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Temas em Psicologia

versão impressa ISSN 1413-389X

Temas psicol. vol.23 no.3 Ribeirão Preto set. 2015

http://dx.doi.org/10.9788/TP2015.3-17 

ARTIGOS

 

Significados e sentidos sobre homossexualidade entre docentes: uma análise sócio-histórica

 

Meaning and directions about homosexuality among teachers: an analysis socio-historical

 

Significados que se atribuyen a la homosexualidad por los profesores: una perspectiva socio-histórica

 

 

Ângelo Cabral EsperançaI; Iolete Ribeiro da SilvaII; André Luiz Machado das NevesIII

ISecretaria Municipal de Educação e Cultura de Manaus, Manaus, AM, Brasil
IIPrograma de Pós-Graduação em Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil
IIIEscola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas, Manaus, AM, Brasil

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Com o propósito de analisar os significados e sentidos construídos por docentes de licenciaturas de uma Instituição de Educação Superior (IES) do Estado Amazonas sobre a homossexualidade, este artigo adotou a concepção de sujeito proposta por Vygotsky, que trata do desenvolvimento psicológico humano a partir de pressupostos históricos-culturais. A pesquisa assumiu a abordagem qualitativa, de caráter exploratório. Participaram da pesquisa os docentes dos cursos de licenciatura em Pedagogia, Letras - Língua Portuguesa, História e Educação Física que atuam na formação dos referidos cursos. Foram realizados oito entrevistas semi-estruturadas com dois professores de cada curso. Os dados apontam que os significados e sentidos atribuídos à homossexualidade enquanto vivência da sexualidade humana são partes do enredo construído pelos discursos históricos, culturais, políticos e ideológicos desta sociedade, posto que, se mostram preponderantes em suas construções dialógicas os aspectos essencialistas e naturalizados, aspectos principais que contribuem para incorporação de visões moralizadoras e patológicas junto a esta vivência. A importância da temática e sua abordagem no ambiente formativo estudado fazem-se marcadas por discursos e ações reticentes por parte de docentes faz com que suas práticas pedagógicas relacionadas a temática apresentem-se distantes do compromisso com a promoção da cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). Desta maneira, os pressupostos educacionais nacionais da atualidade que propõe a construção e efetivação de uma educação que observa a diversidade enquanto uns de seus eixos condutores apresentam-se "emudecidos" e/ou "esquecidos" junto aos sujeitos estudados, demonstrando também que o posicionamento político dos cursos investigados é o "distanciamento" da temática.

Palavras-chave: Homossexualidade, sentido, significado, licenciaturas, docentes.


ABSTRACT

In order to analyze meanings and meanings constructed by undergraduate faculty from a university in Amazonas State on homosexuality, this writing adopted the concept of the subject proposed by Vygotsky, which deals with human psychological development from socio-historical assumptions. The research took a qualitative approach and exploratory. Participants were teachers of undergraduate courses in Pedagogy, Literature - Portuguese Language, History and Physical Education working in the training of these courses. Were conducted eight semi-structured interviews with two teachers for each course. The data indicate that the significance and meanings attributed to homosexuality, while the possibility of human sexuality are part of the plot constructed by historical discourses, cultural, political and ideological in this society, because this speech is relevant to their deeds dialogic aspects essentialist and naturalized are key aspects contributing to incorporate visions with moralizing and pathological homosexuality. The importance of this issue and its approach to the environment of the courses studied are sh own marked by speeches and actions reticent by teachers and scrutiny veiled presenting a distance related to the theme of their teaching practices. Thus, the assumptions of the current national education which proposes the construction and implementation of an education that looks at diversity as one of its main purposes have "silenced actions" and/or "forgotten", also demonstrating that the courses they take political position "distance" the topic studied.

Keywords: Homosexuality, sense, meaning, degrees, teachers.


