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Temas em Psicologia

versão impressa ISSN 1413-389X

Temas psicol. vol.18 no.2 Ribeirão Preto  2010

 

ARTIGOS

 

Credulidade e efeito Barnum ou Forer

 

Credulity and Barnum or Forer effect

 

 

Guenia BunchaftI; Helmuth KrügerII

IUniversidade Federal do Rio de Janeiro - Brasil
IIUniversidade Católica de Petrópolis - RJ - Brasil

Enderço para correspondência

 

 


RESUMO

O Efeito Barnum ou Forer é objeto de estudo teórico e pesquisa empírica na psicologia. Trata-se de uma manifestação particular de credulidade. Consiste na aceitação pelas pessoas de descrições de personalidade fictícias como exatas e verdadeiras. O Efeito Barnum está relacionado ao problema da distinção entre ciência e pseudociência, bem como aos processos de validação científica de instrumentos de avaliação de personalidade. Por esta razão, vários autores empreenderam diferentes pesquisas, cujas variáveis independentes eram descrições de personalidade baseadas em afirmativas vagas, genéricas e ambíguas, a exemplo de horóscopos. Foi experimentalmente constatado que tais descrições, a despeito de sua imprecisão, encontraram aceitação junto a muitos participantes de pesquisas que foram conduzidas com este objetivo. Os resultados dessas pesquisas suscitam tanto problemas teóricos, como é o caso da distinção entre ciência e pseudociência, quanto questões de natureza prática, aplicáveis à experiência de profissionais da saúde de modo geral, notadamente na de psicólogos e psiquiatras. A implementação de processos educativos e psicossociais visando à prevenção e ao controle da credulidade estão relacionados ao desenvolvimento do pensamento crítico.

Palavras-chave: Credulidade, Efeito Barnum, Validação pessoal.


ABSTRACT

The Barnum or Forer Effect is an object of theoretical study and empirical research in Psychology. It is a particular manifestation of credulity. It consists on the acceptance of fictitious descriptions of personality traits by people that accept them as exact and truthful. The Barnum Effect is related to the problem of distinguishing between science and pseudoscience as well as to the scientific process of validating personality evaluative instruments. Therefore, several authors have conducted researches, where the independent variables are vague, generic and ambiguous assertions such as those of horoscopes. It has been empirically verified that such descriptions, despite their lack of precision were accepted by most participants in such experiments. The results of these research initiatives rouse theoretical problems, such as those related to the distinction between science and pseudoscience as well as questions of practical nature, applicable in the experience of professionals dealing with health problems, more specifically psychiatrists and psychologists. The implementation of educational and psychosocial procedures aiming at credulity prevention and control is related to the development of critical thinking.

Keywords: Credulity, Barnum Effect, Personal validation.


 

 

A despeito de sua importância social, o tema da credulidade não tem sido muito investigado na psicologia. Credulidade é a aceitação de afirmativas sobre fatos e experiências humanas, sem exigência crítica. Ela se manifesta na experiência cotidiana, religiosa, política, familiar, social e cultural.

A credulidade produz prejuízos para pessoas, grupos e coletividades humanas em todos os campos, situações e oportunidades nas quais ela se manifesta. A incapacidade de proceder à análise crítica de conteúdos comunicados em relações interpessoais ou transmitidos através dos diversos meios e canais de comunicação social deixa as pessoas reféns de processos de controle social. Daí a importância política e social do tema.

Na psicologia, o melhor exemplo atual disponível acerca de estudos e pesquisas sobre a credulidade é o Efeito Barnum ou Forer, que pode ser experimentalmente investigado. Historicamente, os primeiros levantamentos empíricos sobre a credulidade foram realizados por Hadley Cantril, que investigou os efeitos psicossociais do programa de rádio elaborado e transmitido por Orson Welles em 1938, sob o título War of the Worlds. Cerca de um milhão de norteamericanos foram influenciados por aquele programa que, mediante recursos de sonoplastia, supostamente irradiava a invasão de seres extraterrestres.

O Efeito Barnum ou Forer, também conhecido como efeito da validação subjetiva ou da validação pessoal, consiste na aceitação de descrições de personalidade vagas e gerais como exatas e verdadeiras. Foi designado Efeito Barnum pelo psicólogo Paul Meehl (1971), referindo-se ao ilusionista norte-americano Phineas Taylor Barnum, conhecido por sua reputação de mestre do ilusionismo ou manipulação psicológica coletiva, numa alusão à reação de credulidade das pessoas.

