ideologias, à precarização do trabalho, à aceleração e à submissão às exigências do mercado, o perfil do trabalhador tem mudado e são inevitáveis os reflexos sobre sua saúde. Essas transformações têm afetado a maneira como se trabalha e como se organiza o trabalho, provocando mudanças significativas nos modos de viver, trabalhar e adoecer das pessoas.

Em um cenário de muita competitividade, dentre outros desafios, o trabalhador é obrigado a se submeter às exigências de condições de trabalho precárias e de organizações do trabalho perversas, tendo que recorrer cada vez mais a estratégias para enfrentar as dificuldades e não sucumbir ao sofrimento e chegar ao adoecimento. Esse cenário é muito delicado e requer muita atenção e cuidado para as questões que envolvem o trabalho e o trabalhador, pois tem resultado em riscos emergentes e provocado novas formas de adoecimento.

Diante das reformas trabalhistas, das novas modalidades de trabalho, como o intermitente e os vinculados às plataformas digitais, das propostas de uma nova revolução industrial como a indústria 4.0 (Antunes, 2018), o trabalhador vivencia novas modalidades de escravidão. Frente a isso, os adoecimentos, os padecimentos, as precarizações, as terceirizações, as desregulamentações e os assédios parecem tornar-se mais a regra do que a exceção (Antunes, 2018).

A cultura gira em torno de produzir sujeitos sem perturbações, seduzidos e coagidos por demandas de apelo ao consumo, visando um gozo permanente, não tanto pelo que se consome, mas para estar incluído na mesma norma (Kehl, 2009). Consequentemente, observa-se um grande empobrecimento na vida subjetiva dos sujeitos e uma crescente complexidade nos processos relativos à saúde e ao adoecimento dos trabalhadores. O sofrimento tem sido cada vez mais banalizado e, em muitas das vezes, independentemente da intensidade, tem sido referido como sendo um estado de "normalidade".

Normalidade é um tema discutido em diversas áreas do conhecimento, sendo especialmente relevante para a saúde mental. Um dos trabalhos utilizados frequentemente para referenciar questões relacionadas ao normal e ao patológico é a tese de Georges Canguilhem (Canguilhem, 1943/2011). Nela, o autor não conceitua, mas faz uma reflexão crítica da normalidade vista como ausência de doença e propõe uma distinção entre o normal e o patológico, levando ao rompimento de uma visão tradicional desses conceitos.

A normalidade como norma de vida diz respeito a uma categoria mais ampla, que inclui a saúde e o patológico como subcategorias. Dessa maneira, tanto a saúde quanto a doença são consideradas normais, como uma norma de vida, mas distintas: a saúde como norma de vida superior, caracterizada pela capacidade normativa, mas com possibilidade de transformar, de mudar, de adoecer, e de poder sair do estado patológico; já a doença, ou o patológico, caracterizada como uma norma de vida inferior, com a perda da capacidade normativa, sem a possibilidade de mudança (Canguilhem, 1943/2011).

No campo da psicanálise Freud (Freud, 1901/1980) defende que tanto os fenômenos normais quanto patológicos são produtos dos mesmos mecanismos mentais. A linha fronteiriça entre os estados nervosos não faz distinção entre um estado ou outro, pois as manifestações mórbidas são caracterizadas pela quantidade, intensidade e erupção temporal. Normal e patológico nessa perspectiva diferem somente em relação aos termos quantitativos, portanto, são da mesma natureza.

A normalidade também é vista como um excesso de adaptação ao mundo tal como ele se apresenta, manifestando-se como um sintoma quando a tolerância ao sofrimento se torna elevada, sendo assim denominada como uma normopatologia (Dunker, 2015). Em Os Normalpatas, Barros (l999) questiona a normalidade como saúde ou como normalidade patológica. Para ele, ser normal pode não ser sadio porque a normalidade pode ser doentia. "E normal, é idêntico a são?", Canguilhem (2012, p. 181) questionava.