RESUMEN

Con el propósito de analizar los significados y los sentidos construidos por los profesores de pregrado de una universidad en el estado de Amazonas sobre la homosexualidad, esta escritura se ha adoptado el concepto de ser humano propuesto por Vygotsky, que se ocupa del desarrollo psicológico humano de los supuestos socio-históricos. La investigación tuvo un enfoque cualitativo y exploratorio. Los participantes eran profesores de los cursos de licenciatura en Pedagogía, Literatura - Lengua Portuguesa, Historia y Educación Física de trabajo en la formación de estos cursos. Se realizaron ocho entrevistas semi-estructuradas con dos profesores de cada curso. Los datos indican que la importancia y significados atribuidos a la homosexualidad como una experiencia de la sexualidad humana son parte del programa de construcción de discursos históricos, culturales, políticos e ideológicos en esta sociedad, porque aparecen preponderantes en sus construcciones dialógicas aspectos esencialista y los aspectos principales naturalizados que contribuyen a la incorporación de visiones moralizante y patológicas junto a esta experiencia. La importancia del tema y su enfoque en la universidad está marcada por discursos y acciones reticentes por los profesores y el escrutinio veladas hace sus prácticas pedagógicas relacionadas con los temas se presentan distante. Por lo tanto, los supuestos de la actual nacional de educación que proponen la construcción y ejecución de una educación que mira a la diversidad como uno de sus principales rutas presenta "silenciado" y/o "olvidado", junto con los sujetos estudiados, lo que demuestra también que el posicionamiento cursos políticos investigados es la "distancia" del tema.

Palabras clave: Homosexualidad, sense, significado, grados, profesores.


 

 

Os conhecimentos sobre a sexualidade humana apresentam-se como frutos da sua construção sócio-histórica e, os saberes construídos sobre a homossexualidade na contemporaneidade nascem inspirados pela ciência dita moderna. Cada sociedade e cada cultura a seu tempo, legitimaram por meio de seus contextos discursivos, os significados sobre a sexualidade e seus matizes que, se transformaram em verdades, com a colaboração de suas instituições, fizeram-nas alvo de constante vigilância e punição, promovendo a normatização, a padronização e a homogeneização do comportamento sexual.

A homossexualidade aqui se define pela atração emocional, sexual e estética por pessoas do mesmo sexo (Louro, 2009; Neves, Silva, Sadala, & Ferreira, 2012; Sousa, 2009). Optou-se por essa conceituação de homossexualidade em decorrência da dinamicidade de sua aplicação na atualidade e pela possibilidade gerada por este termo junto ao entendimento do tema entre os sujeitos sociais estudados, pois o termo carrega em seu bojo um conteúdo histórico e social.

A referência acerca do matiz homossexualidade delineia-se a partir de termos como: homoerotismo, homossociabilidade, homoafetividade, homocultura, lésbicas e estudos gays. Estes termos mostram-se permeados por conceitos distintos, que variam por conta de convicções teóricas e ideológicas de seus pensadores e, se mostram acompanhados de reflexões que discutem a sexualidade enquanto fator humano inato ou cultural/aprendido (Bento, 2006; Costa, 1995; Prado & Machado, 2008).

Entende-se que os termos linguísticos usados para denominar vivências sexuais entre dois homens ou duas mulheres, carregam significações sociais e históricas, pontuados de relações de poder e política de cada época. Tais fatores devem ser considerados quando se analisam os motivos pelos quais certos conjuntos de significados sobre a homossexualidade são construídos dentro de uma cultura específica.

Este artigo encontrando-se atrelado ao pensamento de Vygotsky (2000), que observa o desenvolvimento psicológico humano a partir do pressuposto teórico histórico-cultural. Esse pensamento leva em consideração a imersão dos sujeitos em culturas distintas, valores, crenças, significados e sentidos. Assim, para compreensão dos significados e sentidos relativos à homossexualidade, a visão dialética de homem de Vygotsky (2000) contribuiu para a análise realizada neste trabalho. Em especial, por observar a dinamicidade com que os sujeitos se apropriam e interferem em sua realidade que, é negada e afirmada de maneira concomitante, como foi e continua sendo a produção dos discursos sobre a homossexualidade no trajeto sócio-histórico ocidental.

Educadores e educadoras, meninas e meninos, jovens e adultos trazem consigo as marcas da sua expressão social e de gênero da sexualidade para dentro do ambiente escolar, exigindo que, estes profissionais saibam lidar com questões relacionadas à diversidade das expressões sexuais. Além disso, dados estatísticos do Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT)1 indicam, por exemplo, que Manaus foi a capital onde foi registrado o maior número de assassinatos no ano de 2012, totalizando quinze assassinatos, ficando a frente de São Paulo, que é uma cidade que conta com o dobro da população de Manaus (Grupo Gay da Bahia, 2012).

