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Temas em Psicologia

Print version ISSN 1413-389X

Temas psicol. vol.5 no.1 Ribeirão Preto Dec. 1997

 

PROCESSOS BÁSICOS E PROCEDIMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

 

Modelos interativos de categorização difusa multidimensional: construção do software e testagem do instrumento1

 

 

Milton José Penchel Madeira2; Ricardo Wainer3; Luísa Regina Pericolo Erwig4; Alexandre Schaefer5

Pontifícia Universidade Católica - RS

 

 

O presente artigo pretende descrever o desenvolvimento do projeto de pesquisa a respeito da testagem de diversos Modelos Interativos de Categorização Difusa Multidimensional a dupla escolha, mais especificamente quanto à primeira etapa da aplicação definitiva, realizada no segundo semestre de 1995, logo após a finalização da versão 2.0 de nosso instrumento de base - "Faces Estilizadas"-. Este consiste em faces de 4 dimensões (testa, olhos, nariz e queixo) ternárias (pequeno, médio e grande), dispostos em forma de "trevo" para as duas categorias ("famílias") simétricas e contrastivas com 5 faces cada uma (vide anexos 1 e 2).

A aplicação - mediante uma tarefa padrão de classificação à dupla escolha - é denominada etapa 1, pois tem um caráter experimental com a finalidade de testar em nível empírico o instrumento produzido pelo software de mesmo nome desenvolvido dentro do grupo de pesquisa. Maiores informações sobre este software criado no Grupo de Pesquisa em Processos Cognitivos pode ser apreciado com detalhes em Madeira, Pena e Wainer (1995). Foram utilizadas e testadas as 6 versões do mesmo instrumento, para que através desta aplicação pudéssemos escolher a versão definitiva, que explique de uma forma mais discriminativa os modelos propostos.

A implementação do software "Faces Estilizadas" foi utilizada para a construção de instrumentos de categorização difusa à dupla escolha, comumente usado em tarefa de categorização difusa em Psicologia Cognitiva, sob a abordagem do Processamento da Informação (Madeira, 1987; 1989; 1990; Lories, 1984; Wainer & Madeira, 1994). Este tipo de instrumento possibilita uma aplicação nos estudos na área da formação de conceitos mentais em Psicologia Cognitiva, dentro do enfoque do Processamento da Informação, como mencionado anteriormente (Sternberg, 1992)

 

REFERENCIAL TEÓRICO

O estudo dos conceitos, das estratégias cognitivas de categorização, assim como o studo da construção de modelos explicativos da categorização difusa a dupla escolha podem ser levados a cabo no âmbito da Psicologia Cognitiva sob a abordagem do Processamento da Informação, ao considerarmos os conceitos como categorias difusas multidimensionais e artificialmente construídas (fuzzy-set categories), Roch & Mervis, 1975).

Processamento da informação

Pode-se situar nossa pesquisa nos processos básicos da aquisição do conhecimento. Quando a informação é decodificada após a passagem no sistema inicial de filtragem, esta é tratada e analisada como reconhecimento, discriminação, identificação, comparação e classificação. Dentre esses processos, estuda-se o da classificação chamada atualmente de categorização.

O próprio deslocamento da palavra classificação para categorização vem da mudança de pensamento classificatório estanque, enfatizando a partir do século XVIII, quando ficou proeminente a necessidade de classificação dos objetos descobertos e com a evolução da ciência (classificação de Lineus vide Madeira, 1987). Esta era feita de forma rígida e fixa, principalmente nos campos da Botânica, da Zoologia e da Psiquiatria. Hoje, é mais comum trabalharmos com categorias difusas porque os limites entre uma categoria e outra são muito subjetivos e incertos, pois tudo irá depender do grau de representatividade, de um item em relação a uma categoria e do peso dos atributos do que estará sendo categorizado, e isso depende muito do referencial de cada indivíduo no nível de suas experiências adquiridas.

Sob o ponto de vista dos conceitos mentais, a Psicologia Cognitiva começa a deslocar a visão atual de pertencimento de fato a uma categoria. Há, portanto, uma mudança da lógica de inclusão pela lógica psicológica (Madeira, 1987).

Modelos em psicologia cognitiva

No estudo específico das categorias difusas, é usual construir diversos modelos preditivos que traduzem axiomática e matematicamente estratégias cognitivas de categorização difusa (Reed, 1982; Nosofsky, 1988; Madeira, 1987, 1990; Wainer e Madeira, 1994). Tais modelos pressupõem fundamentalmente a construção dessas categorias permitindo, deste modo, a axiomatização matemática, realizada aprioristicamente a partir daquelas estratégias cognitivas.