Para a psicodinâmica do trabalho a normalidade não implica ausência de sofrimento: é vista como "o resultado de uma composição entre o sofrimento e a luta (individual e coletiva) contra o sofrimento no trabalho" (Dejours, 1999a, p. 36). É um fenômeno que exige do sujeito um grande esforço e uma grande luta contra a "desestabilização psíquica provocada pelas pressões do trabalho" (Dejours, 1999a, p. 36). A normalidade é um marco para a psicodinâmica do trabalho, sendo a "clínica e teoria da 'normalidade' em situação de trabalho " a própria psicodinâmica do trabalho (Dejours, 2017, p. 27).

No lugar de demonstrar o trabalho como enlouquecedor, as pesquisas em psicopatologia do trabalho detectaram grupos de trabalhadores que não se mostravam passivos diante das exigências e pressões organizacionais, mas que eram capazes de se protegerem dos efeitos danosos à saúde mental. Diante das vivências de sofrimento, esses trabalhadores tentavam, apesar das limitações, preservar e exercer a liberdade na construção das estratégias defensivas, fundamentalmente coletivas (Dejours, 2015).

O foco investigativo, que até então estava voltado para as doenças mentais geradas pelo trabalho, passou a ser sobre o sofrimento e as defesas contra esse sofrimento. À medida que a maioria dos trabalhadores conseguia 'administrar' a loucura, apesar da violência da organização do trabalho, a normalidade, descrita como equilíbrio instável, precário, entre sofrimento e defesas, se mostrou como o grande mistério a ser desvendado (Dejours, Abdoucheli, & Jayet, 1994).

A partir daí, os estudos sobre esse fenômeno passaram a ser pautados pelos mecanismos utilizados pelos trabalhadores para a manutenção da "normalidade", que pressupõe consciência do sofrimento e luta contra a desestabilização psíquica e somática provocada pela organização do trabalho. A investigação passou a ser sobre a dinâmica do trabalho e dos processos psíquicos mobilizados pela exposição do trabalhador à organização do trabalho (Dejours, 2007).

Nessa trajetória, um grande enigma relacionado à psicopatologia do trabalho foi observado. Aquilo que até então era tratado como doença, não era mais uma doença mental, mas sim um estado de normalidade (Dejours, 2011). Diante dessa constatação, a Psicodinâmica do Trabalho passa a ser o foco dos estudos, com base no argumento de que na Psicopatologia do Trabalho não foi possível estabelecer o nexo causal entre certos transtornos psíquicos e certas formas de organização do trabalho. Essa nova denominação foi considerada mais adequada e abrangente, pois, além de possibilitar a ampliação do campo de investigação na área, favorece um olhar não só para o sofrimento, mas também para o prazer no trabalho (Dejours, 2011).

Consequentemente, novas tendências sobre o conceito de saúde surgiram: uma relativa ao papel do trabalho e outra em relação à saúde e à normalidade. Nesse sentido, o trabalho não deve ser considerado o mesmo das pesquisas em psicopatologia do trabalho, ou seja, como uma "fonte de doença ou infelicidade", mas também como fonte de prazer e saúde, levando sempre em consideração as condições contrastantes do trabalho, seja como gerador de doença ou de saúde (Dejours, 2015).

A psicodinâmica do trabalho passa a ter como objeto de estudo o sofrimento e o prazer no trabalho e se vê diante de um grande desafio: compreender a normalidade e não a doença mental no trabalho; compreender quais estratégias os trabalhadores utilizam para não adoecerem, se manterem em equilíbrio psíquico (Dejours, 2015; Dejours & Bègue, 2010), e permanecerem em estado de normalidade.

O foco não era atribuir sentido nem definir a normalidade, mas esclarecer que a normalidade é uma conquista e não apenas a ausência de doença; que é um fenômeno constituído de múltiplas determinações, articulado ao mundo do trabalho e que surge como resultado do compromisso entre o sofrimento e as estratégias de defesa (Dejours, 1999b). Portanto, não se deve confundir o estado de normalidade com um estado saudável, pois se por um lado ela pode refletir um equilíbrio saudável entre as pessoas, por outro, pode também se manifestar como um sintoma patológico (Dejours, 2008). A um custo muito alto, e de muito sofrimento dentro e fora do trabalho, ocorre um precário equilíbrio entre as forças desestabilizadoras dos sujeitos e seus esforços, em busca da manutenção de um estado que lhes permita manter-se em produtividade. (Dejours, 2017).