Conforme Barnum e Cook (2005), Phineas Taylor Barnum (1810-1891) é um dos nomes mais celebrados na história dos espetáculos circenses, reconhecido por episódios jocosos e frases de efeito. Por exemplo, o uso do termo "jumbo" referindo-se a um elefante apresentado em seu circo como "o maior do mundo". Também a expressão "irmãos siameses", para designar irmãos que nascem fisicamente ligados, ter-se-ia originado dos gêmeos Chang e Eng, provenientes do antigo Sião, fisicamente ligados pelo abdômen, que se apresentavam em seu circo.

Curiosamente, a frase "nasce um idiota a cada momento", a ele atribuída, foi na verdade da lavra de um seu concorrente, segundo biógrafos mais informados. Talvez tenha sido esta a razão da escolha de Meehl (1971) para caracterizar a particular manifestação de credulidade humana por ele investigada.

Forer (1949), também psicólogo, demonstrou, em artigo publicado no Journal of Abnormal and Social Psychology, que as pessoas tendem a aceitar como precisas descrições pessoais de personalidade, ainda que estas sejam formuladas de uma forma vaga, genérica e ambígua, sendo direcionadas à maioria da população. Assim, muitas pessoas tendem a aceitar descrições de caráter vago e geral de personalidade como unicamente aplicáveis a si próprias sem perceber que as mesmas descrições poderiam servir a praticamente qualquer outra pessoa.

Para corroborar sua hipótese, Forer (1949) aplicou uma suposta avaliação de personalidade a 32 estudantes, baseada numa descrição feita numa coluna de astrologia, que em sua primeira linha já demonstrava sua ambiguidade: "Tem necessidade de ser amado e admirado pelos outros, contudo demonstra tendência crítica a si mesmo" (p. 119). Todos eles receberam a mesma descrição e nenhum deles percebeu este fato durante a pesquisa: "Do ponto de vista do experimentador, era essencial que nenhum estudante visse o perfil de personalidade recebido por outro estudante, porque todas as avaliações eram idênticas." (Forer, 1949, p. 120).

Ao final do teste, os estudantes deveriam atribuir uma nota à avaliação de sua personalidade, indicativa do grau de confiabilidade por eles individualmente concedida à referida avaliação. Como nenhum deles atribuiu um grau baixo à falsa avaliação, Forer (1949) concluiu que, para os estudantes, a avaliação de sua personalidade pareceu ser bastante exata. Com isso, o pesquisador atingiu seu objetivo original, qual seja, investigar alguns dos erros metodológicos que podem afetar as estimativas quanto à validade das interpretações de personalidade e dos instrumentos de medição.

O estudo de Forer (1949) esclarece, ao menos em parte, por que tantas pessoas pensam que as pseudociências funcionam. De fato, o Efeito Barnum ou Forer está relacionado à definição de ciência e à distinção entre ciência e pseudociência, assim como aos processos de validação científica de um instrumento de avaliação de personalidade, questões que ainda constituem objeto de estudo teórico e pesquisa empírica, tanto na filosofia da ciência, quanto na psicologia, nesta, particularmente na psicometria.

Pignotti (2009) destaca como pseudociência o conjunto de crenças e de atitudes que são aplicadas através de técnicas sem base em conhecimento científico. Popper (1981), Bunge (1973, 1998) e Pignotti (2009) relatam alguns critérios para distinguir ciência de pseudociência - uma disciplina que se faz passar por ciência sem sê-lo. Para eles, um campo de conhecimento só pode ser considerado científico se atender aos seguintes requisitos: refutabilidade; testagem empírica em condições controladas; e possibilidade de crítica.

 

Refutabilidade

A refutabilidade é atributo de teorias. Teorias refutáveis permitem a formulação de previsões, mas, também, possibilitam a delimitação de seu campo de abrangência factual, mediante métodos científicos. Neste sentido, uma teoria que não seja suscetível de refutação não é considerada científica. "Quando, qualquer que seja o resultado do teste, a teoria é capaz de explicá-lo (...) esta teoria não satisfaz o critério de refutabilidade." (Popper, 1981, p. 83). É importante destacar que o critério de refutabilidade sugerido por Popper (1981) consiste apenas na busca de uma linha divisória entre o discurso científico e outros tipos de conhecimento. Popper (1981) não sugere que se procure simplesmente invalidar a hipótese original, mas que se insista na busca da formulação mais clara e precisa possível da teoria ou hipótese, a fim de facilitar o tratamento experimental que venha a ser utilizado com o objetivo de tentar corroborá-la ou, se for o caso, refutá-la. As condições prévias, que devem ser atendidas, são a clareza e a precisão, como o reconheceu Sir John Carew Eccles, que assim procedeu em sua investigação, atendendo à sugestão que Karl Popper pessoalmente lhe dera, levando-o ao abandono da hipótese elétrica da transmissão sináptica em favor da aceitação da hipótese rival, que é a da química (Kandel, 2009).