A fim de testar a hierarquia preditiva dos modelos elaborados para cada grupo a ser testado, faz-se necessária a construção de instrumentos de categorização difusa suficientemente eficazes. Confeccionando-se tais instrumentos, confirmou-se, na informática, a parceria ideal para que todas as etapas da pesquisa sejam bem assessoradas, seja nas medições e cálculos que consomem um enorme esforço e um tempo precioso da própria pesquisa, seja a facilitação na simulação computacional da idéias surgidas do ponto de vista teórico-metodológico ao longo de todo o processo de produção científica (Madeira, Pena e Wainer, 1995).

A evolução do instrumento faces estilizadas

O instrumento "Faces Estilizadas" foi utilizado desde a dissertação de mestrado do primeiro autor (Madeira, 1982), utilizando o material elaborado por Reed (1972) e apresentado em diferente forma espacial (em linhas paralelas e não sob a forma de "trevo") e em slides. Já no seu doutorado (Madeira, 1989), foram feitas modificações estruturais como a apresentação em cartões e as faces foram organizadas sob a forma de trevo dando um sentido de conjunto, de "família" (vide anexo 1). A partir dessa etapa, começou-se utilizar este material com 2 categorias de 5 faces cada, dispostas em forma de trevo, sendo estas constrastivas e simétricas. Desde esta época foi imaginada a possibilidade de implantar computacionalmente as reformulações do material no nível de apresentação gráfica (Pylyshin, 1986) tais como aquelas referentes aos estudos das variâncias intercategorias e intracategorias.

Aproximadamente em 1990, iniciou-se o trabalho de construção do software "faces estilizadas". Essa atividade foi desenvolvida dentro do Grupo de Pesquisa em Processos Cognitivos da PUCRS, contando com uma assessoria em informática dentro do próprio grupo, possibilitando a transcodificação dos dados referentes aos aspectos teórico-metodológicos do trabalho para a linguagem computacional. Em abril de 1993, após a finalização da primeira versão do software, denominada 1.0, ela passou a ser utilizada na pesquisa sobre categorização difusa a dupla escolha, sendo apresentada no Congresso da Sociedade Canadense Brain, Behavior & Cognitive Science, em julho de 1993, na cidade de Toronto.

Em julho de 1995, o programa "Faces Estilizadas" foi, então, utilizado plenamente, gerando pela primeira vez o instrumento de mesmo nome, produzindo-se então, seis versões de conjuntos categorias distintos entre si, paratestar tanto o próprio material, quanto a sua capacidade discriminativa em relação aos modelos preditivos (vide anexo 2).

O software

O software FACES foi desenvolvido dentro do Grupo de Pesquisa em Processos Cognitivos da PUCRS, em linguagem QuickBasic (vide Madeira, Pena e Wainer, 1995). A tarefa de construção de um instrumento de categorização difusa envolveu diversas etapas, as quais deram origem à estrutura do software que foi dividido em 4 módulos, descritos a seguir.

Módulo 1: Montagem das Categorias

Este módulo tem a finalidade de gerar duas categorias contrastivas simétricas, de 5 faces cada uma, a partir da escolha dos valores de cada uma das dimensões ou das variâncias intra e intercategorias aceitáveis para cada dimensão. Tais escolhas foram denominadas de escolha manual e escolha automática, respectivamente.

Módulo 2: Escolha dos Itens Classificatórios

O módulo de escolha dos itens classificatórios teve a função específica de, a partir de uma determinada categoria previamente definida e escolhida, gerada pelo primeiro módulo do sistema em um arquivo de dados, produzir listas de itens a serem classificados pelos sujeitos.

Módulo 3: Diagramação dos Formulários Apresentação

Neste módulo é permitido ao usuário, utilizando o mouse ou o teclado, determinar a melhor disposição espacial das faces do instrumento apresentado num cartão a ser impresso (tais como as formas de apresentação "arco", "trevo" etc.) objetivando testar a redução da influência dos aspectos perceptuais na categorização, ou simplesmente experimentar novas diagramações.

Módulo 4: Geração e Impressão dos Formulários do Instrumento

A partir dos dados representam as categorias do módulo 1 e as listas dos itens classificatórios do módulo 2, e a partir dos dados referentes à diagramação dos cartões de apresentação (módulo 3), é, então, gerado cada um dos 33 cartões de apresentação que perfazem um instrumento por completo (módulo 4). Cada cartão é constituído por duas categorias simétricas e constrastivas de 5 faces cada uma, uma "família" situada à esquerda, com uma tendência à pequenez, e outra situada à direita, com tendência à grandeza, e uma face no centro inferior da folha para ser classificada como pertencente a uma das duas categorias.