Atento a essas demandas e problemáticas, este artigo aborda uma investigação a partir da construção dos significados e sentidos, atribuídos por docentes universitários vinculados a cursos de licenciaturas, acerca da homossexualidade, na cidade de Manaus capital do estado do Amazonas, refletindo a universidade enquanto lugar capaz de desenvolver ações educacionais, transformadoras. Considerando a relevância do espaço acadêmico que forma professores para a educação básica justifica-se a realização deste estudo.

A formação de professores é de suma importância no enfrentamento à homofobia, pois pode contribuir para a construção de práticas pedagógicas que colaborem para a transformação de valores sociais normativos e injustos, e para que, estigmas e arranjos perversos, construídos durante a história sobre a sexualidade e a homossexualidade sejam amenizados.

 

Método

Realizou-se uma pesquisa exploratória e descritiva, que teve o propósito de construir uma visão geral sobre os sentidos e significados da homossexualidade no âmbito de cursos de licenciatura de uma universidade pública do Amazonas. Adotou-se uma abordagem qualitativa que segundo Minayo (1993, p. 10) configura-se como o estudo capaz de "... incorporar a questão do significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às relações, e as estruturas sociais". Desta maneira, entendeu-se que esta abordagem apoia a produção de respostas sobre os significados e sentidos relativos à vivência da homossexualidade através do olhar de uma instituição social (universidade) e de seus sujeitos (docentes).

O estudo, parte de uma pesquisa mais ampla, foi realizado na região norte do Brasil, na cidade de Manaus no estado do Amazonas entre os docentes de uma universidade pública. Foram investigados 4 cursos de um total de 14 cursos de licenciatura oferecidos pela universidade.

A seleção dos cursos investigados e dos participantes foi guiada pela análise das possibilidades de abordagem da temática homossexualidade no currículo dos cursos e nas ementas das disciplinas. Os cursos selecionados foram: Licenciatura plena em Pedagogia, História, Letras com habilitação em língua portuguesa e Educação Física. Participaram oito docentes, sendo dois de cada curso. Todos os participantes receberam esclarecimento prévio e detalhado dos propósitos do estudo e por adesão voluntária assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A construção dos dados se deu por meio de entrevista semi-estruturada que segundo Aguiar e Ozella (2006) é um instrumento rico para a coleta de dados em pesquisa por permitir o acesso aos processos psíquicos da construção dos significados e apreensão dos sentidos. O roteiro de entrevista abordou os seguintes tópicos: O que é homossexualidade para você? Como foram construídos os conceitos sobre a homossexualidade na sua formação acadêmica? Você aborda temas como sexualidade e homossexualidade em suas aulas? De que maneira? Qual a importância da temática sexualidade e homossexualidade na formação de professores? Como você reagiria se um discente na sala de aula onde você estivesse ministrando o ensino demonstrasse sua orientação sexual voltada para homossexualidade através de manifestação explicitas de carinho, beijando e abraçando um (a) discente do mesmo sexo?

A análise dos dados ancora-se na proposta de Gaskins, Miller e Corsaro (1992), que recomendam o uso da abordagem interpretativa quando o foco da investigação é o significado da ação humana frente a contextos culturais específicos. As entrevistas que tiveram duração média de 60 minutos, foram transcritas na integra e foi realizada uma análise-síntese dos dados no intuito de obtenção das principais mensagens-chave. Em seguida, foram extraídos os aspectos relevantes para a compreensão do objetivo da investigação, sendo divididos em categorias. Posteriormente, foram agrupados os fragmentos dos discursos de acordo com as categorias identificadas e observadas.

Para preservar o anonimato foram atribuídos aos docentes a letra "P" que indica "professor (a)" acompanhado de um número natural dado conforme as realizações das entrevistas. As normas éticas em pesquisa foram respeitadas e o projeto foi aprovado na Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Amazonas sob o Protocolo CAEE 0308.0.115.000.07.

 

Resultados e Discussões

Com a Palavra os Docentes e a Tentativa de Conceituar a Homossexualidade

De forma unânime os docentes conceituaram homossexualidade enquanto Opção Sexual, como uma escolha pessoal, relacionada a fatores biológicos e sociais. Tais pressupostos podem ser observados na fala abaixo, sintetizando as diversas significações dos docentes entrevistados:

"A homossexualidade... Eu vejo assim como uma opção sexual de um determinado sujeito. A partir do que ele sente. A partir do que ele sente necessidade, eu penso assim, é uma escolha individual do sujeito" (P.1).