Popper (1981) afirma, por exemplo, que previsões astrológicas são irrefutáveis por serem vagas. O mesmo tipo de análise se aplica às outras pseudociências ou suposto conhecimento, como a cartomancia, em que são feitas afirmações e previsões em geral, sobre o passado, presente e futuro, além de avaliações de personalidade. Como se trata de uma série de formulações vagas, gerais, ambíguas e frequentemente favoráveis às pessoas, ou seja, propícias à atuação do Efeito Barnum, essas afirmações de pseudociências são consideradas pelas pessoas como exatas.

Eis um exemplo: "O senhor se defrontou com um momento muito difícil em sua vida, por isso está vindo me consultar". O que se diz aqui? O que se diz, na verdade, é aplicável a qualquer pessoa. Improvável seria encontrarmos alguém adulto (ou mesmo criança) que jamais tenha se defrontado com um momento difícil em sua vida. Note-se que nem sequer é declarado se a pessoa está diante do "momento difícil" - quer dizer, se os problemas estão se iniciando - ou se já os enfrentou, no passado; "você se defrontou" não deixa claro quando isso ocorreu, se há dez minutos, dez horas, dez dias ou dez anos. Trata-se de uma afirmação genérica.

 

Testagem empírica em condições controladas

Este requisito refere que hipóteses formuladas devem ser testadas experimentalmente por meio de testes rigorosos, em que as variáveis sejam controladas e sejam empregados grupos de controle. Estes cuidados foram tomados por Forer (1949), que retirou de um livro popular de astrologia uma avaliação, cujas afirmações eram genéricas, mas que, não obstante, foram consideradas exatas pela maioria dos participantes do experimento.

No mesmo campo, Gauquelin (1985) realizou pesquisa, enviando gratuitamente a cerca de 50 pessoas o horóscopo, que encomendou a um astrólogo, de um célebre criminoso francês que, durante a II Guerra Mundial, assaltou e assassinou dezenas de pessoas. Nem o astrólogo e nem as pessoas que receberam a avaliação sabiam de quem se tratava, e a maioria das pessoas considerou que o horóscopo conseguia captar e descrever bem seus problemas pessoais.

Na mesma pesquisa, Gauquelin (1985) menciona que um astrólogo responsável pela coluna de horóscopo de um jornal atendeu a centenas de solicitações que foram dirigidas à sua seção, remetendo o mesmo horóscopo genérico a todas as pessoas. Para seu espanto, recebeu mais de 200 cartas de agradecimento, que elogiavam a exatidão e a profundidade informativa dos horóscopos recebidos.

 

Possibilidade de crítica e discussão de um sistema de conhecimentos

Trata-se da consistência interna de um sistema de proposições e da coerência deste sistema com os fatos, além de sua compatibilidade com pressupostos filosóficos, especialmente os de ordem ontológica e epistemológica, que fundamentam toda e qualquer investigação científica. Pseudociências não atendem a essas exigências.

No que diz respeito à consistência interna, a astrologia, por exemplo, propõe que existe uma inter-relação entre as características de personalidade, propensão a certas doenças, tendência para certos eventos ocorrerem em épocas determinadas e as posições de astros no momento do nascimento. Há que se considerar, além dessas observações críticas, a existência de horóscopos diversos e contraditórios. É o caso do horóscopo chinês, que difere do ocidental em suas previsões e descrições de personalidade, referentes às mesmas datas de nascimento. Então, como proceder na escolha do horóscopo? Qual seria o critério a adotar?

Quanto à relação com outros sistemas de conhecimento, a astrologia não acompanhou a evolução da Física, nem da Astronomia. Como afirma Gauquelin, "se a astrologia fosse uma ciência digna deste nome, ela teria evoluído ao longo dos séculos, como a Física desde Aristóteles, a Medicina desde Hipócrates, a Astronomia desde Ptolomeu. Mas ela não o fez." (Gauquelin, 1985 citado por Gewandsznajder, 1989, p. 182).

