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Cadernos de psicanálise (Rio de Janeiro)

On-line version ISSN 1413-6295

Cad. psicanal. vol.41 no.41 Rio de Jeneiro July/Dec. 2019

 

ARTIGOS

 

O que o bebê transmite aos adultos1 (O conceito de transmissão psíquica ascendente)

 

What the infant transmits to the adults (The concept of psychic upward transmission)

 

 

Bernard Golse*

Associação Psicanalítica da França - França
Hospital Necker-Enfants Malades (Paris) - França
Universidade René Descartes (Paris 5) - França
Associação Pikler Loczy - França
Associação para a Formação em Psicoterapia Psicanalítica da Criança e do Adolescente - AFPPEA
Associação Europeia de Psicopatologia da Criança e do Adolescente - AEPEA
Coordenação Internacional entre Psicoterapeutas Psicanalistas - CIPPA - França

Endereço para correspondência

 

 


RESUMO

Depois de algumas observações acerca da transmissão psíquica descendente (trans e intergeracional), o autor passa a considerar os diferentes modelos disponíveis na atualidade para dar conta de uma dinâmica de transmissão ascendente, ou seja, do bebê em direção aos adultos que cuidam dele (as identificações projetivas de W. R. Bion, a teoria do apego e os mecanismos da sintonia afetiva).

Palavras-chave: Sintonia afetiva, Apego, Identificações projetivas, Transmissão intergeracional.


ABSTRACT

After a few reminders about the downward psychic transmission (trans and intergenerational), the author then considers the different models currently available to account for an upward transmission dynamic, from the baby to the adults who take care of it (the projective identifications of W.R. Bion, the theory of attachment and the mechanisms of affective atunement)

Keywords: Deferred action, Attachment, Projective identifications, Intergenerational transmission.


 

 

Introdução

O bebê no adulto...

Esta é uma bela expressão que nos faz pensar no livro de Serge Lebovici (1994a), intitulado No homem, o bebê.

É claro que nossa história primitiva permanece inscrita em nós mais ou menos profundamente no nosso psiquismo e que aqueles dentre nós que se interessam especialmente pelos bebês e que tentam compreendê-los, talvez sejam aqueles que mais mantiveram viva dentro deles a ligação com suas próprias partes infantis.

De fato, parece que a observação de bebês, bem como a empatia em relação a estes, só depende de processo de identificação regressiva aos vestígios psíquicos que nossa própria infância de alguma forma deixou em nós.

Nem tudo está inscrito no próprio bebê; a semiologia da infância inicial inclui obrigatoriamente a tomada em consideração daquilo que o bebê nos faz experienciar, o que explica por que dentre os imperativos dessa clínica da primeira infância exista aquele, essencial, de ser uma clínica contratransferencial (ALVAREZ; GOLSE, 2013). Isso implica, portanto, considerar que o bebê reativa em nós antigos materiais psíquicos e que por isso ele transmite para nós alguma coisa de seu mundo interno, em situação de instauração.

A dinâmica da transmissão, portanto, só pode ser, fundamentalmente, uma história de mão dupla.

 

Observações preliminares sobre a transmissão psíquica descendente

Seremos aqui deliberadamente sucintos para nos centrarmos em seguida na problemática da transmissão ascendente.

Definições

Costuma-se pensar o transgeracional de maneira descendente, ou seja, dos pais em direção ao bebê, o mundo das representações dos pais apoiando a natureza de suas interações com seu filho e, a partir daí a organização do mundo representacional deste, mesmo se a transmissão nunca se produza somente num único sentido conforme justamente vamos tentar demonstrar. De um ponto de vista terminológico, N. Abraham e M. Torok (1972, 1978), mas também S. Tisseron (1985) propuseram então distinguir os conceitos de transgeracional e de intergeracional:

•A transmissão transgeracional (TTG) se daria fundamentalmente entre gerações que não têm contato direto; e se poria em ação no sentido descendente, e se valeria especialmente das vias da comunicação verbal (digital) e de suas particularidades estruturais (fenômenos de não-dito, por exemplo);

•Já a transmissão intergeracional (TIG), se daria sobretudo entre gerações que têm contato direto (pais e filhos), e poderia existir nos dois sentidos; e se valeria principalmente das vias de comunicação não verbal ou pré-verbal (analógica).

Nem todo mundo aceita essa distinção terminológica e, atualmente, o termo transmissão transgeracional prevalece em larga medida.