Diante desse cenário, os indivíduos buscam recursos de proteção. Para tanto, fazem uso de mecanismos de defesa (quando trabalham sozinhos ou isoladamente), ou de estratégias de defesa (quando realizam trabalhos em grupo ou em equipes). Quando o sofrimento não é mais contornável devido ao esgotamento de todos os recursos internos para a continuidade da execução das atividades e das demandas organizacionais, o trabalhador se torna vulnerável, não consegue mais a manutenção do equilíbrio e a patologia surge.

Nesse sentido, normalidade e saúde não são equivalentes. A manutenção dessa normalidade tem um alto custo, pois exige do sujeito a criação de estratégias defensivas e inteligência na luta contra as dificuldades desestabilizantes e patogênicas, contra a doença, a loucura e a morte (Dejours & Bègue, 2010).

Assim, surgia 'um novo problema científico': "como compreender que, apesar de condições de vida tão duras e desestabilizantes, tantas pessoas, senão a maioria delas, consegue resistir, sobreviver, e até conquistar um pouco de felicidade?". Como, diante das mesmas condições de trabalho, uns trabalhadores adoecem e outros não? "Como fazem os trabalhadores para resistir aos ataques ao funcionamento psíquico provocados pelo seu trabalho? Como fazem para não ficarem loucos?" (Dejours, 2015, p. 8).

Diante dessas questões, o próprio objeto da psicopatologia do trabalho se amplia: passa a ser o sofrimento no trabalho, e não a loucura. A noção de sofrimento torna-se central, pois implica em um estado de luta do sujeito contra as forças que o estão empurrando em direção à doença mental (Dejours, 2015). No centro de tudo isso está o sofrimento arraigado ao conceito de normalidade, sendo chamado por Dejours (2011) de "normalidade do sofrimento". Nessa trajetória, um novo problema precisa ser desvendado: uma normalidade enigmática, ou um "estado compatível com a normalidade, que implica numa série de mecanismos de regulação" (Dejours, 2015, p. 8), mesmo que esconda mal-estar e sofrimentos intensos. Essa normalidade, que é fundamentalmente enigmática, é também sofrente, pois reflete uma grande luta contra a desestabilização psíquica provocada pelas pressões do trabalho (Dejours, 1999a) e pressupõe a implicação de três conceitos que são considerados fundamentais pela psicodinâmica do trabalho: o de estratégias de defesa, o de sofrimento e o de reconhecimento (Dejours, 2012a).

Por esse novo caminho, as pesquisas em psicodinâmica do trabalho realizadas nos últimos anos têm revelado diferentes estratégias defensivas que, quando analisadas, têm demonstrado o quanto podem contribuir para tornar aceitáveis o que não deveria ser. São recursos necessários para a proteção da saúde mental contra os efeitos nocivos do sofrimento.

Essas estratégias defensivas exercem, portanto, uma função paradoxal. Por trás da normalidade há algo invisível, que não é visto, que na grande maioria das vezes não é demonstrado por meio de comportamentos. São lutas travadas constantemente, que ficam escondidas e camufladas por uma aparente tranquilidade e por um imperioso e perigoso silêncio (Dejours, 1999b). Muitas das vezes, medicamentos são recursos utilizados (Dejours, 1999a) para a manutenção de uma saúde dita estabilizada (seja ela física ou mental), visando travestir o trabalhador de um estado de normalidade.

Quanto ao reconhecimento, quando ele é manifesto em relação a um trabalho realizado, fortalece a identidade do trabalhador e protege a sua saúde mental. Já sua falta, pode desestabilizar psiquicamente o indivíduo (Dejours, 2007). Para Dejours (2012b), o reconhecimento permite ao trabalhador transformar o seu sofrimento, impactando consideravelmente sobre o desenvolvimento de sua identidade.