 

Variáveis influentes no Efeito Barnum

As investigações incidiram sobre variáveis diversas que, possivelmente, influenciam o Efeito Barnum. A literatura reportada por Cattell (1965), Del Prette e Del Prette (1999) e Gauquelin (1985), estabelece três grupos de variáveis, que se encontram na Figura 1 abaixo.

Quanto ao sujeito ou participante, além das características de personalidade e de possíveis diferenças ligadas ao sexo, foi levada em consideração também a variável constituída pelo seu grau de sofisticação psicológica, ou seja, o seu nível de conhecimento ou de informação quanto aos instrumentos de avaliação de personalidade.

A variável interpessoal mais estudada foi o prestígio ou status do aplicador/interpretador do instrumento, sendo secundariamente avaliada a variável denominada setting, que se refere ao contexto aplicador/local de apresentação das falsas avaliações.

No que diz respeito às variáveis situacionais ou de situação diagnóstica, foram estudadas as características específicas da interpretação, isto é, se a falsa avaliação é apresentada como sendo resultante de um teste ou instrumento de exame qualquer aplicado ao participante, quer dizer, sendo especificamente feita para ele, ou se é apresentada como sendo uma avaliação de caráter geral, que se aplica à maioria das pessoas (quando se pede que o participante determine em que medida se aplica a ele também); o grau de favorabilidade/desfavorabilidade das afirmativas que compõem a interpretação e a generalidade das frases, enquanto associada à sua taxa de base, bem como o tipo de instrumento/procedimento (suposta avaliação por teste psicológico, por programa de computador etc.).

 

Variáveis do Sujeito

A maior parte das evidências a respeito da influência das características de personalidade da pessoa em sua aceitação de interpretação de personalidade fictícia foi inconsistente.

Furham (1989) verificou que a aceitação de feedbacks positivos em detrimento de negativos estaria associada à extroversão e a um locus de controle interno. Ou seja, como reporta Shermer (2002), existe um viés que retrata um pensamento seletivo, que ocorre quando a pessoa tende a aceitar informações favoráveis às suas crenças e aos seus desejos pessoais, tendendo a rejeitar ou desvalorizar informações que não estejam de acordo com os mesmos. Para Francis Bacon (citado por Deleuze, 2007) trata-se de um erro peculiar e frequente da compreensão humana, ser movido e animado mais por informações que nos sejam favoráveis do que por declarações que apontem para alguma falha ou deficiência. Há, portanto, uma tendência da pessoa aceitar afirmações questionáveis, até falsas, caso estas lhe sejam positivas, propiciando condições para uma validação subjetiva de pouco valor científico.

Por outro lado, a probabilidade de aceitar feedbacks negativos aumenta no mesmo sentido do resultado obtido pela pessoa em uma medida de neuroticismo (segundo a Escala de Eysenck), ou seja, quanto mais neurótica for a pessoa, mais tendência terá de aceitar feedbacks negativos.

Este ponto é de grande importância, pois, de imediato nos faz entender que há real perigo em se permitir que pessoas não especializadas e sem os devidos conhecimentos e treinamento emitam juízos pretensamente científicos ou apresentem explicações supostamente técnicas a pacientes neuróticos. Pode-se igualmente admitir que seja perigosa a veiculação pela mídia de pseudotestes e avaliações supostamente psicológicas, muito embora tal procedimento possa parecer inócuo ao observador menos informado.

O que ocorre é que tais testes e avaliações carecem, via de regra, de qualquer embasamento científico e são publicados ou difundidos sem ressalva alguma quanto ao fato de não terem qualquer validade científica. Admitindo-se que pessoas fragilizadas e com graves transtornos afetivos e cognitivos irão, como observou Furham (1989), aceitar com facilidade tudo de negativo contido em tais feedbacks, pode-se bem compreender que não seja exagero afirmar que estão em jogo muitos riscos pessoais - tanto psicológicos, quanto físicos, tendo-se em conta fenômenos de somatização, autoagressão e mesmo o possível encorajamento, ainda que involuntário, a intenções de suicídio.

Acresce que mesmo aquelas previsões aparentemente sem um caráter negativo podem, se tomadas a sério pelo leitor ou ouvinte, ter consequências desastrosas. Vamos supor que alguém psicologicamente fragilizado leia e tome como válido e autorreferente o seguinte texto: "É provável que surjam desafios ou rivais, gente querendo ocupar o seu lugar ou prejudicar a sua imagem" (Alvarenga, 2009).