Orientações teóricas

Até agora as duas principais vias de reflexão de que dispomos quanto ao processo de transmissão intergeracional descendente são representadas, por um lado, pela interação fantasmática operacionalizada pelos mecanismos de sintonia afetiva descritos por D. N. Stern (1989) e, por outro lado, pela interação fantasmática operacionalizada pela transmissão dos "modelos internos operantes", descrita no contexto da teoria do apego (BRETHERTON, 1990).

Todavia, esses dois modelos teóricos começam a nos esclarecer igualmente acerca da questão de uma transmissão intergeracional ascendente, que é o que vamos considerar agora.

 

O que o bebê transmite aos adultos

Depois de destacar as contribuições da teoria do apego, do modelo do ajustamento afetivo e dos trabalhos de W. R. Bion ao conceito de transmissão ascendente, vamos evocar a ideia de que o espaço das interações iniciais pode ser considerado como um espaço de narrativa bidirecional.

 

As contribuições da teoria do apego para o conceito de transmissão ascendente

A transmissão intergeracional descendente não é apenas, como é sabido, monótona e linear, e isso exatamente devido ao impacto que o bebê exerce sobre os esquemas de apego ou "modelos internos operantes" (BRETHERTON, 1990) da mãe e dos demais adultos que cuidam dele.

De fato, nada impede que possamos imaginar que o bebê possa ativar em sua mãe (talvez mesmo em seu pai?) representações de padrões de apego bastante seguros ou mesmo inseguros, e isto sem que haja correlação estreita efetiva com o que, na realidade, poderiam ser esses esquemas iniciais de apego para ela (ou para ele).

Eis aqui uma versão intergeracional da teoria do a posteriori que deve sempre ser lida nos dois sentidos, seja do passado em direção ao presente, mas também do presente em direção ao passado (LAPLANCHE, 1999).

De fato, nosso passado organiza o nosso presente, isto é clássico e é bem conhecido, mas nosso presente também nos permite reler, reconstruir e retrodizer nosso passado que, uma vez remanejado, terá então um novo impacto sobre o nosso presente, e assim sucessivamente.

No que concerne à transmissão intergeracional, o esquema seria, portanto, o seguinte: a organização psíquica dos pais (em termos de apego, ou melhor, de maneira mais ampla) impregna evidentemente as interações com seu filho e consequentemente a organização psíquica deste, mas o funcionamento psíquico do filho (seu temperamento, a natureza de seu sistema projetivo, as características de suas modalidades pessoais de apego, seu estilo de ajustamento afetivo...) é igualmente suscetível de influenciar o funcionamento de seus pais, e torná-los mais ou menos seguros ou inseguros, independentemente do tipo de filhos que eles próprios foram ou que imaginam (esperam ou temem) ter sido.

"O filho faz de sua mãe uma mãe", dizia S. Lebovici (1983), o que, ao que nos parece, já indicava implicitamente essa hipótese de uma transmissão intergeracional ascendente.

 

As contribuições do ajustamento afetivo de D. N. Stern ao conceito de transmissão ascendente

O estilo interativo do adulto é o veículo das interações fantasmáticas descendentes (influência da dinâmica fantasmática inconsciente dos pais sobre as interações com seu bebê), mas aqui a questão é o impacto do bebê sobre o estilo interativo do adulto.

O estilo interativo do bebê (parte integrante, provavelmente, de seu temperamento) vai a partir daí, entrar em ressonância com as representações mentais maternas a propósito do bebê, efeito de ressonância que forma a base das chamadas interações fantasmáticas.

Podemos, então, perguntar-nos se o efeito do estilo interativo do bebê corresponde apenas a uma ativação linear dessas representações maternas, ou se, ao contrário, é capaz de modificar, de remanejar, de transformar essas representações, desencadeando assim um verdadeiro processo de transmissão intergeracional ascendente.

Um sistema projetivo mútuo e recíproco (W. R. BION)

Quando se conhece a força do sistema projetivo que existe entre a mãe e o bebê, do qual W. R. Bion faz o ponto forte de sua obra, vê-se bem que cada um dos dois parceiros da interação influencia o outro, e parece-nos que estamos dentro do contexto de uma transmissão psíquica intergeracional bidirecional, isto é, mútua e recíproca, mesmo se é assimétrica. Sabemos que W. R. Bion (1962, 1963, 1965) propôs o conceito de identificações projetivas normais, o qual remete a uma evolução profunda do conceito de identificação projetiva, desenvolvimento que parte das posições de M. Klein (1952/1976) às de D. N. Stern (1989) passando pelas de W. R. Bion (1970/1974) com a introdução do conceito de identificação projetiva normal (HINSHELWOOD, 2002).