Tal assertiva reflete múltiplas vozes, influenciadas por construções históricas, sociais, culturais, científicas e ideológicas que permeiam o discurso sobre a sexualidade humana. Esses discursos assumem dupla posição: uma derivada do essencialismo com ideias sobre a sexualidade enquanto fenômeno universal e inerente aos corpos, em forma de energia sexual que conduz a ação dos sujeitos e outra derivada de perspectivas sócio-históricas, que buscam problematizar esta universalidade conceitual (Heilborn & Brandão, 1999).

De forma geral, mesmo quando os docentes apontam a diversidade como possibilidade de vivência da sexualidade, buscam uma conceituação universal de homossexualidade e demonstram uma visão preconceituosa em relação aos movimentos sociais que buscam a afirmação dos direitos sexuais de pessoas LGBT como pode ser observado abaixo:

Eu acho que as pessoas estão ávidas é pra compreender o que é isso. Porque as pessoas pensam assim: "por que eu nasci mulher e a outra agora é sapatão?", "por que eu nasci homem e agora o outro é gay?" As pessoas querem entender é isso e não um bando de homens e mulheres em passeata. Tudo bem é louvável, é plausível, tem que acontecer, mas ele tem que ser reformulado porque, isso vai se esgotar, porque eu não vejo que isso ta acrescentando, muito pelo contrário, eu vejo aquilo que a gente chama de hetero está virando piada. Uma coisa que nasceu para ser uma referência de discussão ta virando piada, ta virando bloco de carnaval. Eles têm que fazer a passeata? É claro que eles têm, mas, além de fazer a passeata eles têm que demonstrar pra a população outras possibilidades. (P.4)

Este docente, apesar de fazer referência a existência de uma possível abertura social para a compreensão da homossexualidade na atualidade, demonstra incomodo com a visibilidade do movimento LGBT e expressa concordância com posturas deterministas e preconceituosas num campo político discursivo, onde a cultura e a sociedade se mostram como um palco de constantes afirmações e negações da homossexualidade.

A maneira dos docentes nomearem ou identificarem homossexuais indica um conjunto de significados associados a elementos pejorativos revelados em diversos momentos durante as entrevistas, como pode se observar nos discursos apresentados seguir:

"... algumas pessoas pelo menos a maior parte elas já nascem com essa tendência para o homossexualismo..." (P.2).

"... o homossexualismo ele pode ocorrer na família alheia, mas, não na sua..." (P.3).

"Quando ele vê um sapatão, ele diz ô sapatão sem vergonha... O gay saradão gosta de dar a bunda. Porque que a bichinha'fru-fru' ofende ele? Afinal de contas os dois não são viados?" (P.4).

"Quando é uma bichona que desmunheca..." (P.6).

A esse respeito Trevisan (2007) afirma que preceitos morais mostram-se preponderantes nas construções dessas significações tecidas socialmente. O reconhecimento e a reparação da cidadania da população LGBT, depende de uma sociedade justa, igualitária, democrática e tolerante. Para alcançarmos esse patamar de civilidade devemos ressignificar concepções. A construção de uma cultura de paz e o respeito a todas as diferenças depende de reflexão.

Ao serem questionados se em sua formação inicial realizaram algum estudo ou reflexão sobre homossexualidade, os docentes assim se referiram:

"Olha, eu diria assim que como tabu, aquela coisa proibida, né? Aquela questão do preconceito mesmo" (P.1).

Em momento algum. Nós falávamos algumas vezes entre nos colegas, mas assim, na gozação do outro colega ou então com brincadeiras, mas como um conteúdo a ser trabalhado formalmente como um assunto que diz respeito a nossa vida tanto profissional como pessoal, nunca (P.3).

Ah, Eu já ouvi muita besteira, né? Que ser homossexual é coisa biológica, cultural, que é uma coisa de sem vergonha que é isso ou que é aquilo, mas quem somos nós, eu volto a repetir, quem somos nós para definir o quê que é isso? (P.4)

Esses discursos indicam a ausência de uma formação sistemática e embasada em conhecimentos científicos, o que sugere que os significados e sentidos elaborados pelos docentes se embasam em saberes gerados no ambiente familiar, religioso, cultural e social no qual estão inseridos. De acordo com Gonzalez Rey (2003, p. 235) "o sujeito em sua processualidade reflexiva intervém como momento constituinte de si mesmo e dos espaços sociais em que atua, a partir dos quais pode afetar outros espaços sociais". Portanto, através dos novos sentidos atribuídos pela ciência, novos significados podem ser sustentados pela sociedade acerca da homossexualidade. Mas para que esses docentes possam ressignificar suas concepções é necessário criar espaços formativos.