Essa pessoa, emocionalmente perturbada, poderá, eventualmente, "explodir" com um novo colega de trabalho, identificado como o anunciado "rival" que estará "tentando ocupar o seu lugar" e, assim, acabar perdendo, realmente, o emprego, numa "profecia autocumprida" que, de certo, só irá fortalecer a sua crença em horóscopos.

O sexo, no caso do Efeito Barnum ou Forer, foi um fenômeno investigado por diversos pesquisadores (Forer, 1949; Halperin, Snider, Shenkel e Houstin,1976; Schroeder e Lesik, 1976; Snyder, Shenkel e Lowery, 1977). Segundo eles, ambos os sexos seriam igualmente suscetíveis ao Efeito Barnum.

Para Piper-Terry e Downey (1998), a falta de diferenças significativas quanto ao sexo, indicado por investigações anteriores, causa alguma surpresa, uma vez que outras pesquisas evidenciaram diferenças em certas características de personalidade vinculadas ao sexo em dados referentes à sugestionabilidade. Em seu estudo, estes autores concluem que as mulheres aceitam mais as avaliações fictícias do que os homens - oferecendo para seus achados, porém, outra explicação que não a maior credulidade feminina: o desejo de ajudar o aplicador do teste seria o desencadeador da maior aceitação de falsas avaliações por parte das mulheres em comparação com os homens. Downey (1999) e Layne (1998) iniciaram, recentemente, uma controvérsia em relação ao tema.

Layne (1998), acolhendo e examinando os dados apresentados por Piper-Terry e Downey (1998), diverge destes dois autores quanto à interpretação por eles oferecida para a maior aceitação feminina das falsas avaliações. Para Layne (1998), a explicação referente ao desejo de ajudar é insuficiente por dois motivos.

Primeiro, porque haveria outras maneiras de ajudar que poderiam levar ao resultado oposto (baixa aceitação/rejeição da falsa avaliação da personalidade). A mulher poderia pensar que, dizendo a verdade (ou seja, que a "avaliação" não corresponde muito à sua personalidade), estaria ajudando mais. E, segundo, devido à premissa da igualdade entre homens e mulheres, na perspectiva da racionalidade. Neste sentido, a diferença entre homens e mulheres na aceitação de uma devolução fictícia de um teste se situaria em diferenças quanto aos estilos de interação social de ambos os sexos, fato do qual tanto homens como mulheres são sabedores, caracterizando sua racionalidade.

Downey (1999) rejeitou a interpretação de Layne (1998), destacando que os dados até agora existentes sugerem que uma diferença em termos de ser "prestativo" representa uma explicação mais econômica e mais lógica para as diferenças entre homens e mulheres no Efeito Barnum. Entre outros pontos, comenta que não há evidências específicas de que as mulheres acreditam mais do que os homens que o aplicador do teste seria capaz de lhes fornecer descrições de personalidade mais exatas.

Essa explicação seria uma extrapolação forçada. A maior empatia que as mulheres atribuem a si mesmas, referida por Layne (1998), seria mais coerente com um desejo de ajudar do que com a racionalidade. Finalizando, cita diversas pesquisas indicando diferenças entre homens e mulheres quanto a ser prestativo ou desejo de ajudar.

A última variável testada neste grupo foi referente à satisfação psicológica dos participantes, medida através do nível de conhecimento que estes possuíam acerca dos instrumentos de avaliação de personalidade.

Bachrach e Pattishall (1960) compararam estudantes universitários e psiquiatras na aceitação de avaliações de personalidade fictícias, presumindo que estes diferem em faixa etária e nível de conhecimento científico. Os dados obtidos por esses autores não respaldaram a suposição de que a menor abrangência de conhecimento científico e relativa ingenuidade científica dos estudantes universitários (mais jovens que os psiquiatras) torná-los-ia mais vulneráveis ao Efeito Barnum. À mesma conclusão chegou Pulido-Rull (2000), para quem as avaliações são aceitas "entusiasticamente", não importa qual seja o grau de sofisticação cognitiva da pessoa.

É possível que, em uma situação clínica real, em que o paciente se sinta inseguro e com a autoestima rebaixada, ele esteja mais propenso a aceitar avaliações de personalidade genéricas, conforme apontado por Furham (1989); esse viés pode acentuar-se pelo fato de que psicólogos e psiquiatras tendem, por seu lado, a formular laudos genéricos e imprecisos (Blank, 1958; Davenport, 1952; Prince & Guastello, 1990).

