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Imaginário

Print version ISSN 1413-666X

Imaginario vol.11 no.11 São Paulo Dec. 2005

 

PART III

 

Qual o território do sujeito contemporâneo?

 

Which territory the contemporary subject belongs to?

 

 

Ricardo T. Neder*

Para Cla e Jô

Núcleo do Imaginário e da Memória – NIME/Instituto de Psicologia - USP

 

 

Franklin Leopoldo e Silva. Ética e literatura em Sartre:ensaios introdutórios. São Paulo: editora UNESP (Coleção Biblioteca de Filosofia/direção Marilena Chauí, organização Floriano Jonas César) 260 págs

A paisagem das Torres Del Paine, no sul do Chile, gera um sentimento de estarmos diante da luta dos titãs contra os deuses, como se os primeiros fossem as montanhas e suas escarpas fugindo da gravidade da terra controlada pelos segundos, lançando os braços-espigões em direção às nuvens que se deixam agarrar por um momento, para logo escapar, furiosamente, sob as velas do tempo.

Se é verdade que a literatura mitológica parece expressar a “imaginação discriminada” da cultura diante do caos, igualmente veraz é que tal elaboração registrou o “horror” (dos gregos na era clássica) de não se deixar levar pelo titanismo. Não como hybris (porque essa é demasiadamente humana e inexorável), mas como doença autodestrutiva de querer dar combate aos deuses como seres desmedidos pelo gigantismo (essa doença que leva à perda do invisível, da qual o titã Sísifo tombou vítima).

O titanismo de Sísifo foi tematizado por um dos escritores do movimento existencialista - Albert Camus - que travou polêmica com Jean Paul Sartre (1905-1980). Sartre e as grandes linhas filosóficas do existencialismo são o campo da interlocução do filósofo brasileiro Franklin Leopoldo e Silva, na obra Ética e literatura em Sartre - ensaios introdutórios.

Seu caminhar é cuidadoso e, já na abertura, admite que está diante de um autor cuja obra é marcada por romances e textos filosóficos. Daí a postura do filosofo de tomar o caminho da crítica que busca estabelecer a relação entre as duas formas de expressão (ibid.: 11).

A existência de uma “vizinhança comunicante” (expressão do autor) entre essas duas esferas da cultura é, ao mesmo tempo, atributo do método filosófico próprio do existencialismo sartreano, mas também e sobretudo, é decorrência fundante da sua (Sartre) necessidade de pensar a ordem humana entre dois espaços contíguo: a condição humana como um permanente devir e metamorfose, e a contingência como essência desse devir.

O primeiro dado que sobressai da leitura de Ética e literatura é o quadro mais amplo do esforço de Franklin para identificar as pontes entre filosofia e literatura com base na existência desse projeto de Sartre, em buscar a compreensão da existência como “condição”, e da contingência como o seu “horizonte-limite” (ibid.: 12).

Um dos autores mais discutidos e mais comentados do nosso tempo (opinião que partilho com Carpeaux2; Jameson3), Sartre marcou no pós-guerra o clima literário e filosófico do existencialismo.

A vertente sartreana tem raízes: na filosofia existencialista de Heidegge; no teatro de Strindberg e no expressionismo alemão, além de afinidades com certos romancistas norte-americanos (J. dos Passos, W. Faulkner). Permaneceu, contudo, um escritor essencialmente francês, identificado com o romance no qual os personagens vivem situações-limite no âmbito da ética.

Em que medida devemos buscar, na obra de Franklin, ajuda para desvendar as “mediações” que levaram Sartre a desenvolver sua obra? Esse tema das “mediações” já foi suficientemente esclarecido e encontra-se acessível ao leitor brasileiro, e esse não é o objetivo de Ética e literatura em Sartre. (Indicaria, entre outras fontes, para a questão da análise das “mediações” na obra sartreana e dos debates com Camus, Lacan, Althusser, Foucault, Adorno, entre outros - marxistas e não marxistas - sob a perspectiva da crítica da cultura, ver Jameson4, e para um painel sociológico e epistemológico no debate neomarxista, ver Mészaros5.)