Furlani (2007) aponta que os espaços educacionais assumem grande importância junto à desconstruções pejorativas sobre a vivência da homossexualidade. Por conta das conotações sociais atuais nos quais se inscrevem os objetivos das instituições escolares marcados pelo compromisso com o respeito à diversidade e com a construção da cidadania, a escola é um espaço privilegiado para o desnudamento do olhar moral lançado sobre a homossexualidade.

A universidade, instituição formadora de docentes que atuarão na educação básica e que historicamente tem sido considerada local de construção de conhecimentos, deve assumir compromisso com uma formação crítica. Questionar a naturalização de preconceitos e processos de exclusão social de indivíduos LGBT é tarefa importante e necessária.

Enricone (2007), ao observar às práticas da universidade e a aprendizagem da docência, afirma de maneira categórica que os objetivos da universidade no processo formativo de futuros professores, devem direcionar-se a uma formação para a cultura, para a cidadania, para a profissionalização, para a produção e difusão do conhecimento, para o desenvolvimento pessoal. Os docentes enquanto sujeitos sociais podem incentivar mudanças e ressignificação de concepções, atendendo a novas exigências sociais e políticas esperadas da educação.

A homossexualidade enquanto vivência social e sexual é reconhecida através das inúmeras propostas políticas governamentais no Brasil. Na atualidade o combate a processos discriminatórios e estigmatizantes fazem parte da agenda do Estado e envolve diretamente o Ministério da Educação que juntamente com os movimentos sociais LGBT brasileiros, propõem o enfrentamento à homofobia.

Assim, faz parte da agenda pública a intenção de promover ambientes políticos e sociais favoráveis à garantia dos direitos humanos e da respeitabilidade das orientações sexuais e identidade de gênero no âmbito escolar brasileiro, conforme expressa o programa escola sem homofobia. Entretanto esse programa enfrentou diversas resistências e não tem conseguido avançar no sentido de uma universalidade de suas ações.

Nesta pesquisa, de maneira geral pôde-se observar que os significados e sentidos atribuídos à homossexualidade pelos docentes se inscrevem enquanto fatores que por vezes podem pontuar uma aproximação ou promover um distanciamento e/ou exclusão da temática no âmbito formativo de futuros educadores. Entretanto, acredita-se que, somente a partir de uma aproximação maior das práticas pedagógicas desses sujeitos podem-se obter informações mais precisas sobre a existência ou não de contribuições reflexivas que possibilitem discussões qualitativas sobre a temática.

Possibilidades de Abordagem da Temática Homossexualidade na Formação de Professores

Os dados sugerem que a homossexualidade inscreve-se enquanto temática importante a ser trabalhada e discutida na formação de professores por motivos que vão desde a preocupação no trato com os discentes, até a possibilidade de desconstrução de preconceitos sexuais:

"Então eu vejo assim, que é importante sim, trazer essa discussão, eu penso assim, não só da homossexualidade, da sexualidade mesmo né, que é algo muito difícil..." (P.1).

"... eu acredito que é extremamente importante, a gente precisa ter mais conhecimentos e mais fundamentos sobre a homossexualidade pra não ficar só no achismo, no empirismo do negócio" (P7).

"Sim então, ela é fundamental. Porque que ela é fundamental? Justamente porque o público né que o professor vai ter..." (P.6).

Contudo, estes sujeitos alegam que durante a formação acadêmica inicial e continuada as temáticas "sexualidade" e "homossexualidade" estiveram presentes somente a partir de reflexões informais permeadas por significados e sentidos proibitivos e por tabus:

"... dentro da minha formação acadêmica mesmo, assim, em nenhum momento isso foi tocado...." (P.1).

Não, não, nunca e nem um momento inclusive eu fiz meu estudo todinho numa escola principalmente escola de freira, então falar de homossexualidade é uma coisa totalmente proibida, né? E depois que eu passei pra escola normal também não se falava. (P.2)

"Em momento algum" (P.3).