De modo geral, esses achados ressaltam a responsabilidade social do psicólogo, que deve tomar cuidado com as devoluções que dá na situação clínica, uma vez que pode haver uma grande credulidade por parte do paciente, acentuada em razão da crença de que o psicólogo seja um profissional competente, apto à realização de psicodiagnósticos.

 

Variáveis Interpessoais

Diversos investigadores (Rosen, 1975; Snyder, 1974; Snyder e Larson, 1972; Ulrich, Stachnik e Stainton, 1963) demonstraram que as pessoas aceitam como exatos resultados fictícios, independentemente de quem os aplica ou de quem os interpreta, incluindo-se aí psicólogos com variados níveis de experiência e pseudocientistas (astrólogos, tarólogos, paranormais e seus correlatos).

Contudo, Halperin et al. (1976) não concordam com a demasiada generalização na aceitação dos resultados fictícios, pois ressaltam que, quando as informações auferidas são negativas, tende a ocorrer uma averiguação para saber qual foi a forma ou quem foi o sujeito que as ofereceu. Os autores manipularam com sucesso esta hipótese e verificaram que, no caso de interpretações negativas, isto é, desfavoráveis para a pessoa, o clínico com status alto ou médio conseguia maior aceitação dos feedbacks que fornecia do que o clínico cujo status era percebido como baixo. As implicações deste dado para a situação clínica são bastante sérias. No contexto em que o status do clínico é percebido como alto, a aceitação de feedbacks negativos pode resultar do fator prestígio, vinculado ao Efeito Barnum, e não à validade da interpretação fornecida ao cliente.

Convém notar que o simples fato de estar em terapia com alguém já implica a suposição de que esse alguém é competente, já implica atribuir prestígio ao terapeuta. Supõe-se que ninguém queira - ao menos conscientemente - se tratar com alguém que considere incompetente.

Com relação ao setting ou contexto (aplicador e local de apresentação das falsas avaliações), de acordo com Snyder e Larson (1972), criadores do termo, é uma variável que:

consistia de duas condições naturalmente ocorrentes: um psicólogo clínico em seu consultório no Centro de Psicologia da universidade, e um estudante de pós-graduação, no laboratório do Departamento de Psicologia. Esses dois contextos foram escolhidos a fim de maximizar a diferença referente ao "prestígio" do psicólogo e do estudante. (p. 385).

Os autores afirmam ser uma variável que diz respeito, sobretudo, "à pessoa e ao lugar associados com o recebimento da interpretação genérica de personalidade." (Snyder & Larson, 1972, p. 385). Nas suas investigações, esses pesquisadores não encontraram evidências de diferenças significativas atribuíveis à variável setting, na aceitação das avaliações falsas.

Uma restrição de ordem metodológica aos resultados obtidos nas pesquisas acima mencionadas é a falta de garantia de que a percepção dos participantes quanto ao prestígio do aplicador/interpretador do instrumento tenha ocorrido na direção suposta pelo pesquisador. Por exemplo, os participantes poderiam não atribuir maior prestígio a um psicólogo pelo fato de ser ele mais experiente do que outro.

 

Variáveis Situacionais

No que diz respeito à especificidade da interpretação, diversos pesquisadores (Snyder & Larson, 1972; Snyder, 1974; Snyder, Shenkel e Lowery, 1977) observaram que a declaração apresentada ao participante de que o laudo tinha sido feito especialmente para ele aumentava o nível de aceitação desse laudo. Por exemplo, as afirmações contidas num mapa astral feito especialmente para a pessoa tenderiam a ser mais aceitas do que as afirmações genéricas relativas ao seu signo, lidas em um jornal.

Quanto ao grau de favorabilidade/desfavorabilidade, de modo geral, os pesquisadores evidenciaram que as interpretações compostas de afirmativas favoráveis são mais aceitas do que aquelas em que predominam as afirmativas desfavoráveis. Mosher (1965) referiu esse fato com a expressão "Efeito Poliana", decorrente da necessidade da pessoa em proteger sua autoestima. Trata-se de uma alusão à obra da escritora Eleanor H. Porter, cuja personagem Poliana buscava sempre motivos para se sentir feliz e contente.