Modelos e estratégias

Os modelos preditivos da representação mental estão baseados nas estratégias cognitivas que as pessoas utilizam para categorizar novos exemplos, tendo esses modelos uma tradução matemática e axiomática das estratégias.

Algumas das estratégias mais significativas e seus respectivos modelos preditivos são a seguir descritos.

Estratégias não-prototípicas

Em uma primeira estratégia, postula-se que o indivíduo, uma vez tendo que classificar um membro como pertencente a uma das duas categorias apresentadas, a categoria da esquerda e da direita, escolhe aleatoriamente um local, um espaço, independentemente da face posicionada. O indivíduo que categoriza dessa forma não se preocupa com a escolha de uma face, mas sim com a escolha de uma localização espacial no conjunto categorial, para que daí possa realizar a tarefa. Esta estratégia é denominada de Localização Espacial

Em uma próxima estratégia, o sujeito irá selecionar um membro ao acaso em cada uma das categorias dadas; em seguida, ela irá comparar o membro a classificar com os dois membros selecionados e, então, decidirá pelo conjunto categorial do qual é proveniente o membro da categoria que lhe é o mais parecido: chama-se ao modelo que utiliza esta estratégia de Seleção de um só membro ao acaso ou Aleatório (há 5 faces para cada categoria, identificadas como A, B, C, C, D e E).

Em uma terceira estratégia, postula-se que o sujeito, no lugar de escolher um membro ao acaso, irá passar em revista todos os membros de ambas as categorias e selecionará, em cada categoria, o membro a classificar com estas dois membros "próximos", e se decidirá pela categoria da qual é proveniente o mais próximo dos dois: designa-se o modelo que utiliza esta estratégia de Seleção de um só membro, o mais próximo (Gêmeo ou Matching direto).

Em uma última estratégia não-prototípica, o indivíduo passa em revista (faz a varredura) os membros de cada conjunto categorial, inserindo (mentalmente) em cada um destes conjuntos o membro a classificar; ele avaHará, então, em que medida a inserção deste novo membro aumenta a variância de cada um dos dois conjuntos, e escolherá aquele conjunto no qual a variância permanece a mais baixa. Nomeia-se esta estratégia de Varredura Sistemática dos Membros (Scanning).

Estratégias prototípicas

Diversas são as estratégias que postulam a construção, na memória, de uma representação prototípica de cada um dos dois conjuntos categoriais de referência, de 5 faces cada um, sob a forma de um membro imaginário que substitui os membros de cada uma dessas categorias; o sujeito vai, em seguida, comparar o membro a classificar, não mais com todos os membros dos conjuntos categorias, mas sim com as duas representações prototípicas.

A forma de conceber estas representações prototípicas dá lugar a pelo menos quatro modelos prototípicos diferentes, conforme o esquema mental que o sujeito elabora a partir da informações contidas nos atributos de todos os membros categoriais. Esse esquema é construído a partir do número e do peso das dimensões vistas como atributos (testa, olhos, nariz e queixo), que constituem a categoria: tornando-as em seus valores médios (Protótipo Médio), ou considerando-as em seus valores modais (Protótipo Modal), ou ainda, tomando-as em seus valores medianos (Protótipo Mediano), ou até mesmo em seus valores extremos (Protótipo Caricatural).

A partir de cada um dos modelos prototípicos ou não prototípicos, nós podemos formular predições globais que são traduzidas em linguagem matemática por escalas preditivas. Essas escalas podem ser de afastamento em relação ao membro a classificar, medido pelo método de distâncias euclidianas, ou de variância que este membro pode trazer a cada uma das categorias.

Estudo da face humana

O instrumento Faces trabalhando para a tarefa de categorização à dupla escolha é um material que utiliza faces do tipo estilizadas que possam sugerir um rosto humano. Como essas faces remetem ao tipo humanóide, houve a necessidade de se buscar na literatura especializada um padrão para o rosto humano que pudéssemos utilizar em nosso material para que o instrumento "Faces" fosse ecologicamente válido.

A busca de material específico levou-nos às mais diversas áreas que estudam o assunto, mas nenhuma delas nos mostrava algum tipo de referência para as dimensões do rosto humano. Foi nos estudos de Leonardo DaVinci (séculos XV e XVI) que encontramos o material de que necessitávamos. Esses estudos, inclusive, são utilizados para reconstrução da face em cirurgia plástica e em trabalhos de artes plásticas.6

Os estudos de Leonardo DaVinci estão baseados no princípio da proporcionalidade, visto que o corpo e o rosto humanos são constituídos por uma série de proporções. No que se refere à face humana, esta é subdividida em: 4 quadrantes horizontais e 2 quadrantes verticais. A partir dessa divisão básica, algumas regras se impõem em relação às dimensões do rosto, como se pode visualizar na figura 1.