Estes fatores demonstram que a maioria dos docentes não utiliza subsídios científicos que pontuem a temática homossexualidade enquanto saber necessário em suas práticas. Isto concorre para que não criem espaços para reflexão sobre a homossexualidade junto aos seus alunos. Somente duas docentes se referiram à construção de conceitos científicos sobre a temática através de leituras durante ou após o processo formativo acadêmico. Estas profissionais enfatizam que tais leituras foram realizadas no intuito de garantirem que em suas práticas pedagógicas, temáticas como Inclusão Social através da escola e História da Grécia fosse dimensionada por construções teóricas científicas:

Isso aí foi uma coisa assim que eu fui construindo... eu fui lendo, eu fui buscando. E, pra mim é algo assim muito natural, então, como eu te falo, até pra que eu possa falar de educação inclusiva, eu tenho que romper, não é? (P.1)

"... eu lia um monte de coisas. Eu li, por exemplo, Foucault. Quase tudo em francês porque na época que eu comecei a ver Foucault eu era menina ainda na graduação, não tinha nada em português" (P.5).

Pode-se considerar também que a atitude destas docentes ao buscarem leituras e discussões sobre a temática mostra-se correlacionada a uma forma de preparação profissional e pessoal. Vasconcelos, (2002) defende que para que ações educacionais sejam transformadoras, faz-se necessário que ocorram negociações sobre os "sentidos", posto que, "valores éticos", "sociais" e, sobretudo, "ideológicos", concorrem para "negociações" neste "processo de significação", que aqui está referida à homossexualidade.

Contudo, observa-se que esta temática ainda é invisível dentro do espaço acadêmico:

... a questão homossexual é um tema que não deveria ser tema, eu acho que deveria ser posto como um tema comum. Você só se interessa para pesquisar alguma coisa que te incomoda. A pesquisa é parte de um problema. Então porque deveria ser problema? O que é problema? Se é uma coisa comum do nosso dia-a-dia, faz parte da nossa vida e não deveria ser um problema. Deveria ser tão comum como a importância que eu tenho de tomar banho, que eu tenho que comer... (P.3)

"... eu não tenho autoridade intelectual para falar da homossexualidade, porque não é um assunto que me envolva e que me interessa e, também eu não vejo muita importância trabalhar sobre a homossexualidade..." (P.4).

Entende-se que estes relatos além de revelarem posturas controversas sobre a homossexualidade demonstram não possibilitar reflexões e ações pedagógicas direcionadas a promover reflexões, interpretações, análises e críticas acerca de algumas noções que naturalizam de modo quase imperceptível a homofobia. Nota-se certa "resistência" dos docentes em empreenderem debates no espaço da sala de aula que tenham como objetivo o desenvolvimento da crítica em relação à discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; e incentivar o respeito aos direitos humanos e às leis contra a discriminação.

De maneira geral percebe-se que quatro docentes informaram terem trabalhado a temática homossexualidade através de textos, sendo que um docente relatou ter ministrado aula em um curso de férias em uma disciplina voltada para a temática sexualidade, mas que não enfocou a homossexualidade. A primeira experiência se deu na tentativa de falar sobre a inclusão social, a segunda objetivou-se refletir sobre a possível vivência da homossexualidade, a terceira se deu através de um texto didático proposto pela docente sobre Literatura, a quarta foi uma discussão sobre pederastia vivida nas sociedades antigas como a grega.

A partir destas experiências os/as docentes apontam seus discentes enquanto sujeitos resistentes à abordagem da temática homossexualidade. Estes docentes ainda relatam que a temática ou a vivência deste matiz da sexualidade é percebida por seus discentes como "piada" permeada por manifestações de "deboche" e de "preconceito" sendo tais atitudes rotineiramente presenciadas e percebidas pelos docentes no espaço acadêmico. Estes participantes ainda apontam os (as) "discentes religiosos (as)" como sujeitos mais propensos a resistência no que tange a abordagem da homossexualidade:

... eu fui corrigir, uma avaliação de uma aluna... E no texto dela, foi uma coisa muito forte, e claro, tinha a ver com o credo religioso dela... É como se ela fosse aquela pessoa na época da idade média. O inquisidor. Isso assim me fez refletir muito, entendeu. Porque o texto dela foi muito forte. (P.1)

"... e quando tu vai discutir a homossexualidade na sala de aula, o quê que tu vê? Tu vê sempre um jarrão, como se fosse uma cachoeira transbordando de preconceito não é" (P.4).