A contribuição de Ética e literatura talvez se situe noutra necessidade, a de romper os campos de especialização e – sob um olhar interdisciplinar e talvez, por isso mesmo, iconoclasta – buscar as “mediações” interna entre filosofia e literatura no interior da obra de Sartre, que apresenta um núcleo ético tecido pela literatura. Desvendar esse núcleo exigiu do autor o tratamento rigoroso das articulações internas entre filosofia e literatura, por meio da análise literária e cultural em si própria (“uma forma de ciência social” mas não uma sociologia do conhecimento) e pela análise filosófica (estrutural).

Outro tema que chama atenção na obra é seu tratamento rigoroso do quadro mais amplo da crise do “sujeito”. A meu ver, a articulação entre os dois métodos (filosófico e análise literária) permite desvendar que a obra sartreana estava diante da morte do “sujeito moderno” (este que nasceu no século XVII e sucumbe sob o titanismo dos massacres hediondos do colonialismo, do holocausto, dos bombardeios em massa e dos cogumelos das explosões atômicas na primeira metade do século XIX).

Tal é o “momentum” histórico que o existencialismo dará forma e expressão na literatura e na filosofia, de maneira que podemos, hoje, (século XXI) nos beneficiar de intenso labor e angústia de seus personagens,

“descontada toda a nuvem de equívocos (...) que a caricatura da historiografia literária já pode descontar como uns restos daquilo para serem mostrados aos turistas americanos.” (Carpeux, op. cit. 2382)

Provém dessa atualidade o sentido da leitura de Ética e literatura para seu público no Brasil. Vivemos um momento semelhante, de total estilhaçamento das certezas éticas, e passamos a indagar: como a leitura da condição humana e da contingência feita pelo existencialismo sartreano nos ajuda a responder quem é o sujeito contemporâneo?

O livro de Franklin busca indagar da obra filosófica e literária de Sartre qual o estatuto do sujeito “narrador” diante do mundo recriado como ficção (a qual carrega a problemática tentativa de superação do individualismo metodológico, essa ficção do sujeito individual tomada como valor universal). Por conseqüência, a segunda indagação do autor é situar o estatuto do sujeito contemporâneo diante do divórcio “objetivo entre o sujeito e o mundo”.

Ambas as dimensões estão presentes na obra sartreana e conduzem-nos ao território do sujeito contemporâneo. Dessa forma, poderia o leitor indagar “Até quando será necessário afirmarmos quem é, ou de que matéria é feito o sujeito contemporâneo... não é por demais evidente?” Continuamente, somos obrigados a fazer isso. (Talvez por pensarmo-nos como modernos sem jamais ter sido e, dessa forma, elidimos as articulações entre a ética do sujeito do passado e a do sujeito do futuro).

Nesse aspecto, para o autor, reside o núcleo ético na literatura: pois é nela que Sartre circulará para melhor criar a imagem da sociedade sobre si própria, a qual negará o trabalho alienado e, ao mesmo tempo, afirmará a ação criadora do ser humano (ibidem: 219-220).6 Tarefa extremamente relevante diante da constatação sartreana, de que estamos ou somos subordinados aos movimentos contraditórios de alteridade, ou seja, reconhecimento e estranhamento diante do outro (ibidem, 183-203).

As dificuldades para a apreensão do sujeito contemporâneo, hoje, provêm desse “marco zero” de que parte todo saber (científico e tecnológico). Como operar a interseção e a separação do sujeito diante do outro (sujeito e objeto). As antinomias da alteridade “têm-se configurado metodologicamente” pelos inúmeros matizes e pelas correntes do positivismo, os quais elidem a perspectiva do “desencontro entre sujeito diante do mundo (fundante da maioria dos métodos não-positivistas)”. Isso vale para o racionalismo que privilegia o sujeito no processo de conhecimento; igualmente para o empirismo, em sua ênfase no pólo oposto, o objeto; mas, sobretudo, aplica-se ao materialismo na versão moderna, que propõe a unificação do sujeito em torno de um entendimento científico que atribui à matéria qualidades causais autogeradoras (exemplo disso é buscar a causa da esquizofrenia ou da síndrome do pânico nos genes tais e quais).