 

 

Como pode-se ver,

• A colocação média dos olhos, dentro do ovóide da face, situa-se na junção do 2º e do 3º quadrantes da face humana;

• O nariz deve começar na junção do 2º e do 3º quadrantes, deve a priori localizar-se dentro do 3º quadrante;

• A boca não deverá invadir o 3º quadrante, localizando-se no centro.

A partir das proporções e medidas referentes às dimensões do rosto humano foram adaptadas as referidas regras às medidas já existentes no instrumento anterior, transformando os valores proporcionais em valores milimétricos (quadro 1 e quadro 2) e mantendo, igualmente, os mesmos valores em valores posicionais (0,1 e 2) de ordem.

 

 

 

 

• A dimensão T é a medida da testa, tendo início na parte superior do rosto até a linha do meio dos olhos, chamada "TESTA".

• A dimensão O é a medida interna entre os olhos, chamada "OLHOS".

• A dimensão N é o comprimento do nariz, chamada "NARIZ".

• A dimensão Q é a medida do ponto inferior central ao ponto médio da linha da boca, chamada "QUEIXO".

Os quatro protótipos das duas categorias (médio, mediano, modal e caricatural) foram igualmente calculados no nível métrico para efeitos de construção destas faces e são apresentados no Quadro 3. Além desses 4x2=8 Protótipos, ainda há o Protótipo eqüidistante de todo material, situado à meia distância das duas categorias contrastivas e simétricas.

 

 

As quatro dimensões e os três valores posicionais referentes a estas quatro dimensões possibilitam a construção de uma lista de 3 na Quarta potência = 81 possibilidades de faces que podem ser montadas.

A face 01 nesta lista é deste modo configurada como sendo GGGG, isto é quatro valores grandes (G), referentes às quatro dimensões; sendo a face 81, PPPP, isto é, quatro valores pequenos (P), referentes igualmente às quatro dimensões, e assim por diante. Cada item ou face desta lista recebe um número original de 1-81.

A lista configura-se da seguinte forma:

1 - GGGG

2 - GGGM

3 - GGGP

41 - MMMM

80 - PPPM

81 - PPPP

A finalização do software com as devidas modificações proporcionou a produção da primeira versão do instrumento Faces a ser testado nesta primeira aplicação. Além de testar o instrumento em si, esta aplicação teve, portanto, a finalidade de escolher o dossiê que discriminasse melhor o modelo utilizado pelos sujeitos quando da tarefa de categorização.

A partir de um quadro de dimensões (vide quadro 4) - construído manualmente por cima de uma combinação específica de variâncias intercategorial e intracategorial das duas categorias de referências de 5 faces cada, para as quatro dimensões (jogando assim com os valores grande, médio e pequeno vistos no quadro 1), proporcionando uma hierarquia a priori de discriminação/difusibilidade para as mesmas (testaolhosqueixonariz) - foram selecionados seis dossiês dos 66 possíveis que são gerados pelo mesmo, cada um deles representando um tipo de diagrama de difusibilidade (vide fig.2). Os dossiês foram numerados da seguinte forma: 01, 02, 03, 14, 24, 41, conforme apresentado na figura 2.

 

 

 

 

Os seis diagramas gerados por cada dossiê são os que melhor representam a diversidade da difusibilidade do material gerado pelo quadro de dimensão de dimensões (vide quadro 4 e fig.2).

 

OBJETIVOS

Os objetivos principais da pesquisa foram quatro:

1. Testar o instrumento "Faces Estilizadas" produzido pelo software "Faces Estilizadas".

2. Testar o ajuste fino das dimensões do rosto humano em relação às faces estilizadas, tanto do programa quanto do próprio instrumento.

3. Testar os 6 conjuntos que formam os 6 dossiês produzidos pelo programa FACES em sujeitos adultos. A partir dos resultados é escolhido um dossiê para ser aplicado na futura amostra definitiva, com diversas faixas etárias.

4. A implementação computacional de um dos modelos de difusibilidade das faces estilizadas (traduzido por um quadro geral de dimensões específico).

 

MÉTODO

Sujeitos

A aplicação foi realizada em 180 sujeitos adultos distribuídos igualmente entre ambos os sexos. Eram todos da região sul do país, pertencentes às mais diversas áreas de atuação. Foram divididos pelos 6 dossiês, perfazendo 30 sujeitos por dossiê. A decisão de termos uma amostra de 30 sujeitos para cada dossiê partiu de nossa assessoria estatística para quem uma amostra menor não permitiria certeza em relação às correlações e regressões feitas para a análise dos resultados.

