SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.6 número1Dos encontros em supervisão: devenires na formação de psicólogosO currículo oculto em psicologia: a experiência dos alunos índice de autoresíndice de assuntospesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Temas em Psicologia

versão impressa ISSN 1413-389X

Temas psicol. vol.6 no.1 Ribeirão Preto abr. 1998

 

Perigos e promessas do encontro entre grupaiísmo e historiografia na formação de psicólogos1

 

Dangers and promises of the encounter between group approach and historiography in the psychologists' graduation

 

 

Heliana de Barros Conde Rodrigues2

Universidade Estadual do Rio de Janeiro

 

 


RESUMO

Tomando como ponto de partida as justificáveis objeções à formação hegemonicamente tecnicista oferecida aos psicólogos brasileiros, oriundas de diversos campos de saber, o trabalho examina o apelo à historiografia do grupalismo como recurso virtualmente apto a instaurar caminhos alternativos. Dentre os perigos do encontro entre grupalismo e historiografia, destaca as presenças freqüentes do especialismo acrítico e do teoricismo hipertrofiado nas reconstituições historiográficas elaboradas por diversos autores, características que, combinadas, reintroduziriam exatamente aquele tecnicismo que, em princípio, se aspiraria a combater. Paralelamente, vislumbra promessas de vias formativas originais, singulares e críticas, em alguns outros trabalhos historiográficos marcados pela perspectiva externalista, pela transdisciplinariedade e pela análise institucional das práticas grupais.

Palavras-chave: grupos, historiografia, formação de psicólogos, análise institucional.


SUMMARY

Taking as starting point the objections to the technical character of the Brazilian psychologists' graduation, coming from several fields of knowledge, this paper examines the use of the group approach historiography as resource for alternative possibilities. Among the dangers of the encounter between group approach and historiography, it highlights the constant presence of the uncritical expertise and of the overstated emphasis on theory in the historiographical rebuildings elaborated by several authors, associated characteristics that would introduce again the criticized technical character in psychologists'graduation. Parallelly, this paper finds promises of original, critic and singular formative ways in some other historiographical works marked by the historical externalism, the transversal approach of the disciplines and the institutional analysis of group work and group therapy.

Key-words: groups, historiography, psychologists'graduation, institutional analysis.


 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

 

 

Referências bibliográficas

Austin, J. P. (1990). Quando dizer é fazer (trads. Clarendon Press, 1975). Porto Alegre: Artes Médicas.         [ Links ]

Baptista, L. A. S. (1987). Algumas histórias sobre a fábrica de interiores. Tese de Doutorado: Instituto de Psicologia, USP, São Paulo.         [ Links ]

Baremblitt, G. (1982). Notas estratégicas a respeito da orientação da dinâmica de grupos na América Latina. Em: G. Baremblitt (org.). Grupos: teoria e técnica. Rio de Janeiro: Graal.         [ Links ]

Baremblitt, G. (1994). Apresentação. Em: A. Lancetti (org.). SaúdeLoucura 4. São Paulo: Hucitec.         [ Links ] Barros, R. D. B. (1994). Grupo: a afirmação de um simulacro. Tese de doutorado: PUC/SP, São Paulo.         [ Links ] Barros, R. D. B. ( 1995). Clínica grupai. Revista do Departamento de Psicologia da UFF v. 7, n.1, 5-11.

Bauleo, A. (1977). Psicologia social y grupo. Em: A. Bauleo. Contrainstitución y grupos. Buenos Aires: Fundamentos.         [ Links ]

Bauleo, A. e Langer, M. (1973). Questionamos 1 (trads. Granica, 1971). Petrópolis: Vozes.         [ Links ]

Bauleo, A. e Langer, M. (1977). Questionamos 2 (trads. Granica, 1973). Belo Horizonte: Interlivros.         [ Links ]

Bêcher, H. (1966). Outsiders: studies in sociology of déviance. New York: The Free Press.         [ Links ]

Canguilhem, G. (1972). O objeto da história das ciências. Tempo Brasileiro, 28, 7-21.         [ Links ]