As dificuldades para responder à pergunta “quem é o sujeito contemporâneo”... são maiores e mais desafiadoras. Estão, portanto, noutros campos – o das metodologias que operam seu próprio conhecimento do sujeito em territórios específicos (o estruturalismo, a psicanálise, a psicologia analítica, as psicologias e a fenomenologia como importante corrente filosófica e múltipla base dialógica com as artes, a literatura, as ciências sociais e “humanas” em geral).

Poderíamos apontar a fenomenologia como dotada de métodos que se tornaram base comum para transitarmos noutros conhecimentos regionais. Dentre eles, assume importância particular a capacidade de elaborar a “vizinhança comunicante” (como afirma Frlanklin) entre epistêmes. Particularmente, o existencialismo sartreano afigura-se a um momento privilegiado desse método.

Ao longo de Ética e literatura em Sartre, percebemos um duplo movimento do autor para descrever a condição humana na obra sartreana. Para dar nomes a esses movimentos (num esforço heurístico), propus, antes, identificar dois sujeitos: o moderno e o contemporâneo. O “sujeito moderno” (herdeiro direto do Iluminismo), ao morrer, fez sua a sombra histórica projetada para o futuro como se todos “nossos outros” retardatários devêssemos, ainda, passar pelo deslumbramento e pela queda do sujeito moderno (repetição histórica).

Paira a sombra (que é a da morte, a da tortura e do aniquilamento vividos pelos personagens captados nos romances e nos textos filosóficos de Sartre, que nos lembra a tortura e a morte dos presos políticos desaparecidos, ou não, na fase da inquisição ditatorial brasileira, argentina, argelina...). Essa lembrança remete-nos à atualização da morte do sujeito moderno.

Para captar isso, Sartre lançou mão de uma narrabilidade específica como método de uma filosofia da existência. Segundo Franklin,

“(...) quer ela (narrabilidade, RTN) se dê na teoria, quer no romance, não se pode pretender sempre a clareza total, porque ela é, em geral, solidária à perda parcial da compreensão das relações entre acontecimentos e subjetividade, ou seja, do eixo histórico-existencial da condição humana” (ibidem: 19)

Noutro contexto mais amplo (que nos permite situar o tema da morte do sujeito moderno em Sartre), estamos no interior de um movimento que é também de crítica do existencialismo sartreano ao otimismo humanista (no que coincide com T. Adorno e Horkheimer, Marcuse e J. Ellul, e na matriz heideggeriana, Hans Jonas): ‘(...) esse otimismo humanista (dos bem-pensantes que rechaçavam a tortura e o aniquilamento de massa, RTN) alimentado por uma ética intelectualista, nutrido por uma ideologia iluminista do progresso humano, foi desmentido de forma absoluta, quando ruíram as pressuposições básicas relacionadas com a concepção radicalmente relativa do mal. Mas, com isso, arruinou-se também a própria idéia de homem ou humanidade” (ibidem: 26-27).

O segundo movimento do autor foi buscar identificar a expressão do existencialismo sartreano diante de um sujeito em stato nascendi... ou seja, o sujeito contemporâneo provoca um movimento recorrente de transcendência do Ego. No existencialismo sartreano esse movimento projeta-se por meio de uma base fenomenológica – distante do intelectualismo e do substancialismo dos neokantianos (“o eu que encontramos em nossa consciência tornou-se possível por via da unidade sintética das nossas representações”, p. 36).

O método da redução fenomenológica consiste em colocar em suspensão todo o mundo da atitude natural, aquele em que atua um certo realismo espontâneo, pelo qual depositamos uma confiança pré-crítica nas percepções como signos da existência efetiva das coisas. Assegurar que possa haver uma distinção entre consciência e Eu significa que a consciência é constituinte, e o Eu é constituído. Tal “campo transcendental”, segundo Sartre, é definido como “sem Eu” (p. 37). Um traço desse campo transcendente encontra-se na impossibilidade de o objeto (uma árvore vista ao longe) ser unificado pela consciência... Ou seja, a fenomenologia “mostrou que justamente a consciência não assimila o objeto; pelo contrário, ela sai de si para ir ao encontro do objeto, ele se transcende para encontrar o objeto transcendente (p. 38).