Trata-se, de fato, de um conceito que se modificou muito desde que foi proposto por M. Klein (1952), a qual via aí um mecanismo de defesa estreitamente ligado a dinâmica das pulsões de morte. Quando, a seguir, Bion distinguiu a identificação projetiva normal da identificação projetiva patológica, uma primeira via de atenuação do conceito - se nos atrevemos a exprimir-nos dessa maneira - aconteceu uma vez que a identificação projetiva normal desde então foi situada no plano dos processos de comunicação básicos do par mãe-bebê.

Posteriormente, dentro da corrente teórica desenvolvimentista, especialmente anglo-saxã, a identificação projetiva cada vez foi menos distinguida, como tal, das projeções em geral, e pouco a pouco uma espécie de amálgama veio englobar a identificação projetiva no vasto conjunto, de modo meio impreciso, da empatia, quer se tratasse da empatia no tratamento, ou mesmo da empatia mais cotidiana que fosse.

Seja como for, são as identificações projetivas que estão em jogo entre a mãe e o bebê que são a base do emprego tão frequente em francês do on no discurso da mãe a seu filho, e são elas também que permitem a projeção, por parte do bebê, de seus elementos "beta" no psiquismo materno, e o retorno destes - pela projeção inversa da mãe em direção ao bebê - sob uma forma transformada (graças à função "alfa" ou "capacidade de rêverie materna") e que a partir de então é por ele utilizada para a construção de seu psiquismo.

Esse circuito do "desvio pelo outro", que se encontra no cerne do modelo bioniano, se apoia com efeito num processo de transmissão ascendente, do bebê em direção à mãe a qual, de algum modo, põe à disposição do bebê seu "aparelho de pensar os pensamentos" do filho, protopensamentos que se encontram ainda em forma impensável para ele, em função de sua relativa imaturidade psicoafetiva.

As interações iniciais como duplo espaço de narrativa (ou a escrita de uma terceira história)

Parece-nos que o encontro entre o adulto e o bebê pode ser concebido como um autêntico "espaço de narrativa".

Muitas vezes temos dito que mesmo os bebês têm necessidade de uma história, e de uma história que não seja apenas uma história médica, genética ou biológica, mas de uma história que seja também - e talvez especialmente - uma história relacional (GOLSE, 2006).

Somente essa história relacional vai permitir-lhes, de fato, inscrever-se em sua dupla filiação, materna e paterna, e poder estabelecer seus processos de afiliação - a filiação e a afiliação se encontrando, de modo mútuo numa relação dinâmica dialética na qual tanto insistia S. Lebovici (1998) quando dizia que a filiação permite a afiliação e a afiliação permite a inscrição na filiação.

Os bebês, portanto, não têm necessidade apenas de que lhe contemos histórias - coisa tão importante, no entanto. Eles precisam também aprender pouco a pouco a contar, e a poder contar para si mesmos sua própria história, como D. N. Stern (1992) tão bem demonstrou em seu livro O diário de um bebê.

Essa aprendizagem interativa é realizada no encontro com um adulto (ou com adultos) que já instauraram sua própria capacidade de narrativa, e isso remete ao que J. Laplanche (2002) hoje chama de "situação antropológica fundamental", isto é, esse encontro frente a frente recíproco embora assimétrico entre um adulto com o psiquismo e com a sexualidade já estabelecidos, e um bebê no curso de sua diferenciação e conservando profundamente suas características iniciais (neotenia).

Para J. Laplanche a confrontação seria ainda mais fundamentalmente humana do que a própria dinâmica edipiana...

Seja como for, o que é então desse espaço de narrativa?

Talvez possamos dizer as coisas da maneira seguinte: cada vez que um adulto se ocupa de um bebê é instituído entre eles um estilo interativo que é eminentemente específico dessa díade. O estilo interativo do adulto, de fato, é resultado de sua história pessoal (aquilo que ele é hoje, o bebê que ele mesmo foi um dia, o bebê que ele espera ou, que teme, ter sido) e o encontro com esse particular filho que tem suas próprias características interativas, em termos de "padrões operativos internos" (BOWLBY, 1978, 1984; BRETHERTON, 1990) ou em termos do "ajustamento afetivo" (STERN, 1989), e que ocupa um lugar singular no mundo interno de representações desse adulto em particular. Dentro do contexto desse encontro inédito, cada qual vai "contar" alguma coisa ao outro.