Estas falas demonstram que os processos de estigmatização social estão presentes na elaboração dos significados e sentidos sobre a homossexualidade no espaço acadêmico de formação, além de revelarem dificuldades por parte dos docentes para abordagem a temática da homossexualidade.

Goffman (1982), ao analisar as atitudes de sujeitos não-estigmatizados para com os sujeitos estigmatizados, observa a existência de uma crença entre os não-estigmatizados de que os estigmatizados não são completamente humanos, e através deste pensamento justificam uma série de discriminações a tais sujeitos. Entende-se que o processo de discriminação, considerado aqui como o tratamento desfavorável dado habitualmente a pessoas e/ou grupos (Candau, 2003), ganha legitimidade no espaço acadêmico quando os discentes tomam atitudes de distanciamento para com a temática homossexualidade através de piadas e chacotas, e até mesmo repulsa.

O espaço acadêmico pode possibilitar a reflexão sobre as construções de sentidos e significados junto a este matiz da sexualidade. Como sugere D. J. Silva (2005), as manifestações dos resquícios do pensamento moral podem ser úteis para o início de um processo de conscientização sobre os mecanismos que constroem nestes sujeitos, sentimentos preconceituosos. Trevisan (2007) pontua que foi através das discussões do movimento de liberação homossexual que esta temática adentrou as salas de aula das universidades brasileiras a partir da década de 80.

Observa ainda que, os docentes e mais precisamente, os "antropólogos da sexualidade", se manifestaram de maneira hostil para com a temática, por mostrar-se respaldada pelas "lutas dos movimentos homossexuais", e conclui que, a temática ainda permaneceu vista como um não trabalho científico, por conta de sua tendência antiintelectual, trazida pelos militantes gays de então, o que faz ainda hoje a homossexualidade estar "... trancafiada nos armários da universidade brasileira" (Trevisan, 2007, p. 372).

A partir do pensamento de Trevisan (2007), pode-se afirmar que, a ausência da temática no âmbito da universidade e, a rejeição da mesma neste espaço, configura-se como fator histórico no Brasil, pensamento este que reforçado pelo relato dos docentes.

Esta assertiva pode ser confirmada na instituição estudada a partir de levantamentos de dados preliminares, no momento de estruturação desta pesquisa, posto que, dentro do programa de pesquisa e pós-graduação em educação, não foram encontradas pesquisas relacionados à homossexualidade. Esta realidade nos fez concluir que a homossexualidade ainda não adquiriu importância enquanto temática a ser trabalhada neste espaço formativo que é a universidade.

Em detrimento do distanciamento da temática homossexualidade deste espaço formativo, outras temáticas como: homofobia, identidade sexual e de gênero e diversidade sexual, também mostraram-se ausentes nas falas de todos os docentes entrevistados. Estas atitudes fazem com que o respeito à diversidade sexual, o combate à violência, a discriminação e aos preconceitos estejam distantes de suas práticas pedagógicas.

Mesmo diante de um quadro que mostra tentativas isoladas dos docentes, e uma insegurança na afirmação de que, a temática, sexualidade e homossexualidade se mostram importantes nos dias atuais para a formação inicial de professoras e professores, alguns docentes sugeriram metodologias de abordagem da temática, tendo em vista suas práticas pedagógicas:

Não é porque tu tens uma sala com 30 ou 40 adolescentes. Eles estão ali é de pau duro e com a xereca molhada. Eles estão puto de tesão. Então não adianta tu falar pra eles sobre A+B+C=Z na terceira potência, isso não diz nada. Mas quando tu levas um texto e aí tu podes falar do amor, e tu vê como é a concepção do amor em vários períodos da história e a partir daí tu vê como é que a sociedade se organizava, ele vai compreender porque tu tá falando da vida deles. (P.4)

As sugestões metodológicas dadas por estes docentes mostram-se pertinentes, ao que I. R. Silva (2004) propõe quando visualiza que, o primeiro passo a ser dado na direção de práticas educacionais inclusivas é o reconhecimento dos próprios preconceitos e, admitindo enquanto professores/as que, valores e crenças, filtram as experiências e vivências nos espaços escolares, e que toda prática pedagógica é permeada por valores e crenças. O autor ainda cita que o passo seguinte é um desafio permanente, em manter a dúvida com relação ao que se diz, o que se faz e, produzir no aluno essa atitude de suspeita e dúvida, com relação aos seus valores e àqueles que estão sendo produzidos, posto que, "Se conseguirmos manter a dúvida sobre aquilo que fazemos ou dizemos, fica mais fácil ouvir o outro e respeitar a diferença" (D. J. Silva, 2005, p. 139).