A normalidade se apresenta, portanto, como resultado de uma dinâmica propriamente humana, numa luta constante contra a desestabilização psíquica, em busca da manutenção da saúde. Mas, algo que pode não ser "normal" ocorre: trabalhadores que se apresentam aparentemente em estado de normalidade conseguem executar suas funções, mas em suas experiências subjetivas mais íntimas, vivenciam sofrimentos profundos relacionados ao trabalho. Assim, afirma o próprio Dejours (1996), como as patologias, a normalidade é digna de ser investigada e conhecida.

No atual contexto de precarização do trabalho, do emprego e do empobrecimento da subjetividade, como consequências das novas configurações do mundo do trabalho, o trabalhador passa a viver em estado de servidão voluntária e alienação para se manter normal, sendo considerado potencialmente relevante realizar estudos sobre a normalidade no trabalho.

Diante do exposto, esta revisão de literatura que foi realizada para atender a um dos objetivos da tese de doutorado da primeira autora, parte do pressuposto que o fenômeno normalidade no trabalho no Brasil precisa ser mais aprofundado. Para tanto, este artigo traz uma revisão integrativa da literatura, com o objetivo de evidenciar os estudos realizados sobre a normalidade no trabalho, na perspectiva da psicodinâmica no trabalho. Diante disso, ter evidências de estudos sobre normalidade no trabalho sob o olhar da psicodinâmica do trabalho pode contribuir significativamente para pesquisas na área de psicologia, do trabalho e da saúde dos trabalhadores.

 

Método

Visando o alcance do objetivo proposto, o método utilizado neste artigo é uma revisão integrativa da literatura, por ser um tipo de revisão que possui um rigor metodológico específico que deve ser seguido quando se buscam evidências sobre determinado assunto (Botelho, 2011; Broome, 2000). Diante disso, espera-se que por meio de pesquisas anteriores sobre normalidade em psicodinâmica do trabalho, seja possível realizar uma síntese do conhecimento científico já existente sobre o tema.

A amostra do estudo é composta por publicações no Brasil, relacionadas à psicodinâmica do trabalho e normalidade no trabalho, indexadas nas bases de dados das áreas de Psicologia e Saúde que acolham o tema pesquisado, em um período de 10 anos, compreendido entre 2009 e 2018.

Procedimentos de Coleta de Dados

Inicialmente, em janeiro de 2019, foi realizada uma busca detalhada nas bases de dados de conteúdo restrito: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações – BDTD (http://bdtd.ibict.br/vufind/); Biblioteca Virtual em Saúde da Bireme – BVS Bireme (https://bvsalud.org/); Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia – BVS Psi (http://www.bvs-psi.org.br); e o banco de dados SCOPUS (https://www.elsevier.com/solutions/scopus), sem delimitação temporal e sem nenhum filtro, com o objetivo de verificar quais delas poderiam contemplar resultados referentes aos termos "psicodinâmica do trabalho" e "normalidade no trabalho". As buscas foram feitas nos campos correspondentes dos títulos, do resumo e das palavras-chave em três idiomas: português, inglês e francês. E, para fins desta pesquisa, utilizou-se a palavra "termos" em virtude de "psicodinâmica do trabalho" e "normalidade no trabalho" não terem sido encontradas como descritores no vocabulário estruturado do DeCS – Descritores em Ciências da Saúde, no site da BVS.

Visando ampliar a abrangência das buscas, foram utilizados os descritores "trabalho", "condições de trabalho" e "psicologia", esses sim disponíveis no DeCS (http://www.bvs-psi.org.br). Como resultado dessa pesquisa inicial, foram encontradas sete publicações, sendo seis hospedadas na BDTD. Na base de dados Scopus, por exemplo, não foi encontrada nenhuma; na BVS Saúde, somente um artigo datado de 1999; e na BVSPsi, nenhum resultado.

Para confirmar se a amostra encontrada contemplava o objeto deste estudo, foi realizada a leitura dos resumos do material encontrado e constatou-se que nas publicações encontradas na BDTD, em relação à normalidade, apenas três tinham relação com a psicodinâmica do trabalho, mais especificamente com o conceito do termo. Em virtude disso, essa amostra não foi considerada suficiente para responder à pergunta deste estudo.