À sua própria maneira, o adulto conta ao bebê o bebê que ele próprio foi, acreditou ter sido ou temeu ser, enquanto o bebê "conta" do seu próprio jeito, ao adulto, a história de seus primeiros encontros interativos ou inter-relacionais, processo que foi cuidadosamente aprofundado pelas equipes do Instituto Pikler-Loczy, de Budapeste, como viemos a saber agora graças aos trabalhos realizados na França por M. David e G. Appell (1973, 1996), que nos relataram essas experiências verdadeiramente sem precedentes no campo da profissionalização dos cuidados com recém-nascidos.

Dito de outro modo,

•Por um lado, o adulto tenta fazer o bebê funcionar conforme a imagem de suas próprias representações da infância, induzindo nele movimentos identificatórios ou contraidentificatórios pelo viés de microssequências interativas que falam, na verdade, de sua visão de mundo (o masculino, o feminino, o materno, o paterno, o suave, o violento...) e que constituem o suporte concreto de determinado número de "mandatos transgeracionais inconscientes" (LEBOVICI, 1998) que ele delega à criança por meio de projeções mais ou menos objeto de entrave;

•Porém, por outro lado, o bebê - e, para este, se trata talvez, no caso, de determinada aptidão à transferência (CRAMER, PALACIO-ESPASA, 1994; LEBOVICI, 1994) - tenta fazer o adulto funcionar de acordo com o modelo de suas primeiras imagos interativas.

Dito de outro modo, cada qual conta, portanto, ao outro alguma coisa de sua história arcaica, relato evidentemente muito assimétrico, mais ou menos remanejado e mais ou menos reconstruído. É possível pensar que a parte de remanejamento é mais importante no adulto que está mais afastado de sua história arcaica do que no bebê, mas isso, de fato, resta ainda a ser aprofundado.

Seja como for, sabemos que o adulto diz frequentemente ao filho: "Mas o que é que você está contando para nós?", evidenciando dessa maneira sua consciência de que o trabalho de narração efetuado pelo bebê - o qual, se tivesse palavras para dizê-lo - de bom grado sem dúvida faria a mesma pergunta ao adulto. E dessas duas histórias vai nascer uma terceira.

Uma terceira história que nasce, que se origina, que se enraíza nas duas primeiras, aquela do adulto que já viveu e a do bebê que começa a viver; uma história que possa desde então funcionar como um espaço de liberdade. Uma terceira história que é escrita em colaboração à medida que é feita e que é contada, mas que só será estruturante para o bebê se formar uma ligação com as duas histórias que existiam antes dela, deixando espaço para o novo, para o possível, para o que ainda não adveio.

A esse preço - e somente a esse preço - o bebê poderá conquistar sua "identidade narrativa" (RICOEUR, 1990), a qual, bem se percebe, não pode ser senão uma cocriação interativa e, portanto, fundamentada numa transmissão em duas direções, dos adultos rumo ao bebê, mas também do bebê rumo aos adultos.

 

Conclusão

Ao final dessas poucas linhas, é possível compreender que a transmissão psíquica entre os pais e o bebê não se dá somente no sentido descendente (dos pais em direção a seu bebê), mas também no sentido ascendente (do bebê em direção aos seus pais).

Várias de nossas intervenções precoces provavelmente têm por efeito - ou por objetivo? - ajudar o bebê a se fazer compreender melhor por seus pais e a ter um impacto num sentido positivo sobre as interações fantasmáticas e comportamentais destes em relação a ele.

Será que é isso que foi algumas vezes descrito nos termos de "bebê terapeuta"?

 

 

Referências

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Artigo recebido em: 28/10/2019
Aprovado para publicação em: 08/11/2019

Endereço para correspondência
Bernard Golse
E-mail: bernard.golse@aphp.fr

 

 

*Psiquiatra da infância e da adolescência. Psicanalista, membro da Associação Psicanalítica da França. Chefe do Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Hospital Necker-Enfants Malades (Paris). Professor Emérito de Psiquiatria da infância e da adolescência da Universidade René Descartes (Paris 5). Ex-Membro do Conselho Superior de Adoção (CSA). Ex-Presidente do Conselho Nacional para o Acesso aos Dados Pessoais de Filiação (CNAOP). Presidente da Associação Pikler Loczy-France. Presidente da Associação para a Formação em Psicoterapia Psicanalítica da Criança e do Adolescente (AFPPEA). Presidente da Associação Europeia de Psicopatologia da Criança e do Adolescente (AEPEA). Presidente da Coordenação Internacional entre Psicoterapeutas Psicanalistas que cuidam de pessoas com Autismo (CIPPA). Paris, França.
1Traduzido do original francês Ce que le bébé transmet aux adultes (Le concept de transmission psychique ascendante). Texto redigido a pedido de Diana Dadoorian. Tradução de Pedro Henrique Bernardes Rondon (Abepps).

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