Instrumento

Foi utilizado o instrumento FACES, gerado pelo programa de mesmo nome. O material consiste em uma lista de 33 cartões sendo que cada cartão contém 10 itens de familiarização ou formação de estratégia inicial por parte do sujeito, 9 itens prototípicos (médio, mediano, modal e caricatural esquerdo e direito e o protótipo eqüidistante) e 14 itens escolhidos pelo computador como tendo as melhores condições de equilíbrio esquerda/direita e de testar as estratégias de categorização difusa.

Cada cartão do instrumento contém 2 famílias simétricas e contrastivas, apresentando cada uma delas 5 faces. A representação de trevo, como se fosse uma "família", disposta nessa forma, foi escolhida como o formato mais adequado para dar um sentido (mesmo que subjetivo) de "familiaridade" às faces apresentadas. No centro inferior da folha apresenta-se uma face a categorizar como podendo pertencer a uma das duas categorias (ou à esquerda ou à direita). Os membros pertencentes à categoria da esquerda sempre permanecem à esquerda, assim como os da direita, sempre à direita. Embora possa haver uma rotação interna das 5 faces no interior de cada categoria, seus membros não se misturam entre si (da esquerda para a direita).

Procedimento

O instrumento foi aplicado pelos membros do Grupo de Pesquisa em Processos Cognitivos (PUCRS), devidamente treinados para a tarefa de aplicação. O treinamento foi dado para que a aplicação ocorresse de forma mais padronizada possível.

A aplicação foi realizada individualmente para cada sujeito, no local que melhor conviesse a cada um. Após o sujeito estar devidamente colocado, sentado de forma correta e confortável (a postura corporal do sujeito é muito importante para que não haja nenhuma interferência perceptual), o aplicador iniciava o experimento dando uma visão geral da pesquisa e da importância da participação da pessoa para nossa investigação. As instruções foram entregues por escrito ao sujeito juntamente com o aplicador e era feita uma leitura pausada e atenta (vide rapport no anexo 3). Após a leitura, uma pausa para os esclarecimentos de possíveis dúvidas que pudessem surgir e o reforço nos pontos mais importantes das instruções.

A tarefa de categorização (a qual é um derivativo atual, em nível cognitivo, da tarefa clássica de classificação, comumente usada no passado em psicologia experimental) começava com a apresentação de 33 cartões colocados um a um na frente do sujeito, aguardando-se o tempo que fosse preciso para a escolha, se à direita ou à esquerda. Só depois de marcada cada resposta em uma folha específica de respostas (anexo 4) é que era apresentado um segundo cartão e assim por diante. Após os 10 primeiros cartões apresentados, que eram destinados à familiarização do sujeito como o instrumento e à formação de estratégia cognitiva, fazia-se uma pausa para que a pessoa pudesse escrever no verso da folha de resposta (vide anexo 4) quais os parâmetros observados para a escolha, ou para categorização.

 

RESULTADOS

Levantamento de dados

A partir das respostas dos sujeitos a cada dossiê, ou seja, trinta sujeitos para cada um dos seis dossiês aplicados (30x6=180), foi feito um levantamento por dossiê - em freqüência bruta de respostas à esquerda e à direita - em uma folha específica (vide anexo 5). A distribuição das respostas foi feita, portanto, entre esquerda e direita, conforme a própria folha de resposta propõe (vide anexo 04), e subdividida em total ou Masculino/Feminino esquerda e total Masculino/Feminino da direita.

Após a distribuição final, foi realizada a soma das freqüências brutas de respostas para total e para masculino e feminino. Assim, se temos 30 sujeitos para um determinado dossiê, a freqüência vai desde 30 à esquerda e portanto 0 à direita até 0 à esquerda e à direita foi aplicada uma estatística descritiva, comportando Média, Mediana, Moda, Variância e Desvio - Padrão devidamente adaptadas às necessidades da pesquisa.

Análise dos resultados

Os resultados da primeira etapa da aplicação propiciaram um material rico em dados possibilitando que o estudo fosse ampliado, (inicialmente seria tão somente uma "etapa 1" do trabalho de pesquisa); este foi se sofisticando a tal ponto que se tornou um estudo quase que independente, tendo uma gama muito grande de aplicações de seus apontamentos.

Esta análise foi feita em diversas etapas, para tanto descrevemos os resultados em itens, a seguir demonstrados, através de critérios de escolha do dossiê a ser aplicado na amostra definitiva.

Critérios de escolha do dossiê para fase/etapa 2 da pesquisa

Foi feita uma análise independente dos resultados para cada um dos 6 dossiês.