Em virtude desse resultado não contemplar o objeto da pesquisa, optou-se por mudar a estratégia de busca e pesquisar apenas pelos termos "psicodinâmica do trabalho" e "normalidade", sendo realizada uma segunda rodada de busca, também sem delimitação temporal. E, para sistematizar a procura com essa nova disposição, foram utilizados os operadores boleanos AND e OR. Em seguida, foi feita uma varredura dos seus correspondentes em inglês e em francês excluindo as palavras, também nesses idiomas, que poderiam estar atrapalhando a pesquisa, tais como normopata, normopatia e normopatologia. Para tanto, foram eleitas as bases de dados BDTD, BVS Bireme e BVSPsi e mais uma consulta geral no portal de periódicos da CAPES (http://www.periodicos.capes.gov.br). Todo o acesso às fontes de dados foi feito de modo restrito, objetivando atingir o maior número de produções.

Os resultados foram semelhantes aos da primeira busca: na BDTD, foram encontradas apenas seis publicações citando um dos termos, na BVS Saúde, uma publicação e na BVS-Psi, nenhuma. No portal da CAPES, dos seis artigos encontrados, três citavam o termo normalidade como sinônimo de norma, um como desequilíbrio, um como nota de rodapé, e apenas um fazia referência ao conceito do termo em psicodinâmica do trabalho.

Como o resultado da segunda busca também não foi considerado satisfatório para o que se propunha, mudou-se novamente a estratégia e optou-se por realizar a pesquisa com apenas o termo "psicodinâmica do trabalho" e, a partir daí, consultar as publicações que fizessem menção à normalidade no trabalho. Antes da seleção do material foi realizado um teste de busca e percebeu-se um número muito grande de publicações apenas com o termo "psicodinâmica do trabalho", entre aspas (o uso das aspas permite que os dois termos apareçam juntos). Diante disso realizou-se uma delimitação temporal de 10 anos, referente ao período compreendido entre os anos 2009 e 2018 e optou-se por pesquisar apenas nas bases de dados BDTD e BVSPsi. No entanto, por conveniência, posteriormente foi incluído o Banco de Teses da CAPES. Essa conveniência se deu em decorrência desse banco apresentar seis estudos que não faziam parte da BDTD. Diante disso, foram incluídos como parte da amostra deste estudo.

Essa terceira busca foi realizada durante os meses de fevereiro e março de 2019, especificamente com o termo "psicodinâmica do trabalho". Os critérios de inclusão para a composição da amostra foi a produção nos 10 anos, referentes ao período 2009 – 2018, de artigos revisados por pares, teses e dissertações publicadas no idioma português (Brasil), disponíveis em texto completo, que contemplassem o tema psicodinâmica do trabalho e normalidade. Obteve-se em resposta a essa busca, 340 publicações que passaram a compor a denominada amostra geral.

A partir daí, essa amostra foi refinada visando atender à finalidade deste estudo. Foi considerado como critério de inclusão os textos que apresentassem pelo menos uma vez o termo normalidade em seu teor. E, de exclusão, aquele que não apresentasse pelo menos uma vez o termo normalidade. Além disso, os textos deveriam ser completos e publicados no Brasil, e as obras repetidas contabilizadas apenas uma vez.

A partir daí, foram consultados os títulos e resumos de cada publicação para verificar se continham o termo normalidade, pelo menos uma vez. Caso apresentassem, seria elegível para esta revisão. Caso não apresentassem, a verificação passaria para o corpo do trabalho e seria considerado incluído na amostra aquele que apresentasse nele, pelo menos uma vez, o termo normalidade. Após esse refinamento da amostra geral e utilizando os critérios de inclusão e exclusão, ficaram elegíveis 314 produções para compor a amostra específica desta revisão, incluindo teses, dissertações e artigos.

Os dados para fins de seleção da amostra foram registrados numa planilha em Excel, criada especificamente para este estudo, com os seguintes campos: tópico; nome do(s) autor(es); título da obra; base de dados BDTD, BVSPsi, CAPES); tipo de publicação (tese, dissertação, artigo); modalidade de estudo (empírico, teórico); se cita "normalidade" no resumo (sim, não); se cita "normalidade" no corpo do texto (sim, não); quantas vezes cita "normalidade" no corpo do texto; objetivo da publicação (resumido); temática principal; metodologia; observações sobre "normalidade"; veículo de publicação (artigo); editora/ano (artigos); instituição (para teses e dissertações); região; modalidade de instituição (pública, privada); ano de publicação; link para acesso do trabalho; data de acesso; observações importantes; e, se contempla ou não a temática desta pesquisa.