Castel, R. (1978). OPsicanalismo (trads. Maspero, 1973). Rio de Janeiro: Graal.         [ Links ]

Castel, R. (1987). A gestão dos riscos (trads. Minuit, 1981). Rio de Janeiro: Francisco Alves.         [ Links ]

Coimbra, C. M. B. (1980). Psicologia Institucional: dificuldades e limites. Dissertação de mestrado: IESAE/FGV, Rio de Janeiro.         [ Links ]

Coimbra, C. M. B. (1995). Guardiães da ordem: algumas práticas psi no Brasil do milagre. Rio de Janeiro: Oficina do Autor.         [ Links ]

Costa, J. F. (1985). Psicanálise e contexto cultural. Rio de Janeiro: Campus.         [ Links ]

Deleuze, G. (1988). Foucault (trads Minuit, 1986). São Paulo: Brasiliense.         [ Links ]

Eribon, D. (1996). Michel Foucault e seus contemporâneos (trads. Fayard, 1994). Rio de Janeiro: J.Zahar.         [ Links ]

Fernandez, A. M. (1992). El campo grupai: notas para una genealogia. Buenos Aires: Nueva Vision.

Figueiredo, A. C. C. (1984). Estratégias de difusão do movimento psicanalítico no Rio de Janeiro 1970-1983. Dissertação de mestrado: PUC/RJ, Rio de Janeiro.         [ Links ]

Foucault, M. (1979). Genealogia e poder. Em: M. Foucault. Microfísica do poder (trads. e organização R. Machado, trabalhos 1971-1978). Rio de Janeiro: Graal.         [ Links ]

Foucault, M. (1980). Interview with Lucette Finas. Em: M. Morris e P. Patton (eds.). Michel Foucault: power, truth and strategy. Sidney: Federal Publications.         [ Links ]

Foucault, M. (1984). Un cours inédit. Magazine Littéraire, 207, 35-39.         [ Links ]

Foucault, M. (1984a).What is enlightenment? Em: P. Rabinow (org.). Foucault reader. New York: Pantheon Books.         [ Links ]

Foucault, M. (1996). A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau.         [ Links ]

Guattari, F. (1981). Milhões e milhões de Alices no ar. Em: F. Guattari. Revolução molecular. São Paulo: Brasiliense.         [ Links ]

Lacan, J. (1947). La psychiatrie anglaise et la guerre. L'évolution Psychiatrique, 1,293-312.         [ Links ]

Larrauri, M. ( 1994). Vérité et mensonge des jeux de vérité. Rue Descartes, 77,32-49.         [ Links ]

Lourau, R. (1977). El Anâlisis Institucional. Madri: Campo Abierto.         [ Links ]

Pontalis, J. B. ( 1973). A Psicanálise depois de Freud (trads Gallimard, 1967). Petrópolis: Vozes.         [ Links ]

Rangel, V. (1996). A psicoterapia de grupo com fundamentação psicanalítica: um rosto carioca. Dissertação de mestrado: PUC/RJ, Rio de Janeiro.         [ Links ]

Rodrigues, H. B. C. (1997). O acrobata e o contrabandista: figuras histórico-caleidoscópicas para pistas (ainda) atuais de Lapassade e Guattari, com vistas a uma psicossociologia crítica. Cadernos do IPUB, 7,40-88.         [ Links ]

Rodrigues, H. B. C. (1998). Um anarquista catalão: aventuras do freudo-marxismo na França. Cadernos de Psicologia - Série Institucional, 8, 151-170.         [ Links ]

Russo, J. A. ( 1991 ). O corpo contra a palavra: as terapias corporais no campo psicológico dos anos 80. Tese de doutorado: Museu Nacional/UFRJ, Rio de Janeiro.         [ Links ]

Veyne, P. (1982). Como se escreve a história. Brasília: EUB.         [ Links ]

 

 

1. Trabalho apresentado no Simpósio "O Cotidiano na Formação de Psicólogos: Currículo, Historiografia e Docência". XXVIII Reunião Anual de Psicologia - SBP, Ribeirão Preto -SP, 1998.
2. E-mail: heliana@uerj.br

Creative Commons License