Foram formulados 5 critérios para a escolha do conjunto que, através dos resultados obtidos, melhor discriminasse o modelo ou os modelos utilizados pelos sujeitos experimentais para a tarefa de categorização.

1. O primeiro critério é o discriminativo: o dossiê tem que ter uma boa discriminação entre os modelos, isso significa que não pode haver uma grande concordância explicativa entre os modelos na prática; é necessário que um número mínimo de modelos deva sobressair na análise de regressão feita entre os modelos e os resultados freqüenciais;

2. segundo critério as ser respeitado é do Equilíbrio Esquerda - Direita: para que o conjunto passe por este critério é necessário que haja um equilíbrio esquerda - direita entre os modelos que se sobressaia na Análise de Regressão, isso significa que o modelo que se destacar pela análise da Regressão à esquerda deve ser o mesmo que se sobressai à direita;

3. Este terceiro critério é importante, porém evidencia uma equivalência em nível dos resultados entre as freqüências de respostas à esquerda e as freqüências à direita, isto é, uma comparação entre as médias (T-student para amostras relacionadas) ou entre os valores freqüenciais via (teste de Wilcoxon);

4. O quarto critério respeita os melhores níveis de significância e, conseqüentemente, os melhores valores das estatísticas. Quanto maior o nível de significância geral referente aos modelos tanto melhor para o dossiê em questão;

5. O quinto e último critério está voltado para o poder de predição do quadro de dimensões. Esse quadro deve ter um forte poder preditivo, isso quer dizer que ele deve provar ser um bom instrumento para manipular o comportamento do sujeito em termos de peso das dimensões. A hierarquia dos pesos de cada dimensão definida a priori deve coincidir com a hierarquia das dimensões nos resultados. Isso é igualmente importante do ponto de vista dos intervalos entre os valores preditivos das dimensões que deve ser também a mesma hierarquia em nível dos resultados.

 

ANÁLISES DESCRITIVA E INTERFERENCIAL

Análise para modelos x resultados

Foi feita - para cada um dos seis dossiês tomados em separado - uma análise dos valores preditivos dos diversos modelos diante dos resultados freqüenciais no que concerne à decisão categorial à dupla escolha. Esta análise foi realizada por uma regressão múltipla linear utilizando-se o método passo a passo ("stepwise regression") para todos os modelos tomados em conjunto, como variáveis independentes, e para os resultados freqüenciais à esquerda e à direita que são por sua vez a variável dependente.

Foi colocado cada dossiê diante dos critérios criados, para verificar como cada um responde ao que estava selecionado.

Critério 01 - Melhor discriminação

No dossiê 01, o modelo Aleatório B (o item categorial de nº 05) se sobressai, não aparecendo nenhum outro modelo, o que neste caso torna a concorrência explicativa nula, já que somente ele foi pego para melhor. Todos os outros dossiês contêm pelo menos dois modelos concorrentes: no dossiê 24: protótipo Modal à esquerda e modelo Gêmeo à direita; no dossiê 41: protótipo Caricatural à direita, modelo Gêmeo à direita além do modelo Aleatório à direita. Para este critério 01 de discriminação, o dossiê 01 é certamente o melhor dentre os 6 dossiês testados.

Critério 02 - Equilíbrio esquerda/direita

No dossiê 01, há equilíbrio esquerda/direita no caso do modelo Aleatório B. No dossiê 02, há equilíbrio para o modelo Aleatório D. No dossiê 41, há equilíbrio para o modelo Gêmeo.

Critério 03 - Freqüências de respostas esquerda/direita Análise descritiva

Esta análise demonstra haver equilíbrio geral entre os valores freqüenciais esquerda e direita (como preconiza o critério de escolha a favor do dossiê 3), como pode-se ver no quadro 05.

 

 

O melhor equilíbrio é demonstrado nos dossiês 41 e 02, nessa ordem.

Não há diferença significativa entre resultados à esquerda e resultados à direita (foi feita prova bilateral) confirmada tanto pelo teste não paramétrico T de Wilcoxon quanto pelo teste paramétrico T de Student, para amostras relacionadas, e para os 6 conjuntos categorias conforme pode-se ver no quadro 06.

 

 

Prova bilateral: Confirma-se que os dossiês 41 e 02 efetivamente apresentam um equilíbrio quase perfeito entre os dados relacionados à esquerda e à direita (o que confirma os dados descritivos vistos no quadro 05).

Critério 04 - Nível de significância

Todos os níveis de significância são inferiores a 0,05. Como critério de apoio à decisão são aceitos somente os modelos (pegos "para melhor") cujo nível de significância forem inferiores a 0,05.