Resultados: análise e discussão

Após a composição da amostra específica, foi realizada leitura dos títulos, dos resumos, dos objetivos, do método, e quando necessário, dos textos completos. Os resultados serão apresentados de maneira descritiva, utilizando as tabelas como recurso adicional. Primeiramente, será apresentado um panorama geral dos resultados, referentes às bases de dados, e posteriormente, um panorama mais específico por modalidade de produção: teses e dissertações, e artigos.

Panorama Geral dos Resultados

Das 314 produções selecionadas, 223 são compostas por teses e dissertações, perfazendo um total de 71,02%; 85 são artigos, equivalente a 27,07%; e seis são teses e dissertações, no banco de teses da CAPES, ou seja, 1,91%. Ao ser realizada a análise por tipo de publicação, 56,69% são dissertações, 27,07% são artigos e 16,24% teses. Por modalidade de estudos, 90,45% são classificados como empírico e 9,55% como teórico. Os dados desse panorama encontram-se dispostos na Tabela 1.

 

 

De acordo com os resultados apresentados no quadro, observa-se a predominância de estudos empíricos. Este resultado sugere uma carência de revisões de literatura sobre a normalidade em psicodinâmica do trabalho. Mais revisões sobre normalidade no trabalho, suas as peculiaridades, especificidades, limitações, viabilidades e perspectivas, poderiam contribuir para reflexões futuras e entendimento mais ampliado do conceito.

Em relação à frequência de produções por data de publicação, houve um predomínio de estudos nos anos 2017 e 2018, com 13,06% em cada. Já o ano 2010, destacou-se como aquele com o menor número (5,73%).

No campo "resumo" de toda a amostra, observou-se que em 96,50% não constava nenhuma citação referente ao termo normalidade, e que em apenas 3,50%, sim. Esse panorama foi diferente do percebido nos resultados apresentados no corpo do texto, em que 57,96% faziam algum tipo de menção; 34,40% não; e 7,64% das produções não foram consultadas em decorrência de não apresentarem texto completo e/ou por não estarem disponíveis ou acessíveis para leitura.

Quanto à frequência em que o termo normalidade foi mencionado no corpo do texto, constatou-se que: em 132 trabalhos não havia nenhuma menção, ou seja, 42,02%; 103 mencionaram de 1 a 5 vezes (32,82%), sendo que desses, em 41 (39,80%) só houve uma menção. A partir de seis vezes, os resultados foram categorizados: de 6 a 10 vezes, 46 (14,65%); de 11 a 20 vezes, 27 (8,60%); e, acima de 20 vezes, 6 (1,91), como pode ser observado na Tabela 2.

 

 

Diante desses resultados, presume-se que nas pesquisas em psicodinâmica do trabalho a baixa frequência de citações do termo normalidade indica que o conceito do termo pode não estar sendo abordado isoladamente, podendo estar vinculado a outros conceitos da psicodinâmica do trabalho. Além disso, apesar das várias citações do termo normalidade nos trabalhos analisados, elas se apresentam sem muito aprofundamento e, principalmente, não aparece como tema principal de um estudo. E, por se tratar de uma investigação nova, não foram encontrados estudos ou pesquisas especificamente sobre normalidade em psicodinâmica do trabalho, para que pudessem ser discutidos e/ou comparados.

Panorama Específico dos Resultados: Teses e Dissertações

Visando o aprofundamento da análise deste grupo, foram acrescidas as seguintes categorias: temática principal, região, data de publicação e tipo de instituição. Compõem a amostra 51 teses e 178 dissertações, perfazendo um total de 229 produções. Em relação à modalidade de estudo, 96,07% são estudos empíricos e 3,93% são teóricos. Desses, apenas 4,80% fazem menção ao termo normalidade no resumo e 95,20% não o fazem. Percebe-se, portanto, que ocorre uma predominância sobre a não menção do termo normalidade nos resumos das produções. Já no corpo do trabalho, 69,00% citam; 20,52% não fazem nenhuma referência; e 10,48% dos textos não estavam completos, disponíveis e/ou não estavam acessíveis.