É parte da concepção sartreana integrar a consciência ao Ego entendido como síntese transcendente à consciência, mas que “nos aparece como se o Ego fosse a fonte produtora de cada um desses estados, assegurando, assim, a unidade subjacente à multiciplicidade... (...) a totalidade do psíquico aparece como produção espontânea do Ego, falsidade que fica patente quando nos damos conta de que o Ego é objeto e passivo, e não sujeito ativo (ibidem: 44).

O sujeito contemporâneo pode ser constatado nessa perspectiva, é radicalmente diverso do sujeito moderno. Enquanto esse último tinha uma relação de alteridade com o outro, atribuindo-lhe uma “essência identitária” (o outro ou é um igual; ou não é “Outro”), o sujeito do existencialismo sartreano (contemporâneo) é resultado da alteridade como um campo no qual entre o que o Ego realmente é - e a maneira pela qual o representamos - abre-se um espaço de “irracionalidade e de falsidade”.

“Irracionalidade porque o Ego aparece ao mesmo tempo como imanente e transcendente, interior e exterior à consciência. Falsidade porque o Ego, tal como o representamos, mascara a espontaneidade da consciência” (p. 44). Diante da complexidade e do caos, o Eu exterior deve assumir que a ordem humana é essencialmente fragilidade e contingência. (“...não estou mais seguro do meu próprio Eu do que da egoidade dos outros, pois o meu Ego é um ser no mundo, tanto assim como o de todos os outros”, p.45).

Ele está mergulhado na “Historicidade - esse gosto amargo e ambíguo de absoluto e transitório. (Ao contrário do sujeito moderno, que nutria/nutre a melancolia pela duração pruoustina)”. Na visão do autor, a obra de Sartre coloca não apenas uma questão ética nesse (nosso) processo de representação do Ego (pois, de fato, “é angustiante pensar que o que somos se constitui fora de nós, na contingência das coisas e da história”, p. 45). Mas, sobretudo, o autor percorrerá uma tese central mais ampla - a de que é possível mostrar que os textos teóricos-filosóficos de Sartre organizam-se todos, de alguma maneira, em torno da questão da ética; pois toda ética vive da exclusão e pressupõe certos tipos de alteridade ou de mal.

Daí o núcleo ético expresso esteticamente na literatura como síntese, pois é nos seus (Sartre) romances em que vamos nos deparar com as vivências dos personagens que encarnam as antinomias ora entre o sujeito moderno e o sujeito contemporâneo, sob dimensões éticas em múltiplos planos. Alguns personagens guiam-se por valores morais, mas estes se chocam contra a descoberta da contingência, pois o vivido só é visível a posteriori (“isso significa que não se pode necessariamente escapar do acaso”, ibidem: p. 83). A ética da proximidade guiará outros ainda – na amizade e na família – mas é destruída pela impossibilidade de manter essa “proximidade” ao se deparar com o terror da guerra e das manifestações extremas do mal. (cabendo-lhes lançar mão de outros registros de eticidade).

Esse sujeito encontra-se igualmente em choque diante dos acontecimentos gerados pelo acaso, que poderiam ter sido, pelo menos, antecipados tecnicamente...numa base de entendimento mútuo... previdente. Sob o olhar do existencialismo sartreano, tal contratualismo é inviável porque é falso. O personagem Roquentin (A Náusea, 1938 – romance passado na província francesa) opta por considerar (viver) a possibilidade pela arte, pelo fato de que ele não está bem situado no mundo (...) sente-se desprotegido e perdido: diante da contingência e da liberdade desestruturam o mundo” (p. 104).

Em A idade da Razão (1945) e Huis Clos (1944), Sartre expressará a questão ética em dramas que tematizam as conseqüências do remorso (por não realizar antigos sonhos) ou a tragédia da decisão errada com suas conseqüências inexoráveis.7

Seria injusto, numa breve resenhar, querer sintetizar o conjunto dos esforços do autor. Ao final da obra, aportarmos na “questão-chave da separação objetiva entre o sujeito e o mundo, e no que isso traz de indeterminação existencial, ao provocar a promiscuidade em que o Eu fica ameaçado de perder-se nas coisas. (p. 87). Como supor que a objetividade teórica possa superar isso, instaurando uma ilusão de neutralidade entre sujeito e objeto?” (p. 86).