Foram eliminados os seguintes modelos: - Localização Espacial/ esquerda (dossiê 02); Gêmeo / esquerda (dossiê 14); Gêmeo / dir. (dossiê 41).

Todos os outros são válidos segundo este critério.

Critério 05 - Hierarquia a priori X hierarquia a posteriori

Somente o dossiê 24 apresenta a discrepância entre a hierarquia a priori e a posteriori, isto é, a hierarquia preditiva: Testa>Olhos>Nariz>Queixo foi respeitada nos resultados. A dimensão "olhos" não se destacou na Análise de Regressão. Todos os outros dossiês são válidos segundo este critério.

 

ANÁLISE PARADIMENSÕES X RESULTADOS (análise do peso explicativo das dimensões)

Análise do peso preditivo das dimensões

Foi feita, para a análise do peso das dimensões na decisão categorial à dupla escolha, uma Análise de Regressão Múltipla Linear pelo método passo a passo (stepwise regression) para as quatro dimensões tomadas em conjunto (variável independente) e os resultados freqüenciais totais, tanto à esquerda quanto à direita (variável dependente).

1) A dimensão Testa é "pega" como relevante em primeiro lugar na equação de regressão em todos os seis dossiês. A dimensão Olhos é "pega" em 5 dos seis dossiês vindo em segundo lugar na equação de regressão, salvo no dossiê 24 em que não entra nesta equação de regressão. No quadro 07 apresentam-se as hierarquias preditivas para as 4 dimensões tanto no que concerne à variância inter como à variância intra.

 

 

A Análise de Regressão dos resultados para o peso das dimensões sobre os resultados comprova a significância das dimensões Testa e Olhos (nesta ordem de predição), corroborando a hierarquia preditiva dos valores proposta pelo quadro de dimensões (vide quadros 04 e 08), sendo essa hierarquização preditiva das dimensões extremamente eficaz para manipular a estratégia de categorização utilizada pelo sujeito experimental.

 

 

2) As dimensões Queixo e Nariz não estão inseridas na equação de regressão em nenhum dos seis dossiês.

O fato de a dimensão Nariz não ter entrado na equação de regressão como dimensão significativa na decisão categorial nesses 6 dossiês corrobora a justeza de tê-la neutralizado através da construção inter-categorial.

Apresentam-se no quadro 08 referente ao peso das dimensões testa e olhos os resultados da análise de regressão para somente estas duas dimensões que foram significativas nesta análise.

Os resultados são demonstrados apenas para a categoria da esquerda, já que os da categoria da direita são rigorosamente simétricos e contrastivos e portanto com valores negativos.

 

ESCOLHA DO DOSSIÊ PARA A 2ª ETAPA DA PESQUISA

Os critérios mais eliminativos para a escolha de um dossiê tendo em vista ser utilizado na Segunda etapa da pesquisa parecem ser os critérios 01 e 02, critérios discriminativo e de equilíbrio respectivamente sendo que o critério 01 foi pego como o critério determinante. A melhor discriminação entre os modelos, sem a concorrência explicativa entre eles vem ao encontro do objetivo da primeira parte da aplicação que é da escolha do dossiê para aplicação e testagem definitivas do material. Havendo a concorrência entre os modelos, a interpretação dos resultados torna-se ambígua, ficando assim difícil de saber qual foi realmente a estratégia predominante usada para a tarefa.

O critério 02 (equilíbrio esquerda/direita) é importante pelo fato de que se não houver um equilíbrio, a interpretação torna-se muito complexa, pois neste caso as correlações entre os modelos e as distâncias euclidianas entre os itens devem ser levadas em conta.

O dossiê 24 é eliminado pelo critério 05 e os dossiês 03, 14 e 41 são eliminados pelo critério 02, restando os dossiês 01, 02 e 41.

Como o dossiê 01 é o único que se sobressai no critério 01, ele é o que obtém o melhor nível de discriminação. Por não ser também eliminado em nenhum outro critério, a conclusão a que se chegou foi a de que o dossiê 01 parece ser o mais adequado, dentre os 6 dossiês testados na pesquisa. Podendo agora, a partir desses resultados, ser efetuada a segunda parte da aplicação, com os diversos grupos de idade e com os grupos específicos.

Eficácia preditiva dos métodos

Foi demonstrada, via análise de regressão múltipla passo a passo, uma preponderância em termos de eficácia preditiva - quanto aos resultados dos seis dossiês em termos da decisão categorial - do modelo não prototípico: o "Modelo do Irmão Gêmeo" por caracterizar a face mais próxima do membro a categorizar; sendo que o "Modelo do Melhor Exemplo", baseado na escolha do membro mais próximo ao protótipo (médio) da categoria, foi levantado, em nível de hipótese, como uma alternativa explicativa frente aos resultados aparentes (o modelo aleatório - item 05 e 77) são efetivamente os itens categorias mais próximos do protótipo médio. E necessário salientar aqui que este "Modelo do Melhor exemplo" foi criado a partir da análise discriminativa comparativa dos diversos modelos testados frente aos resultados para poder melhor explicá-los. Estando atualmente este novo modelo sendo matematizado - em nível de construção de sua tabela preditiva - para ser testado e eventualmente confirmado na Segunda etapa da aplicação.