Esses resultados demonstram claramente que a grande maioria das produções consultadas não faz citação do termo normalidade em seus resumos, levando a sugerir que o estudo da normalidade no trabalho não apareceu como tema principal.

Quanto ao número de vezes que o termo é mencionado no corpo do trabalho, 31% deles não cita nenhuma vez; 35,37% citam de 1 a 5 vezes, com destaque para 29 desses que mencionam apenas uma vez. A partir de seis vezes, os resultados foram: 19,65%, de 6 a 10 vezes; 11,79%, de 11 a 20 vezes; e, 2,18%, acima de 20 vezes. Os resultados encontrados por meio das análises específicas das teses e dissertações estão compatíveis com aqueles apresentados no panorama geral dos estudos, demonstrados na Tabela 1.

Em relação às categorias, a denominada "temática principal" foi criada a partir dos objetivos gerais dos estudos selecionados. A partir dos conteúdos dos objetivos de cada trabalho foram elencadas 12 categorias, e mais uma com denominação "não contempla" por ser de estudo em que o termo não tem relação com a psicodinâmica do trabalho.

Dessas, as cinco que mais se destacaram foram: 1ª) prazer e sofrimento, sendo 32,31% das produções da amostra; 2ª) organização do trabalho, 23,58%; 3ª) trabalho/ saúde/ adoecimento, 9,17%; 4ª) intervenções, 6,99%; e 5ª) subjetividade / sentidos do trabalho, com 6,55%. Os resultados com todas as categorias encontram-se elencados na Tabela 3.

 

 

Observa-se que não foi elencada nenhuma categoria denominada normalidade no trabalho. Convém ressaltar que, em relação à categoria estratégias defensivas, que em psicodinâmica pode estar relacionada à normalidade no trabalho, foram encontrados apenas seis estudos, equivalente 2,62% dos trabalhos.

Como para a psicodinâmica do trabalho a normalidade pressupõe a utilização de conceitos como o sofrimento, as estratégias de defesa e o reconhecimento, reforça-se, portanto, que o conceito de normalidade no trabalho pode não estar sendo abordado isoladamente, mas pode estar sendo explorado e embutido em outras categorias. E, apesar dos objetivos desses estudos abordarem os eixos centrais da psicodinâmica do trabalho, neles a normalidade no trabalho não apareceu como uma categoria estudada.

Quanto à frequência de estudos por região do país, a Centro-Oeste predomina, apresentando 29,26% dos casos encontrados; seguida pelas Regiões Sudeste, com 24,02%; a Nordeste com 20,96%; e a Sul, com 16,59%. Com um menor número de estudos, destaca-se a Região Norte, com 9,17%. Já por tipo de instituição, as instituições públicas predominam, sendo 86,90%, e as privadas com 13,10%. E, em relação ao ano de publicação, a maior frequência foi em 2017, com 13,97% e, a menor foi em 2010, com 5,24%.

Panorama Específico dos Resultados: Artigos

Fazem parte desta amostra 85 artigos, dos quais 75,29% são de estudos empíricos e 24,71% são de estudos teóricos. Observa-se que 100% dessa amostra não citam o termo normalidade no resumo e destes, 71,77% também não citam no corpo do trabalho. Daqueles que citam no corpo do texto, 28,23% fazem algum tipo de menção ao termo e 50% citam normalidade apenas uma vez. Desses, observa-se que apenas um artigo tem um número grande de menções (acima de 20 vezes), equivalente a 1,18% dos artigos; e, também, apenas um (1,18%) com variação de 6 a 10 vezes, conforme resultados apresentados na Tabela 4.

 

 

Convém destacar que em 100% dos resumos dos artigos nenhuma citação do termo normalidade foi feita. Esses resultados são compatíveis com os encontrados tanto no panorama geral dos estudos, quanto no panorama específico "teses e dissertações", enfatizando, portanto, a carência de artigos sobre o conceito de normalidade em psicodinâmica do trabalho.