Foi constatado que avaliações favoráveis são mais aceitas, independentemente do status do avaliador, enquanto os feedbacks desfavoráveis são mais bem aceitos quando fornecidos por avaliadores de status médio ou alto. Essas evidências nos levam a enfatizar a necessidade de que os psicoterapeutas atentem para a possibilidade de seus pacientes aceitarem, como verdadeiros, feedbacks negativos, usuais na situação clínica, quando estes resultem de fonte ou técnica obscura, como as que caracterizam o Efeito Barnum. (Collins, Dmitruk & Ranney, 1977; Sundberg, 1955; Thorne, 1961; Weisberg, 1970).

Sobre o grau de generalidade das frases na situação abordada há pouco, os enunciados que compõem a interpretação de personalidade costumam falhar pela sua falta de precisão. Esta característica acentua de tal modo a aceitação do feedback que as interpretações fictícias podem ser percebidas como tão ou mais exatas que as interpretações autênticas, derivadas de dados reais de testes válidos (Merrens & Richards, 1973; O'Dell, 1972; Sundberg, 1955). Em outras palavras, as pessoas tendem a aceitar como mais exatas as interpretações com base em instrumentos fictícios e que não foram feitas especialmente para eles, do que as que foram elaboradas para eles com base em instrumentos autênticos.

O'Dell (1972) explicou esses resultados pelas altas taxas de base das afirmativas contidas nas interpretações genéricas. Por "taxa de base" entenda-se a frequência com que determinada variável ou característica costuma ocorrer na população de indivíduos estudados; a taxa de base se refere sempre ao grupo. Alta taxa de base de determinados atributos e comportamentos inviabiliza um procedimento de validação científico, recaindo na falácia da validação pessoal, que é o que ocorre quando a pessoa e o próprio examinador simplesmente acham que o teste que funciona, ou seja, se deu resultados que parecem corretos, seja válido.

Infelizmente, boa parte das pessoas, inclusive psicólogos, ignora o conceito científico de validade. Validade se define como sendo "a medida que um instrumento avalia aquilo que se propõe a avaliar" (Bunchaft & Cavas, 2002, p. 69). Há uma série de maneiras de se determinar isso, com base em indispensáveis cálculos estatísticos. Entre esses cálculos temos, em especial: análise fatorial, grupos contrastantes e correlação com outros instrumentos. Sem o conhecimento dos resultados da aplicação de tais cálculos aos dados, não é possível fazer afirmativas acerca da validade de algum instrumento de medida.

Examinemos alguns exemplos: se dizemos a uma pessoa que ela "ocasionalmente tem problemas com a sua sexualidade", "tem dificuldade em se relacionar emocionalmente com os demais" e "em sua infância a relação com a figura materna foi prejudicada", ela aceitará tais declarações, embora elas pouco acrescentem ao conhecimento que temos dessa pessoa. Esta alta taxa de base de determinados atributos e comportamentos inviabiliza um procedimento de validação científico, recaindo na falácia da validação pessoal, que sucede quando o testando e o próprio examinador simplesmente acham que o teste que "funciona", ou seja, que forneceu resultados que "parecem corretos", seja válido.

De modo geral, no que diz respeito ao tipo de procedimento utilizado na avaliação, as fontes de dados dos quais presumivelmente derivam as descrições de personalidade - instrumentos psicológicos (testes objetivos e projetivos, entrevistas) e não psicológicos (astrologia, cartomancia, grafologia etc.) apresentaram o mesmo grau de aceitação por parte dos participantes.

Uma possível explicação para esse achado seria a incidência de dois componentes: crença e limitada educação formal das pessoas. Há sempre um aspecto de crença, por parte da pessoa que se submete ao questionário da revista, do jornal ou de fonte televisiva ou radiofônica. O mesmo ocorre em relação ao horóscopo ou ao mapa astral: a pessoa acredita que, com aquele instrumento, poderá chegar a conhecer algo sobre si própria ou sobre seu futuro. Note-se que a crença de que seja possível prever o futuro da pessoa está subjacente.

Ao mesmo tempo, outro aspecto relevante aí poderia ser a falta de compreensão do que seja a forma científica de pensar e agir, que leva as pessoas a equiparar, desconsiderando as significativas diferenças entre uns e outros, instrumentos de mensuração psicológica baseados em estudos criteriosos de validação e técnicas de avaliação destituídas de qualquer fundamento científico.