Diferença, preconceito, estigmas e discriminação, são conceitos intimamente relacionados com significados e sentidos divergentes e ao mesmo tempo convergentes, quando em uma rede de significações estão atrelados a homossexualidade, contudo, outros conceitos e outros ganhos, que referendam a temática, ainda encontram-se sob as sombras das "necessidades" e "possibilidades" a serem geradas na prática pedagógica, ou ainda estão dentro dos armários do universo da formação de professores, aguardando outros significados e sentidos sobre a homossexualidade para serem pauta um dia.

 

Considerações Finais

Compreende-se que a homossexualidade, apresentada enquanto temática para pesquisa no campo educacional a partir das construções dialógicas entre docentes de cursos de licenciatura revelam que os fios da rede de significações tecidos por estes sujeitos coadunam-se ao emaranhado construído pelas teias históricas, culturais, políticas e ideológicas que marcaram os séculos XIX e XX desta sociedade, que de maneira essencialista e naturalizada vinculou esta vivência à aspectos moralizadores e patológicos. O processo dialógico construído por estes sujeitos sobre a homossexualidade no ambiente acadêmico, esbarra em reflexões e ações reticentes e superficiais.

Estes fatores levam a observar que os pressupostos educacionais nacionais da atualidade que propõe a construção e efetivação de uma educação inclusiva, que respeite a diversidade enquanto um dos eixos condutores apresentam-se "esquecidos" nesta instituição e, afirmam que, seu posicionamento político se dá através do "distanciamento" da temática. Perspectivas educacionais inclusivas devem figurar-se enquanto eixos norteadores de ações políticas que contribuam para o rompimento das desigualdades implantadas no processo de significação histórica e cultural sobre a homossexualidade. Construções assimétricas, políticas, culturais, sociais, econômicas e religiosas, apresentam-se enquanto fatores que ajudam a desenvolver fenômenos como discriminação, sexismo, xenofobia e de forma específica a homofobia.

Propõe-se uma revisão curricular dos cursos de licenciatura no sentido de contemplar a produção, difusão e avaliação dos materiais bibliográficos abordados pelas disciplinas das áreas das ciências humanas como as da psicologia, da história, da antropológica e da educação. É importante que as diretrizes curriculares promovam enfoques pedagógicos que facilitem discussões sobre a diversidade sexual, amparada nas perspectivas éticas dos direitos humanos, visualizando a sexualidade para além dos aspectos reprodutivos, essencialistas e normativos. Os docentes podem realizar pesquisas nas diversas áreas do conhecimento científico e níveis acadêmicos produzindo conhecimentos substanciais sobre: gênero, identidades sexuais, orientações sexuais, homossexualidades, transexualidades, travestilidades, transgeneridades, bissexualidades, lesbiandades, homofobia, lesbofobia e transfobia no espaço escolar.

As reflexões aqui apresentadas estão ancoradas em posicionamentos éticos e políticos sobre as diversas construções discursivas sobre "os matizes da sexualidade humana" em especial, sobre a homossexualidade, pois acredita-se que desta maneira, a educação pode cumprir seu papel enquanto instrumento de emancipação de sujeitos na efetivação da garantia de seu pleno desenvolvimento social, cultural, político e especialmente o psicológico.

Desta maneira, entende-se que a efetivação de discussões e ações que observem a educação enquanto ato social permeado pelo pensamento de "inclusão" e "diversidade" pode servir como norte para que as "desigualdades" produzidas historicamente, apresentadas aqui a partir dos significados e sentidos sobre a homossexualidade, possam ser "ressignificadas".

 

Referências

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Endereço para correspondência:
Ângelo Cabral Esperança
Laboratório de Desenvolvimento Humano e Educação da Faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil
Av. General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, 6200, Bloco X, Coroado
Manaus, AM, Brasil 69077-000
E-mail: angeloesperanca@hotmail.com, ioletesilva@hotmail.com e andre_machadostm@hotmail.com

Recebido: 31/05/2012
1ª revisão: 05/07/2014
Aceite final: 11/02/2015
Agência de financiamento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

 

 

1 Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.

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