Além disso, seus “personagens devem viver a angústia dessa constatação: a liberdade é fundamento sem ser permanência, isto é, sem ser um solo de valores” (p. 75). Notei que, também, não há possibilidade de esse dilema ético da liberdade destituída de valor em si ser superado pela adoção de uma base contratualista. E aqui reside uma conclusão talvez interessante para nosso momento existencial (brasileiro), em que tanto se representa o contrato como fundador de éticas (que se relevam morais falseadas a todo tropeço do dirigente mediador). Outro motivo é que isso (contrato) seria na visão sartreana, “determinismo” - que é sucintamente visto como um “álibi da liberdade e a fuga da angústia” (p. 75).

A maioria de nós, que compõe o universo leitor, busca na literatura respostas para essas questões éticas, não respondidas nas esferas do político e do econômico, do pragmático e dos poderes numa civilização em que a técnica faz-nos rondar o “abismo”.

A literatura, nesse quadro, espelha desde o que há de mais grandioso do ser para o Outro ao imensamente mesquinho e da má-fé, do ser para si (p. 17). Se, para Sartre, os romances expressam também a reflexão filosófica, é porque a “ficção” pode articular de forma mais completa – “totalizadora” – aquilo que a experiência ético-histórica fornece em fragmentos e lacunas, que afetam obrigatoriamente os fatos, razão pela qual a facticidade em si própria não poderia ser exploração totalizadora” (p. 46).

E como situar nesse registro a fenomenologia? O fenomenologia e o existencialismo, em particular, correspondem a um procedimento que tenta evitar o sobrevôo e o distanciamento (generalização) segundo Franklin, porque “busca superar o relativismo... Talvez ele possa trazer a paz da consciência quando nele se repousa como um porto seguro, nas águas calmas da mediania. Sempre haverá alguém melhor do que eu e sempre haverá alguém pior. Portanto, devo aceitar o meu lugar, sem louvar-me em excesso, sem recriminar-me tampouco, nem heróico, nem prosaico, apenas um homem comum...” (p. 30)

Sartre recusa o relativismo que promove a síntese das ações humanas pela estrutura categorial prévia e transcendente de todas as situações... ”Bem longe de sermos relativistas, proclamamos com firmeza que o homem é um absoluto...”. (Sartre apud ibid., p. 30)

 

 

Recebido em 20/05/2005
Aceito em 15/06/2005

 

 

 

* Membro do coletivo do Núcleo do Imaginário e da Memória – NIME/Instituto de Psicologia - USP, Prof. Dr. na UNESP Rio Claro e Autor de Crise socioambiental, Estado e Sociedade Civil no Brasil (São Paulo, FAPESP/Annablume, 2002) E-mail: rtneder@rc.unesp.br.
2 História da Literatura Ocidental. Rio de Janeiro: ed. Alhambra, 1984, vol. 8. parte X, Literatura e Realidade (p. 2282)
3 O inconsciente político – A narrativa como ato socialmente simbólico. São Paulo: Ática, 1992. Seu primeiro livro, a que não tenho acesso, foi Sartre: as origens de um estilo (1961). No texto de Sartre, recorre a palavra raciocínio com o sentido de pensamento. Pode ter sido uma escolha da tradução, porém é importante salientar que não parece se tratar da idéia de raciocínio como cálculo, mas sim como trabalho do pensamento.
4 Op. cit. (1992)
5
I. Mészaros. A obra de Sartre – Busca da liberdade. São Paulo: Ensaio, 1991.Grifo no original
6 Também essa dimensão será constitutiva, de certo método, para situar a análise literária na sociedade. Antonio Cândido reafirma que a expressão literária organiza o caos, (...) deixa-nos mais capazes de ordenar a nossa própria mente e nos sentimentos, bem como em conseqüência, mais capazes de organizar a visão que temos do mundo’ (Vários Escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995).
7 Carpeaux. op. cit.: 2283).

 

 

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