Quanto à "temática principal" (Tabela 5), os artigos também foram categorizados nos mesmos moldes das teses e dissertações. Para tanto, foi realizada a leitura de todos os trabalhos que compõem a amostra, com vistas à criação de categorias temáticas para fins de análise. Como nas teses e dissertações, eles também não apresentam nenhuma temática denominada 'normalidade no trabalho'. Neles, a categoria prazer e sofrimento se destacou, com 27,06% das publicações, seguida pela categoria "reflexões/discussões teórico-metodológicas", com 24,71% das publicações e, pela categoria "organização do trabalho", com 11,76%. E, no que diz respeito ao ano com maior publicação de artigos, 2018 encabeça a lista, com 16,47%, e com menor número, o ano 2015, com apenas 4,71%.

 

 

Considerações finais

A finalidade deste trabalho foi identificar na literatura científica evidências de estudos realizados sobre a normalidade no trabalho, utilizando como aporte teórico a psicodinâmica no trabalho. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa por meio da busca de produções disponíveis no Brasil, nas bases de dados eletrônicas das áreas de psicologia e de saúde, em um período de 10 anos (2009 a 2018).

Os resultados demonstram que não foram encontrados estudos que abordem especificamente a normalidade em psicodinâmica do trabalho; no entanto, esses resultados não invalidam a investigação realizada. Esses resultados sugerem que o conceito de normalidade em psicodinâmica do trabalho não está sendo abordado isoladamente, podendo estar vinculado a outros conceitos como prazer e sofrimento no trabalho e estratégias de defesa. Além disso, puderam demonstrar que apesar das buscas sistemáticas e diversas, o número de trabalhos empíricos que se debruçam sobre o tema é pequeno, tornando altamente relevante a realização de mais estudos nessa área.

O termo normalidade no trabalho pode estar sendo empregado de maneira muito superficial, sem aprofundamento, debates e discussões, podendo gerar conclusões controversas e contestáveis, podendo diante disso afirmar que houve uma apropriação e muito superficial do conceito de normalidade no trabalho nas publicações que foram utilizadas como amostra para este estudo.

O conceito de normalidade, nos atuais contextos de precarização do trabalho, pode estar travestido de saúde e camuflar a trágica condição de milhares de trabalhadores que se submetem a diversos tipos de violência, sofrimentos e alienação. Tal submissão poderá camuflar um adoecimento no trabalho, mas que pode ser extensivo a toda vida do sujeito, dentro ou fora do trabalho, podendo desencadear diversos tipos de patologias, sejam elas físicas ou mentais.

Tais resultados podem inspirar uma reflexão teórica, utilizando como referência a psicodinâmica do trabalho, visando pensar em hipóteses sobre essa lacuna, bem como propor de maneira mais clara e objetiva uma agenda de pesquisa para caminhar em direção ao preenchimento desse espaço empírico vazio.

Diante disso, ressalta-se a importância de aprofundamento dos estudos sobre a normalidade em psicodinâmica do trabalho de modo a favorecer uma visão mais crítica sobre o tema, tendo-se em vista que, no atual contexto de precarização do trabalho, do emprego e do empobrecimento da subjetividade, o trabalhador passa a viver em estado de servidão voluntária e alienação, para não adoecer e se manter normal.

Visando estudos futuros, as buscas podem ser ampliadas, incluindo pesquisas internacionais, para fins de comparação entre os estudos que abordam o conceito normalidade em psicodinâmica do trabalho.

 

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Endereço para correspondência:
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Recebido em 01.fev.21
Revisado em 28.dez.21
Aceito em 31.jan.22

 

 

Jane Pereira Araújo, Doutora em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília (UCB), é Psicóloga da Universidade de Brasília (UnB). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5841-0921
Lêda Gonçalves de Freitas, Pós-doutora em Psicossociologia pelo Conservatoire National de Arts et Métiers (CNAM), Paris, Doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB), é Professora da Universidade Católica de Brasília (UCB). Email: ledagfr@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1288-7134

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