Pode-se então concluir que de certa forma os sujeitos pesquisados, apesar de usarem uma estratégia não-prototípica, têm uma tendência a aproximar-se do protótipo da categoria (modelo do "Melhor Exemplo") ou de alguma face próxima ao próprio membro a categorizar (modelo "Irmão Gêmeo").

Esta nos leva a supor que os sujeitos adultos desta primeira etapa da pesquisa buscam uma estratégia próxima à Prototípica, em que o grau de representatividade é um dos fatores que determinam o processo de categorização.

Conclui-se igualmente a eficácia de um estabelecimento a priori de uma hierarquia preditiva das dimensões. Na presente pesquisa as dimensões Testa e Olhos foram efetivamente significativas na decisão categorial.

Através dos resultados pode-se também constatar que o valor de concretude da dimensão Nariz foi neutralizada através da construção do material ao se fazer a variância intercategorial nula, alcançando assim um dos objetivos da construção do material.

A partir dos resultados obtidos tanto no que se refere à eficácia preditiva dos modelos quanto à eficácia da hierarquização das dimensões, assim como da definição do dossiê 01 como o material definitivo para a pesquisa, poderá então ser levada a cabo a Segunda etapa desta investigação, utilizando-se diversas faixas etárias e alguns grupos específicos, no qual testar-se-á sobretudo o modelo do Melhor Exemplo.

 

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(1) Agradecimentos Ao Grupo de Pesquisa em Processos Cognitivos da PUCRS, em especial em diversos momentos da pesquisa: Helen Laitano, Sílvia Dian, Maximila Coelho, Carmen Garcia, Rita de Cássis Woida. CNPq - bolsas e financiamento FAPERGS - bolsas
(2) Coordenador do Grupo de Pesquisa em Processos Cognitivos do Curso de Pós-Graduaçào em Psicologia da PUCRS.
(3) Professor do Instituto de Psicologia e membro efetivo do grupo.
(4) Bolsista PIBIC/CNPq
(5) Estagiário estrangeiro (UCL).
(6) Artigo específico, no prelo, intitulado - "Dimensões da Face Humana" de Madeira, Wainer, Martinez, Erwig e Dian, 1997.

 

 

 

 

 

 

Anexo III

RAPPORT PARA ADULTOS

"A experiência que nós vamos realizar hoje tem por finalidade estudar a sua maneira pessoal de observar e classificar.

Você vai ver uma série de cartáes com rostos estilizados. Na parte superior, apresentamos um conjunto de rostos à esquerda e um conjunto à direita. Você pode imaginar que está lidando, à esquerda, com 5 rostos membros de uma mesma família que se parecem entre si, e, à direita, com outro conjunto de 5 rostos de uma outra família. Em todos os cartões a família da esquerda se localiza sempre à esquerda e a família da direita se localiza sempre à direita, isto é, é sempre a mesma família que se encontra à esquerda e é sempre a mesma que se encontra à direita: asfamílias nunca mudam de lado. Entretanto, os membros de cada família são dispostos numa ordem que varia internamente de um cartão para outro. Embaixo e no meio do cartão apresentamos um rosto que pode pertencer a uma das duas famílias. Nós lhe solicitamos indicar a qual delas ele pertence. Não há nem boas nem más respostas; é sua resposta pessoal que nos interessa.

Para fazer a sua escolha você pode utilizar todo o tempo que lhe for necessário. Pedimos que coloque, nafolha de respostas, uma cruz por vez - na casa da esquerda ou na da direita - para cada um dos itens. Esta sua escolha deverá ser conforme seu julgamento a respeito do rosto que lhe é apresentado embaixo e no meio do cartão; ela deve ser feita no sentido de estimar se este rosto é um membro da família da esquerda ou é um membro da família da direita.

Atenção! Passaremos agora à aplicação do instrumento de classificação, que compreenderá duas partes: haverá dez rostos a classificar na primeira parte e, em seguida, após uma pausa, haverá numa segunda parte 23 outros cartões com rostos a serem classificados. Durante a pausa faremos algumas perguntas sobre a maneira como você está procedendo.

Você compreendeu bem? Há alguma dúvida?

Vamos então começar!"