 

Observações conclusivas

A revisão de literatura realizada neste artigo destacou fatores que potencializam o Efeito Barnum, podendo ser assim resumidos:

• A natureza geral do feedback, vinculada a uma alta taxa de base das afirmativas;

• A apresentação do feedback como tendo sido elaborado especialmente para a pessoa;

• O grau de favorabilidade das afirmativas que integram o feedback; e

• O status elevado do avaliador, no caso de interpretações desfavoráveis.

O Efeito Barnum parece explicar, pelo menos em parte, a razão de tantas pessoas confiarem nos resultados de quaisquer supostos testes e outros procedimentos para a avaliação da personalidade, alegando que esses instrumentos "funcionam". Esta linha de raciocínio envolve o que Meehl (1971) denominou falácia da validação pessoal ou subjetiva, que nada tem a ver com o processo de validação científica de um instrumento de avaliação da personalidade. Assim sendo, as avaliações de personalidade formuladas de forma vaga, geral, ambígua e favorável são propícias à ocorrência do Efeito Barnum, sendo consideradas ingenuamente pela pessoa como exatas.

Isso explicaria por que, em relação aos horóscopos, por exemplo, tanto os astrólogos, como os seus leitores concordam em que os feedbacks fornecidos são exatos, refletindo traços e tendências da personalidade de uma pessoa com probabilidade de acerto superior ao acaso. Neste caso, são oportunas as palavras irônicas de Gewandsznajder (1989), para quem "a astrologia funciona na prática, como atestam as pessoas que se valem dela" (p. 198).

Mas, a falta de apoio empírico, a irrefutabilidade e a ausência de discussão crítica evidenciam que se trata de uma pseudociência. E por que parece funcionar na prática? Como sistema de crenças dogmático, as frases que compõem o horóscopo ou o mapa astral são vagas, genéricas, ambíguas e muitas vezes favoráveis, podendo, assim, ser aplicadas à maioria das pessoas. Fica aí nítida a influência do Efeito Barnum, que também pode ocorrer na consulta a parapsicólogos, médiuns, grafólogos e outros pseudocientistas, em decorrência da validação pessoal.

Em suma, é importante que psicólogos, psiquiatras e estudantes dessas duas áreas se familiarizem com a possibilidade de ocorrência da falácia da validação pessoal no âmbito de sua prática profissional, distinguindo entre validação pessoal e validação científica. Conscientizar esses profissionais quanto à influência do Efeito Barnum é importante, principalmente se levarmos em conta que, no contexto clínico, o prestígio do profissional da área humana é alto, o que leva o paciente a acatar sem restrições os feedbacks que lhe são fornecidos. Vamos repetir, ainda uma vez, que um teste ou outro tipo de instrumento de avaliação psicológica que "funciona", na opinião da pessoa, não é, necessariamente, válido. Só é aceitável a validação científica por meio dos devidos procedimentos técnicos e estatísticos.

Endossamos, portanto, a opinião de Meehl (1971) de que é preciso divulgar a existência de fenômenos como o Efeito Barnum, que reforça a "validação pessoal" que, na verdade, é inválida, ao mesmo tempo, vale acrescentar, que compromete o esforço aplicado no sentido do autoconhecimento e do planejamento do processo de intervenção profissional.

No plano geral, que é o da sociedade, a considerar os efeitos prejudiciais da credulidade, até mesmo para as próprias pessoas, seria conveniente cogitar a prevenção e o controle dessa disposição psicológica, desde logo nas primeiras etapas da educação formal, acompanhando o desenvolvimento cognitivo das crianças. O resultado esperado seria o desenvolvimento do pensamento crítico.

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Guenia Bunchaft
R. Barão de Itambi 7, Apto. 111
Botafogo, Rio de Janeiro RJ. CEP.: 22231-00
Fone: (21) 2551-4179
E-mail: guenia@gueniabunchaft.com.br

Helmuth Krüger
R. Barão do Amazonas 124. Centro
Petrópolis, RJ. CEP.: 25685-070
Fone: (24) 2244-4117
E-mail: helmuth.kruger@ucp.br

Enviado em Abril de 2010
Texto reformulado em Setembro de 2010
Aceite em Novembro de 2010
Publicado em Dezembro de 2010

 

 

Nota dos autores:

Guenia Bunchaft - Doutora em Psicologia, Professora aposentada do Instituto de Psicologia da UFRJ. Helmuth Krüger - Doutor em Psicologia, Professor na Universidade Católica de Petrópolis.

 

 

Este artigo é baseado na tese de doutorado defendida pela autora em 2006, orientada pelo Prof. Dr. Helmuth Krüger, e apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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